Estudo sobre as características do ministério de Jesus

O ministério de Jesus durou aproximadamente três anos e foi repleto de ensinamentos e eventos incríveis.

Quando pensamos em Jesus, muitos de nós imediatamente lembramos de seus milagres e parábolas, que desempenharam um papel significativo em seu ministério. Por isso, nesta lição, vamos nos concentrar nesses aspectos.

No entanto, não podemos ignorar as amizades e conversas que também foram uma parte importante de sua vida e ensinamentos.

As parábolas de Jesus encantaram as pessoas, enquanto seus milagres demonstravam seu poder de cura. No entanto, ele foi muito mais do que um simples realizador de milagres ou mestre. Jesus foi um amigo.

Ele se sentou junto a um poço e conversou com uma mulher cheia de problemas. Ele perdoou Pedro de maneira amorosa, mesmo depois de ele tê-lo negado. Jesus era uma pessoa genuína que se importava com os outros.

Seu ministério foi tão impactante através de suas conversas e amizades quanto através de seus milagres e parábolas.

Os milagres de Jesus

Vamos falar, antes de tudo, sobre os milagres de Jesus. Definimos um milagre como a obra de Deus que transcende os poderes ordinários da natureza e que revela uma verdade divina.

1. Uma obra de Deus

Só Deus pode realizar milagres, não as pessoas. Você e eu não temos o poder de realização de um milagre.

Quando Pedro e João e outros curaram pessoas, eles proclamaram que era Deus que estava agindo através deles e deram o crédito a Ele.

Uma das coisas que destacava Jesus foi o fato de que os Seus milagres eram evidências de que Ele era, de fato, o Filho de Deus.

2. Vai além da lei natural

Uma segunda parte da definição afirma que os milagres transcendem os poderes ordinários da natureza. Eles são eventos sobrenaturais.

Enquanto eles violam nossas leis naturais, eles são ocorrências perfeitamente normais para Deus, que criou a natureza e suas leis.

Eles são sobrenaturais para nós, mas são perfeitamente naturais para Deus.

Jesus desafiou as leis da gravidade quando andou sobre as águas. Ele desafiou as leis do tempo e da química quando transformou água em vinho.

Leva tempo e certos processos químicos para transformar suco de frutas em vinho.

Jesus transcendeu essas leis naturais fazendo vinho a partir da água, em um instante.

3. Realizado para revelar a verdade

A terceira parte da definição diz que um milagre foi realizado, a fim de revelar a verdade.

Ao realizar milagres, Jesus revelou que Ele era o Filho de Deus e que a Sua oferta de salvar pessoas do pecado foi uma oferta legítima.

Ele mostrou compaixão por pessoas feridas, ajudando-as.

Ele poderia ter ignorado o seu sofrimento ou problema, mas Ele mostrou o quanto se importava com elas.

Jesus veio para fazer muito mais do que alimentar multidões e curar doentes. Ele veio para curar uma ferida muito mais profunda na alma humana.

O registro de João dos milagres de Jesus

1. Milagres como sinais

Há aproximadamente trinta milagres registrados nos evangelhos. Mateus contém vinte milagres: Marcos registra dezoito e Lucas anota vinte. João faz menção de apenas sete milagres, mas não porque ele não dê tanta ênfase neles quanto os outros três autores.

Na verdade, trata-se bem do contrário. João disse que ele escreveu o seu evangelho a fim de que possamos crer que Jesus seja o Cristo, o Filho de Deus; e seu registro está estruturado em torno desses sete milagres.

Ele até selecionou uma palavra em particular que significa “sinal,” quando se referia aos milagres de Jesus.

Era uma palavra que queria dizer “evidência” e descrevia o que as pessoas apresentariam na corte para provar a sua alegação de que Jesus era o Filho de Deus.

2. Milagres e mensagens

Por João ter usado os milagres como evidências, ele usou os ensinamentos de Jesus para explicar os milagres que ele havia incluído.

Por exemplo, depois de João ter registrado a alimentação milagrosa das cinco mil pessoas, ele registrou o discurso de Jesus sobre o pão da vida (João 6).

Ele nos mostrou que Jesus satisfez a fome física do povo e depois lhes disse que somente Ele poderia satisfazer a sua fome muito mais profunda.

Deus nos criou com anseios que somente Jesus, como Pão da Vida, pode aliviar.

3. O convite incrível de Jesus

João registrou duas declarações cruciais que Jesus fez sobre os Seus milagres.

