Quem foi Rispa: 3 lições da trágica história da concubina do Rei Saul

Rispa era uma concubina do rei Saul, e mãe de Armoni e Mefibosete.

A tragédia é muito comum em nosso mundo, seja uma história que vemos no noticiário ou um acontecimento que chega perto de casa. 

Muitos personagens bíblicos viveram terríveis tragédias, incluindo Rispa. Mas, quem era essa mulher e o que ela experimentou? Como sua história pode nos ensinar hoje? 

Vamos, então dar uma olhada em seu mundo e na tragédia da qual ela não conseguiu escapar.

Quem foi Rispa na Bíblia?

A primeira menção de Rispa ocorre em uma disputa entre dois homens na Bíblia. Rispa era uma das concubinas de Saul. Após a morte do rei Saul, Is-Bosete foi nomeado rei de Gileade por Abner, comandante do exército de Saul. A casa de Saul e Davi estava em guerra há muito tempo, lutando pelo controle de Israel. 

Nessa época, Davi governava apenas como rei sobre a tribo de Judá, embora estivesse destinado a se tornar o governante de toda a nação.

Em 2 Samuel 3:7, o rei Is-bosete acusa Abner de dormir com Rispa. Abner ficou revoltado com as acusações, embora não negue nem confirme o ato. Abner havia ajudado a levar adiante o legado de Saul ao nomear seu filho, Is-Bosete, rei. 

Ele era um homem orgulhoso e detestava que lhe fizessem tal pergunta. Abner sabia que Deus havia prometido toda a terra de Israel ao rei Davi. Até então, Abner havia contrariado o plano, mas agora, com o coração cheio de raiva e vingança, declara que ajudará a cumprir a promessa. Ele viaja para fazer um tratado com Davi, contudo, ele foi morto Joabe, acusado de ser um espião.

Mais tarde, em 2 Samuel, Rispa sofre uma tragédia impensável. 

Como Rispa era viúva, ela não possuia poder algum. Seus filhos são escolhidos para serem sacrificados por um juramento quebrado anos antes. Incapaz de interromper a sentença de morte, seus filhos acabam sendo enforcados em Gibeá de Saul. 

Depois que eles foram assassinados, Rispa ficou ao lado deles por meses, mantendo os pássaros e animais selvagens longe dos corpos.

Qual o significado de Rispa?

O nome Rispa deriva da raiz hebraica “רָצַף” (rasap), que significa “Brasa viva”, “queimar”, “arder” ou “brilhar”.

Qual foi a terrível tragédia que Rispa enfrentou?

Para entender completamente a história de Rispa, precisamos voltar em Josué 9. Josué foi o sucessor de Moisés, incumbido da tarefa de conduzir os israelitas à Terra Prometida. Outras tribos de pessoas ocuparam a área, mas Deus estava com Josué e seu povo. Ele os ajudou a vencer seus inimigos e a tomar posse da terra.

Os gibeonitas eram uma dessas pessoas. Quando souberam da destruição que o exército de Josué havia causado em Jericó e Ai, bolaram um plano para enganar os israelitas. Vestidos com roupas esfarrapadas e carregando comida mofada, eles se aproximaram de Josué e seu povo. Eles fingiram ser de um país distante e pediram um tratado de paz. Os israelitas observaram seu lamentável estado, e Josué fez o tratado selando-o com juramento.

Três dias depois, no entanto, os israelitas ouviram que os gibeonitas eram na verdade seus vizinhos. Os israelitas continuaram sua jornada, mas não atacaram os gibeonitas quando eles se aproximaram deles por causa do juramento. 

“Isto, porém, lhes faremos: conservar-lhes-emos a vida, para que não haja grande ira sobre nós, por causa do juramento que já lhes fizemos.” (Josué 9:20)

Em 2 Samuel 21, descobrimos que Saul quebrou esse juramento e matou os gibeonitas. Em resposta, uma fome de três anos se espalhou pela terra. 

Os israelitas perguntaram como poderiam expiar o juramento quebrado, e os gibeonitas responderam que poderiam sacrificar sete descendentes masculinos de Saul. Dois desses homens eram os filhos de Rispa.

Qual é o significado da história de Rispa?

