O que significa Cristologia e qual sua importância?

O estudo da Cristologia é fundamental para compreender quem foi Jesus. Para os crentes, conhecer verdadeiramente a identidade de Jesus é essencial e por isso, a importância do estudo da Cristologia. A fim de explicar o que é cristologia, vamos ver aqui um resumo desta doutrina bíblica.

O que é e o que significa Cristologia?

A cristologia, na etimologia da palavra significa estudo da identidade e das obras de Jesus. A princípio, este estudo tenta responder à pergunta que Jesus fez a Pedro: “Quem vocês dizem que eu sou?” (Lucas 9:20). 

Em outras palavras, quando os cristãos estudam cristologia, estão procurando conhecer melhor a Jesus explorando seu caráter.

Historicamente, as pessoas tentaram responder a essa pergunta de várias maneiras. No entanto, algumas das respostas foram consideradas incompatíveis com o ensino cristão ortodoxo e chamadas de heresias. 

Algumas dessas heresias focam demais na natureza divina de Jesus enquanto excluem sua humanidade. Enquanto outras, enfatizam demais sua humanidade excluindo sua natureza divina. 

Ainda assim, outros não enfatizam suas obras na cruz, sua ressurreição ou seu presente ministério no céu. 

Ensinamentos que não enfatizam a divindade de Jesus costumam destacar sua identidade como mestre moralista, como um dos profetas. Enquanto que ensinamentos que não enfatizam sua humanidade veem Jesus como uma espécie de super-herói ou semideus que apenas parecia ser um homem.

Concílios debatem sobre vários pontos da história

Por causa dos muitos falsos ensinamentos que circulam sobre a identidade e as obras de Jesus, os concílios se reuniram para debater sobre vários pontos da história.

Entre os objetivos, estavam: afirmar sobre Jesus na Bíblia, desenvolver consenso entre os líderes da igreja e escrever credos para ensinar a cristologia ortodoxa nas igrejas.

O Credo Niceno, desenvolvido em 325 d.C., diz o seguinte sobre a identidade e as obras de Jesus:

“Creio em um só Senhor Jesus Cristo,
o Filho Unigênito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos.

Deus de Deus, Luz da Luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,
gerado, não feito, consubstancial ao Pai;
por meio dele todas as coisas foram feitas.

Por nós homens e para nossa salvação
desceu do céu,
e pelo Espírito Santo se encarnou da Virgem Maria,
e se fez homem.

Por nossa causa foi crucificado sob Pôncio Pilatos,
padeceu e foi sepultado,
e ressuscitou ao terceiro dia,
segundo as Escrituras.

Ele subiu ao céu
e está sentado à direita do Pai.
Ele virá novamente em glória
para julgar os vivos e os mortos
e o seu reino não terá fim”.

O Credo Calcedônio, desenvolvido em 451 dC, era inteiramente sobre a natureza de Cristo. Ele lê:

“Nós, pois, seguindo os santos Padres, todos com um consentimento, ensinamos os homens a confessar um e o mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, o mesmo perfeito em divindade e também perfeito em humanidade.

Verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, de uma razão alma e corpo. Consubstancial a nós segundo a varonilidade. Em tudo semelhante a nós, sem pecado; gerado antes de todos os séculos do Pai segundo a divindade, e nestes últimos dias, para nós e para nossa salvação, nascido da virgem Maria, a mãe de Deus, segundo a varonilidade.

Um e o mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, a ser reconhecido em duas naturezas, inconfundível, imutável, indivisível, inseparável.

A distinção de naturezas não sendo de modo algum retirados pela união, mas preservando a propriedade de cada natureza, e concorrendo em uma Pessoa e uma Subsistência, não partido ou dividido em duas pessoas, mas um e o mesmo Filho, e unigênito, Deus, o Verbo, o Senhor Jesus Cristo, como os profetas desde o princípio declararam a respeito dele. E o próprio Senhor Jesus Cristo nos ensinou, e o O credo dos santos Padres nos transmitiu.”

5 exemplos de cristologia na Bíblia

João 1:1-3, João 1:14 diz:

¹ No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
² Ele estava no princípio com Deus.
³ Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.

¹⁴ E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.

Esses versículos mostram que o Verbo (Jesus) é Deus e que Ele se fez carne para habitar entre nós. Assim, sua divindade e humanidade são lindamente expressas juntas em uma passagem. 

Filipenses 2:5-11 também captura a relação entre as naturezas divina e humana de Jesus:

⁵ De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
⁶ Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
⁷ Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
⁸ E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
⁹ Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;
¹⁰ Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,
¹¹ E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.

Certas passagens da Escritura destacam a cristologia de cima ou de baixo, ou seja, iluminam sua natureza divina ou sua natureza humana, mas, juntas, chegam a uma perspectiva equilibrada. 

Colossenses 1:15-20 é um exemplo de cristologia de cima, mostrando a plena divindade de Jesus:

¹⁵ Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação,
¹⁶ pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele.
¹⁷ Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste.
¹⁸ Ele é a cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia.
¹⁹ Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude,
²⁰ e por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão no céu, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz.

Para outros exemplos de cristologia, as genealogias (encontradas em Mateus 1:2-16 e Lucas 3:23-38) mostram um registro das origens terrenas de Jesus, mostrando sua plena humanidade. São, portanto, mais 2 exemplos de cristologia na Bíblia.

Por que a cristologia é importante para os cristãos?

A ideia de que Jesus é totalmente Deus e totalmente homem se chama “união hipostática”. 

Afirmar essa crença é importante para nós como crentes, porque é somente através dessa união que é possível ser justificado com Deus. 

Jesus teve que ser totalmente humano para identificar e representar a humanidade, e teve que ser totalmente divino para vencer a morte e salvar aqueles que o recebem pela fé. 

O estudo da cristologia não é uma atividade acadêmica empoeirada. Em vez disso, é uma celebração do próprio Deus se aproximando por amor às pessoas que ele criou. 

Aproximando-se tanto, de fato, que ele “assumiu a carne” para se tornar plenamente um de nós, enquanto ainda retinha sua capacidade divina de realizar a salvação.

Leia também: Quem é Jesus Cristo na Bíblia? Biografia do Maior Homem da História do Cristianismo.

Equipe Redação BP

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