A Cobiça de Geazi: 3 Mentiras que Atraíram a Lepra para o Servo de Eliseu

Geazi tinha tudo para ser um grande profeta na Bíblia, pois ele era nada menos que o servo de Eliseu. Mas infelizmente ele deixa um exemplo a não ser seguido dentre os personagens bíblicos.

Nesta lição, quero compartilhar com você 3 mentiras que acabaram atraíram maldições para a vida de Geazi.

O contexto sobre a lepra de Geazi

O contexto está em 2 Reis 5:1-27 onde acontece a cura de Naamã da sua lepra.

Veja que interessante: quem estava com lepra era Naamã, mas este foi curado e Geazi se torna o leproso.

A cobiça do servo de Eliseu

Enquanto Naamã procurava viver de acordo com a verdade e buscar ao Senhor, o servo de Eliseu estava envolto em dissimulação e em desejos pecaminosos.

O último dos dez mandamentos é “não cobiçarás” (Êxodo 20:17), mas quem desobedece a esse único mandamento coloca-se sob a tentação de transgredir os outros nove.

As pessoas cobiçosas transformam sua riqueza material em ídolos, dão falso testemunho, roubam, envergonham o nome de Deus, ofendem os pais e até matam.

A vida espiritual de Geazi estava se degenerando, e esse episódio foi seu ponto culminante. Ele havia afastado de si a mulher cujo filho morreu (2 Reis 4:27) e não teve poder para restaurar a vida ao menino (4:31).

Aqui, vemos sua cobiça assumir o controle, levar à mentira e, por fim, fazer Geazi pegar a lepra. A doença externa tipificou sua corrupção interna.

Dado essa introdução para contextualizar você, aprenderemos 3 importantes lições sobre as mentiras de Geazi que acarretaram uma terrível lepra.

Veja as 3 Mentiras que Atraíram Maldições para Geazi:

1. Geazi mentiu a si mesmo

Então Geazi, servo de Eliseu, homem de Deus, disse: Eis que meu senhor poupou a este sírio Naamã, não recebendo da sua mão alguma coisa do que trazia; porém, vive o SENHOR que hei de correr atrás dele, e receber dele alguma coisa. (2 Reis 5: 20).

Ao recusar os presentes, Eliseu havia sido firme com Naamã, mas ensinara ao recém-convertido uma lição difícil. Geazi estava medindo a conduta de seu senhor de acordo com os parâmetros do mundo e não da forma como Deus a media.

Assim com o os discípulos quando Maria ungiu Jesus, o servo perguntou: “Para que este desperdício?” (Marcos 14:3-9), com a diferença que, na situação de Geazi, foi uma oportunidade desperdiçada de adquirir riquezas.

Na verdade, acreditava que teria uma vida melhor, que seria mais feliz se aceitasse alguns dos presentes de Naamã e que tinha o direito de fazê-lo.

Por certo, Geazi sabia que a salvação e a cura de Naamã se deviam inteiramente à graça de Deus e que aceitar os presentes poderia dar ao general siro a impressão de que ele era capaz de fazer alguma coisa para se salvar.

Exemplos de homens na Bíblia que recusaram receber presentes:

Abraão recusou os presentes do rei de Sodoma, a fim de não comprometer seu testemunho diante do povo daquela cidade que precisava conhecer o Senhor (Gênesis 14).

Pedro e João recusaram a oferta de Simão para não dar aos samaritanos a impressão de que os dons de Deus poderiam ser comprados com dinheiro (Atos 8:20).

O apóstolo Paulo chegou até a recusar o sustento da igreja de Corinto para que o povo não pensasse que ele era apenas outro filósofo itinerante com intenção de apenas arrecadar dinheiro.

Geazi não tinha temor de Deus.

Geazi usou o nome do Senhor em vão ao dizer: “porém, vive o SENHOR” (v .20). Essas mesmas palavras foram ditas por Eliseu (v.16). não aceitando os presentes, mas Geazi as usou com mal intenção. Pois havia pecado em seu coração e planejava pecar ainda mais.

Tudo mostra que Geazi não tinha nenhum temor de Deus em seu coração e, em sua vida particular, usava o nome de Deus com desleixo. Se tivesse reverencia ao nome de Deus, não transgrediria o terceiro mandamento, cobiçando.

2. Geazi mentiu para Naamã

E foi Geazi a alcançar Naamã; […] E ele disse: Tudo vai bem; meu senhor me mandou dizer: Eis que agora mesmo vieram a mim dois jovens dos filhos dos profetas da montanha de Efraim; dá-lhes, pois, um talento de prata e duas mudas de roupas… (2 reis 5:21-24).

O fato de um general siro demonstrar tanta consideração para com um servo israelita foi, sem dúvida, sinal de que o Senhor havia transformado seu coração.

