Comunhão na Igreja: 10 Aspectos Essenciais para uma Vida Cristã Plena

Quando uma igreja de 120 membros decidiu integrar 3.000 novas adições à sua comunidade, eles identificaram a “comunhão” como o elemento-chave para alcançar essa meta. No entanto, o significado exato desse termo é muitas vezes ambíguo.

A palavra grega para comunhão é “koinonia”, que se refere a uma partilha de vida e parceria. Embora o seu significado no contexto da igreja primitiva não seja claramente definido nas Escrituras, proponho a minha própria interpretação: conexão.

O nível de “comunhão” em uma igreja – o amor dos membros pelo Senhor e uns pelos outros – é uma característica reveladora da congregação. Além disso, é um indicador confiável da saúde da igreja e um fator crucial para sua efetividade futura no Reino de Deus. Descubra por que a comunhão é essencial para o crescimento da sua igreja e o seu impacto no cumprimento do propósito divino.

À seguir, vamos conhecer os 10 aspectos cruciais da comunhão na igreja que todos os líderes e membros devem conhecer e aplicar.

1. A comunhão é o coração da sua congregação

A comunhão na igreja pode ser descrita de forma simples como a vida familiar da congregação, onde as pessoas amam o Senhor e desfrutam da companhia umas das outras. Em uma experiência que tive ao pregar em uma igreja, cerca de 15 minutos após o encerramento do culto, percebi um alto nível de ruído no santuário devido às conversas, risadas e interações entre os membros. Naquele momento, compartilhei com o pastor: “O que o Senhor está ouvindo é o som da comunhão”.

Assim como um médico coloca seu estetoscópio no peito de um paciente para monitorar os batimentos cardíacos, o pulso de uma congregação pode ser ouvido após o término do culto. Preste atenção, pois esse som revelará muito sobre seu povo e sua vitalidade espiritual.

2. Comunhão na igreja: O motivo pelo qual os fiéis permanecem e o que os visitantes buscam secretamente

Ao procurarem uma igreja, as pessoas podem listar diversas preferências, como localização, estilo de pregação e força dos ministérios. No entanto, o que elas realmente desejam, mais do que qualquer outra coisa, é o companheirismo.

Embora alguns visitantes possam expressar interesse em programas específicos que sua igreja não oferece, muitos deles ainda optam por se unir à sua congregação. Quando questionados sobre o motivo, mencionam a amizade, o acolhimento caloroso e o espírito da igreja. Embora raramente usem a palavra “companheirismo”, é exatamente isso que procuram.

Acredito fortemente que cerca de 95% dos visitantes que chegam à sua igreja pela primeira vez estão secretamente em busca de comunhão, mesmo que não estejam conscientes disso.

3. As Três Camadas Essenciais da Comunhão na Igreja: Compromisso, Amor e Hospitalidade

koinonia

A) Compromisso com Jesus Cristo como Senhor:

A base fundamental da comunhão é o compromisso pessoal com Jesus Cristo. Esse compromisso é algo individual, ocorre em um nível privado e deve ser reafirmado continuamente. Cada pessoa é responsável por fazer essa entrega pessoal e constante.

B) Amor pelos condiscípulos:

Um crente comprometido com Cristo demonstrará automaticamente amor pelos seus irmãos na fé. Jesus afirmou que esse amor mútuo seria a marca distintiva dos seguidores dele (João 13:34-35). É uma expressão prática da comunhão na vida da igreja.

C) Alegre recepção aos novos membros:

A hospitalidade desempenha um papel crucial na comunhão da igreja. Receber com alegria os recém-chegados é uma forma de demonstrar amor e acolhimento. As Escrituras nos incentivam a praticar a hospitalidade (Hebreus 13:1-2 e 3 João 5), e isso contribui para fortalecer os laços de comunhão entre os membros da igreja.

4. A Experiência do Recém-chegado: Hospitalidade, Relacionamentos e Fé em Jesus Cristo

a) Hospitalidade acolhedora:

A forma como um recém-chegado é recebido e acolhido é o primeiro aspecto que eles notarão. É importante fazer com que se sintam acolhidos e bem-vindos. A hospitalidade é uma prioridade que reflete o plano de Deus desde os tempos bíblicos (Levítico 19:34).

b) Relacionamentos entre os membros:

A interação e relacionamento entre os membros da igreja são a segunda coisa que um visitante notará. Eles observarão se os membros gostam uns dos outros, se há momentos de cumprimento, conversas e risadas após os cultos, se há atividades conjuntas, como almoços e projetos de trabalho, e se as aulas e encontros são agradáveis e envolventes.

c) Fé sólida em Jesus Cristo:

Normalmente, a fé sólida no Senhor Jesus Cristo é algo que se torna mais aparente ao longo do tempo na igreja. No entanto, sem essa fé, nada mais importa. O apóstolo Paulo, em Romanos 12, apresenta a importância de primeiramente se entregar a Deus, em seguida, usar os dons espirituais e, por fim, cuidar uns dos outros. A fé em Jesus Cristo é a base essencial para uma igreja saudável.

5. Comunhão, uma Necessidade Oculta nas Pessoas

As pessoas que estão distantes da comunhão muitas vezes não têm consciência de que estão ansiando por ela. Deus nos criou para nos relacionarmos com Ele e uns com os outros. Quando vivemos isolados, nossas vidas perdem o propósito e se distorcem, resultando em um vazio interior. Como seres humanos, temos uma profunda necessidade de amor e conexão.

Aqueles que sentem que algo está faltando em suas vidas – seja amor, propósito ou relacionamentos – frequentemente encontram essa lacuna preenchida quando ingressam em uma igreja onde a comunhão é viva e ativa. É somente quando experimentam essa comunhão que percebem que era isso que estavam buscando e ansiando secretamente.

