O Convite à Maturidade Espiritual

Esboço de pregação expositiva em Hebreus 6: 1-12 com o tema: O Convite à Maturidade Espiritual.

Tema: O Convite à Maturidade Espiritual

Hebreus 6: 1-12

Portanto, deixemos os ensinos elementares a respeito de Cristo e avancemos para a maturidade, sem lançar novamente o fundamento do arrependimento de atos que conduzem à morte, da fé em Deus,

Introdução deste sermão:

Ninguém pode evitar nascer como um bebê, pois é assim que chegamos ao mundo! No entanto, é triste quando um bebê não cresce.

Embora pais e avós adorem segurar e acariciar um recém-nascido, o desejo deles é que a criança cresça e desfrute plenamente da vida adulta.

Da mesma forma, Deus deseja que seus filhos cresçam em maturidade. É por isso que Ele nos chama para amadurecer, conforme Hebreus 6:1 nos lembra.

A igreja, corpo de Cristo, espera que seus membros manifestem atitudes e seriedade que justifiquem o nome de cristão que carregamos.

O comentarista Wiersbe disse: “É normal os cristãos crescerem; é anormal ficarem estagnados.”

A verdadeira prova de que ainda estamos ligados a Cristo é buscarmos a maioridade espiritual.

Nesta pregação, vamos falar do convite à maturidade espiritual

I. É um convite ao progresso espiritual (Hebreus 6: 1-3)

A. A fim de fazermos progresso, devemos deixar as coisas da infância para trás e avançar no crescimento espiritual.

1. Hebreus 6:1 diz:

“Por isso, deixando [de uma vez por todas] os princípios elementares [o abecedário] da doutrina de Cristo”.

2. No jardim da infância, a professora nos ensina o abecedário. Aprendemos o alfabeto para saber ler. Mas não ficamos apenas nisso; antes, continuamos a evoluir.

B. A expressão “deixemo-nos levar” indica que é Deus quem nos dá a capacidade de progredir ao nos sujeitarmos a Ele ou ao recebermos Sua Palavra colocando-a em prática.

1. Um bebê não cresce por força de vontade. Ele cresce à medida que se alimenta, dorme, exercita-se e deixa que seu corpo funcione.

2. Deus determinou que, dia após dia, o bebê se desenvolva gradativamente até a idade adulta seguindo um ritmo natural.

C. O autor relaciona seis elementos fundamentais para maturidade cristã:

1. Arrependimento e Fé:

Estes dois primeiros elementos referem-se a Deus e indicam o início da vida espiritual. Arrepender-se significa mudar de ideia, não apenas sentir remorso pelo pecado.

Arrepender-se é mudar de ideia sobre o pecado de tal maneira que leva à sua renúncia. Essa decisão é uma dádiva de Deus (Atos 5:31; 11:18).

Após o arrependimento, a pessoa pode exercitar a fé em Deus, pois ambos andam juntos (Atos 20:21).

2. Batismo e Imposição de Mãos:

Estes elementos dizem respeito à relação de uma pessoa com a congregação local de cristãos.

No Novo Testamento, uma pessoa que se arrependia e cria em Jesus Cristo era batizada e se tornava membro de uma igreja local (Atos 2:41-47).

A palavra “batismos” em Hebreus 6:2 pode ser traduzida por “abluções” (Hebreus 9:10).

Embora a água não tenha poder para purificar o pecado (1 Pedro 3:21), o batismo simboliza a purificação espiritual (Atos 22:16) e nossa identificação com Cristo em sua morte, sepultamento e ressurreição (Romanos 6:1-4).

A imposição de mãos simboliza o compartilhamento de uma bênção (Lucas 24:50; Atos 19:6) ou a consagração de uma pessoa para o ministério (1 Timóteo 4:14).

3. Ressurreição dos Mortos e Julgamento Final:

Estes elementos referem-se ao futuro. Tanto os judeus ortodoxos quanto os cristãos acreditam nessas doutrinas. A ressurreição dos mortos é mencionada em Atos 24:14-15 e o julgamento final em Atos 17:30-31.

A lição de (Hb 6:1-3) é clara: “Vocês lançaram os alicerces e aprenderam os princípios básicos. É hora de avançar! Deixem que Deus os leve à maturidade!”

II. Esse progresso não afeta a salvação (Hebreus 6: 4-6)

A. Estes versículos, juntamente com Hebreus 10:26-39, causam preocupação devido a interpretações erradas.

B. Estudiosos têm várias abordagens a essa passagem:

  1. Alguns dizem que adverte sobre apostasia, onde rejeitar Jesus deliberadamente leva à perda eterna.
  2. No entanto, o termo “apostasia” não é usado aqui; o verbo é “parapipto”, que significa “cair ao lado”.

