Teologia da Pregação: Estudo sobre o que é a Pregação
O que é teologia da pregação? Trata-se de uma análise Profunda, Objetiva e Clara do Ministério da Pregação
O QUE É A PREGAÇÃO?
A pregação é a manifestação do Verbo encarnado, a partir do verbo escrito por meio do verbo falado.
A expressão “Deus falou!” é o fundamento da pregação bíblica e a linguagem humana foi escolhida para expressar a verdade divina.
O Deus criador do universo, onipotente, onisciente e onipresente condescendeu o privilégio de pregar.
A pregação não é uma especulação a respeito da natureza ou da vontade de Deus, mas o testemunho daquilo que o próprio Deus falou a respeito de si.
A pregação não é especulação, mas exposição.
A Bíblia testifica de si mesma como a palavra escrita de Deus.
Só no Antigo testamento, frases como o “Senhor disse” , “o Senhor falou” e “veio a palavra do Senhor” aparecem cerca de 3808 vezes.
A pregação é, acima de tudo, o testemunho do Deus que fala, do Filho que salva e do Espírito que ilumina.
A ESSÊNCIA DA PREGAÇÃO E A FORÇA DA PALAVRA
A palavra é a expressão e o veículo do poder de Deus.
- Expressão porque Deus se revela por meio dela.
- Veículo porque Deus age por meio dela.
Na natureza de Deus, a palavra é mais do que um meio de comunicação: é um meio de ação.
Vejamos como a Bíblia descreve a força da palavra:
A FORÇA DA PALAVRA (PREGAÇÃO) NO ANTIGO TESTAMENTO
O termo hebraico traduzido por palavra é dabar, e esse termo concentra em si toda a dimensão do poder de Deus.
Tem os significados de “palavra, mandamento, evento e ação”.
Na Bíblia, ao mesmo tempo que a palavra aparece como expressão, ela aparece como ação.
Desde os primeiros versículos de Gênesis, manifesta-se a palavra em ação.
O PODER DA PALAVRA
Todo o poder criador de Deus está concentrado na palavra, pois o primeiro ato criativo de Deus foi: “Disse Deus: Haja luz; (Gênesis 1:3).
Ao longo da história bíblica, a palavra foi o instrumento divino para ressuscitar mortos, abrir o mar Vermelho e o rio Jordão, produzir pão do céu, extrair água da rocha, derrubar os muros de Jericó, e assim por diante.
Os muro de Jericó não caíram por causa do som da trombeta, mas sim porque Deus tinha dito que haveriam de cair.
Não somente o ato inicial da criação é efetuado pela palavra, mas Deus também fala por meio das forças da natureza, mantendo a criação.
Além disso, a própria história da humanidade é controlada e predita pela palavra da profecia, como diz Isaías no cap. 40:6-8: “… seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente”.
É Deus, o Autor da palavra, que a leva ao cumprimento e a usa como instrumento do seu poder. Além disso, a palavra é um documento de autoridade.
Qualquer profecia ou mensagem tinha de ser autenticada com a expressão: “Veio a mim a palavra do Senhor” (Ezequiel 17:1).
E ai dele se negligenciasse ou vulgarizasse o uso da palavra. Deus disse:
“Filho do homem: Eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; da minha boca ouvirás a palavra, e os avisarás da minha parte… Da tua mão o requererei”. (Ezequiel 3:17,18).
Aqui se delineia toda a teologia da pregação.
O pregador recebe a autoridade de Deus pela palavra e faz-se então responsável por entregar a palavra.
Por isso, ele não tem o direito de pregar nada que não seja a palavra de Deus.
A PALAVRA (PREGAÇÃO) NO NOVO TESTAMENTO
O Novo Testamento amplia a visão e a dimensão do poder da palavra. O termo grego usado é logos.
Além de ter as mesmas funções de dabar, logos é a própria pessoa da Divindade, o próprio Deus, Jesus Cristo.
O apóstolo João diz que o logos estava com Deus, era Deus, todas as coisas foram feitas por ele, e a própria vida estava nele, ou seja, ele é a fonte da vida (João 1:1-4).
Aqui aparece não só o poder da palavra, mas a onipotência divina na palavra viva que é Jesus Cristo!
O Novo Testamento, portanto, apresenta a palavra onipotente em ação.
Foi com a onipotência divina que Jesus usou a palavra para ressuscitar mortos, curar doentes, multiplicar pães e fazer inúmeros milagres.
