Como Fazer um Esboço de Pregação em 9 passos

Descubra como preparar um esboço de pregação em 9 passos simples, desde a escolha do texto bíblico até a conclusão. Além disso, você também vai conhecer dois passos extras que, embora não apareçam no papel, são fundamentais no processo de preparação.

Antes de aprendermos como montar um esboço, é importante compreender o que ele realmente é.

O que é um esboço de pregação?

O esboço de pregação é uma ferramenta essencial para quem deseja elaborar e apresentar uma mensagem de forma clara e organizada. Ele funciona como um guia que reúne as principais ideias e divisões do sermão, servindo como o “esqueleto” da pregação.

Seu propósito é ajudar o pregador a estruturar o conteúdo com coerência e também facilitar o entendimento dos ouvintes durante a exposição da Palavra.

Para compreender melhor esse processo, vamos ver como um sermão é estruturado e conhecer cada uma de suas partes.

OS 9 PASSOS DE COMO FAZER UM ESBOÇO DE PREGAÇÃO

Aprenda como preparar um esboço de pregação passo a passo, de forma prática e eficaz. Vamos percorrer o caminho completo, desde a escolha do texto bíblico até a conclusão. Confira:

1. Ore a Deus antes de fazer o esboço da pregação
2. Descubra a Necessidade
3. Escolha um Texto
4. Interprete o Texto
5. Defina um Tema
6. Separe os Tópicos
7. Faça uma Introdução
8. Faça uma Conclusão
9. Coloque um Título

Essa é uma forma simples e prática de seguir um passo a passo, perfeita para quem está começando no ministério da pregação e deseja preparar suas mensagens com facilidade e entendimento.

1. ORE A DEUS ANTES DE PREPARAR A PREGAÇÃO

Antes de começar qualquer esboço de pregação, o primeiro passo é a oração. Pregar não é o mesmo que dar uma palestra. Trata-se de falar em nome de Deus, de ser um canal por onde Ele transmite a Sua mensagem ao coração das pessoas.

O pregador é, portanto, um porta-voz do Senhor. Assim como os profetas buscavam direção divina antes de anunciar a Palavra, também devemos buscar a presença de Deus em oração para compreender Sua vontade e entregar uma mensagem guiada pelo Espírito Santo.

Mas como orar nesse momento de preparação? Embora pareça algo simples, muitos ainda têm dúvidas sobre como se aproximar de Deus e o que pedir.

1. Ore reconhecendo sua dependência de Deus
A oração precisa nascer de um coração humilde, que entende que nada pode fazer sem o auxílio do Senhor. Quando reconhecemos nossa limitação, abrimos espaço para que Ele nos encha de sabedoria e inspiração.

2. Ore pedindo que seja feita a vontade de Deus
Muitos oram desejando que Deus realize a própria vontade deles. O pregador, no entanto, deve buscar o contrário: submeter seus planos à vontade divina. O verdadeiro servo deseja que Deus conduza cada detalhe da mensagem.

3. Ore pedindo capacitação
Depois de reconhecer sua dependência e alinhar-se à vontade de Deus, peça que Ele o capacite para pregar. Mesmo que ainda não vá ministrar naquele momento, a inspiração virá, e o Espírito Santo começará a formar o conteúdo da pregação dentro do seu coração.

Quando oramos antes de pregar, não apenas preparamos uma mensagem, mas permitimos que o próprio Deus prepare o mensageiro.

2. DESCUBRA A NECESSIDADE

Antes de preparar o esboço da pregação, é essencial descobrir a necessidade. Mas que necessidade é essa? É compreender para quem, onde e quando você vai pregar.

A necessidade representa aquilo que precisa ser dito, a junção entre a vontade de Deus e o que as pessoas necessitam ouvir naquele momento.

Por isso é tão importante orar antes de começar a preparar a mensagem. A oração torna o coração do pregador mais sensível à voz do Espírito Santo, permitindo que Deus revele o tema certo para a ocasião.

Nem sempre conseguimos discernir de forma natural o que o público precisa, mas quando estamos em sintonia com o Espírito, Ele nos direciona em tudo.