A tragédia de Rispa é uma história de luto. Mesmo que seus filhos fossem inocentes, eles tiveram que morrer pelos pecados de seu pai. Como deve ter sido horrível ver seus filhos morrerem por um evento do qual não participaram. Histórias semelhantes não são desconhecidas das pessoas hoje. Quantas mães ficaram paradas depois que seus filhos morreram nas mãos de um motorista bêbado ou de uma doença terminal que os levou cedo demais?

Rispa modela uma forma de luto. Ela manteve sua tristeza, não por dias, mas meses, embora possamos inferir que sua dor durou pelo resto de seus anos. Ela cuidou dos corpos, protegendo-os de mais contaminações. Davi, então notando sua dedicação, enterrou seus filhos, dando-lhes o devido enterro que mereciam. O sacrifício acabou com a seca e choveu nas terras de Israel. E assim, a nação sobreviveu.

Existe uma vida após o luto. Depois de reservar um tempo para o luto, podemos entrar em uma nova fase da vida, embora a mágoa e a dor possam permanecer. 

A morte de seus filhos ajudou uma nação a florescer. Os planos de Deus são difíceis de entender e discernir. Com o pecado no mundo, haverá dor e sofrimento até a volta de Jesus. Aconteça o que acontecer, no entanto, Deus pode fornecer conforto e restauração.

3 lições importantes da história de Rispa na Bíblia

Apesar de termos poucas informações sobre Rispa, podemos aprender algumas lições da sua vida do pouco que sabemos. Aqui estão 3 lições:

1. Deus pode usar nossas tragédias

Perda e tristeza fazem parte deste mundo terreno. Às vezes nos tornamos parte de uma história trágica como Rispa. 

Nosso mundo virou de cabeça para baixo por algo que nunca esperávamos: o acidente, o diagnóstico ou o telefonema que mudou nossa vida. 

Deus pode não planejar nossas tragédias, mas pode usá-las para o bem. 

“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Romanos 8:28)

A morte dos filhos de Rispa acabou com uma fome de três anos e restaurou Israel. Deus também pode usar nossas tragédias para o bem.

2. Há um tempo para lamentar

Saber que Deus está no controle não apaga nossa dor. Depois que os filhos de Rispa morreram, ela ficou ao lado deles por 5 ou 6 meses olhando diretamente para sua tristeza, sendo cercada pela dor todos os dias. 

A cura é um processo, e está tudo bem em lamentar nossas tragédias. É saudável. 

“TUDO tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; […] Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar.” (Eclesiastes 3:1-4)

O luto não é fácil. A dor de Rispa com certeza não era fácil, pois tinha que manter os animais longe dos corpos pendurados de seus filhos. Contudo, temos que enfrentar essa parte difícil do processo para chegar do outro lado e presenciar a restauração.

3. Devemos ser fortes e perseverantes

Depois de testemunhar esse ato horrendo contra sua família, Rispa permaneceu forte. Desde o início da colheita até a chuva, ela ficava junto aos corpos de seus filhos. Imagine a visão horrível e o fedor pútrido que deve tê-la cercado. No entanto, ela continuou lutando. 

Dia após dia, noite após noite, ela protegia o que restava de seus filhos. Um capítulo da tragédia de Rispa terminou quando a água encheu a terra. Ela não esmagou os pássaros para sempre. Experimentaremos nossos próprios capítulos imagináveis, e Deus nos dará forças para perseverar.

Rispa era uma mulher de tremenda força e amor por seus filhos. Quando seu mundo saiu fora de seu controle, ela não fugiu. Mas ela permaneceu fiel muito depois do fim terreno de seus filhos. 

Deus viu Rispa, e ele usou os eventos horríveis para trazer restauração. 

Acredite, Deus fará o mesmo hoje! Ele permanece no controle, mesmo quando tudo parece acabado e os sonhos frustrados. Saiba que no momento exato, Ele se levantará em teu favor.

Equipe Redação BP

Nossa equipe editorial especializada da Biblioteca do Pregador é formada por pessoas apaixonadas pela Bíblia. São profissionais capacitados, envolvidos, dedicados a entregar conteúdo de qualidade, relevante e significativo.
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