Os judeus estavam desafiando a Sua reivindicação de ser Deus, e Ele explica, “As obras que eu realizo em nome de meu Pai falam por mim, mas vocês não creem, porque não são minhas ovelhas” (Jo 10:24-26).

Jesus diz que os Seus milagres dão suporte à Sua alegação de que Deus seja o Seu Pai.

Os incrédulos

Como ainda não tinham ficado convencidos, os judeus se prepararam para apedrejá-lo.

Jesus respondeu: “Eu lhes mostrei muitas boas obras [milagres] da parte do Pai. Por qual delas vocês querem me apedrejar?” (Jo 10:32).

Jesus repetiu a sua reivindicação de que poderia realizar milagres, porque era o Filho de Deus.

Depois de mais algum debate, Jesus perguntou: “Então, por que vocês me acusam de blasfêmia porque eu disse: Sou Filho de Deus?” (v. 36).

Depois, Ele ofereceu essa provocação incrível sobre a fé nos milagres:

“Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis; mas, se faço, e não me credes, crede nas obras; para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu estou no Pai” (Jo 10:37–38).

Jesus lhes disse para não acreditarem nele só porque Ele reivindicava ser Deus, se Ele não fizesse coisas que somente o Seu Pai fazia.

Mas, disse Ele: “se faço, e não me credes, crede nas obras; para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu estou no Pai.”

Assim, Jesus disse que a evidência mais inegável que Ele poderia providenciar para dar suporte à Sua alegação de divindade eram os Seus milagres.

As parábolas de Jesus

Uma definição de “parábola”

Um segundo aspecto principal do ministério de Jesus foram as Suas parábolas. Uma parábola é um conto imaginário, contado da forma como ela poderia ter acontecido. Eis a diferença entre uma parábola e uma fábula.

Se você for ler as Fábulas de Esopo, provavelmente não ficará preocupado em encontrar um cíclope em uma estrada abandonada.

Todos nós nos damos conta de que os cíclopes não existem, porque eles só aparecem em uma fábula, que é um conto imaginativo, que não poderia ter acontecido.

Uma parábola é um conto imaginativo, que poderia ter acontecido.

O poder das parábolas

Jesus usou parábolas por um motivo importante. Jesus contou a parábola do Bom Samaritano como uma parábola, porque Ele quer que todos nós nos vejamos como um bom samaritano.

Ele contou parábola do Filho Pródigo como parábola, porque Ele quer que todos os filhos pródigos se deem conta de que Deus não mede esforços para nos restaurar.

Quando Jesus contou as Suas parábolas?

Jesus começou a ensinar em parábolas no segundo ano de Seu ministério, quando os líderes religiosos inequivocamente o rejeitaram como seu rei.

Depois daquele evento, registrado em Mateus 12, Jesus contou a Sua primeira parábola, o conto do semeador e das sementes, registradas em Mateus 13, Marcos 4 e Lucas 8.

Trata-se de apenas uma de duas parábolas que todos os três evangelhos sinóticos registram.

Depois de Jesus ter contado aquela parábola, “Então, se aproximaram os discípulos e lhe perguntaram: Por que lhes falas por parábolas?” (Mt 13:10).

Se Ele tivesse usado parábolas anteriormente, essa seria uma pergunta estranha para os discípulos fazerem.

Por que Jesus contava parábolas

Ao que respondeu: Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido.

Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.

Por isso, lhes falo por parábolas; porque, vendo, não veem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem.

Mt 13:11-13

O “ter” ou “não ter” na explicação de Jesus é uma referência ao conhecimento de Seus ensinamentos.

Jesus usou parábolas para revelar a verdade àqueles que a desejavam e para ocultar a verdade daqueles que a rejeitavam e ridicularizavam.

Seguindo o Seu próprio conselho do Sermão da Montanha, Jesus se recusou a jogar as Suas pérolas da verdade diante daqueles que pensassem sobre elas de forma tão irresponsável, quanto porcos pensariam sobre elas.

Todos aqueles que querem ouvir a verdade espiritual de Deus vão ouvi-la.

Aqueles que não querem só o que ouvem é uma boa história.

Compreendendo as parábolas

Pelo fato de as parábolas conterem profundas verdades tecidas em historinhas temos que saber como lê-las.

Mas as parábolas requerem alguma habilidade para compreensão mais clara de sua verdade.

Três sugestões vão nos ajudar a compreender melhor as parábolas de Jesus.

Primeiro, separamos o conto de sua mensagem

Temos que entender a trama da parábola, antes de podermos entender o  seu princípio. 

