Salmos 46 Explicação versículo por versículo

A mensagem do Salmo 46 é: independentemente das circunstâncias, o povo do Senhor é feliz e está seguro sob Sua proteção.

A maioria das pessoas reconhece o Salmo 46 como a inspiração para o hino “Castelo Forte é Nosso Deus”, composto por Martinho Lutero.

Quem escreveu o Salmo 46?

O Salmo 46 foi escrito pelos filhos de Corá, um grupo de levitas responsáveis ​​pelo louvor no templo.

O termo “Alamoth” (que pode significar “voz de soprano“) aparece no texto original como uma indicação musical, embora seu significado exato não seja totalmente claro.

Não havia corais femininos no santuário, embora Salmo 68:25 sugira a participação de mulheres nos cultos (Êxodo 15:20-21).

Explicação do contexto em que foi escrito:

É bem provável que o contexto histórico deste salmo seja o livramento de Jerusalém da invasão dos assírios durante o reinado de Ezequias (2 Reis 18–19; 2 Crônicas 32; Isaías 36–37).

Mensagem principal do Salmo 46

A mensagem principal do Salmo 46 é a certeza de que Deus é o refúgio seguro para Seu povo, independentemente das adversidades.

Ele não apenas oferece proteção contra inimigos visíveis e invisíveis, mas também governa sobre tudo, sustentando e ajudando Seu povo a vencer qualquer inimigo. Quem confia n’Ele permanece firme.

Deus se revelou como refúgio e fortaleza no passado, prometeu ser assim no futuro e é fiel para cumprir essa promessa. Sua ajuda não é apenas ocasional, mas constante, acessível e suficiente para qualquer situação.

Quem confia no Senhor jamais será abalado, pois Ele governa sobre tudo e está sempre pronto a socorrer.

Divisão do Salmo 46 com explicação:

O Salmo 46 apresenta três seções, cada uma exaltando Deus como refúgio e fortaleza, intercaladas pela pausa “Selah”.

SALMOS 46 EXPLICADO

Explicação do Salmos 46 versículo por versículo

Vamos ver uma explicação do Salmo 46 do versículo 1 ao 11:

1- DEUS é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. (Salmo 46:1)

Deus é o nosso “refúgio“. O próprio Senhor, nosso Deus é um lugar seguro, um abrigo para Seu povo em momentos de perigo.

Quando tomamos posse dessa palavra, temos a plena convicção que mesmo quando tudo desmorona, Deus é o nosso refúgio, fortaleza e socorro presente na tribulação.

Quando tudo desmorona, Ele é a nossa torre forte, que nos sustenta. Em Deus temos PROTEÇÃO. Em Deus, estamos SEGURO.

2 – Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. (Salmo 46:2)

O verso 2 do Salmo 46 descreve a natureza em fúria. Imagine comigo, a terra se mudando de lugar, os montes sendo levados para o meio dos mares, as águas agitadas, contudo, a uma palavra de confiança: NÃO TEMEREMOS.

Precisamos, ter a certeza que o poder humano é limitado, mas que o nosso Deus, o Todo- Poderoso tem controle sobre tudo.

3 – Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. (Selá.)

A explicação do Salmo 46 versículo 3, é a seguinte: Nem mesmo os desastres naturais mais aterrorizantes abalam a grandeza do Deus onipotente.

Embora as águas rugissem e se agitassem, como o mar, a ideia era que não haveria medo, mesmo com tudo em tumulto, tão instável quanto as ondas revoltas do oceano.

A terra poderia ser transformada, as montanhas removidas, o mar poderia rugir e se chocar contra a costa, mas suas mentes permaneceriam serenas.

A palavra traduzida como “se agitar” sugere ferver, fermentar, espumar, e aqui se refere ao oceano como tumultuado e revolto em espuma. Nada é mais sublime e aterrador que o oceano em uma tempestade.

Nenhuma ilustração mostra melhor a paz que vem da confiança em Deus em meio às agitações do mundo do que a mente tranquila de um marinheiro, calmo mesmo quando o mar está em caos.

4 – Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. (Salmo 46:4)

O que há no rio que alegra a cidade de Deus? Resposta: O próprio Deus é o rio, como está no versículo seguinte: “Deus está no meio dela”.

(1) Deus Pai é o rio, como diz em Jeremias 2:13: “Porque o meu povo cometeu duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas.”

(2) Deus Filho é o rio, a fonte de salvação, conforme Zacarías 13:1: “Naquele dia, haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, contra o pecado e contra a impureza.”

(3) Deus Espírito é o rio, como Jesus disse em João 7:38: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” e em João 4:14: “Aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna.”

Quais são as correntes deste rio? Resposta: São as perfeições de Deus, a plenitude de Cristo e as operações do Espírito, fluindo pelo canal da aliança da promessa.

5 – Deus está no meio dela; não se abalará. Deus a ajudará, já ao romper da manhã. (Salmo 46:5)

Enquanto o mundo está sendo virado de cabeça para baixo (vers. 2, 3, 6), a Igreja permanece firme, pois “Deus está no meio dela”.

Como crentes em Jesus, podemos desfrutar da maravilhosa PRESENÇA de Deus.