Pense, por exemplo, em um culto de missões. A necessidade será uma mensagem que desperte o amor por missões. Se for um culto de adolescentes, a palavra precisa alcançar esse público de forma prática e inspiradora.

Em uma igreja que enfrenta perseguições, talvez o Espírito conduza o pregador a ministrar sobre consolo, perseverança e fé.

Para descobrir a necessidade, o primeiro passo é conhecer o público. Identifique quem estará ouvindo e procure compreender o máximo possível sobre o contexto.

Quando a pregação acontece na própria igreja, isso costuma ser mais fácil. Mas se for em outro lugar, busque pelo menos informações básicas: o tipo de culto, o perfil dos ouvintes e os costumes locais.

Ainda assim, mesmo conhecendo o público, lembre-se: só Deus conhece plenamente o coração das pessoas. Por isso, ore para que o Espírito Santo coloque dentro de você a mensagem certa para aquele momento.

3. ESCOLHA UM TEXTO

Toda pregação verdadeiramente bíblica nasce de um texto da própria Bíblia. Sem a base das Escrituras, qualquer mensagem perde sua autoridade espiritual. Por isso, depois de orar e discernir a necessidade, o próximo passo é escolher o texto que servirá de fundamento para o esboço.

Esse momento está profundamente ligado aos dois passos anteriores. Às vezes, Deus coloca um texto em seu coração como resposta direta à oração. Outras vezes, a necessidade do público já indica qual passagem será mais adequada para a ocasião.

Mas há também momentos em que a escolha acontece naturalmente durante a leitura da Palavra. Enquanto você lê, um versículo parece saltar aos olhos, como se o próprio Espírito Santo dissesse: “é sobre isso que quero que você fale”. Por isso, leia sempre em atitude de oração e esteja atento às impressões que Deus coloca no seu coração.

E não se esqueça de anotar. Muitas inspirações preciosas surgem durante a leitura bíblica e podem se transformar em futuras mensagens.

Dicas para escolher um bom texto bíblico:

• Escolha um texto que já falou profundamente com você. A mensagem flui com mais vida quando o pregador já foi tocado por ela.
• Se você está começando, prefira textos conhecidos e de fácil compreensão.
• Evite passagens polêmicas ou difíceis de interpretar.
• Dê preferência a textos que tragam aplicações práticas e edificantes.

Os Evangelhos são excelentes pontos de partida para quem está iniciando na pregação. As histórias de Jesus são claras, ricas em significado e sempre falam ao coração de todos.

Um exemplo é o encontro de Jesus com o cego Bartimeu. Essa narrativa revela fé, perseverança e o poder da palavra de Cristo em transformar vidas, temas que inspiram e edificam qualquer audiência.

4. INTERPRETE O TEXTO

Depois de escolher o texto bíblico, o próximo passo é interpretá-lo. Interpretar significa compreender o que realmente está sendo dito, evitando o erro de afirmar algo que a Bíblia não ensina.

Uma pregação fiel depende de uma boa interpretação. É por meio dela que o pregador transmite com segurança o verdadeiro sentido da Palavra de Deus.

Na prática, todos nós já interpretamos a Bíblia quando a lemos com o desejo sincero de entendê-la. Mas a interpretação que o pregador precisa fazer vai um pouco além: é uma leitura mais profunda, atenta aos detalhes e ao contexto.

Como interpretar um texto bíblico

1. Leia várias vezes o texto: A repetição ajuda a fixar o conteúdo e a perceber detalhes que muitas vezes passam despercebidos. Leia o texto quantas vezes forem necessárias até compreendê-lo com clareza.

2. Leia todo o contexto:

Um texto sem contexto se torna pretexto. Para interpretar bem, é essencial entender o que vem antes e depois do trecho escolhido. Observe quem escreveu, para quem escreveu e em que tipo de livro o texto se encontra, se é uma lei, um salmo, uma profecia ou um evangelho.

Por exemplo, a parábola do filho pródigo está inserida em um conjunto de parábolas sobre coisas perdidas que foram encontradas. O contexto ajuda a entender o propósito da história.

