Descoberta revela possível óleo (Bálsamo) usado na unção dos reis de Israel

"Os Reis de Israel são ungidos apenas com óleo de unção de dióspino (bálsamo)". Esta é uma afirmação feita por Rambam, renomado estudioso judeu do século XII, Moses ben Maimon.

Durante uma pesquisa no deserto da Judeia conduzida alguns anos atrás por arqueólogos, descobriram um grupo de edifícios datados dos últimos dias do Reino de Judá. Estes estavam localizados ao lado da estrada que se estendia de Ein Gedi até a cordilheira da Judeia, conectando as principais cidades de Hebron e Jerusalém.

Saar Ganor, arqueólogo e pesquisador da Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI) do período do Primeiro Templo, sugere que esses edifícios possam ter desempenhado um papel na proteção da rota por onde caravanas transportavam o valioso perfume de dióspiro. Ganor destaca:

“Os edifícios construídos ao lado da estrada fornecem provas adicionais de que o comércio de dióspiro era controlado nacionalmente e já representava uma fonte de renda no final do Período do Primeiro Templo.”

O perfume de dióspiro, conhecido como “tzori” nas fontes judaicas, era uma das fragrâncias utilizadas no incenso queimado no Templo. Ganor afirma que a presença desses edifícios indica que o comércio de dióspiro era uma atividade economicamente significativa no final do Período do Primeiro Templo.

O cultivo do dióspiro e a produção da sua fragrância continuou sendo produzida em Ein Gedi nos períodos Hasmoneu, Romano e Bizantino. Antigas fontes escritas enaltecem as qualidades do perfume, que era um dos produtos mais caros do mundo antigo. Além disso, se utilizava em incensos, perfumes, medicamentos e outros fins. Este dióspiro não é o fruto que conhecemos hoje, com origens na China.

Há registros de que Marco Antônio concedeu à rainha Cleópatra o controle sobre as plantações de dióspiro tzori como uma expressão de seu amor. Imperadores romanos posteriores também adquiriam produtos de dióspiro de Ein Gedi.

Na década de 1970, durante a escavação da antiga sinagoga bizantina em Ein Gedi, arqueólogos descobriram um piso de mosaico com inscrições hebraicas e aramaicas.

Uma inscrição em aramaico continha uma séria advertência sobre perfume de dióspiro:

“…Aquele que revela o segredo da cidade aos gentios, aquele cujos olhos andam por toda a terra e veem o que está escondido, que Ele volte o seu rosto sobre aquele homem e sua descendência, e o arranque de debaixo dos céus…”

O professor Saul Lieberman e outros estudiosos acreditavam que o “segredo” referia-se às técnicas de cultivo e/ou à receita para a produção do perfume de dióspiro. Ganor destaca ainda:

“Parece que a ameaça foi eficaz, e o segredo foi tão bem guardado que os métodos de produção e a planta a partir da qual o perfume foi processado permanecem desconhecidos até hoje”

Ele sugere que a antiga sinagoga em Ein Gedi era um local de encontro para a comunidade judaica local e para os cultivadores e produtores de dióspiro, justificando assim a presença da maldição neste local específico.

Após a conquista muçulmana do país no século VIII d.C. e o acesso aos mercados da Arábia, a produção do perfume de dióspiro tornou-se menos rentável. Mas, seu segredo permaneceu um mistério.

Fonte: facebook.com/AntiquitiesEN

Equipe Redação BP

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