Seiscentos e sessenta e seis (666) em Apocalipse, o que significa?

Qual o significado do número Seiscentos e sessenta e seis (666) em Apocalipse 13:18?

“Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis“.

Apocalipse 13:18

Apocalipse 13:8 é o versículo que menciona 666?

Em toda a Bíblia esse é o único versículo que menciona o número 666.

Segundo o apóstolo João, quem é sábio pode ter uma ideia da identidade do anticristo sabendo então, o número de seu nome.

Seiscentos e sessenta e seis (666)

Apocalipse 13.18 identifica o Anticristo usando o número enigmático 666.

Este versículo identifica o meio pelo qual um leitor inteligente poderá calcular o número da Besta.

A palavra “sabedoria” (gr.: sophia) refere-se ao conhecimento e entendimento necessários para interpretar o significado deste número (veja Dn 9.22).

A capacida­de dada por Deus para interpretá-lo virá da inteligência especial dada aos crentes durante o período da Tribulação.

O cálculo do número Seiscentos e sessenta e seis

O cálculo do número é obtido por “contas” (da palavra grega para “seixo”). Os antigos usavam seixos para contar.

A tradução exata do mandamento neste versículo é: “[Que ele] calcule o número”.

Atribuir a esta frase um significado geral, sem complexidades aritméticas, reduzindo-a a um simples convite para discernir a identidade da Besta do simbolismo mais amplo é contrário ao significado claro do texto, e ignora o mandamento de “calcular”.

A interpretação de que 666 representa os homens, de maneira geral, ignora a intenção do autor de que o número seja compreendido como uma indicação de um indivíduo específico.

Apocalipse 13.18 pode estar se referindo à técnica de cálculo, chamada gematria.

Nos tempos antigos, as letras do alfabeto serviam de números.

As nove primeiras letras representavam os números de um a nove, e as nove seguintes, os números de dez a noventa.

Determinadas letras obsoletas e sinais suplementavam o sistema.

Cada nome resultava em um número, e sua decifração provava ser um enigma fascinante.

Um exemplo disto aparece nos Oráculos Sibilinos, onde o número do nome Iesous (“Jesus”) é 888.

Aqueles que aplicam gematria a Apocalipse 13.18 devem dar atenção a uma precaução que Irineu, pai da Igreja Primitiva, ofereceu há muito tempo, a de que não devemos especular sobre a identidade da pessoa representada pelo número 666 até que está entre em cena.

Esta precaução responde à objeção baseada nas especulações irreais que resultam do uso de gematria.

Cálculos segundo Historiadores (Gematria)

Era comum, na Antiguidade, usar números para disfarçar um nome. Nos alfabetos grego e hebraico, toda letra tem um número correspondente. Então, se você somasse todas as letras do nome, você tinha um código numérico.

Veja esse exemplo do professor Ian Boxall, da CUA (Catholic University of America), com o nome Anna.

Seiscentos e sessenta e seis 666 em Apocalipse o que significa

Veja agora esse outro exemplo sobre a gematria com o nome do Imperador Nero:

666-o que significa

É verdade que a perseguição de Nero a cristãos em Roma fez com que ele fosse uma figura odiada por eles. Mas, isso não nos dá o direito de afirmar que o número 666 se refere a Nero.

No entanto, para que o número tenha algum significado para um leitor do primeiro século dC, ele teria que se referir a uma figura histórica contemporânea.

O 666 aponta não a uma entidade única, mas a uma atitude de incredulidade e rebeldia.

Se o número fosse destinado a ser identificado como algum governante mediante tal cálculo literal, seria uma rara exceção da maneira como os números são empregados em outras partes do livro.

Pois, em todo o Apocalipse os números têm significado figurado e simbolizam alguma realidade espiritual.

Portanto, nenhum envolve qualquer tipo de cálculo literal de gematria: por exemplo, 24 anciãos, 7 selos, 144.000, 3,5 anos, 2 testemunhas, 7 cabeças e 10 chifres.

Uso principal do número Seiscentos e sessenta e seis (666)

O número 666 tem uma implicação secundária com respeito à limitação humana, mas o seu uso principal será ajudar os crentes do futuro a reconhecerem o falso Cristo, quando ele se tornar uma figura pública.

A conjunção “porque” (gr.: gar) oferece o motivo por que se deve fazer o cálculo: “porque é número de homem”.

A conclusão inevitável é que a expressão quer dizer que esta é uma indicação misteriosa sobre um homem, cujo nome resulta no número 666.

E o número da Besta, assim como o de uma das cabeças da Besta.

Ele é um rei, ou imperador, que, às vezes, na narrativa, representa o império subordinado a ele.

Se 666 é o número do futuro Anticristo, que subirá ao poder depois do arrebatamento, então serão inúteis todos os esforços para identificá-lo com entidades passadas ou presentes.

Esforços para calcular o seu nome, como Nero César ou Caligula, requerem o uso de uma transliteração para o hebreu das formas grega ou latina de seus nomes, para um público que conhecesse pouco ou nada de hebreu.

No caso de Nero, a identificação envolve uma ortografia falha, que obrigada a mudar Nero para Neron, para que o cálculo funcione.

Robertson observa que alguns manuscritos gregos apresentam 616, em vez de 666, o que se pode basear na forma latina de Nero (sem o “n” final).

O número, na verdade, é 666.

O seu significado não é simplesmente três números “seis”, ou seja, deve somar 666.

Um sinal para os crentes do período da Tribulação

O objetivo claro do número é ajudar os crentes do período da Tribulação a identificar o Anticristo durante o tempo em que ele estiver no poder.

Se adotarmos a visão pré-tribulacional e futurista do livro de Apocalipse, de modo geral, a identificação do Anticristo é obviamente uma questão de discernimento futuro.

Em 2 Tessalonicenses 2.3-8 diz claramente que o Anticristo não será identificado de imediato

A melhor parte da sabedoria, então, deverá satisfazer-se com o fato de que a identidade do Anticristo ainda não é conhecida, mas será revelada quando ele subir ao seu trono do mal.

Enquanto isso, qualquer curiosidade humana de nossa parte terá de continuar insatisfeita, até a chegada do momento do cumprimento dos eventos preditos.

Dessa maneira, os crentes da era da Igreja são instruídos a continuar vigilantes (Mt 24.42) para a vinda de Jesus, e não para a chegada do Anticristo.

Somente depois do arrebatamento da Igreja, Satanás estará livre para trazer o “homem de pecado” ao cenário do mundo.

Até então, ele deverá esperar que Deus dê o passo seguinte no calendário profético dos eventos futuros.

Veja mais Estudos sobre Escatologia aqui.

Equipe Redação BP

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