6. Estratégias e Oportunidades para priorizar a comunhão na igreja

comunhão entre os irmãos da igreja

Uma igreja sábia coloca a “comunhão saudável” como um dos principais objetivos a serem alcançados. Essa comunhão planejada ocorre em diferentes momentos, como nas aulas da Escola Dominical, jantares da igreja, recepções e projetos de trabalho. Infelizmente, a comunhão raramente acontece durante o culto de adoração tradicional, o que faz com que aqueles que saem imediatamente após o culto percam uma parte essencial da vida da igreja.

Além disso, a comunhão informal também desempenha um papel importante. Ela ocorre antes e imediatamente após os horários de reunião programados. A Koinonia informal pode ocorrer quando os crentes se reúnem para atividades como gincana bíblica, sair para comer pizza ou fazer um retiro. Onde quer que dois ou mais crentes se encontrem, a oportunidade para a comunhão está presente.

Embora os líderes da igreja às vezes menosprezem os eventos de “reunião e refeição”, essas ocasiões oferecem benefícios significativos. De fato, sugere-se que os pastores organizem jantares ocasionais na igreja, sem programas planejados, para que possam observar o poder da comunhão que ocorre durante as refeições.

É importante anunciar antecipadamente que não haverá programa e que o foco principal será a comunhão nas mesas. Dessa forma, os membros da igreja, muitas vezes condicionados a esperar um programa, terão a oportunidade de se engajar plenamente na comunhão uns com os outros.

7. O Desafio do Coração Pecaminoso: Protegendo a Comunhão na Igreja

Um dos maiores obstáculos para a comunhão na igreja reside no coração pecaminoso de cada indivíduo. Como nos ensina Romanos 3:23, todos pecaram e carecem da glória de Deus. E se houver uma oportunidade, é provável que continuemos a pecar.

O coração humano é propenso à rebeldia, mesmo para aqueles que foram redimidos por Cristo, purificados por Seu sangue e acolhidos na Sua família eterna. Ele tende a esfriar rapidamente, voltar-se para si mesmo e se tornar egoísta, contribuindo para a maioria dos problemas do mundo.

Uma igreja vibrante, com uma comunhão amorosa, deve proteger essa “vida familiar” de tudo o que possa destruí-la. No entanto, nosso egoísmo muitas vezes nos leva ao cansaço da união, desejando usar os recursos de Deus apenas para nosso benefício. Descobrimos que nossos corações resistem aos recém-chegados, especialmente quando são diferentes de nós em algum aspecto.

Além disso, há um elemento de individualismo na fé cristã que pode levar alguns a pensar que o mais importante é apenas a relação “Jesus e eu”, enquanto a vida e a adoração na igreja são secundárias e relativamente sem importância. No entanto, isso está longe da verdade. Nosso Senhor enfatizou a importância do segundo mandamento, afirmando que devemos amar nosso próximo como a nós mesmos, referindo-se a Levítico 19.

8. O Perigo da Discórdia entre Líderes na Congregação: Um Sinal de Declínio na Igreja

Identificar o momento exato em que uma igreja começa a declinar pode ser desafiador. No entanto, se voltássemos no tempo, veríamos que a gangrena começou a se espalhar quando os líderes começaram a brigar entre si, contaminando a congregação.

Esse é o ponto de partida para o declínio triste de uma igreja. A menos que um líder sábio e forte perceba essa situação e chame o povo ao arrependimento e a um novo compromisso, a trajetória descendente se intensifica rapidamente.

Líderes perspicazes sempre valorizam a unidade da igreja (conforme mencionado em Efésios 4:3, 11-16) e reconhecem que a submissão mútua é um ingrediente-chave para alcançar essa harmonia (conforme mencionado em Efésios 5:21).

9. A Importância de Valorizar o Companheirismo na Liderança da Igreja

comunhão na liderança da igreja

Ao longo deste texto, destacamos repetidamente a importância do companheirismo na igreja. Agora, cabe ressaltar que é crucial que a liderança da igreja valorize e proteja essa comunhão, caso contrário, ela será suplantada por atividades de menor importância.

É importante observar que essas “coisas menores” que podem enfraquecer o companheirismo. No entanto, quando nos deixamos envolver tanto nas atividades agitadas da vida da igreja a ponto de não termos tempo para encontrar um casal para tomar um café ou convidar outra família para compartilhar uma pizza, estamos ocupados demais para o nosso próprio bem.

10. O Papel do Companheirismo na Vida Cristã: Deus se Alegra com as Risadas de Seus Filhos

Deus criou a humanidade com a necessidade de se relacionar e não estar sozinho, como afirma Gênesis 2:18. Essa necessidade vai além do casamento e abrange a importância de nos conectarmos uns com os outros.

Ao longo do Novo Testamento, Jesus e os apóstolos enfatizaram a importância do relacionamento e do cuidado mútuo entre os discípulos. Somos chamados a amar uns aos outros, encorajar, edificar, instruir, repreender, corrigir e afirmar uns aos outros.

Quando somos salvos por Deus, Ele nos coloca na comunhão da igreja. Amar a Deus significa valorizar e desfrutar da companhia de Seu povo. Porém, quando nos tornamos insensíveis à presença de Deus, podemos ficar ressentidos com outros crentes, tornando-nos críticos e nos afastando.

Durante o isolamento imposto pela pandemia, muitos cristãos admitiram sentir falta da comunhão, do simples ato de reunir-se, abraçar, visitar, trabalhar e se divertir juntos. Essa necessidade de companheirismo é inerente à nossa natureza, pois Deus nos criou assim.

Equipe Redação BP

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