Os crentes na Rússia
ILUSTRAÇÃO – OS CRENTES NA RÚSSIA
Reportagem publicada no “Jornal do Brasil” de 23 de dezembro de 1977, diz que na Rússia Comunista, em matéria de religião, há dois pesos e duas medidas: para os sacerdotes e para os crentes.
Mostra como exemplo o que aconteceu com Stadis Lidis, padre católico-romano e Viktor Vasiliev, carpinteiro pentecostal.
O repórter que informou sobre o assunto diz:
– O padre Lidis teve liberdade de sentar-se, outro dia, na tranquilidade da cúria católica de Vilmius, em uma mesa cheia de pratos de doces e taças de champanha e conhaque, e de conversar longamente com dois repórteres americanos.
O pentecostal teve de encontrar-se com os jornalistas apressadamente, na rua e num quarto de hotel, depois que a polícia frustrou os planos de uma noite à vontade no apartamento dele.
A religião, classificada pela União Soviética como supersticiosa e anacrônica, é condenada pelo Partido Comunista, como um impedimento místico à obtenção da verdadeira liberdade de consciência.
O padre anda livremente.
Vasiliev, ao contrário, não pode obter passaporte para viajar para os Estados Unidos com a família, que é o seu grande desejo.
Seus dois filhos, de oito e nove anos, são ameaçados pelos professores e espancados impunemente pelos colegas.
O sogro de Vasiliev, sob pressão da polícia, expulsa-os de casa com as palavras: “A família ou Deus!”
O culto feito pelo padre, não sofre restrições. O padre celebra missa, ouve confissões e batiza crianças…
O culto pentecostal tem de ser feito freqüentemente na clandestinidade…
“Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça, pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente, pelo que Deus, os abandonou as paixões infames” (Rm 1.18,25,26a).