O Nestorianismo e o Monofisismo: Divergências teológicas
Na história do Cristianismo, surgiram diversos movimentos e correntes teológicas que discutem sobre a fé e enriquecem a nossa compreensão. Neste artigo, falaremos sobre dois desses movimentos, o Nestorianismo e o Monofisismo.
Vamos compreender quais são as características de cada um deles e suas crenças. Além disso, mostraremos quais papéis desempenharam no desenvolvimento da teologia cristã.
Assim, com esse conhecimento, teremos um panorama mais amplo e assim, conseguiremos aprofundar mais um pouco nossos conhecimentos religiosos.
O que é Nestorianismo?
Essa é uma corrente teológica que recebeu o nome de Nestório, patriarca de Constantinopla no século V.
Nestório acreditava que em Jesus Cristo coexistiam duas naturezas separadas: a natureza humana e a natureza divina. Segundo ele, Cristo era tanto Deus quanto homem, mas as duas naturezas eram distintas, não se fundindo em uma só. Essa doutrina ficou conhecida como “Dupla Natureza”.
Os defensores desse pensamento enfatizavam a importância de preservar a individualidade de cada natureza de Cristo. Eles argumentavam que, ao afirmar a existência de uma única natureza em Cristo, estaríamos negando sua humanidade ou divindade. Portanto, afirmavam que Maria era mãe de Jesus apenas em sua natureza humana, não na natureza divina.
No entanto, o Nestorianismo foi considerado herético pelo Concílio de Éfeso em 431, que defendia a doutrina da “União Hipostática”. Segundo essa doutrina, Cristo é uma única pessoa com duas naturezas perfeitamente unidas: a divina e a humana.
Apesar da rejeição da igreja, o movimento encontrou adeptos na Igreja do Oriente e se espalhou principalmente pela Ásia.
O que é Monofisismo?
O Monofisismo, por sua vez, afirmava que em Cristo havia apenas uma natureza, uma única fusão entre a divindade e a humanidade. Essa corrente teológica teve origem nas controvérsias doutrinárias após o Concílio de Calcedônia em 451.
Daí, seus defensores acreditavam que a natureza divina de Cristo absorveu completamente sua natureza humana, resultando em uma única natureza divina-humanidade chamada “Fusão”.
Por isso, eles argumentam que, se houvesse duas naturezas em Cristo, haveria uma separação e uma negação da verdadeira unidade entre Deus e o homem.
Contudo, a igreja também o considerou herético pelo Concílio de Calcedônia, que afirmava a doutrina da “Dupla Natureza Unida”. Segundo essa doutrina, Cristo é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, sem confusão, mudança, divisão ou separação entre as duas naturezas.
O Nestorianismo e o Monofisismo quais as divergências teológicas?
Essas correntes, no entanto, representaram importantes debates teológicos na história do Cristianismo.
Mesmo que a igreja ocidental os julgue heréticos, ambos encontraram aceitação em certas regiões e desempenharam um papel significativo no desenvolvimento do pensamento cristão.
É importante ressaltar que, ainda que a ortodoxia cristã os considere heréticos, a diversidade de pensamento dentro do Cristianismo, só pode ser entendida a partir do contexto histórico e teológico.
Apesar das diferenças fundamentais, ambos os movimentos destacaram a importância da natureza divina e humana de Cristo.
Essas divergências teológicas, portanto, servem como lembrete de como as interpretações e abordagens sobre o tema podem variar ao longo do tempo e nas diferentes regiões.
Assim, ao estudá-los, é necessário consultar as referências bíblicas que fundamentam os argumentos e crenças de cada lado.
Apesar de não encontrarmos essas palavras na Bíblia, encontramos os adeptos dessas correntes em passagens como João 1:14, que fala da encarnação de Cristo, e Filipenses 2:5-8, que descreve a humilhação e exaltação de Cristo.
Lembremos, portanto, que, apesar das divergências teológicas, todos os cristãos compartilham uma crença central na divindade e na humanidade de Jesus Cristo, bem como na salvação por meio dele.
Conhecer a existências desses debates teológicos, no entanto, são valiosos para aprofundar nosso conhecimento e compreensão das complexidades da fé cristã.
Dessa maneira, podemos compreender melhor a trajetória do cristianismo até os nossos dias, e nos livrar do engano que existe nas diversas maneiras de interpretar a Bíblia.
Conclusão
Nestorianismo e o Monofisismo enfatizaram a relação entre a natureza divina e humana de Cristo, cada um com sua própria perspectiva e interpretação. Isso nos dá referências para buscar compreender melhor sobre o assunto, uma vez que, já houve discussão sobre essa questão.
Assim, ao estudar essas divergências teológicas, é essencial consultar as referências bíblicas que embasam as crenças de cada movimento, compreendendo sua origem e contexto histórico.
Esperamos que essa rápida explanação sobre esses movimentos, ajude a compreender melhor as diferentes correntes teológicas e a enriquecer seu conhecimento sobre as várias formas de servir a Deus.
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