Está na Bíblia que a voz do povo é a voz de Deus?

Infelizmente, já ouvi muitos irmãos e até colegas de ministério repetirem esse grosseiro ditado popular. Claramente, essa frase nem em sonho se encontra na Bíblia.

Vamos analisar o caso dos meteorologistas que preveem o tempo de sol e, do nada, passa a chover. Também analise o caso de tantos pseudoprofetas que já apareceram nesta terra e abriram suas bocas para dar “profetadas” que nunca se cumpriram.

Ou ainda, que tal uma pesquisa de boca de urna que apontava certo candidato como favorito e, no final, ele perdeu feio? Com certeza você se lembrou de algo assim.

Pois bem, Deus é imutável (Isaías 40:8). Deus não contradiz, não titubeia e muito menos é um “Maria vai com as outras”.

No Pentateuco, em Números 23:19, afirma que Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa.

Quanto ao homem, a Bíblia deixa claro em Jeremias 17:5 que maldito é o homem que confia no homem. Repare que, infelizmente, o profeta usa uma palavra forte para mostrar quão mutável é o ser humano.

Esse mesmo profeta endossa que o coração do homem é mais enganoso que qualquer outra coisa (Jr 17:9).

Para corroborar um pouco mais com a afirmação bíblica de que a voz do povo não é, nunca foi e nunca será a voz de Deus, quero levar você a meditar comigo numa passagem interessante dos Evangelhos.

Passagem essa conhecida popularmente como “domingo de Ramos”, e no meio evangélico é chamada de “entrada triunfal de Jesus em Jerusalém” (Mateus 21:9-11).

Nesse evento, o povo presenteou Jesus com um jumentinho, saudavam-no e festejavam-no com ramos e salvas; em uma só voz clamavam: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor!”. Ao entrarem na cidade, ainda afirmaram ser Jesus o profeta de Nazaré.

Uma semana depois, esse mesmo povo que outrora gritava: “Hosana! Jesus é profeta, Filho de Davi!”, e por aí vai, foi o mesmo povo que gritou: “Crucifica-o! Crucifica-o!”. Assim, esbravejaram pedindo a morte de Jesus e a soltura de um malfeitor (Lucas 23:21).

Caro leitor(a), reconheça que Deus é imutável, Suas palavras jamais passarão e, mesmo sendo nós infiéis para com Ele, Ele continua fiel para conosco (Deuteronômio 32:4).

Mas, em definitivo, a voz do povo nunca será a voz de Deus. Deus fala ao mais oculto da alma.