Identificamos as pessoas na historinha e entendemos o que elas estão fazendo. Só depois é que podemos perguntar o que Jesus quer dizer com ela.

Jesus construiu cada conto de modo que os personagens e ações representassem algo na vida de Seus ouvintes.

Enquanto a historinha não estiver clara, não poderemos entender como ela deveria espelhar a vida real. Jesus teve uma razão para contar cada uma de suas parábolas.

Não se tratava de contação de historinhas para entretenimento ou para a hora de dormir, mas de um ensinamento.

Seria trágico ler de forma superficial, extrair nosso próprio sentido e pôr completamente a perder, aonde Jesus queria chegar.

Temos que pôr a parábola em seu contexto

Jesus contou cada parábola por uma razão e encontramos essa razão no contexto.

Em muitos casos, os personagens da parábola espelham os personagens do contexto.

Na parábola do Filho Pródigo, por exemplo, se não fazemos um paralelo entre os personagens da parábola e os personagens do contexto, a parábola perde a sua razão de ser. A historinha é vitoriosa.

Mas o seu propósito enquanto parábola perde sua razão de ser sem o seu contexto.

Temos que definir o escopo e magnitude de onde a parábola quer chegar

Se nos contentamos com uma compreensão superficial, pomos a perder o ensinamento mais profundo de Jesus.

Por exemplo, Jesus desafiou-nos a pesar cuidadosamente o custo de sermos um de Seus discípulos em Lucas 14, contando a parábola do homem que construiu uma torre sem contar o custo.

Ler essa parábola e concluir que Jesus estava só dizendo “olhe antes de saltar” é deixar de ser confrontado com a decisão de dizer sim ou não ao seu desafio para se tornar um de Seus discípulos.

Assim, temos que pensar profundamente em oração sobre o que Jesus estava ensinando em cada parábola.

As conversas e relacionamentos de Jesus

Apóstolos, discípulos e amigos

Os milagres e parábolas de Jesus são coisas que as pessoas relacionam ao ministério de Jesus. Mas Jesus também ministrou através de relacionamentos.

Ele selecionou doze homens, a partir de um corpo maior de discípulos, para serem os Seus apóstolos.

O termo discípulo tem um sentido amplo e se refere aos alunos ou seguidores de alguém.

Todos aqueles que seguiram Jesus e ouviram os Seus ensinamentos às vezes eram referidos como discípulos.

Mas Lucas nos conta que Jesus reuniu os Seus “discípulos” e selecionou doze deles, a quem Ele chamou de “apóstolos.”

Esses doze se tornaram o círculo interno de associados mais achegados, dentro da companhia mais ampla de discípulos; e Jesus passou a maior parte do Seu tempo com eles. Eles ministravam juntos. Comiam, viajavam, riam e falavam uns com os outros. Eles eram os seus companheiros e amigos mais próximos.

Jesus teve a Sua última refeição de Páscoa com eles na noite anterior à Sua crucificação.

Mesmo entre os doze, Ele tinha três: Pedro, Tiago e João com os quais Ele tinha um relacionamento mais achegado.

Conversas

Jesus também ministrou através de conversas.

João 3 registra a visita que Jesus fez a um líder religioso chamado Nicodemos. João 4 conta a história de como Jesus foi ao poço, no calor do dia, e teve uma longa conversa com uma mulher que era samaritana e uma pecadora: três razões por que Jesus não deveria estar falando com ela.

Ele violou normas sociais, porque Ele estava fazendo o que Ele veio para fazer.

Ele poderia ter dito: “Veem essa mulher? Ela é a razão por que eu vim à terra. Ela é a razão por que eu vim à Samaria. Eu venho para procurar e salvar pessoas como essa minha nova conhecida aqui.”

Na medida em que você estuda a vida de Jesus, não ignore as maravilhosas conversas.

Elas acrescentam uma dimensão pessoal e relacional a Jesus, que não queremos pôr a perder.

Conclusão

Jesus ensinou através de parábolas, a fim de que pudéssemos no reconhecer nos Seus ensinamentos profundos.

Ele fez milagres, porque Ele se importa com a nossa condição e pode fazer alguma coisa por ela.

Mas o professor brilhante e milagreiro poderoso também reservou tempo  para amizades.

Ele estava seguro o suficiente para se engajar em conversações vulneráveis. Obviamente podemos ver razões para adorá-lo. Mas também é importante amá-lo e se relacionar com Ele como um amigo que se importa.

Equipe Redação BP

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