3. Faça perguntas ao texto – Perguntas despertam entendimento. Enquanto lê, pergunte:

• Quem está falando?
• O que está sendo dito?
• Para quem é a mensagem?
• Por que foi dita?
• Onde e quando isso aconteceu?

Essas perguntas simples abrem portas para uma compreensão mais profunda e segura da passagem.

4. Compare diferentes versões da Bíblia: Ler o mesmo texto em versões diferentes pode ampliar o entendimento. Veja, por exemplo, o Salmo 139:13:

“Pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe.” (ACF)

“Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe.” (NVI)

Na NVI, o sentido é mais claro, pois usa uma linguagem atual. Por isso, comparar versões é uma excelente forma de enriquecer o estudo.

5. Use um dicionário bíblico:

Algumas palavras antigas podem ser difíceis de entender. O dicionário bíblico ajuda a esclarecer o significado.

Por exemplo, em Lucas 12:58, aparece o termo meirinho, que significa “oficial de justiça”. Com essa simples explicação, o texto se torna mais compreensível.

6. Consulte comentários bíblicos:

Comentários escritos por estudiosos podem ajudar muito. Veja o exemplo do comentarista Jimmy Swaggart sobre Mateus 18:24:

“E quando ele começou a contar, um foi-lhe apresentado que lhe devia dez mil talentos.”

Swaggart explica que essa quantia equivalia a bilhões de dólares em ouro ou milhões em prata, mostrando o tamanho da dívida e a gravidade da situação.

Essas observações nos ajudam a enxergar o texto com mais profundidade. O que levaríamos anos para descobrir em estudo individual, encontramos em poucos minutos por meio de um bom comentário.

Portanto, interpretar bem é essencial para pregar bem. Quando o pregador entende o texto, ele transmite a verdade com segurança e poder, permitindo que a Palavra alcance corações com clareza e unção.

5. DEFINA UM TEMA PARA A PREGAÇÃO

Depois de interpretar o texto bíblico, chega o momento de definir o tema da pregação. O tema é o assunto central da mensagem, a ideia que conduz todo o sermão do início ao fim.

Normalmente, o tema nasce como fruto direto da interpretação do texto. Ao compreender o que a passagem comunica, o pregador descobre o foco principal da mensagem que Deus quer transmitir.

Em alguns casos, o tema já vem ao coração antes mesmo da escolha do texto. Isso acontece no chamado sermão temático, quando o pregador parte de um assunto específico — como fé, perdão ou esperança — e seleciona textos bíblicos que sustentam esse tema.

Mas há momentos em que ainda não temos um tema definido. Nesses casos, é o próprio texto bíblico que irá revelar o assunto central, à medida que o Espírito Santo traz entendimento e direção.

Como escolher o tema da pregação:

Esse passo está intimamente ligado à escolha do texto e à oração. Duas orientações são fundamentais:

1. A vontade de Deus:

Antes de tudo, pergunte a si mesmo: O que Deus quer que eu pregue?
A vontade do Senhor é o ponto de partida de qualquer mensagem. O pregador deve buscar em oração a direção divina, permitindo que Deus conduza o foco e a intenção do sermão.

2. A necessidade do público:

Depois, considere o público que ouvirá a mensagem. Qual é a faixa etária? São novos convertidos ou crentes maduros? Há pessoas enfermas, desanimadas ou que ainda não conhecem o evangelho?

Conhecer a necessidade ajuda o pregador a aplicar o tema de forma prática e relevante.

Por exemplo: se a maioria dos ouvintes ainda não é convertida, um tema evangelístico pode ser o mais adequado. Se a igreja enfrenta tempos difíceis, uma mensagem de consolo e fé será mais edificante.

Assim, o tema da pregação nasce da união entre a vontade de Deus e a necessidade das pessoas. A primeira é revelada pela oração; a segunda, pelo discernimento espiritual e pela observação atenta da realidade ao redor.

Quando o tema é bem definido, a pregação se torna mais clara, poderosa e transformadora. Ele é a linha que conecta cada parte do sermão, mantendo o foco e conduzindo o coração do ouvinte à verdade de Deus.

6. SEPARE OS TÓPICOS

Depois de definir o tema, chega o momento de organizar a mensagem em partes. Esse é o passo em que o pregador separa ou identifica os tópicos do sermão.

