Quem era a bruxa de Endor, que o Rei Saul foi consultar?

“Então disse Saul aos seus criados: Buscai-me uma mulher que tenha o espírito de feiticeira, para que vá a ela, e consulte por ela. E os seus criados lhe disseram: Eis que em En-Dor há uma mulher que tem o espírito de adivinhar.” 1 Samuel 28:7

Podemos ouvir muito sobre como a Bíblia fala contra o uso de feitiçaria ou consultando pessoas que praticam tais artes, como adivinhação, cartas de tarô, etc. Mas muitas pessoas podem não saber que a Bíblia contém casos de feiticeiros ou bruxas.

Essa personagem que conheceremos hoje, aparece no Antigo Testamento quando o Rei Saul ficou ansioso antes de uma batalha e vai consultá-la.

O rei Saul sentia muita falta de seu amigo recentemente perdido, o profeta e juiz Samuel, e ele não sabia como liderar Israel em uma batalha intimidadora que se aproximava. Como Deus não responde com rapidez suficiente para ele, Saul resolve o problema com as próprias mãos e consulta uma bruxa de um lugar chamado Endor.

Neste estudo, vamos nos aprofundar em quem era essa bruxa, por que ela morava em Endor e por que Saul cometeu um grande erro ao consultá-la. Erro esse que acabou custando sua vida.

Qual a localização de Endor?

Se você se lembra do fato de que Jacó teve 12 filhos, que mais tarde se tornaram as 12 tribos de Israel, então o que você talvez não saiba é que cada um tem um pedaço de terra diferente. A tribo da terra de Manassés possuía uma cidade conhecida como Endor ou Endur.

Uma grande cidade ao lado de uma colina alta, parecia abrigar refugiados que haviam caído em desgraça em Israel (Salmos 83:10). Muitas pessoas que caíram na batalha contra Débora e Baraque, fugiram para Endor e morreram lá.

Entre os indivíduos condenados ao ostracismo está a bruxa de Endor. O nome da própria terra “Primavera das Gerações” sugere que talvez a bruxaria e a adivinhação fossem práticas difundidas em Endor. “Gerações” implica que as pessoas lá consultariam os ancestrais do passado ou aqueles que já faleceram.

O rei Saul havia banido bruxas e feiticeiros, como muitos versículos da Bíblia falam contra a bruxaria (Levítico 19:31; Deuteronômio 18:9-14). Mas quando ele se sente abandonado por Deus, ele vai até contra seus próprios decretos e decide fazer uma caminhada até Endor para consultar alguém que praticava adivinhação e necromancia.

Quem era a bruxa de Endor?

A Bíblia não nos dá muitos detalhes sobre essa personagem.

Sabemos que ela praticou especificamente adivinhação ou necromancia porque Saul pediu que ela trouxesse o espírito de Samuel para ele.

Na verdade, Saul vai até ela disfarçado, pois não quer que ela o reconheça como o rei. Afinal, o rei havia banido todos os espíritas e feiticeiros da terra (1 Samuel 28).

Embora Saul tivesse banido todas as bruxas e feiticeiros, talvez até sob pena de morte (ela não havia fugido tecnicamente de Israel se estivesse na cidade da tribo de Manassés), essa mulher parece ter feito uma reputação para si mesma.

Quando Saul consulta seus atendentes e pede referências de bruxas e médiuns, instantaneamente, eles conhecem a mulher para o trabalho: A bruxa de Endor.

Agora a Bíblia não especifica se ela menciona um espírito demoníaco ou o verdadeiro espírito de Samuel na passagem. Os cristãos têm debatido a própria natureza da adivinhação ou necromancia por séculos.

O que importa é que qualquer espírito que ela invoca não está super feliz com Saul e dá um presságio para o resultado de Saul em sua batalha contra os filisteus no dia seguinte. 

Por que Saul cometeu um erro ao consultar uma bruxa?

Talvez Saul tenha tido um destino covarde, quer tenha consultado uma bruxa ou não, mas por que caracterizaríamos isso como um erro?

Primeiro, a Bíblia fala claramente contra a feitiçaria e a consulta com demônios. Mesmo que consigamos que outra pessoa faça algo por nós (leituras de tarô, tabuleiro Ouija, etc.), por associação, praticamos as mesmas artes também.

Embora algumas das práticas listadas possam parecer inócuas, não queremos que o diabo se intrometa. Ele pode fazer isso mais facilmente por meio de atividades “inócuas”.

Em segundo lugar, Saul ficou impaciente. Deus não havia respondido rápido o suficiente, e ele tinha uma batalha próxima. Então, ele tomou o assunto em suas próprias mãos.

Isso é uma reminiscência de quando Sarai ordena que Abrão durma com sua serva Hagar para gerar um filho, já que Deus não trabalhou rápido o suficiente para ela (Gênesis 16).

Talvez Deus tivesse falado com ele na noite anterior à batalha, mas como Saul não esperou, ele selou seu destino.

Lições que aprendemos com o erro do Rei Saul

Podemos pensar que Saul escolheu um caminho ridículo, mas quantas vezes permitimos até mesmo pequenos itens de bruxaria ou feitiçaria em nossas vidas. No Facebook, outro dia, vi um anúncio de uma vidente que dizia “Desenhe sua futura alma gêmea”.

Para nós, cristãos solteiros, que sentimos que Deus não respondeu às nossas orações sobre como encontrar um futuro cônjuge, podemos nos sentir tentados a procurá-la e incumbi-la de atraí-los.

Como Saul, se não esperarmos pacientemente no Senhor, podemos acabar nos desviando por esse caminho.

Finalmente, precisamos observar que Saul vai disfarçado. Sim, ele não quer que a bruxa o reconheça. Mas vemos um motivo semelhante nas Escrituras quando as pessoas tentam esconder seus pecados ou transgressões (Gênesis 3).

Saul sabia que havia desobedecido aos mandamentos de Deus e tentou fazê-lo às escondidas. Mas no final da história, até a bruxa conhece a identidade de Saul e sua angustiante desgraça que viria no dia seguinte, na batalha.

Equipe Redação BP

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