A palavra era também o documento de autoridade de Cristo, pois era com ela que Jesus expressava sua autoridade sobre a natureza, ao acalmar o mar (Mateus 8:27), sobre Satanás e os demônios (Lucas 9:42), bem como sobre o pecado (Mateus 9:6).
Como portador da eterna palavra de Deus, o pregador torna-se também o portador do poder e da autoridade de Deus, pois a pregação é o meio pelo qual a poderosa palavra de Deus transforma a vida dos ouvintes.
O pregador hoje faz o papel dos profetas do passado, no sentido de ser um porta-voz de Deus e de falar em nome de Deus.
O SIGNIFICADO DE PREGAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO
O Novo Testamento usa várias palavras para designar o ato de pregar.
As duas principais são evaggelion, com o sentido de anúncio de boas novas, e kerygma, com o sentido de proclamação pública.
A palavra kerygma passou a designar a principal atividade dos apóstolos no primeiro século, ou seja, a pregação.
Além disso, o Novo Testamento também usa a palavra didache, com o sentido de ensino, indicando a instrução que era dada aos que já eram cristãos, em contraste com kerygma, que era a proclamação principalmente aos não cristãos.
Essas três palavras são inseparáveis no Novo Testamento, ou seja, com as boas novas, a pregação constitui o fundamento sobre o qual é construído o ensino do evangelho.
A PREGAÇÃO COMO ORDEM DE DEUS
A pregação não é opcional, foi ordenada por Deus e oficializada por Cristo na Grande Comissão quando disse: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho” (Marcos 16:15).
Para o apóstolo Paulo, esse senso do imperativo da pregação era tão claro que ele chegou a exclamar com veemência:
”Ai de mim se não pregar o evangelho” (Co 9.16), com absoluta consciência de que a pregação é uma tarefa para ser desempenhada por alguém, e esse alguém é o pregador.
Além de imperativa, a pregação é também urgente e constante.
Paulo conjurou o jovem Timóteo a pregar com insistência, “a tempo e fora de tempo” (2 Timóteo 4:2).
Mesmo que a mente secular não visse sentido no conteúdo ou na forma da pregação, Paulo estava convicto de que “aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação” (1 Coríntios 1:21).
A PRIORIDADE DA PREGAÇÃO
No plano da salvação, a pregação ocupa posição de prioridade.
Tão prioritária ela é que Cristo disse que o fim só virá quando o evangelho for pregado a todo o mundo (Mt 24.14).
Em outras palavras, a pregação é a primeira condição para o encerramento da obra de Cristo neste mundo.
Mesmo comparando com outros deveres do ministério, a pregação destaca se como prioridade, Por isso Paulo disse que, para ele, era mais importante pregar do que até mesmo batizar (1 Co 1.17).
Isso quer dizer que a pregação tem primazia sobre os deveres do ministério.
Quando Jesus escolheu e enviou os doze apóstolos, designou-lhes a pregação como função principal e primeiro dever.
As outras funções vinham depois (Mc 3.14-15).
Até mesmo os gentios viam nos apóstolos a figura de um pregador, quando estes perambulavam de cidade em cidade.
Ao ouvirem Paulo debater com os filósofos, os atenienses viram nele não a figura de um filósofo, mas disseram: “Parece pregador…” (At 17.18).
Assim como a pregação foi imperativa e prioritária nos tempos bíblicos, hoje, mais do que nunca, permanece como prioridade no plano de Deus.
A mais urgente necessidade da igreja cristã hoje é a verdadeira pregação.
E como ela é a maior necessidade da igreja, obviamente é a maior necessidade do mundo também.
A PREGAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA
Nunca houve missão espiritual sem pregação, bem como nunca houve pregação sem missão específica para ser cumprida.
A pregação não é um fim em si mesma, mas sempre um meio para o cumprimento de uma missão. No plano de Deus, ela é indispensável ao cumprimento da missão.
Sempre que Deus precisou cumprir uma missão especial, chamou um pregador.
Faz parte da estratégia de Deus atuar usando o homem como profeta ou como pregador, pois diz a Bíblia que “Deus não fará coisa alguma sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Am 3.7).
NA HISTÓRIA DOS HEBREUS
Ao longo da história, para cada missão especial, Deus teve um pregador.
Já nas primeiras gerações de patriarcas, Enoque desponta como pregador, ao profetizar sobre a volta de Jesus (Jd 14).
