Descoberta arqueológica revela oficina milenar de vasos judaicos na Galileia
A escavação arqueológica descobriu uma antiga pedreira com milhares de núcleos de giz além de tigelas e copos danificados em diferentes estágios de produção
Em 2017, revelações fascinantes comprovam a importância atribuída pelos judeus à pureza ritual. A descoberta aconteceu na aldeia de Reineh, localizada na Baixa Galileia, entre Nazaré e Kafr Kanna.
Durante o desenvolvimento de um salão desportivo pelo Conselho Local de Reineh, encontraram núcleos de giz. O achado revela uma oficina de vasos de pedra-giz datada do período do Segundo Templo (século I a.C. – século I d.C.).
A escavação arqueológica descobriu uma antiga pedreira com milhares de núcleos de giz. Além disso, encontraram tigelas e copos danificados em diferentes estágios de produção, todos remanescentes da oficina.
Descobriram um túnel esculpido em rocha. Utilizavam para extrair a matéria-prima dos vasos, juntamente com milhares de núcleos de calcário e vasos quebrados descartados durante o processo.
A importância dos vasos para os judeus da Galileia
O Professor Yonatan Adler, que liderou a escavação destacou a importância dos vasos de pedra-giz para os judeus da Galileia, considerados imunes à impureza ritual.
Adler então explica:
A descoberta confirma o nosso entendimento sobre a grande importância que os judeus da Galileia atribuíram à manutenção das leis de pureza, no momento em que o Templo funcionava em Jerusalém. Os vasos de pedra-giz são claramente característicos da população judaica, que os considerava insuscetíveis à impureza ritual.
Adler ressaltou a singularidade da descoberta da oficina de fabricação desses vasos na Galileia.
Embora os vasos de pedra-giz sejam conhecidos de muitos sítios judaicos na Galileia, encontrar o lugar onde foram fabricados na Galileia é bastante excepcional.
A manutenção da pureza ritual entre os judeus era comum em Jerusalém e na Judeia durante o funcionamento do Templo, até a Revolta de Bar Kochba em 135.
A arqueóloga Yardenna Alexandre, da AAI, destacou as evidências dada à observância das leis de pureza na Mishná, no Talmude e até mesmo no Novo Testamento.
Ela mencionou o relato no Evangelho segundo João, onde Jesus e sua mãe Maria, que residiam em Nazaré, receberam um convite para um casamento em ‘Cana da Galileia’. Quando o vinho acabou, Jesus instruiu a encher seis jarros de pedra com água “segundo os ritos judaicos de purificação“, transformando a água em vinho.
Alexandre sugeriu que os recipientes de pedra para esse milagre água-vinho possivelmente foram fabricados na oficina de Reineh, identificada como ‘Cana da Galileia’ na tradição cristã.
Fonte: facebook.com/AntiquitiesEN
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