SÁBADO – Significado

SÁBADO – Significado e Origem

A palavra “Sábado” tem sua origem na palavra hebraica “shabbat“, que significa “cessar” ou “desistir“, e na palavra grega “sabbaton“, cujo plural, “sabbata“, é ocasionalmente utilizada para se referir a um único sábado. Embora tenha sido aplicada a diversas festas do Antigo Testamento, a palavra Sábado refere-se primordialmente ao sétimo dia da semana, o dia judaico de descanso e estímulo.

A sua origem remonta à criação, conforme registrado em Gênesis 2.2, onde Deus descansou do Seu trabalho no sétimo dia, estabelecendo assim um padrão a ser seguido pelo ser humano. A inclusão do Sábado nos Dez Mandamentos baseia-se no descanso de Deus na época da criação e na liberação que Ele concedeu a Israel no Egito (Êxodo 20.11; Deuteronômio 5.15). Apesar de algumas teorias em referirem a origem do Sábado à Babilônia, essa palavra não está relacionada ao sétimo dia da semana dos babilônios, uma vez que eles tiveram uma semana de cinco dias.

Referência e Propósito do Sábado

Após o relato da criação, o Sábado é mencionado em relação à dádiva do maná (Êxodo 16.23-30) e, posteriormente, no Sinai, onde se tornou parte dos Dez Mandamentos (Êxodo 20.8-11). Deus planejou a observação do Sábado como sinal de Sua aliança com Israel e como um reflexo de Seu relacionamento com eles (Êxodo 31.12-17; Ezequiel 20.12,20). O Sábado representava o selo da aliança mosaica e correspondia à circuncisão como selo da aliança com Abraão (Gênesis 17.11).

Outros livros do Pentateuco também contêm leis relacionadas à observação do Sábado. O Dia da Expiação era considerado um sábado de descanso (Levítico 16.31; 23.32), assim como o primeiro, décimo quinto e vigésimo terceiro dia do sétimo mês (Festa das Trombetas e Festa dos Tabernáculos), que deveriam ser comemorados como sábados de descanso ( Levítico 23.24,39).

O sétimo ano também foi designado como um ano sabático, quando a terra não era cultivada, as dívidas eram perdoadas, e os campos relatados vam (Êxodo 23.10,11; Deuteronômio 15.1-9). Além disso, após cada série de sete anos sabáticos, ocorria o ano do jubileu, durante o qual as propriedades retornavam aos seus donos originais e os israelitas escravizados eram libertados (Levítico 25.8-54).

Com o desenvolvimento das sinagogas no período intertestamentário, o Sábado tornou-se um dia de inspiração, estudo da Lei e descanso do trabalho. Entretanto, essa época também viu o surgimento do legalismo e de restrições meticulosas quanto à observância do Sábado. Jesus declarou ser o Senhor do Sábado (Marcos 2.28) e ensinou que o Sábado foi feito para o benefício do ser humano, enfatizando a importância da misericórdia sobre o legalismo (Mateus 12.5-7,10-12; Lucas 13.15; 14.1-6) .

Observância do Sábado

A observância do Sábado estava sujeita a várias disposições bíblicas, além de tradições adicionadas no período intertestamentário. A decisão principal era a de realizar trabalho no Sábado (Êxodo 20.10). Embora o Antigo Testamento não detalhe todas as atividades proibidas, proibia explicitamente lançar fogo para cozinhar (Êxodo 35.3) e juntar lenha (Números 15.32ss.). Além disso, em relação ao propósito do Sábado, eram proibidas atividades como carregar peso (Jeremias 17.21ss.), viajar (Êxodo 16.29) e fazer negócios (Amós 8.5; Neemias 10.31; 13.15,19).

O Sábado judaico também foi um dia de assembleia santa, no qual foram oferecidas ofertas especiais e o pão da proposição foi substituído no santuários (Números 28.9ss.; Levítico 24.5-8). Isso tornou o Sábado um dia de alegria (Números 10.10), permitindo às pessoas afastarem-se das preocupações diárias e concentrarem-se em atividades espirituais para a renovação da alma. Na época de Jesus, eram realizadas festas luxuosas no Sábado, embora a preparação dos alimentos ocorresse no dia anterior (Lucas 14.1) .

Celebração e Relevância Atual

Para Israel, o Sábado celebrava a tranquilidade de Deus na criação original (Êxodo 20.11) e a libertação que experimentaram no Egito (Deuteronômio 5.15). Para os crentes em Cristo, o repouso de Deus no Sábado na criação é considerado um prelúdio do repouso que os crentes encontrarão na nova criação, descrito em Hebreus 4.1-10.

Atualmente, existem duas principais opiniões em relação ao Sábado. A primeira afirma que ele foi completamente abolido, juntamente com a Lei Mosaica, tornando-se não obrigatório (2 Coríntios 3.6-11). A segunda opinião argumenta que Jesus, como Senhor do Sábado, teve o direito de mudar o dia de observância da Igreja, tornando o primeiro dia da semana, o Domingo, o dia de celebrações de Sua ressurreição. Essa visão considera que o Sábado foi feito para o benefício do ser humano e que Cristo o modificou para abençoar a humanidade.

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