Como Eram os Banheiros Públicos da Roma Antiga?

“As maiores latrinas do país foram descobertas em Bet Shean”, afirma o Dr. Walid Atrash, arqueólogo da Autoridade de Antiguidades de Israel.

“Em cada uma das quatro latrinas públicas datadas dos períodos romano e bizantino que escavamos no local, cerca de 60 assentos de madeira foram instalados em uma área comum aberta!”.

Dr. Walid Atrash

A latrina romana parcialmente preservada no local é uma estrutura notável, repleta de detalhes arquitetônicos, incluindo pinturas de parede e escadas ornamentadas com corrimãos. No centro do edifício público, um pátio pavimentado com mosaicos e colunas com capitéis decorativos recebia visitantes. Três fileiras de assentos de madeira, separados por blocos de asfalto natural, estavam dispostas ao longo de três paredes.

O Dr. Atrash descreve a estrutura, dizendo:

“A estrutura estava parcialmente coberta, e o pátio central foi deixado descoberto, o que permitiria que os odores desagradáveis se dissipassem. Blocos de pedra retangulares foram instalados ao redor das três paredes da estrutura, projetando-se cerca de 20 cm da parede. Entre cada par de blocos, havia assentos de madeira com buracos redondos, funcionando como latrinas. As pessoas se sentavam, conversavam e cuidavam de suas necessidades, e é bem possível que todos os assuntos da cidade fossem discutidos lá.”

A questão sobre como eliminavam os resíduos é intrigante. Um canal de esgoto profundo construído sob os assentos, correndo ao lado das paredes do edifício e direcionava os resíduos para o sistema de esgoto da cidade. Quando a latrina fazia parte de um complexo de banhos maior, como em Nysa-Scythopolis e Bet She’an, utilizavam a água para lavar os resíduos, que então fluíam pelos canais.

Ao pé da latrina, em frente aos assentos de madeira, outro canal instalado fornecia água limpa, utilizada para enxaguar esponjas e para a higiene pessoal.

Quando perguntado sobre sua experiência ao escavar uma latrina pública, o Dr. Atrash compartilha com um sorriso:

“Quando comecei a escavação, não tinha ideia de que se tratava de uma latrina. Conforme a escavação avançava e o sistema de drenagem era revelado, percebi que estávamos em uma casa de banho pública. Escavar tal estrutura é fascinante, e, é claro, após milhares de anos, não há mais odores desagradáveis. Além disso, o potencial de pesquisa no local é considerável, pois, ao estudar as amostras, podemos aprender sobre a dieta das pessoas que viveram aqui e até mesmo sobre suas doenças. Os arqueólogos não consideram nada ‘nojento’, pois o lixo pode ser um tesouro para a pesquisa científica. É uma perspectiva completamente diferente.”

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História dos banheiros da Roma antiga

Na Roma antiga, apenas os indivíduos abastados tinham a comodidade de possuir instalações sanitárias em suas residências. Entretanto, para atender às necessidades da população em geral, foram providenciados banheiros públicos em locais de uso comum. Na ilustração abaixo, você pode observar como era um desses banheiros públicos romanos.

Um aspecto intrigante é a ausência de divisórias entre os vasos sanitários, o que significa que as pessoas realizavam suas funções fisiológicas lado a lado. Isso está claramente representado na imagem, com homens em um setor e mulheres em outro.

Observe então, que um canal no chão do banheiro continha água corrente. Enquanto os romanos permaneciam sentados nos vasos, eles seguravam um caniço de hissopo, que era uma espécie de vara de bambu. Na extremidade desse caniço, prendiam uma esponja do mar e mergulhavam na água corrente da vala (exatamente como visto na ilustração), usando-a como uma forma primitiva de papel higiênico.

Após sua utilização, eles enxaguaram com esponja na água e, em seguida, a colocaram em um recipiente contendo VINAGRE para esterilizá-la, de modo que outra pessoa pudesse reutilizá-la posteriormente.