Os 4 Evangelhos: O que são e quem escreveu?

Os quatro evangelhos são as boas-novas sobre os acontecimentos mais significativos da vida, a morte redentora e a ressurreição de Jesus de Nazaré.

O SIGNIFICADO DE EVANGELHO

A palavra “evangelho”, do grego euangellion, significa “boas-novas”.

No grego secular, euangellion se referia a uma boa notícia a respeito de um acontecimento importante.

Os quatro evangelhos são as boas-novas sobre os acontecimentos mais significativos de toda a História:

A vida, a morte redentora e a ressurreição de Jesus de Nazaré.

O QUE SÃO OS 4 EVANGELHOS?

Os evangelhos não são biografias no sentido moderno da palavra, uma vez que eles não pretendem narrar a vida completa de Jesus (Jo 20:30; 21:25).

Com exceção das narrativas sobre o seu nascimento, eles dão pouca informação sobre os primeiros trinta anos de vida de Jesus.

Apesar de o ministério público de Jesus ter durado somente três anos, os evangelhos dedicam maior parte de sua atenção à última semana de sua vida (Jo 12-20).

Embora eles sejam historicamente exatos e apresentem detalhes biográficos importantes da vida de Jesus, os objetivos principais dos evangelhos são teológicos e apologéticos (Jo 20:31).

Eles fornecem respostas oficiais a questões sobre a vida e o ministério de Jesus.

Bem como fortalecem a segurança dos cristãos com relação à realidade de sua fé (Lc 1:4).

Embora muitos evangelhos falsos tenham sido escritos, a Igreja dos primórdios aceitou apenas Mateus, Marcos, Lucas e João como texto inspirado.

EVANGELHOS SINÓTICOS

Ainda que cada evangelho tenha seu ponto de vista e seu público singulares, Mateus, Marcos e Lucas compartilham um ponto de vista em comum, não compartilhado por João.

Por causa disso, eles são conhecidos como evangelhos sinóticos.

De uma palavra grega que significa “ver junto” ou “compartilhar de um mesmo ponto de vista”.

Um exemplo dessa visão compartilhada é o enfoque comum dos três evangelhos no ministério de Cristo na Galileia, enquanto João enfatiza seu ministério na Judeia.

Além disso, os evangelhos sinóticos contêm inúmeras parábolas, ao passo que João não registra nenhuma.

João e os evangelhos sinóticos registram somente dois acontecimentos em comum:

Jesus andando sobre as águas e a alimentação dos cinco mil, antes da semana da Paixão.

Essas diferenças entre João e os evangelhos sinóticos, entretanto, não são contraditórias, mas sim complementares.

Como já observado, o escritor de cada evangelho escreveu de uma perspectiva única, para um público diferente.

Como resultado, cada evangelho contém elementos distintos.

Tomados em conjunto, os quatro formam um testemunho completo a respeito de Jesus Cristo.

Todos os 4 evangelhos se concentram na história de Jesus

Os Evangelhos são onde encontramos todas as histórias famosas da Bíblia sobre Jesus. Porque cada Evangelho é sobre o mesmo personagem principal, todos eles compartilham vários elementos.

Por exemplo, cada um dos quatro evangelhos segue esta progressão geral:

  1. Uma declaração do status divino de Jesus
    (Mt 1:23; 3:13-17; Mc 1:1, 9-11; Lc 1:32-35; 3:21-22; Jo 1:1, 29-34)
  2. Os milagres e ensinamentos de Jesus
    (Mt 4–25; Mc 1–13; Lc 4–19:27; Jo 2–17)
  3. A traição, julgamento e morte de Jesus
    (Mt 26–27; Mc 14–15; Lc 19:28–23:56; Jo 18–19)
  4. Ressurreição de Jesus e encorajamento aos seus seguidores
    (Mt 28:1-15; Mc 16:1-8; Lc 24:1-12; Jo 20:1-10)

Por que precisamos de quatro evangelhos?

Muitas pessoas (inclusive eu!) perguntaram: “Nós realmente precisamos de quatro evangelhos na Bíblia? Isso parece redundante. Um não deveria fazer o truque?”

Talvez esse fosse o caso se Jesus fosse uma pessoa normal que apenas fizesse coisas normais. Mas ele não é, e ele não fez.

João diz que o próprio mundo não poderia conter todos os livros que poderiam ser escritos sobre o ministério de Jesus (Jo 21:25). Ele provavelmente está sendo hiperbólico, mas se há tanto a dizer sobre Jesus, então não deveríamos nos surpreender por termos vários relatos dele em nossa Bíblia. Se o mundo não poderia conter toda a sua história, então certamente um panfleto de 16 capítulos como Mark não poderia!

Temos quatro evangelhos porque durante o período da igreja primitiva, quatro pessoas acharam necessário contar a história de Jesus de quatro perspectivas diferentes. Cada evangelho foi escrito para um grupo diferente (original) de pessoas, por um autor diferente, que estava tentando cumprir um propósito diferente.

Vejamos mais de perto cada um:

QUEM ESCREVEU OS EVANGELHOS?

O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS

Mateus escreveu principalmente para um público judaico, apresentando Jesus de Nazaré como o tão esperado Messias e o legítimo rei de Israel.