Naamã o saudou dizendo “Shalom Vai tudo bem?”, ao que Geazi respondeu, “Shalom Tudo vai bem”.

Mas nem tudo ia bem! Quando o coração de um homem está cheio de cobiça e seus lábios cheios de mentiras, ele está muito longe de desfrutar shalom, que significa: paz, bem-estar, satisfação e segurança.

Geazi mentiu para Naamã usando o nome de Eliseu.

Usando o nome de Eliseu, Geazi mentiu a Naamã e pediu presentes para dois discípulos dos profetas de Betel e de Gilgal, de escolas que ficavam na região do monte Efraim.

Não devemos criticar Naamã por acreditar nas mentiras de Geazi, afinal, como recém-convertido, faltava ao general o discernimento que vem de uma experiência espiritual cada vez mais madura.

A declaração: “Meu senhor me mandou dizer” foi uma mentira deliberada, ainda que, apesar de Geazi não saber, seu senhor tivesse conhecimento do que ele havia feito.

Naamã não apenas deu a Geazi mais do que o servo havia pedido, como também ordenou que dois de seus servos carregassem os presentes para ele.

Quando os três homens chegaram ao monte sobre o qual ficava Samaria, Geazi pegou os presentes e mandou os homens de volta para que ninguém os reconhecesse e começasse a fazer perguntas.

Geazi estava perto da casa de seu senhor e cuidava para que Eliseu não descobrisse o que ele havia feito.

Essa foi a segunda mentira, dessa vez a Naamã.

3. Geazi mentiu a Eliseu

Então ele entrou, e pôs-se diante de seu senhor. E disse-lhe Eliseu: Donde vens, Geazi? E disse: Teu servo não foi nem a uma nem a outra parte. Porém ele lhe disse: Porventura não foi contigo o meu coração, quando aquele homem voltou do seu carro a encontrar-te? Era a ocasião para receberes prata, e para tomares roupas, olivais e vinhas, ovelhas e bois, servos e servas? Portanto a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua descendência para sempre. Então saiu de diante dele leproso, branco como a neve. (2 Reis 5:25-27).

A terceira mentira de Geazi nesse texto, foi para seu senhor, o profeta Eliseu.

Geazi tentou esconder seus erros.

Agindo como se nada tivesse acontecido, Geazi comparece perante Eliseu, mas, mal sabia que o profeta já sabia do ocorrido.

O servo havia se esquecido que “todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” (Hebreus 4:13). Deus viu o que Geazi havia feito e comunicou a seu profeta.

Essa cena nos lembra de Josué interrogando Acã (Josué 7) e Pedro interrogando Ananias e Safira (Atos 5). Pois, esses de igual modo, haviam cobiçado riquezas mentindo sobre o assunto.

Eliseu sabia de tudo que Geazi havia feito.

Eliseu não apenas sabia o que seu servo havia feito como também da motivação do coração.

Geazi desejava ser um homem rico, dono de terras e de rebanhos, com roupas caras e servos para obedecer a suas ordens. Não se contentava em trabalhar ao lado do profeta Eliseu, queria segurança e conforto.

Sem dúvida, não há nada de errado em ter riquezas, pois Abraão e Isaque foram homens ricos, com o também Davi. Porém, o erro está em colocar isso acima de Deus desejando desenfreadamente as coisas materiais a qualquer custo.

Geazi usou o ministério de Deus como um meio de enganar a Naamã, contrariando, desse modo, a vontade de Deus.

Conclusão

Deus julgou Geazi ferindo-o com lepra e prometendo que pelo menos um de seus descendentes a cada geração sofreria desse mesmo mal.

A cobiça que carcomeu lentamente seu coração transformou-se em lepra, corroendo-lhe o corpo.

Geazi havia alimentado esperanças de deixar uma grande riqueza para seus descendentes, mas, em vez
disso, deixou grande vergonha e tristeza para os anos vindouros.

Em Israel, os leprosos eram considerados imundos e não tinham permissão de viver normalmente e em comunidade.

Geazi não poderia mais servir a Eliseu, havia perdido seu ministério.

“Não avarento” é uma das qualificações para o servo de Deus. Uma das marcas dos últimos dias é que as pessoas amarão mais o dinheiro do que a Deus ou outras pessoas (2 Timóteo 3:1-5).

Referências: Wiesber – Comentário Expositivo.

André Lourenço

Bacharel e professor de Teologia, Graduado em Gestão da Qualidade e Pós Graduado em Psicologia nas Organizações, André possui mais de 17 anos de experiência na pregação e ensino da Bíblia. É autor de cursos de Homilética e Hermenêutica. Já escreveu centenas de estudos bíblicos e ministra na EBD. Se considera um eterno aprendiz e apaixonado por Compartilhar a Palavra de Deus!

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