O Grande Trono Branco, como será o Julgamento?

O Grande Trono Branco, descrito em Apocalipse 20:11-15, é o julgamento final antes dos perdidos serem lançados no lago de fogo.

A mais preocupante passagem da Bíblia está em Apocalipse 20.11-15, onde os ímpios podem vislumbrar como será seu derradeiro encontro com Deus.

Estes versículos descrevem o julgamento diante do Grande Trono Branco, que acontecerá ao fim do reinado milenar de Cristo sobre a terra.

“E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros... abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Ap 20.11-15).

O JULGAMENTO DO GRANDE TRONO BRANCO

A Bíblia claramente indica algum tipo de julgamento logo após a morte.

Hebreus 9.27 afirma que “[…] aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo”.

Nossa posição em Cristo determina nosso julgamento.

Imediatamente após o arrebatamento, o crente comparecerá perante o Tribunal de Cristo (2 Co 5.10).

Lá, os santos ressurretos serão recompensados pelas boas obras que realizaram na terra.

Isto, porém, é completamente diferente do ímpio, que será julgado perante o Grande Trono Branco ao final do Milênio.

Portanto, Apocalipse 20.11-15 descreve o cenário de um severo julgamento.

A pós os mil anos do reinado de Cristo na terra, Satanás será solto do abismo e, mais uma vez, fará guerra contra Deus, enganando e convencendo muitos a seguirem-no.

Descerá fogo do céu e consumirá seus seguidores, enquanto o próprio Satanás será lançado no lago de fogo.

Então comparecerão perante o Grande Trono Branco todos os não salvos de todas as eras.

A DESCRIÇÃO DO GRANDE TRONO BRANCO

Em Apocalipse 20.11-15, João primeiramente descreve um trono.

Esta não é a primeira menção de um trono em Apocalipse, mas João usa dois adjetivos únicos para descrever este trono. Ele classifica-o como “grande” e “branco”.

É grande por causa de seu tamanho, quando comparado ao anterior, em Apocalipse 20.4, daquele que o ocupa, e da importância do julgamento proferido ali.

A cor do trono também possui diversas conotações. Significa a pureza de quem sobre ele se assenta e a Justiça de quem administra. Por fim, evoca a justiça do Juiz e do veredito.

O OCUPANTE DO GRANDE TRONO BRANCO

João não identifica o ocupante do trono de forma direta.

Em Apocalipse, “aquele que se assenta sobre o trono frequentemente se refere a Deus.

Em João 5.22, porém, lemos que “o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo”.

E em Romanos 2.16, Paulo escreve sobre o “dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo”.

Apocalipse 3.21 fala sobre Jesus partilhando um trono com Deus.

Barclay disse: “Tal é a união entre o Pai e o Filho, que não há problema algum em atribuirmos as ações de um ao outro”.

Na presença desta majestade divina, fogem a terra e a atmosfera circundante.

Assim como um pecador não pode estar na presença de um Deus santo, ele vale para a terra e seu ambiente corrompido.

Em 2 Pedro 3.10, lemos que “os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão”.

Portanto, não há lugar para tais coisas, pois a corrupção não pode estar na presença de um Deus santo.

O POVO JULGADO NO GRANDE TRONO BRANCO

“Os mortos, grandes e pequenos” diz respeito a todas as pessoas que viveram ao longo da história e, a despeito de sua posição social, morreram sem conhecer e aceitar o sacrifício de Jesus Cristo por seus pecados.

Estejam na terra, no mar, em covas ou criptas, os restos desses mortos serão restaurados e reunidos a suas almas e espíritos.

Ressurretos, comparecerão perante o Grande Trono Branco.

A pós a morte, a alma continua a existir. Na ressurreição, ela recebe um corpo adequado à existência eterna. Antes da ressurreição, a alma do crente encontra-se na presença de Deus, aguardando seu galardão eterno.

A alma do ímpio fica no hades, para onde vão os mortos iníquos, a fim de aguardar o juízo final. No julgamento perante o Grande Trono Branco, os ímpios de todas as eras serão ressuscitados.

Daniel 12.2, João 5.28-29 e Atos 24-15 descrevem uma ressurreição para justos e injustos.

Daniel e João ainda explicam que, nesta ressurreição, os justos se erguerão para a vida eterna e os injustos para vergonha e condenação.

No julgamento perante o Grande Trono Branco, ímpios de todas as camadas sociais, com variegadas capacidades intelectuais e oriundos de diversas posições de poder político ou financeiro terão uma coisa em comum.

Todos morreram sem Cristo. Todos se levantarão de seus túmulos e o hades será esvaziado.