Sua genealogia, diferentemente da de Lucas, focaliza a descendência real de Jesus do maior rei de Israel, Davi.

Ao longo de todo o livro de Mateus há citações do Antigo Testamento que apresentam vários aspectos da vida e do ministério de Jesus, como o cumprimento da profecia messiânica.

Somente Mateus usa a expressão “reino dos céus”.

Pois, ele evita a expressão paralela “reino de Deus” por causa da conotação antibíblica que ela tinha para o pensamento judaico do século primeiro.

Mateus escreveu o seu evangelho, então, para fortalecer a fé entre os judeus cristãos e isso fornece um recurso apologético útil para o evangelismo judaico.

O EVANGELHO SEGUNDO MARCOS

Marcos tinha como alvo o público gentio, especialmente o romano.

Marcos é um evangelho de ação.

O uso frequente de “imediatamente” e “então” mantém a sua narrativa em constante movimento.

Jesus aparece em Marcos como o servo (Mc 10:45) que veio para sofrer pelos pecados de muitos.

O ritmo veloz na abordagem de Marcos agradaria especialmente aos romanos práticos e orientados para a ação.

O EVANGELHO SEGUNDO LUCAS

Lucas escreveu para um público gentio mais amplo.

Como um grego instruído, Lucas escreveu usando a linguagem grega mais sofisticada que qualquer outro autor do Novo Testamento.

Ele foi um pesquisador cuidadoso (Lc 1:1-4) e um historiador exato.

Lucas retrata Jesus como Filho do Homem (um título que aparece 26 vezes).

A resposta para as necessidades e esperanças da raça humana, que veio para buscar e salvar os pecadores perdidos (Lc 9:56; 19:10).

O EVANGELHO SEGUNDO JOÃO

João, o último evangelho a ser escrito, enfatiza a divindade de Jesus Cristo (por exemplo: 5:18; 8:58; 10:30-33; 14:9).

João escreveu para fortalecer a fé cristã e conclamar os descrentes a se voltarem para a fé em Cristo.

O apóstolo afirma claramente o seu propósito em 20:31:

“Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome”.

Como ler os evangelhos

Os evangelhos, como os outros livros da Bíblia, deveriam ser lidos de uma só vez. Isso não significa que toda vez que você lê John você precisa ler a coisa toda. Mas isso significa que, se você quiser conhecer melhor um deles, deve reservar uma hora ou mais para ler o evangelho inteiro de uma só vez.

Isso lhe dá uma ideia do “fluxo” geral da narrativa do evangelho. Você notará diferentes motivos recorrentes. Você verá como o tom muda em diferentes movimentos.

Ao ler os evangelhos, faça estas perguntas:

  • O que Jesus diz sobre si mesmo?
  • Com quem Jesus está falando? (Isso é vital. Ele está falando com seus discípulos , seus inimigos, uma multidão enorme?)
  • O que Jesus diz sobre Deus?
  • Como Jesus reage a diferentes situações? O que o agrada? O que o incomoda?
  • O que Jesus manda as pessoas fazerem?

CONCLUSÃO SOBRE OS 4 EVANGELHOS

Juntos, os quatro evangelhos tecem um retrato completo do Deus-homem, Jesus de Nazaré.

Nele estavam combinadas a perfeita humanidade e divindade, fazendo dele o único sacrifício pelos pecados do mundo, bem como o digno Senhor daqueles que creem.

Equipe Redação BP

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8 Comentários

  1. Não foi explicado que os evangelhos foram escritos muito tempo depois dos fatos narrados; que nem todos os autores conheceram de fato Jesus (Por exemplo, o autor de Marcos não foi o discípulo, e sim, um cristão posterior, chamado João Marcos) e que muitos trechos foram adicionados ou alterados para se ajustarem a uma doutrina cristâ particular, no decorrer do tempo.

    1. Os evangelhos não foram escritos muito tempo depois dos fatos narrados, pois os próprios autores eram próximos de Cristo. O Evangelho de Marcos, é de autoria de Pedro que narrou os fatos a este Marcos, que ali próximo a ele escrevia o que ouvia do próprio Pedro. Se foi Marcos ou João Marcos não há importância pois a centralidade do texto é descrever as impressões de Cristo àquele publico determinado. A Bíblia é a Palavra de Deus, escrita por homens separados, inspirados pelo Espírito Santo, e piedosos. O texto foi escrito por eles em grego, grego koiné naquela época e seus escrito foram reunidos através da Septuaginta (no grego), e da Vulgata (no latim). A partir da Reforma Protestante, Lutero a traduziu para o alemão, Calvino para o francês, e a partir daí a leitura da Bíblia se difundiu pela Europa porque a igreja proibia sua leitura.. Sabemos que o Espírito Santo de Deus inspirou homens e preservou sua integridade (da Palavra) ao longo dos séculos. Há as diferenças nas traduções para os idiomas modernos mas a essência é uma só. Dizer que contém trechos adicionados ou alterados na Palavra é se rebelar contra o próprio Espírito Santo de Deus.

    2. A doutrina cristã é realmente particular, é dirigida ao cristãos, logo estes tem uma doutrina particular que só é entendida por aqueles que professam a doutrina cristã. Quem não se adequa a ela, está fora dela, mas está fora dela por não se adequar.

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