Quem foi Joás? 5 Lições da história do rei mais jovem da Bíblia
Imagina ser coroado rei aos sete anos de idade, em meio a uma trama cheia de traições e assassinatos. Essa é a fascinante história de Joás, um jovem monarca de Judá cuja vida foi marcada por momentos de coragem, renovação espiritual e, tragicamente, uma queda moral.
Sendo assim, vamos explorar como Joás, escondido e protegido no templo durante sua infância, ascendeu ao trono, liderou um renascimento espiritual, e, infelizmente, acabou se afastando de Deus, culminando em um fim um tanto trágico.
Neste estudo sobre Joás, aprendemos também algumas lições valiosas sobre fidelidade, liderança e o impacto das influências que escolhemos seguir.
Quem foi Joás na bíblia?
Joás foi filho de Acazias e neto de Atalia, descendente da casa de Davi. Ele se tornou rei de Judá ainda jovem e foi resgatado da destruição por Joiada, o sumo sacerdote, que o guiou inicialmente. Joás é conhecido por começar seu reinado de forma promissora, restaurando o templo do Senhor, mas terminou mal ao se desviar dos caminhos de Deus após a morte de seu mentor Joiada.
Significado de Joás
O nome Joás, que em hebraico se pronuncia “Yehoash”, significa “Yahweh deu” ou “Deus concedeu”. Esse nome simboliza a providência divina e o favor que acompanharam tanto seu nascimento quanto seu reinado.
A história de Joás pode gerar certa confusão, pois ele é referido por dois nomes distintos. Em algumas passagens, como em 2 Reis 11:2 e 2 Crônicas 22:11, ele é chamado de Joás. Em outras, como em 2 Reis 12:1 e 2 Crônicas 24:1, o nome utilizado é Jeoás. No entanto, ambos os nomes se referem à mesma pessoa, sendo “Jeoás” uma forma mais extensa que inclui o prefixo Yeho, uma abreviação de Yahweh.
História do rei Joás de Judá
Joás, herdeiro legítimo da linhagem real de Judá, começou a sua história enfrentando um grande massacre cruel. Pois sua avó, Atalia, usurpou o trono e tentou eliminar todos os possíveis herdeiros, ameaçando também a continuidade da linhagem de Davi, a qual, segundo as profecias, traria o Messias.
Contudo, Jeoseba, a tia de Joás, teve coragem e salvou o menino, escondendo-o no templo com a ajuda do sumo sacerdote Jeoida, por seis anos (2 Reis 11:2-3). Com apenas sete anos, Joás recebeu a coroação de rei por Joiada, que havia planejado um golpe para derrubar Atalia. Em seguida, a usurpadora ao tentar impedir a coroação acabou sendo executada.
Nos primeiros anos de seu reinado, Joás contou com a orientação de Joiada, que o guiou no caminho de Deus e incentivou a restauração da adoração verdadeira em Judá (2 Reis 11:4-21). Joiada também inspirou Joás a iniciar uma campanha para arrecadar fundos destinados à reforma do templo, algo que havia sido negligenciado por Atalia.
Joás garantiu que os sacerdotes e levitas mobilizassem o povo para levantar os recursos necessários e supervisionou a conclusão das obras (2 Reis 12:4-15). Esse esforço marcou o início de um reavivamento espiritual, renovando a aliança do povo com Yahweh.
No entanto, a morte de Joiada trouxe uma mudança drástica no reinado de Joás. Sem a orientação de seu mentor, Joás se afastou de Deus e permitiu que o povo recaísse na idolatria, rompendo a aliança e provocando a ira divina.
As consequências desse afastamento se tornaram evidentes quando Zacarias, filho de Joiada, assumiu um papel profético. Inspirado pelo Espírito de Deus, Zacarias denunciou a infidelidade do povo e advertiu sobre o julgamento iminente.
Assim o rei Joás não se lembrou da beneficência que Joiada, pai de Zacarias, lhe fizera; porém matou-lhe o filho, o qual, morrendo, disse: O SENHOR o verá, e o requererá (2 Crônicas 24:20-22).
Esse ato cruel, perpetrado no mesmo local onde seu mentor havia derrotado Atalia, destacou a profunda mudança moral que havia ocorrido em Joás.
O reinado de Joás terminou em desordem. Os arameus atacaram e derrotaram suas tropas. Gravemente ferido, Joás acabou sendo assassinado por seus próprios oficiais (2 Reis 12:20-21, 2 Crônicas 24:23-27).
A queda de Joás demonstra a importância da fidelidade a Deus e o impacto devastador que a infidelidade pode ter sobre a liderança e o reino.
