Lucas 14:28-30 Explicação da parábola do construtor de uma torre
Lucas 14:28-30 apresenta a parábola do Construtor da Torre, uma passagem repleta de significado para os seguidores de Cristo.
Cada parábola que Jesus ensinava trazia elementos que ilustravam diferentes aspectos do Reino de Deus e das critérios para aqueles que desejavam ser Seus discípulos.
A parábola do Construtor da Torre, em particular, destaca a importância de calcular os custos e de ter uma preparação sólida antes de iniciar qualquer empreendimento espiritual. Lembrando aos crentes que o discipulado genuíno exige planejamento e determinação.
Se você deseja entender melhor o que Jesus ensinou sobre o compromisso e o custo do discipulado, este estudo oferece uma análise detalhada da parábola do construtor da torre e das lições que ela nos traz.
Parábola do construtor de torre na Bíblia
“Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, Dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar.” (Lucas 14:28-30)
Contexto de Lucas 14:28-30
Jesus estava sendo seguido por grandes multidões, mas Ele sabia que nem todos estavam prontos para o compromisso verdadeiro. Ele queria que Seus seguidores entendessem que ser Seu discípulo implicava em uma renúncia profunda, até mesmo dos laços mais próximos, se assim fosse necessário.
Quando ele usa a palavra “odiar” em relação aos familiares e à própria vida (versículo 26), ele não está promovendo o ódio literal. Mas sim enfatizando que o amor por ele deve ser tão grande que faça com que todos os outros amores pareçam menores quando comparado.
Jesus, então, explica que para ser seu discípulo requer “carregar a própria cruz” (versículo 27). O que simboliza estar disposto a enfrentar sofrimento e até mesmo a própria morte, se necessário, por causa de Cristo.
Explicação da parábola do construtor de uma torre
Na parábola do construtor da torre, Jesus compara o ato de seguir a Cristo com a construção de uma torre, algo que exige um planejamento cuidadoso e um alicerce sólido.
Assim como uma torre precisa de uma base firme para ser erguida, a vida de um cristão deve ser fundamentada em Cristo. Cujo é o alicerce seguro, sustentada por princípios genuínos de fé e graça formadas pelo Espírito Santo no coração.
Construir essa “torre” da vida cristã vai além de manter tradições familiares ou de seguir normas religiosas por mera obrigações. Ela não pode se basear em um simples conhecimento superficial do Evangelho ou em sentimentos passageiros.
O discipulado verdadeiro exige uma dedicação profunda, onde os crentes fixam seus corações nas coisas de Deus e vivem uma vida elevada em Seus caminhos, em vez de buscar os interesses terrenos e passageiros deste mundo.
Jesus ensina que aqueles que desejam seguir o caminho da fé precisam primeiro “sentar-se e calcular o custo” dessa decisão. Assim como um construtor pondera se tem recursos para finalizar sua obra, o cristão deve considerar os desafios e o critério do discipulado.
Esse caminho não é fácil; ele requer autonegação, perseverança diante das provas e disposição para carregar a cruz. Seguir a Cristo pode significar enfrentar a perda de amizades, o desprezo do mundo e o afastamento de pessoas queridas, mas tudo isso faz parte de um compromisso sincero com o Evangelho.
Jesus nos lembra que uma jornada cristã exige grande força e graça, e que essa reflexão cuidadosa é essencial. Apenas assim, com uma fé bem fundamentada e uma disposição para enfrentar o que vier, o seguidor de Cristo será como uma torre, firme e resistente, e encontrará forças para obrigações sem retroceder.
Jesus também alerta sobre o perigo de começar a segui-Lo apenas com entusiasmo inicial, mas sem a firmeza para continuar diante dos desafios. E da mesma maneira, como uma construção inacabada é motivo de vergonha, uma vida cristã abandonada por falta de comprometimento também é um testemunho negativo.
A imagem do construtor que começa a levantar a torre e desiste ilustra a importância de contar com o sustento da graça divina e de preparar o coração para a exigência da jornada.
Além disso, essa falha não é ignorada no reino espiritual. Os próprios demônios se deleitam em ver a fraqueza de quem abandonou a fé, pois é um lembrete da vulnerabilidade humana quando não está realmente fundamentado em Cristo.
Assim, a parábola nos ensina que o discipulado exige mais do que palavras ou promessas passageiras; exige um coração rendido, sustentado pela graça e preparado para perseverar até o fim.
Essa perseverança é o verdadeiro testemunho de uma fé genuína, firmada em Cristo, o fundamento seguro.
Comentário de Wibserve
Jesus apresenta três parábolas para ilustrar o que exige tanto de Seus seguidores. Ele fala sobre um homem que construiu uma torre, um rei que enfrentou uma guerra e o sal que perdeu o sabor. É comum interpretar o construtor da torre e o rei como representações dos cristãos, indicando que cada um deve “calcular o preço” antes de começar, para evitar empreender algo que não consiga concluir.
Contudo, concordo com Campbell Morgan, que vê o construtor e o rei como representações de Jesus Cristo, não dos cristãos.
Jesus, segundo Morgan, foi quem “calculou o preço” para garantir que tivesse o tipo de material necessário para edificar a Igreja e combater o inimigo. Isso não é algo que se pode fazer com seguidores inseguros, que relutam em pagar o preço.
Enquanto escrevo este capítulo, diz Wibserve, olho para as prateleiras da minha biblioteca, repletas de biografias e autobiografias cristãs.
São histórias de homens e mulheres piedosos que, ao se disporem a pagar o preço, se desenvolvem grandiosamente para a edificação da Igreja e para a luta contra o inimigo. Essas pessoas foram abençoadas e usadas por Deus.
3 Lições que aprendemos com a parábola do homem que construiu uma torre
1. Calcule o custo de seguir a Jesus:
Assim como na parábola da construção de uma torre, seguir a Jesus exige que avaliemos e entendamos o que será necessário para perseverar.
Jesus nos chama a refletir sobre o compromisso que estamos assumindo e nos preparamos para as dificuldades e renúncias que fazem parte da caminhada cristã. Não se trata apenas de iniciar com entusiasmo, mas de manter-se fiel até o final.
2. A vida cristã exige renúncia e perseverança
Ser discípulo de Jesus envolve abrir mão de relacionamentos, prazeres e até de nossos próprios desejos, se eles se opuserem à nossa fé.
As provações, as dificuldades e até a pressão externa podem surgir, mas a verdadeira dedicação ao Senhor nos orienta a manter o foco e a determinação em completar a jornada, como Jesus ensina.
3. Persista até o fim, focando na eternidade
A parábola nos lembra que o fim da caminhada é mais valioso do que o início. A perseverança é essencial para alcançar o objetivo final da fé, que é a salvação e a vida eterna.
Através de tribulações e provas, devemos seguir firmes para concluir nossa carreira, confiando em Deus e nos fortalecendo na esperança de ouvir dEle: “servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor.”
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