Sansão, o homem de caráter inconstante (Juízes 14:1-20)

Comentário expositivo sobre os erros de Sansão baseado em Juízes 14:1-20. Estudo indicado para pregação expositiva sobre o caráter inconstante de Sansão.

De acordo com Hebreus 11:32, Sansão foi um homem de fé, mas certamente não foi fiel nem aos ensinamentos de seus pais nem a seu voto nazireu e nem às leis do Senhor.

Não tardou para que Sansão perdesse quase tudo o que Deus o havia dado.

1. Sansão perdeu o respeito pelos pais (vv. 1-4)

O Senhor havia dado a Sansão uma herança piedosa, e ele havia sido educado para honrar a Deus. Porém, quando se apaixonou, ele não deu ouvidos às advertências dos pais.

Havia entrado em território inimigo e percorrido mais de sete quilômetros quando encontrou uma filistéia que cativou seu coração e com a qual resolveu se casar.

É evidente que esse casamento transgredia a lei de Deus (Êxodo 34:12-16; Deuteronômio 7:1-3).

Sansão estava vivendo pelas aparências e não pela fé.

Era controlado pela “consciência dos olhos” (1 João 2:16).

A questão mais séria era que Sansão não estava agradando nem ao Senhor e nem aos pais, mas apenas a si mesmo (Juízes 14:3,7)

Quando Deus não tem permissão de governar nossa vida, ainda assim ele prevalece e faz cumprir sua vontade, a despeito de nossas decisões.

Por certo, nós é que estamos perdendo ao nos rebelarmos contra ele, mas Deus cumpre seus propósitos por meio de nós ou apesar de nós.

Sansão deveria estar começando uma guerra e não um casamento, mas Deus usou esse acontecimento para oferecer a ele a oportunidade de atacar o inimigo.

Sansão matou trinta homens (Juízes 14:19), queimou as plantações do inimigo (Juízes 15:1-5), exterminou grande número de filisteus (vv. 7, 8) e deu cabo de mil homens (v. 15).

Ele não havia planejado tudo isso, mas, mesmo assim, Deus permitiu que os acontecimentos se desenrolassem dessa forma.

2. Sansão perdeu sua separação com o nazireu (vv. 5-9)

Ao que parece, quando Sansão e seus pais desceram a Timna a fim de fazer os preparativos para o casamento, ele saiu da estrada principal (separando-se de seus pais) e fez um desvio, passando por algumas vinhas, onde foi atacado por um leão.

Uma vinha era um lugar perigoso para um homem que se abstém de uvas (Números 6:1-4).

Será que Deus enviou o leão como advertência para Sansão de que estava trilhando o caminho errado?

O Espírito Santo deu a Sansão o poder de derrotar o inimigo, mas Sansão persistiu em seu caminho de desobediência rumo ao interior do território inimigo e a um casamento ilícito.

Algumas semanas depois, quando Sansão voltou para buscar sua noiva, passou novamente pela vinha, dessa vez provavelmente para ver seu troféu e talvez contar vantagem sobre ele.

Seu pecado começou com “a concupiscência da carne” e “a concupiscência dos olhos” para, depois, incluir ainda “a soberba da vida” (1 João 2 :16).

Quando Sansão comeu o mel da carcaça do leão, foi contaminado pelo corpo de um animal morto, destruindo, assim, parte da consagração de seu voto nazireu.

Na verdade, já havia perdido dois terços de seu voto, uma vez que havia se contaminado ao entrar na vinha.

3. Sansão perdeu o controle sobre a língua (vv. 10-18)

Uma vez que Sansão não havia trazido amigos para servir como “padrinhos”, os filisteus juntaram trinta homens para fazerem as vezes de amigos do noivo.

É possível que esses homens também tivessem a função de guardar Sansão, pois sua reputação o havia precedido e ninguém sabia ao certo o que ele poderia fazer em seguida.

É bem provável que o ambiente estivesse tenso no começo da festa, de modo que Sansão procurou alegrar um pouco as comemorações propondo um enigma.

O mais triste é que criou esse enigma com base em seu pecado! Não levou a sério o fato de haver transgredido os votos nazireus.

Desobedecer a Deus é horrível o suficiente, mas fazer disso uma piada é sinal de insensibilidade espiritual ainda mais grave.

Sairia caro os trinta convidados fornecerem sessenta roupas de festa para Sansão, de modo que ficaram desesperados para descobrir a resposta do enigma.

A única saída foi conseguir a ajuda da esposa de Sansão.

Assim, ameaçaram matá-la e atear fogo à casa de seu pai se ela não lhes desse a resposta até o fim da semana.

Sansão recusou-se firmemente a contar-lhe o segredo, mas acabou cedendo no sétimo dia.

Talvez haja alguma relação com o fato de que o casamento deveria ser consumado no sétimo dia.

Primeiro a mulher filistéia o seduziu (Juízes 14:1), depois o dominou (v. 17) e, por fim, ela o traiu (v. 17).

E assim que o mundo trata os cristãos que fazem concessões.

Sansão poderia matar leões e romper cordas, mas não era capaz de resistir ao poder das lágrimas de uma mulher.

Aqueles que não conseguem controlar a língua não são capazes de controlar o resto do corpo (Tiago 3:2), e no caso de Sansão, as consequências dessa falta de controle foram trágicas.

4. Sansão perdeu a calma (vv. 19, 20)

Ele foi até Asquelom, que ficava a pouco mais de trinta quilômetros de Timna, para que a notícia da matança demorasse a chegar na cidade onde se casou.

Sua brincadeira sobre o leão e o mel se transformou em um assunto da maior seriedade, pois causou a morte de trinta homens, cujos trajes Sansão tomou para si.

Sua raiva foi tanta que nem sequer consumou o casamento, voltando diretamente para a casa dos pais em Zorá.

Enquanto estava fora de Timna, a esposa foi entregue ao padrinho de honra.

O Senhor usou essa reviravolta para motivar Sansão a lutar contra os filisteus, em vez de oferecer lhes festas.

Se Sansão tivesse conseguido fazer as coisas a sua maneira e consumado o casamento com a filistéia, teria dificultado ainda mais o trabalho para o qual Deus o havia chamado.

Além de pecar, os cristãos de hoje que entram em alianças ilícitas servem de estorvo à obra do Senhor (2 Coríntios 6:14-18).

Se Sansão tivesse buscado a orientação de Deus, o Senhor o teria dirigido.

Em vez disso, resolveu seguir seu próprio caminho, e o Senhor prevaleceu sobre suas decisões egoístas.

“Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho. Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem” (Sl 32:8, 9).

Se olharmos para o Senhor pela fé, ele pode nos conduzir como os pais guiam seus filhos.

Mas se dermos as costas a ele, não lhe resta outra coisa a fazer senão nos tratar como animais e colocar em nós freios e cabrestos.

Sansão estava sempre se precipitando impetuosamente feito um cavalo ou empacando feito uma mula, de modo que Deus precisou discipliná-lo.

Equipe Redação BP

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