Por que a Bíblia Católica tem 73 livros e a Protestante tem apenas 66?

A diferença no número de livros entre a Bíblia Católica e a Bíblia Protestante tem gerado questionamento e debate ao longo dos séculos. Enquanto a Bíblia Protestante possui 66 livros, a Bíblia Católica inclui 73 livros em seu cânon.

Neste estudo, exploraremos as razões históricas e teológicas que levaram a essa divergência e discutiremos o que é mais importante.

É importante ressaltar que tanto a Bíblia Católica quanto a Protestante concordam em relação ao Novo Testamento, composto por 27 livros. Portanto, não há diferenças quanto à quantidade de livros nesta seção das Escrituras Sagradas.

A diferença no Velho Testamento

A divergência ocorre no Velho Testamento, e há algumas razões que explicam essa disparidade:

Decisões conciliares e canonização

No concílio de Rabinos de Jâmnia, realizado entre 90 e 100 d.C, foi estabelecido que o Velho Testamento seria composto por apenas 39 livros, correspondentes aos livros presentes nas bíblias evangélicas.

No entanto, a Igreja Católica Romana, no Concílio de Trento, realizado em 1546, decidiu solenemente afirmar a canonicidade dos livros apócrifos, que são livros completos e aditamentos. Essa decisão estabeleceu a diferença no número de livros entre as duas versões.

Evolução histórica e ruptura gradual

Ao longo da história, o catolicismo romano passou por mudanças doutrinárias significativas, o que afetou sua relação com a Bíblia. Inicialmente, figuras como Jerônimo e Crisóstomo incentivavam a leitura da Bíblia. Agostinho considerava as traduções como um meio abençoado de levar a Palavra de Deus às nações.

No entanto, restrições começaram a surgir com o tempo. Hildebrando proibiu a leitura da Bíblia pelos boêmios, e Inocêncio III, em 1215, impediu o povo de ler a Palavra de Deus em sua língua materna, restringindo-a apenas ao latim. A partir desse período, desencorajaram a leitura da Bíblia pelos leigos.

A Contra-Reforma Católica e o Concílio Tridentino

Com o avanço do protestantismo e a ênfase na leitura da Bíblia pelo povo, o clero romano sentiu-se pressionado e desafiado a fundamentar suas doutrinas nas Escrituras Sagradas.

Essa pressão resultou na adoção de uma autoridade religiosa adicional – a tradição – e na canonização dos livros apócrifos, que poderiam sustentar alguns dos dogmas católicos que estavam sendo questionados pelos protestantes.

As razões dos rabinos judeus

É importante mencionar que a decisão dos rabinos judeus também teve um papel significativo na exclusão dos livros apócrifos. Eles argumentaram que esses livros foram escritos após Esdras e Neemias, quando acreditavam que a inspiração divina havia cessado.

Além disso, alguns desses livros foram escritos em grego, ou pelo menos seus originais hebraicos eram desconhecidos na época do Concílio de Trento, como é o caso dos livros de Sabedoria e 2 Macabeus. Esses fatores contribuíram para a decisão dos rabinos judeus de não incluí-los em seu cânon.

Conclusão sobre a difBíblia Católica tem 73 livros e a Protestante tem apenas 66?

Em conclusão, a diferença no número de livros entre a Bíblia Católica e a Protestante tem raízes históricas e teológicas. Enquanto a Igreja Católica Romana decidiu afirmar a canonicidade dos livros apócrifos, a partir do Concílio de Trento, a tradição protestante se baseia no cânon estabelecido pelos rabinos judeus, que exclui esses livros.

A escolha entre as duas versões da Bíblia depende das convicções teológicas e da tradição religiosa de cada indivíduo. É importante destacar que existem católicos sinceros que, ao estudarem a Palavra de Deus em suas próprias Bíblias, encontraram orientação espiritual segura e seguiram o caminho de salvação através de Jesus Cristo, servindo a Ele em denominações evangélicas.

No final das contas, o mais importante não é a quantidade de livros na Bíblia, mas sim a busca por compreender e viver de acordo com a mensagem central das Escrituras – o amor e a redenção oferecidos por Deus através de Jesus Cristo.

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