O que são tópicos?

Tópicos, também chamados de divisões principais, são as seções que compõem a estrutura da pregação. Cada tópico representa um ponto importante da mensagem e ajuda tanto o pregador quanto os ouvintes a acompanharem o raciocínio com clareza.

Dividir a pregação em tópicos é como traçar um mapa espiritual do que será dito. Para o pregador, isso traz organização e segurança. Para a igreja, torna o ensino mais fácil de entender e de lembrar.

Um bom esboço de pregação normalmente apresenta entre três e cinco tópicos principais, o suficiente para desenvolver o tema sem torná-lo cansativo.

Veja um exemplo simples de estrutura:

Tema: A fé que vence o impossível
Texto: Marcos 10:46–52 (a cura do cego Bartimeu)

Tópicos:

• Bartimeu não desistiu, mesmo sem ser ouvido.
• Jesus parou quando ouviu o clamor da fé.
• A fé abre os olhos e muda o destino.

Observe como cada tópico desenvolve uma parte da história e se conecta ao tema central. Assim, a mensagem ganha sequência lógica e força espiritual.

Separar os tópicos é mais do que uma técnica de organização; é uma forma de permitir que a Palavra flua de maneira ordenada e impactante, guiando os ouvintes passo a passo até o propósito final da pregação. Veja mais um exemplo:

TEMA: As 4 visões do cego Bartimeu

I. Viu uma esperança (v.47)

“E, ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a clamar, e a dizer: Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim.” Marcos 10:47

II. Viu uma oportunidade (v.48)

“E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: Filho de Davi! tem misericórdia de mim.” Marcos 10:48

III. Viu uma libertação (v.50)

“E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se, e foi ter com Jesus.” Marcos 10:50

IV. Viu um caminho (v.52)

“E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho.” Marcos 10:52.

Como encontrar os tópicos da pregação

Para descobrir os tópicos, observe no texto as partes mais fortes, as palavras que se destacam ou as ideias que resumem o que está sendo dito. Essas expressões-chave costumam revelar os principais pontos que precisam ser desenvolvidos na mensagem.

Outra forma prática é fazer perguntas ao tema. As respostas que surgirem dessas perguntas geralmente se tornam os tópicos da pregação.

Por exemplo, se o tema for As visões de Bartimeu, podemos perguntar: Quais foram essas visões? O que Bartimeu viu?
As respostas podem se transformar em tópicos como:

1. Bartimeu viu uma esperança.
2. Bartimeu viu uma oportunidade.
3. Bartimeu viu a glória de Deus.

Perceba como cada resposta desenvolve o tema de forma natural e mantém a unidade da mensagem.

Quantos tópicos deve ter uma pregação?

Não existe um número fixo. Tudo depende de fatores como:

• O tamanho do texto escolhido;
• A profundidade do tema;
• O tempo disponível para pregar.

Porém, de modo geral, o ideal é trabalhar entre três e cinco tópicos principais. Essa quantidade mantém a pregação organizada, objetiva e fácil de acompanhar.

Cada tópico deve conduzir o ouvinte a compreender melhor a mensagem e a aplicar os princípios espirituais na vida prática. Uma boa estrutura não apenas ajuda o pregador a se orientar, mas também permite que a igreja receba a Palavra de forma clara e transformadora.

7. FAÇA UMA INTRODUÇÃO

O próximo passo na preparação de uma pregação é elaborar uma boa introdução. Essa parte é essencial, pois é nela que o pregador conquista a atenção dos ouvintes e desperta o interesse pela mensagem que será compartilhada.

Uma introdução bem feita pode abrir corações; uma mal construída pode dispersar a atenção logo no início. Por isso, deve ser preparada com cuidado, oração e propósito.

A introdução tem três funções principais:

1. Chamar a atenção — despertar o interesse do público.
2. Apresentar o tema — deixar claro sobre o que será pregado.
3. Conduzir à mensagem — criar uma transição natural para o primeiro tópico.

A melhor introdução é aquela que conecta o ouvinte à Palavra desde os primeiros segundos. Pode começar com uma frase impactante, uma pergunta reflexiva, uma breve ilustração ou até mesmo uma leitura introdutória do texto bíblico.