AS BASES DESTE JULGAMENTO

Ao longo deste julgamento, vários livros se abrirão.

Os registros de todos os atos e pensamentos secretos dos ímpios serão revelados.

Em Eclesiastes 12.14, lemos: “Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau”.

É preocupante imaginar que cada um de nós pode ter um anjo registrando cada pensamento, palavra e ato.

LIVRO DA LEI

Àqueles que rejeitaram o sacrifício de Jesus serão julgadas de acordo com as leis do Antigo Testamento. Como vemos em Gálatas 3.10, aqueles que vivem debaixo da lei, serão julgados por ela.

A menos que aceitemos a misericórdia de Deus, que nos é oferecida por meio de seu Filho, não podemos ser considerados justos, “porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23).

Hebreus 2.2 exige que “toda transgressão e desobediência [receba] a justa retribuição”.

Isto é compatível com a justiça de Deus e parece indicar diversos níveis de tormento no inferno.

Uma pessoa relativamente ética que tenha levado uma vida um tanto virtuosa (embora distante dos padrões de Deus) não sofrerá a mesma punição atribuída a Adolf Hitler.

Da mesma forma, o julgamento de quem jamais ouviu o evangelho levará tal fato em consideração.

Estes certamente enfrentarão menor severidade que aqueles que repetidamente ouviram a Palavra de Deus e a rejeitaram.

Mateus 11.21-24 reforça tal concepção.

Nesta passagem das Escrituras, Jesus explicou que aquele que ouvisse sua mensagem e a rejeitasse estaria sujeito a maior condenação que os pecadores das cidades vetero testamentárias de Sodoma e Gomorra.

LIVRO DAS OBRAS

O Juiz então senta-se em seu trono e, pronto a dar o veredito, examina os livros que são abertos no tribunal, os quais registram todos os atos de cada réu.

A salvação não está em questão, pois os acusados presentes são descritos como mortos, significando que estão espiritualmente mortos.

Suas obras, portanto, não podendo ser agradáveis a Deus (Rm 8.8), serão provas irrefutáveis da inexistência de qualquer relacionamento salvador com Deus. Sem nenhum mediador (1 Tm 2.5), eles receberão julgamento por seus atos (Mt 16.27).

Aqueles que estiverem diante do trono não terão defesa. Ficarão indefesos e expostos perante os olhos daquele a quem devem prestar contas.

O julgamento começará e a sentença será o lago de fogo, que é um castigo de tormento eterno preparado para Satanás, seus anjos e todos aqueles que recusarem a vida eterna por meio de Jesus Cristo (Mt 25.41,46).

LIVRO DA VIDA

Outro livro é aberto. Neste caso, a palavra “livro” está no singular, pois há apenas um. Trata-se do Livro da Vida, que traz os nomes dos eleitos de Deus, cidadãos do céu. Este povo não enfrentará condenações (Rm 8.1) ou julgamentos. Não se encontram entre os mortos, pois estão vivos. Escaparam do julgamento e de seu veredito, a segunda morte.

Em João 6.50-51, Jesus declarou ser o Pão da Vida e deixou claro que quem comesse deste pão jamais morreria, mas viveria para sempre.

Ao fazer tal promessa, Jesus não estava dizendo que tal pessoa não morreria fisicamente, mas referia-se à morte espiritual.

Em João 11.25, Jesus disse a Marta: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crêem mim, ainda que esteja morto, viverá”.

A criação está sujeita à morte física, mas apenas os incrédulos estão sujeitos à segunda morte e ao banimento para o lago de fogo.

O Senhor ressurreto prometeu à igreja em Esmirna: “O que vencer não receberá o dano da segunda morte” (Ap 2.11).

O Livro da Vida testifica contra os ímpios, pois seus nomes não estão lá.

CONCLUSÃO

Em 1 Coríntios 15.26, Paulo escreve: “Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte”.

Satanás é destruído e lançado no lago de fogo em Apocalipse 20.10, juntando-se à Besta e ao Falso Profeta.

Por fim, a morte e o hades são derrotados e lançados no lago de fogo.

A morte é aniquilada e Deus põe um fim na dor, fazendo cessar todo choro e secar toda lágrima.

A morte já não existirá (Ap 21.4).

“Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” (1 Co 15.54-55).

Veja mais Estudos sobre Escatologia aqui.

Equipe Redação BP

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3 Comentários

  1. Este assunto é muito importante e como nunca,está mais perto de acontecer o dia esperado para os filhos do eterno que durante sua vida pagaram um preço as vezes muito alto para manter_se fiel ao propósito.

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