3 Lições da história da concubina e do levita em Juízes 19

A concubina mencionada em Juízes 19, foi uma mulher moradora em Belém de Judá, que se tornou infiel ao levita, e retornou para a casa de seu pai. Após um período de quatro meses, o levita sentindo a sua falta, vai até Belém para persuadi-la a voltar com ele. Ele é recebido com uma hospitalidade ostensiva pelo seu sogro, que aparentemente constrangido pela pressão, acabou permanecendo ali por cinco dias.

No quinto dia, apesar dos insistentes pedidos do pai da concubina para que ficassem mais um dia, o levita decide partir à tarde com sua concubina e seu servo.

“Entretanto, o homem não quis passar a noite ali, mas, levantando-se, partiu e chegou à altura de Jebus (que é Jerusalém), e com ele o par de jumentos albardados, como também a sua concubina.”

Juízes 19:10

Ao anoitecer, eles precisavam encontrar um lugar para dormirem.

Eles então decidem não ficar em nenhuma cidade estrangeira, considerando que estavam perto de Jebus e os Jebuseus é que controlavam essa Cidade. Por certo, o levita sentiu que sua vida corria perigo, então seguiram para Gibeá, uma cidade da tribo de Benjamim, onde imaginavam encontrar hospitalidade.

Ao chegar a Gibeá, não houve quem os recolhesse em casa. Os benjamitas não estavam dispostos a oferecer hospitalidade ao levita e sua concubina.

“Pelo que se dirigiram para lá, a fim de passarem ali a noite; e o levita, entrando, sentou-se na praça da cidade, porque não houve quem os recolhesse em casa para ali passarem a noite.”

Juízes 19:15

Ao anoitecer, um velho homem peregrino que estava chegando do trabalho, vendo-os na praça da Cidade, se dispôs a recolhê-los em sua casa. Esse peregrino os recebeu de forma muito hospitaleira e com muita cortesia.

“Assim o fez entrar em sua casa, e deu ração aos jumentos; e, depois de lavarem os pés, comeram e beberam.”

Juízes 19:21

Mas a tragédia estava para acontecer!

Durante a noite, homens perversos da cidade cercam a casa e exigem que o levita seja entregue a eles para que possam abusar sexualmente dele. O velho anfitrião tenta dissuadi-los oferecendo sua filha virgem e a concubina do levita, mas os homens recusam.

“Enquanto eles alegravam o seu coração, eis que os homens daquela cidade, filhos de Belial, cercaram a casa, bateram à porta, e disseram ao ancião, dono da casa: Traze cá para fora o homem que entrou em tua casa, para que o conheçamos.”

Juízes 19:22

O levita, em um ato de covardia e desespero, empurra sua concubina para fora da casa. Ela é brutalmente estuprada e abusada durante toda a noite pelos homens da cidade. Na manhã seguinte, ela volta para a casa do velho e cai na soleira da porta.

O levita, ao sair para continuar sua viagem, encontra a concubina caída e ordena que ela se levante. Ao perceber que ela está morta, ele a coloca em seu jumento e a leva para casa.

“Levantando-se pela manhã seu senhor, abriu as portas da casa, e ia sair para seguir o seu caminho; e eis que a mulher, sua concubina, jazia à porta da casa, com as mãos sobre o limiar. Ele lhe disse: Levanta-te, e vamo-nos; porém ela não respondeu. Então a pôs sobre o jumento e, partindo dali, foi para o seu lugar.”

Juízes 19:27-28

De volta à sua casa, em um ato de indignação e para chamar a atenção de todo Israel para o crime hediondo cometido, o levita corta o corpo da concubina em doze pedaços e os envia a cada uma das tribos de Israel, juntamente com uma carta.

“Quando chegou em casa, tomou um cutelo e, pegando na sua concubina, a dividiu, membro por membro, em doze pedaços, que ele enviou por todo o território de Israel.”

Juízes 19:29

Este ato provoca uma onda de indignação e fúria em todo Israel, levando as tribos a se unirem contra a tribo de Benjamim, que defende os homens de Gibeá. O resultado é uma guerra civil devastadora, que quase extermina a tribo de Benjamim.

3 lições que podemos aprender com essa trágica história da concubina e o levita

lições da concubina e o levita

A história trágica registrada em Juízes 19 da concubina e do levita, nos mostra a anarquia que estava prevalecendo em Israel no período anterior à instituição da monarquia centralizada. Embora, seja uma história muito triste, de uma atrocidade brutal, nós podemos tirar grandes lições para nossos dias.

1. Temos uma forte tendência em se desviar dos caminhos do Senhor

“Naqueles dias não havia rei em Israel; cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos.”

Juízes 21:25

Sabemos que nós seres humanos, estamos a todo tempo vulneráveis em cair nas armadilhas do inimigo, e se desviar dos propósitos do Senhor. Contudo, quando nos desviamos dos caminhos de Deus e confiamos apenas em nossa própria sabedoria, corremos o risco de cair em um estado de desordem moral e espiritual.

A Bíblia nos adverte repetidamente sobre a importância de buscar a orientação divina e não confiar somente em nossa própria compreensão.

Provérbios 3:5-6 nos ensina:

“Confia no Senhor de todo o teu coração e não te apoies em teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.”

Assim como Israel experimentou caos e injustiça ao se afastar de Deus, nossas vidas também podem se tornar desordenadas e confusas quando deixamos de seguir Seus ensinamentos. Esteja atento à tendência de se desviar para caminhos que parecem corretos aos nossos olhos, mas que podem levar à destruição.

2. Quanto mais afastados de Deus ficamos, mais vulneráveis estamos para o pecado

A decisão do levita de não passar a noite em uma cidade estrangeira e buscar hospitalidade entre seus próprios conterrâneos benjamitas acabou sendo um erro fatal. A falta de hospitalidade e a perversidade dos homens de Gibeá demonstram que, sem a proteção e a orientação de Deus, somos vulneráveis às piores manifestações do pecado.

“Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.” (Salmos 91:1)

Portanto, assim como nos ensina o salmista no salmo 91, não saia da sombra do Altíssimo, é somente sob a proteção de Deus, que vamos estar seguros. O afastamento de Sua presença nos deixa expostos aos perigos do pecado.

3. A degeneração moral das tribos de Israel

“e os cidadãos de Gibeá se levantaram contra mim, e cercaram e noite a casa em que eu estava; a mim intentaram matar, e violaram a minha concubina, de maneira que morreu.”

Juízes 20:5

A degeneração moral das tribos de Israel é evidente nesta história. Em primeiro lugar a atitude daqueles homens, estava semelhante aos de Sodoma e Gomorra, entregues a homossexualidade. Vindo também a oferta do velho anfitrião de entregar sua filha e a concubina do levita em lugar do levita, mostrando um nível alarmante de desvalorização da vida humana e da dignidade, enquanto o ato final do levita de desmembrar o corpo da concubina para chamar a atenção de Israel é uma demonstração extrema da decadência moral e social.

Que Deus guarde nossa mente e coração, para vivermos uma vida santa diante da Sua presença, meditando dia e noite na Sua palavra. Para jamais cairmos na armadilha com que o povo de Israel caiu.

Indiara Lourenço

Com mais de 20 anos atuando na Pregação e Ensino, Indiara possui experiência em ministério infantil, jovem e feminino. Estudante de Teologia e ministra aulas na EBD. Mãe, esposa e serva que ama fazer a obra de Deus. Contagia a todos com sua alegria e inspira com palavras motivadoras, deixando um impacto positivo por onde passa.

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