Veja um exemplo prático:

Tema: As visões de Bartimeu (Marcos 10:46–52)

Introdução: Apesar de Bartimeu ser cego, ele teve visões que todos nós precisamos ter. Hoje quero falar sobre as visões que transformaram a vida de Bartimeu — visões que também podem transformar a nossa.

Transição: A primeira delas foi uma visão de esperança.

Perceba como a introdução anuncia o tema e conduz naturalmente para o primeiro tópico. Ela prepara o terreno para a mensagem e cria uma conexão imediata com o público.

Uma boa introdução não precisa ser longa; precisa ser viva, clara e inspiradora. Ela é a porta pela qual a Palavra entrará nos corações.

8. FAÇA UMA CONCLUSÃO

“Se a introdução deve levar o ouvinte ao sermão, a conclusão deve fazer o ouvinte levar o sermão”.

A conclusão é tão importante quanto a introdução, pois ambas têm papéis decisivos na pregação.

Enquanto a introdução desperta o interesse, a conclusão conduz o ouvinte à reflexão e à resposta diante da Palavra. É o momento em que o sermão se transforma em convite, aplicação e decisão.

Os primeiros minutos da mensagem devem impactar; os últimos, tocar o coração. Se o início prende a atenção, o fim precisa mover a vontade, levando o ouvinte a agir segundo o que ouviu.

Por isso, a conclusão deve ser cuidadosamente planejada. Ela fecha o ciclo do sermão, reforça a verdade central e conduz o público a uma resposta espiritual.

Pode ser feita com um resumo breve dos pontos principais, seguido de uma aplicação prática ou um apelo à fé.

Veja um exemplo:

Conclusão:
Embora fosse cego, Bartimeu teve visões de fé que o levaram à visão física. Ele viu esperança, acreditou na oportunidade e enxergou o poder de Jesus. Que hoje também possamos ter as visões de Bartimeu, fé, esperança e transformação.

Perceba como essa conclusão retoma o tema, resume a mensagem e encerra com um chamado à aplicação pessoal.

Assim como a introdução, a conclusão deve ser preparada com oração e sensibilidade. É o momento de deixar que o Espírito Santo finalize o que começou, tocando mentes, restaurando corações e gerando fé viva naqueles que ouvem.

9. COLOQUE UM TÍTULO

O último passo na preparação de uma pregação é escolher o título — a “cereja do bolo” do sermão.

O título é o nome da mensagem, a frase que identifica o conteúdo e desperta o interesse de quem vai ouvir. Embora muitos confundam, título e tema não são a mesma coisa. O tema expressa o assunto central da pregação; o título é a forma criativa e resumida de apresentá-lo.

Por exemplo:

• Tema: A fé que vence o impossível.
• Título: Quando a fé enxerga o milagre.

Perceba como o título resume o tema com impacto e emoção. Ele serve como uma janela que convida o público a olhar para dentro da mensagem.

O título geralmente é definido por último, e há uma razão para isso. Quando já temos o texto, o tema, os tópicos e a conclusão prontos, fica muito mais fácil identificar qual título representa melhor o coração da pregação.

Ao escolher, procure algo curto, claro e inspirador , que comunique a essência da Palavra e desperte o desejo de ouvir mais.

O título certo não apenas apresenta o sermão, mas também o prepara para ser lembrado. Ele é o primeiro contato do ouvinte com a mensagem que Deus colocou em seu coração.

DIFERENÇAS ENTRE TÍTULO E TEMA:

Veja mais um exemplo do título.

TEMA: As Visões de Bartimeu

O TÍTULO poderia ser: As 4 Visões de Bartimeu.

O título vai especificar mais e em alguns casos poderá ser o mesmo nome do tema.

Outro exemplo de título e tema:

TEMA: O amor de Deus.

TÍTULO: O incomparável amor de Deus.

SAIBA COMO FAZER UM ESBOÇO DE PREGAÇÃO IMPACTANTE

Se você chegou até aqui é porque realmente deseja melhorar como pregador.