C. Aqueles que acreditam na perda de salvação também ensinam que tal pessoa pode ser restaurada, mas Hebreus 6:4-6 contradiz isso, afirmando que é “impossível outra vez renová-los para arrependimento”.

D. Outros afirmam que os indivíduos não eram cristãos autênticos, mas a descrição deles sugere verdadeira salvação:

  1. “Foram iluminados” e “provaram o dom celestial” (Hb 6:4-5) indica experiência de salvação.
  2. “Participantes do Espírito Santo” (Hb 6:4c) e da “vocação celestial” (Hb 3:1).

E. A ideia de uma situação hipotética não se alinha com a seriedade da advertência nem com a ilustração da lavoura (Hb 6:7-8).

F. Retornar ao judaísmo seria “crucificar de novo para si mesmos o Filho de Deus e o expor à ignomínia” (Hb 6:6):

  1. Cristo morreu publicamente para glorificar a Deus.
  2. Voltar ao judaísmo negaria tudo o que Cristo fez e se uniriam àqueles que o crucificaram.
  3. Seriam como a multidão que zombou de Cristo, tornando seu sacrifício insignificante.

III. Esse progresso resulta na produção abundante de frutos (vv. 7-10)

A. Essa ilustração de um campo lembra a parábola do semeador que Jesus contou (Mt 13:1-9, 18-23), bem como o ensinamento de Paulo sobre como as obras serão testadas pelo fogo (1 Co 3:6-23).

1. Um campo prova seu valor dando frutos; e, ao realizar progresso espiritual, o verdadeiro cristão produz frutos para a glória de Deus.

2. É importante observar que os “espinhos e abrolhos” são queimados, mas não o campo. Deus nunca amaldiçoa seus filhos!

3. “Pois a terra que absorve a chuva, que frequentemente cai sobre ela, e produz erva útil para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus” (Hb 6:7).

B. A colheita das bênçãos de Deus retratada em Hebreus 6:7 é chamada de “coisas que são melhores e pertencentes à salvação” em Hebreus 6:9.

1. Nem todo cristão produz a mesma quantidade de frutos (“este frutifica e produz a cem, a sessenta e a trinta por um”, Mt 13:23), mas todo cristão dá algum tipo de fruto como prova de que é filho de Deus (Mt 7:15-20).

2. São os frutos da conduta e do caráter cristãos (Gl 5:22-26) produzidos pelo Espírito, à medida que amadurecemos em Cristo.

C. Quando o Espírito Santo realiza sua obra no coração do cristão, é algo de grande valor que glorifica a Deus.

1. “Porquanto Deus não é injusto, para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos” (Hb 6:10).

2. Essa é uma garantia maravilhosa!

IV. Esse progresso exige esforço diligente (Hebreus 6: 11-12)

A. Apesar de ser verdade que é Deus quem nos leva à maturidade, também é verdade que o cristão deve fazer sua parte.

1. Ninguém deve ser preguiçoso (“tardios” em Hb 5:11), mas sim dedicar-se aos recursos espirituais que Deus concedeu.

2. Uma vez que temos as promessas de Deus, devemos exercitar a fé e a paciência e nos apropriar do que possuímos!

3. Como Calebe e Josué, devemos crer nas promessas de Deus, ansiar por entrar na terra e tomar posse dela!

4. A ilustração da lavoura (Hb 6:7, 8) e a admoestação à diligência sempre me fazem lembrar da advertência dada por Salomão (Pv 24:30-34). É preciso lê-la e lhe atender!

Conclusão desta pregação sobre Maturidade Espiritual:

É Deus quem nos capacita a progredir quando nos submetemos a Ele e colocamos Sua Palavra em prática.

Quando uma criança cresce no corpo, mas não amadurece a mente, chamamos isso de distúrbio mental. Da mesma forma, Deus deseja que Seus filhos cresçam e amadureçam espiritualmente.

Aceitemos o convite à maturidade espiritual, buscando sempre o progresso em nossa caminhada com Cristo.

André Lourenço

Bacharel e professor de Teologia, Graduado em Gestão da Qualidade e Pós Graduando em Psicologia nas Organizações, André possui mais de 17 anos de experiência na pregação e ensino da Bíblia. É autor de cursos de Homilética e Hermenêutica. Já escreveu centenas de estudos bíblicos e ministra na EBD. Se considera um eterno aprendiz e apaixonado por Compartilhar a Palavra de Deus!

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