6 – Os gentios se embraveceram; os reinos se moveram; ele levantou a sua voz e a terra se derreteu. (Salmo 46:6)

As nações se enfureceram – As nações estavam em agitação, como as ondas do mar. Essa linguagem descreve bem o tumulto causado pela ascensão dos assírios, que, após submeter muitos reinos, atacaram Jerusalém. Compare com Isaías 36:18-20.

Os reinos foram movidos – Isso se refere tanto aos reinos invadidos quanto aos invasores. Houve um grande tremor entre as nações da terra.

Ele proferiu sua voz – Deus falou; Ele deu seu comando e expressou sua vontade.

7 – O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá.)

Existem três tipos de presença especial de Deus, todos privilégio da igreja:

1. Presença gloriosa: A presença de Deus no céu, simbolizada pela Sua morada no trono celestial. A igreja experimentará essa presença plenamente ao chegar ao céu. Este não é o tipo de presença mencionado no versículo em estudo.

2. Presença graciosa: A presença de Deus revelada através de Sua graça e favor ao povo, visível em locais como o Templo e em sinais espirituais como a ajuda divina no cumprimento dos deveres religiosos. Este tipo de presença acompanha a igreja na administração do evangelho, como em Mateus 18:20, mas não é o foco do versículo em questão.

3. Presença providencial: A presença de Deus evidenciada por Seus atos de providência, como quando Ele guiou e protegeu Israel no deserto através da coluna de nuvem e fogo (Êxodo 13:21-22). Esta presença defende a igreja contra seus inimigos, sendo um privilégio da igreja militante, como é dito: “O Senhor dos Exércitos está conosco”.

8 – Vinde, contemplai as obras do SENHOR; que desolações tem feito na terra! (Salmo 46:8)

Aqui no versículo 8 do Salmo 46, temos um convite. Um convite para CONTEMPLAR as obras do Senhor!

Contemplar as obras do Senhor aumenta nossa fé. Suas obras são gloriosas. Suas obras são magníficas. E o melhor, Deus continua realizando Sua obra.

Venham, vejam as obras do Senhor. Saia e observe o que Ele fez. Vejam o que Sua mão realizou e como estamos seguros ao confiar Nele.

9 – Ele faz cessar as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo. (Salmo 46:9)

No versículo 9 do Salmo 46, temos uma afirmação sobre o agir de Deus. Sobre seu poder na guerra. Veja o seguinte comentário:

Quando os romanos, segundo sua maneira de falar, concediam paz a uma nação, extirpando a maioria dos habitantes, confiscavam as armas dos derrotados e queimavam-nas até reduzirem-nas a cinzas. Uma medalha cunhada por Vespasiano, imperador romano, ao finalizar as guerras na Itália e em outras partes do mundo, retrata a deusa da paz segurando um ramo de oliveira em uma mão e uma tocha acesa na outra, incendiando um monte de armaduras. Virgílio, em A Eneida (livro III, vol. 1, p. 560), menciona esse costume: O mihi praeteritos referat si Júpiter annos! Qualis eram cum primam aciem Praeneste sub ipsa Stravi, scutorumque incendi victor acervos, que significa: “Ó que Júpiter me devolva os anos passados! Como eu era, quando sob o próprio Pretório venci o maior posto do inimigo e vitoriosamente ateei fogo aos montões de armaduras.”

A mesma prática, por ordem do Senhor, era seguida entre os judeus. A primeira ocorrência dessa ação está registrada no livro de Josué 11.6.

10 – Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra. (Salmo 46:10)

A palavra usada aqui – רפה râphâh – significa propriamente derrubar, deixar cair, ou deixar pendurado. Refere-se, portanto, a estar relaxado ou afrouxado, especialmente as mãos.

Também é empregada no sentido de não fazer esforço, não aplicar força, o que sugere deixar as coisas com Deus ou estar sem ansiedade sobre o assunto. Em Êxodo 14:13, encontramos o mesmo conceito: “Fiquem quietos e vejam a salvação de Deus.”

Aqui, no verso 10, do Salmo 46, a palavra transmite a ideia de não haver ansiedade, mas um estado de espírito calmo, confiante e seguro, especialmente ao perceber as manifestações da presença e poder divinos.

A mente deve estar tranquila, sabendo que Deus interveio e mostrou sua capacidade de defender seu povo mesmo diante de grandes perigos.

Se essa interposição divina ocorreu quando Jerusalém foi ameaçada pelos exércitos assírios sob Senaqueribe, a força e beleza dessa expressão ficam ainda mais evidentes.

E saiba que eu sou Deus – Veja, no que eu fiz, a prova de que sou Deus. Observe uma obra realizada que ninguém, a não ser Deus, poderia realizar. Compare Isaías 37:36.

11 – O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá.)

O salmo 46 termina repetindo o verso 7. A escrita uma vez tem um peso grande. Agora, a palavra repetida, tem um peso ainda maior. Merece nossa atenção especial ao que o Senhor quer nos dizer.

Leia mais:

André Lourenço

Bacharel em Teologia, Graduado em Gestão da Qualidade com Pós em Psicologia nas Organizações. Autor e professor de cursos de Homilética e Hermenêutica. Já escrevi centenas de estudos bíblicos.. Me considero um eterno aprendiz e apaixonado por Compartilhar a Palavra de Deus!

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