Antes de destruir a terra com as águas do dilúvio, Deus precisou de um pregador para cumprir a missão de advertir o mundo sobre a destruição vindoura.
Foi a primeira grande missão, e por isso Noé se impõe na história bíblica como um dos grandes pregadores do evangelho, reconhecido como “pregador da justiça” (2Pe 2.5).
Quando precisou libertar o povo de Israel do Egito, Deus foi em busca de Moisés e Arão para cumprir a missão de falar a mensagem de Deus ao faraó e ao povo de Israel (Êx 4.29-5.1).
A partir de então, durante toda a história do povo hebreu, Deus não cessou de enviar os profetas como pregadores e anunciadores da vontade divina para o povo (jr 7.25).
Mesmo quando o povo rejeitou o plano de Deus e foi levado para o exílio em terra estranha por causa de seus pecados.
Deus precisou de homens que cumprissem a delicada missão de tentar salvar os exilados e convocou como pregadores os profetas Jeremias, Ezequiel e Daniel.
NA MISSÃO AOS CRISTÃOS
A missão cristã começa com a pregação. O papel desempenhado pelos profetas do Antigo Testamento é continuado pelos pregadores do evangelho.
Logo no início do Novo Testamento, aparece João Batista pregando no deserto para cumprir a missão de preparar o mundo para a chegada do Messias (Mt 3.1-2).
Jesus Cristo também começa a cumprir sua missão como pregador.
Logo após o batismo e a tentação no deserto, diz a Bíblia que “daí por diante passou Jesus a pregar…” (Mt 4.17).
O Salvador da humanidade não inventou um método mais sofisticado para cumprir a missão de salvar o mundo, mas utilizou o mesmo método que ele instituíra para os profetas do passado e tornou-se um pregador.
Os apóstolos também não tiveram dúvidas nem questionaram o método da pregação.
Tinham aprendido com o próprio Cristo que a missão devia ser cumprida com a pregação e, mesmo sob perseguição, “iam por toda parte pregando a palavra” (At 8.4).
NA HISTÓRIA DA IGREJA
Após a era apostólica, ainda nos primórdios do cristianismo, os pais da igreja deram continuidade à pregação como forma de cumprimento da missão.
Muitos deles usaram a pregação como defesa da fé e da doutrina contra as heresias dos primeiros séculos e também como defesa do cristianismo perante as autoridades.
Tertuliano, Cipriano, Justino Mártir, Clemente de Alexandria, Orígenes e Jerônimo estão entre os que cumpriram a missão por meio da pregação.
O mesmo fizeram Ambrósio, Agostinho, João Crisóstomo e outros a partir do quarto século da era cristã.
NA REFORMA PROTESTANTE
A Reforma protestante tornou-se o palco de verdadeiros heróis da pregação bíblica, em diferentes países do continente europeu.
João Wycliff cumpriu a missão de pregador da Reforma na Inglaterra, Martinho Lutero pregou a Reforma na Alemanha,João Huss e Jerônimo, na Boêmia, hoje República Tcheca,João Calvino, na Suíça, e muitos outros.
No despertamento religioso dos séculos XVIII e XIX, o evangelho foi exaltado pela boca de vários expoentes da pregação bíblica.
Entre eles figuram João Wesley (1703-1791), que deu origem ao metodismo, Charles Spurgeon (1834-1892), pregador batista da Inglaterra, considerado o “príncipe dos pregadores”, e Moody (1837-1899), que deu origem a uma nova ênfase evangelística e de avivamento nos Estados Unidos e na Inglaterra.
Billy Graham, da Igreja Batista, é o pregador evangélico que tem falado ao maior número de ouvintes em toda a história da humanidade, por meio de suas cruzadas evangelísticas.
Por mais de cinquenta anos, Billy Graham pregou o evangelho face a face para mais de cem milhões de pessoas em todos os continentes, de acordo com estatísticas de sua equipe.
Inúmeros outros pregadores mantiveram acesa a chama da pregação bíblica ao longo da História.
Conteúdo muito interessante sobre o tema pregação.
Obrigado gostei imenso do que aprendi sobre pregação, da forma simples e clara que foi feito o conteúdo, que Deus abençoe.
GOSTEI SABER MAIS UM POUCO SOBRE A PREGAÇÃO.
SANTO DEUS…MARAVILHA DE MATERIAL…
DEUS E VIVO.