Leônidas ou Gideão? Força versus Fé

Desde os tempos antigos o ser humano teve muitas ideias e várias armas para usar contra seus inimigos, ainda hoje as armas são um elemento decisivo quando falamos de guerra. A vitória pende para o lado do grupo mais bem armado, equipado e fisicamente preparado.

A determinação e coragem são as bases de um exército preparado. E, desde sempre, o mundo está sujeito às leis do espaço, tempo e proporcionalidade. Lutar contra alguma dessas leis é o mesmo que lutar contra inimigos invencíveis.

Pensando em tais questões resolví elaborar este estudo onde poderemos viajar até os limites entre a força e a fé. Estudaremos um pouco sobre a história de Leônidas e seus trezentos na batalha das Termópilas versus Gideão e seus trezentos na batalha contra os midianitas; descobriremos a condição decisiva que coloca Gideão muito passos à frente de Leônidas e seus 300.

O Contexto que envolve os espartanos

No verão de 480 a. C., o rei de Esparta enfrenta com trezentos homens um povo do oriente que detinha o poder do mundo antigo, esses eram os persas.  Na ocasião, o império tinha como governador Xerxes I, filho de Dario I, e neto de Ciro.

O filho de Dario I é conhecido na Bíblia como Assuero, marido de Ester. Seu governo estava começando a decair-se na Grécia em virtude da primeira guerra médica, a batalha de Maratona teria deixado os persas derrotados e isto jamais seria aceito pelo imperador já que todos poderiam se inspirar nas cidades Gregas para se revoltar contra os seus domínios.

Com uma armada muito poderosa e um exército extremamente grande, os persas se preparam para a maior incursão já preparada no mundo antigo, relata o historiador Heródoto. Essa invasão seria uma resposta tardia. Os Gregos estavam se unificando politicamente, e, com alianças militares, se preparam para expulsar os invasores. O ataque custaria aos invasores da Grécia muitas vidas.

Esta é uma história de guerra igual a todas outras; toda guerra é insana, suja e cruel. No entanto, o que embeleza a história desta guerra é uma série de batalhas que revelam poucos heróis.

Temístocles, general de Atenas, que na ocasião detinha à marinha Persa em sua cidade, propôs que os aliados gregos bloqueassem o avanço da infantaria inimiga no desfiladeiro das Termópilas.

Uma infantaria aliada composta por pouco mais de 7 mil homens, marchou para o norte a fim de bloquear a passagem dos persas. Eles eram comandados pelo valente Leônidas, rei de Esparta (também conhecido como rei dos Lacedemônios, ou Lacônia).

A batalha de Leônidas

No verão de 480 a. C., Leônidas enfrenta com seus guerreiros pouco mais de 200 mil homens. Em dois dias tensos de batalha, Leônidas deteve o avanço persa. No entanto, um morador local, a que chamavam Efialtes, traiu os gregos.

Ele mostrou um pequeno caminho que os persas poderiam usar para invadir as cidades estados gregas. Assim, segundo relatos, Leônidas descartou a maior parte de seu exército e, para proteger a retirada de suas tropas, ficou no local com um punhado de homens valentes.

Apesar de ser ajudado por 700 Téspios e 400 Tebanos, a honra em nossos dias é atribuída a Leônidas e seus 300 valentes espartanos. Sendo poucos corajosos, esse grupo de 300 homens jaz na história como soldados que tombaram no campo de batalha, sem sentir o gosto da vitória anos depois. Embora sendo heróis, não tornaram aos seus lares.

Essa história me levou a concluir o seguinte: Leônidas, assim como os trezentos espartanos, pode ser considerado o melhor militar do mundo antigo.

Desde menino os espartanos são treinados para guerra. Alguns afirmam que Esparta não possuía muros, seus soldados aterrorizavam as nações, ninguém ousava perturbar aquele reino.

Todavia, nem mesmo a melhor academia militar ou a força do braço, garantem vitória na desvantagem. Já dizia o salmista: “os cavalos se preparam para a batalha, mas a vitória está no nome do Senhor”. Leônidas e seus homens são a prova de que por mais fortes e preparados que sejam os soldados é impossível vencer na desvantagem sem uma estratégia do céu.

Gideão e os seus 300 (contexto em que vivera)

Os israelitas estavam sendo oprimidos pelos midianitas, tornaram a pecar contra Deus e acabaram sendo colonizados (Jz 6.1-6). Esse fato se deu nos dias dos juízes, 1300 a. C. Esse tempo é considerado o período mais lúgubre da história de Israel.

Predominava o senso comum, as pessoas faziam o que parecia reto aos seus olhos, desconsiderando ou desconhecendo a lei do seu Deus (Jz 21. 25). A opressão dos midianitas representa uma parte dessa situação calamitosa.