Nesse artigo mostrei como preparar uma pregação, e seguindo esse passo a passo creio que vai te ajudar.

Mas, se você deseja ir mais além e levar suas pregações para outro nível, indico para você um excelente material que vai te ajudar muito.

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QUANDO FAZER UM ESBOÇO DE PREGAÇÃO?

Muitos pregadores se perguntam: Devo fazer um esboço apenas no dia em que vou pregar?

A resposta é não. O esboço não deve ser preparado somente quando surge uma oportunidade de pregação, mas deve fazer parte da rotina espiritual e ministerial do pregador.

Escrever esboços com frequência é uma forma de estar sempre pronto. Além disso, é um exercício que fortalece o conhecimento bíblico, estimula a inspiração e mantém o coração sensível à voz de Deus.

Alguns dizem: “No dia, Deus revela a mensagem.” E, de fato, Ele pode fazer isso. Mas o mesmo Deus que fala no momento da pregação também é poderoso para revelar antes o que deseja comunicar ao Seu povo.

Deus é onisciente, Ele conhece todas as coisas e sabe quem estará ouvindo a mensagem. Por isso, pode inspirar o pregador dias, semanas ou até meses antes do culto.

Você pode receber essa inspiração durante a leitura da Bíblia, em um momento de oração ou até no cotidiano. Quando sentir o toque de Deus, anote as ideias, desenvolva o esboço e guarde-o.

Esses esboços se tornarão um tesouro espiritual para momentos futuros, quando o Espírito Santo o direcionar a compartilhar uma dessas mensagens.

Pregadores preparados são instrumentos prontos nas mãos de Deus. Esteja sempre atento e disposto — Ele continua falando àqueles que desejam ouvir.

IDÉIAS PARA ESBOÇO DE PREGAÇÃO

COMO ENUMERAR UM ESBOÇO DE PREGAÇÃO?

A enumeração dos tópicos é feita com números algarismos romanos. Se haver subdivisões, usa-se letras do alfabeto para que fique organizado. Se ainda tiver mais subdivisões, então poderá ser usado números.

I. Cristo é o caminho

A. Caminho para o céu

B. Caminho estreito

II. Cristo é a verdade

A. A verdade que ensina

B. A verdade que liberta

III. Cristo é a vida

A. Vida que salva

B. Vida eterna

POSSO USAR ESBOÇOS PRONTOS?

Uma dúvida comum entre pregadores é se é correto usar esboços prontos elaborados por outras pessoas.

Em primeiro lugar, é importante lembrar que a Palavra não é nossa, mas de Deus. Somos apenas instrumentos usados para transmiti-la. Por isso, não há problema em utilizar um esboço de outro pregador, desde que isso seja feito com sabedoria e sinceridade.

O ideal, contudo, é que cada pregador aprenda a elaborar seus próprios esboços. Isso fortalece o estudo pessoal, aprofunda o conhecimento da Bíblia e desenvolve a sensibilidade espiritual para ouvir a direção de Deus.

Mas se você está começando e deseja aprender com os exemplos de outros, aqui vão algumas orientações importantes sobre como usar esboços prontos da forma correta:

1. Estude o esboço com atenção.
   Leia com calma, consulte o texto bíblico e entenda a mensagem que o autor quis transmitir.
2. Faça do esboço uma experiência pessoal.
   Mesmo que outro pregador tenha escrito, permita que Deus fale com você através daquela mensagem. Assim, quando for pregar, não estará apenas repetindo palavras, mas transmitindo algo que primeiro tocou o seu coração.
3. Evite pregar de forma mecânica.
   O erro não está em usar um esboço pronto, mas em fazê-lo sem vida, sem oração e sem entendimento. A Palavra precisa sair da sua boca com convicção e unção, e isso só acontece quando você tem comunhão com Deus e entende o que está dizendo.

Portanto, usar esboços prontos não é errado, desde que o pregador os trate com responsabilidade espiritual, estudando o texto e permitindo que o Espírito Santo o conduza na aplicação da mensagem.

O mais importante é não ser um repetidor de palavras, mas um mensageiro vivo da Palavra.

Veja também: 3 Requisitos para usar sermões prontos de outros pregadores.