4 Certezas em Cristo: Estudo em 2 Timóteo 2:11-13

Ao estudar 2 Timóteo 2:11-13, encontramos 4 certezas em Cristo para superar tempos difíceis nos versículos que Paulo escreve ao irmão Timóteo:

“Fiel é esta palavra: Se já morremos com ele, também viveremos com ele; se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez, nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo.”

2 Timóteo 2:11-13

Estes versículos sugerem uma espécie de hino ou confissão de fé que circulava nas primeiras comunidades de fé. Talvez seja um fragmento de um hino mais longo que expressava a fé e a esperança de Igreja de Cristo nos dias da perseguição.

Contexto de 2 Timóteo 2:11-13

Trata-se do início da segunda metade do primeiro século. Nesse tempo, o imperador romano Nero ativou uma sangrenta caça aos cristãos. Durante esse período, vários crentes morreram crucificados, queimados publicamente e lançados às feras. Isso repercutiu negativamente nas comunidades cristãs, pois alguns estavam abandonando a fé, além de oportunizar a entrada de heresias no seio das igrejas.

Então, nesse parte, o apóstolo Paulo começa com a declaração: “Fiel é a esta Palavra“. Ora, toda palavra inspirada dita por Paulo é fiel, não somente “esta”. Na verdade, o apóstolo usualmente aplica essa expressão para enfatizar, chamar atenção do que dirá a seguir (veja outros exemplos: 1 Tm 1.15; 1 Tm 3.1. Veja também a expressão “Na verdade, na verdade” usada por Jesus).

Ou seja, de todas as verdades registradas por Paulo a Timóteo nesta carta, esta merecia ainda maior ênfase, por ser mui digna de confiança.

Durante tempos tão difíceis para a Igreja, precisamos nos agarrarar às certezas da fé e esperança em Jesus. Assim, Paulo relaciona 4 certezas a respeito do relacionamento entre Igreja e Cristo para superar tempos adversos:

1ª Certeza: “Se já morremos com ele, também viveremos com ele” (2 Timóteo 2:11)

…Se já morremos com ele, também viveremos com ele.”

2 Timóteo 2:11

Em primeiro lugar, quando o cristão morre para o mundo, seu “eu“, sua carne e seu pecado, por amor do Senhor Jesus, ele recebe a vida eterna. Paulo afirmou aos coríntios que a esperança de uma nova vida com Cristo é o combustível que impulsiona os seguidores de Jesus a se exporem aos perigos e feras no labor do evangelho (1 Co 15.30-32). Outra vez, disse ele aos irmãos da Igreja em Corinto que “aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará com Jesus” (2 Co 4.13,14).

O final dos discípulos não é diferente do de seu mestre. Ora, perseguiram a Cristo, também perseguirão a Igreja (Jo 15.20). Nesse sentido, atribui-se a Lutero a frase: “A Igreja é herdeira da cruz”. Contudo, os herdeiros da cruz de Cristo, igualmente são herdeiros da Sua ressurreição.

Assim, disse Jesus: “quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á” (Mt 16.25). Também falou que não há quem deixar as coisas dessa vida “por amor de mim e por amor do evangelho, que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna” (Mc 10.29-30).

2ª Certeza: “Se perseveramos, também com ele reinaremos” (2 Timóteo 2:12a)

“Se perseveramos, também com ele reinaremos…”

2 Timóteo 2:12a

Em segundo lugar, o Senhor exaltará todos os que suportarem as provações de uma vida que exalta a Ele. Nesse sentido, Jesus declarou que os perseguidos, injuriados e caluniados por causa Dele são bem-aventurados e deveriam se alegrar “porque é grande o vosso galardão nos céus” (Mt 5.12). Da mesma forma, o apóstolo Paulo afirmou aos romanos que “se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados” (Rm 8.17).

A fé que Jesus recompesará é a fé que persevera, permanece e suporta. “Aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 24.13), disse Jesus no Monte das Oliveiras. Também falou à Igreja em Esmirna: “sê fiel até a morte e te darei a coroa da vida” (Ap 2.10).

Não pare, não desista! “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm 8.18).

3ª Certeza: “Se o negamos, ele, por sua vez, nos negará” (2 Timóteo 2:12b)

“…se o negamos, ele, por sua vez, nos negará.”

2 Timóteo 2:12b

Em terceiro lugar, o outro lado da questão: a negação de Jesus. Num momento de fé enfraquecida, Pedro exemplificou a pessoa que nega o Senhor ao rejeitar a identidade de seguidor Dele.

Destarte, o Senhor Jesus ensinou que não reconhecerá perante o Pai naquele Dia os que se recusarem a se identificar com Cristo. Ele falou:

“Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus; mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt 10:32,33).

Se negarmos a nós mesmos, seguiremos a Jesus e Ele nos confessará diante do Pai. Porém, se negarmos ter a ver com Ele, o Senhor não testemunhará a nosso respeito na eternidade.

4ª Certeza: “Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois, de maneira nenhuma, pode negar-se a si mesmo” (2 Timóteo 2:13)

“Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo.”

2 Timóteo 2:13

Por último, uma grande convicção sobre nós e Deus é a fidelidade incondicional do Senhor. Nossa infidelidade não anula a fidelidade de Deus. Jesus será fiel a quem, não obstante às falhas e aos erros, buscou ser fiel a Ele.

Porém, é mais do que isso. É mais do que sobre o Senhor ser fiel a nós; mas, sim, sobre ser fiel a Ele mesmo. Ora, Deus não pode contradizer a sua própria natureza verdadeira e santa. Ele é perfeito e todos os seus atributos interagem em harmonia, sem nenhuma incoerência.

Se, ao longo da nossa caminhada, vacilarmos os pés, a promessa de perdão e salvação, mediante a confissão e arrependimento, permanecerá estendida. Pois, “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?” (Nm 23.19).

Enfim, essas verdades revelam o quão estreito e veraz é o relacionamento de Cristo com os Seus. Certa vez, um descrente perguntou a uma santa idosa: “Você não tem medo de escapar por entre os dedos de Cristo?”. Ela respondeu: “Como eu posso ter medo disso? Eu sou um de seus dedos!”.

Ygnácio Feliciano

Teólogo formado pela Faculdade Unida de Vitória, atuo como obreiro na igreja Assembleia de Deus, ministrando aulas na EBD e pregações

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