Durante estes dias de sofrimento, o povo de Deus clamava por uma salvação e o Eterno levantava juízes que os livravam, Gideão oi um deles.

Quem era Gideão e seus 300 homens?

Um pequeno agricultor praticante da agricultura familiar. Não há nenhuma evidência de Gideão como um homem rico, poderoso ou que detinha grandes habilidades militares. Porém ele viveu algo semelhante ao que o rei espartano viveu.

Também enfrentou um exército muito numeroso com 300 homens. Não se sabe ao certo quem eram aqueles homens que o acompanhou, se imponentes militares estrategistas; porém, a julgar pelo próprio Gideão, eram pequenos agricultores que tinham armas leves de bronze, só que, diferente dos gregos 800 anos depois, tinham uma arma secreta, o NOME DO SENHOR.

Um anjo fala a Gideão

E depois de muito sofrimento nas mãos dos seus inimigos veio resposta. Um anjo se apresenta e fala a Gideão sobre a missão. Imagine. Em uma guerra são necessários muitos planejamentos; há a questão do suprimento, logística, etc., e quem era Gideão para executar tudo isso?

Ele era membro de uma família pobre da tribo de Manassés, e para fechar era o mais pobre da sua família (Jz 6.15).

Nossa! Como Deus gosta de trabalhar na contramão do tempo! Sempre escolhe as pessoas “erradas” para o serviço

Gideão Toca a Trombeta – os 300 são escolhidos dos 32 mil

Depois de algumas formalidades, Gideão toca a trombeta e consegue uma aglomeração grande de pessoas. Numa multidão há todo tipo de pessoas, mas Deus não trata com “todo mundo”, Ele trata com obedientes e submissos. Com 32 mil homens sob suas ordens o líder pensava “estar feito”, mas Deus não ver como ver o homem.

O Senhor  sabe o que se passa em nossos corações. Muitos ali só tinham ido pela euforia, no conflito muitos poderiam fugir, eram covardes e medrosos. Outros, porém, não eram covardes e medrosos, mas não eram vigilantes, poderiam facilmente tombar descuidados.

Deus ordena os 10 mil restantes descesse às águas, e lá podemos ver a falta de vigilância em 9.700 soldados. Enquanto eles se ajoelhavam baixando a guarda, 300 homens se mantinham atentos à movimentação dos seus inimigos.Gideão despede o grupo que foi reprovado por Deus.

Gideão, seus medos e dúvidas

Homens de Deus também tiveram suas dúvidas, não foi diferente com Gideão, nem será conosco. Aquele homem escolhido por Deus ficou ainda duvidoso quanto ao resultado da batalha, vemos claramente que Deus ordena ele descer ao arraial dos seus inimigos para confirmar à vitória (Jz 7.10-11).

O Eterno, sendo um perfeito estrategista, tinha um ótimo comandante, que, agora, revestido pelo Espírito Santo (Jz 6 34-36), estava pronto para executar a sua vontade. Ele era um líder ousado, tinha muitas qualidades e determinação para liderar, mas o medo também bateu em sua porta.

Considerações Finais

Imagine como Deus trabalha. Um homem pobre, sem treinamento militar intenso, ainda mau visto politicamente no meio de seu povo (Jz 6. 25-40), foi a pessoa certa para o serviço que Deus planejava. Como o nosso Deus é fiel! Creia! Não há nada impossível para o SENHOR DOS EXÉRCITOS.

Foi necessário crer e agir, com toda certeza, mas a vitória de Israel, a vitória de Gideão, a vitória da igreja, está no nome do Senhor! (1 Co 15.57).

Não digo que você tenha fé no impossível e fique estático, parado sem fazer nada – creia e mergulhe cada vez mais a fundo confiante na vitória. Também nunca confie em si mesmo!

Eu trouxe aqui o exemplo de Leônidas e seus trezentos para lembrar que eles eram preparados, fortes e bem equipados; todavia foram derrotados. Isto nos ensina que a vitória não depende, unicamente,  da nossa capacidade. O poder de Deus é o que nos aperfeiçoa.

Estar com você até aqui me enche de satisfação, que Deus abençoe você e toda a sua família!

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Mesequias Maadson

Sou acadêmico de Letras e Teologia, poeta, escritor publicado e autor de livro. Com vasta experiência na liderança da E.B.D. da minha igreja por 10 anos, também auxiliei por alguns anos o pastor vice-presidente do ministério. Apaixonado por estudar a Bíblia, compartilho meus conhecimentos por meio de redações e comentários sobre os textos da nossa lição. Além disso, sou compositor de canções românticas e espirituais, disponibilizando músicas para cantores.

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