Joás o rei mais jovem da bíblia
Joás começou seu reinado ainda jovem, aos 7 anos de idade, e governou Judá por cerca de 40 anos, aproximadamente de 835 a 796 a.C. Durante seu governo, o reino experimentou um período de estabilidade e reformas.
Após a morte de Joás, Judá entrou em um período de instabilidade, alternando entre reformas e apostasia. Seu sucessor, Amazias, enfrentou uma derrota militar e voltou a práticas idólatras, o que resultou em seu assassinato (2 Crônicas 25).
Seu filho Uzias, também conhecido como Azarias, assumiu o trono e teve um reinado longo e próspero, caracterizado por sucessos militares e fortificações. No entanto, Uzias caiu em desgraça ao invadir o templo para oferecer incenso, o que levou à sua punição com lepra (2 Crônicas 26).
Jotão, o filho de Uzias, preservou a estabilidade e a piedade em Judá. Contudo, seu sucessor, Acaz, trouxe de volta a idolatria e buscou alianças com a Assíria, o que resultou em um declínio moral e político (2 Crônicas 28). Ezequias, o filho de Acaz, trouxe reformas significativas, restaurou a adoração no templo e confiou em Deus para proteger Judá das ameaças assírias (2 Reis 18-20).
O filho de Ezequias, Manassés, reverteu as reformas de seu pai e mergulhou Judá em um período de pecado extremo, com idolatria e derramamento de sangue. Apesar de seu arrependimento tardio, o dano causado foi considerável (2 Crônicas 33).
Seu sucessor, Amon, continuou na idolatria e rapidamente perdeu a sua vida ao ser assassinado. Josias, então, iniciou reformas abrangentes e renovou a aliança com Deus ao descobrir o Livro da Lei no templo (2 Reis 22-23).
Infelizmente, os esforços de Josias para manter as reformas não foram suficientes. Seus sucessores, Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim e Zedequias, enfrentaram instabilidade política e continuaram a prática da idolatria. Eventualmente, Nabucodonosor da Babilônia sitiou Jerusalém, resultando na sua queda em 586 a.C., na destruição do templo e no exílio babilônico do povo (2 Reis 24-25).
5 Lições que aprendemos com o Reinado de Joás
O reinado de Joás oferece diversas lições valiosas para a vida cristã contemporânea, especialmente no que tange à orientação divina, fé e a importância de evitar influências negativas.
1. Deus Cumpre Suas Promessas
O Senhor fez uma aliança com Davi para estabelecer um rei eterno, protegendo a linhagem real de Judá dos planos malignos de Atalia. Isso nos lembra que Deus sempre cumpre Suas promessas. Em nossa vida, podemos confiar que Deus fará o que prometeu, assim como Ele protegeu a linhagem real para cumprir Seu propósito. Assim como Deus nos fala em Romanos 8:28 que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados segundo Seu propósito.
2. A Importância de ser mentorado por um líder espiritual
Joás se tornou rei ainda jovem e seu sucesso inicial foi grandemente influenciado pela orientação de Joiada (2 Reis 12:2). Ter mentores sábios e piedosos é essencial para nossa jornada espiritual. Devemos procurar esses mentores, construir e manter esses relacionamentos, especialmente quando um mentor se vai. Essa busca por orientação nos ajuda a crescer espiritualmente e nos mantém no caminho certo.
3. As Consequências das Más Companhias
Após a morte de Joiada, Joás caiu sob a influência de oficiais corruptos, resultando em consequências desastrosas. Manter firmeza na fé exige cautela nas associações que cultivamos. Assim como precisamos de mentores espirituais, também é necessário rejeitar influências negativas. Más companhias podem nos desviar do caminho de Deus, trazendo consequências sombrias para nossa vida.
4. Desenvolver um Comprometimento Pessoal com a Fé
O erro de Joás é que sua fé dependia fortemente da influência de Joiada. Quando essa influência desapareceu, ele não conseguiu manter sua devoção. Devemos desenvolver um comprometimento pessoal profundo com nossa fé, assegurando que nossa fundação está firmemente em Cristo, e não apenas nas influências externas. Esse comprometimento pessoal nos ajuda a resistir às tentações, mesmo quando não temos mentores presentes para nos apoiar.
5. Joás começou bem mas terminou mal
A queda de Joás ilustra as severas consequências da infidelidade. Ignorar os avisos de Deus, como Joás fez com Zacarias, resulta em destruição. Devemos ouvir a palavra de Deus e permanecer obedientes, mesmo quando a correção é difícil.
Deus, por Seu grande amor, nos guia através do Espírito Santo para nos proteger da morte e da destruição. Obedecer a Deus é fundamental para evitar as consequências negativas de se afastar de Seus caminhos. O reinado de Joás nos ensina uma importante lição sobre a trajetória da vida espiritual: não basta começar bem, é preciso perseverar até o fim.