70 ou 75 descendentes de Jacó entraram no Egito?

A Bíblia relata que Jacó, também conhecido como Israel, teve 12 filhos, que se tornaram as tribos de Israel. Em Gênesis 46:27 e Deuteronômio 10:22, descreve que 70 pessoas, incluindo Jacó e seus filhos, foram para o Egito durante a fome que assolou a terra de Canaã. No entanto, em Atos 7:14, esse número cresce para 75. Essa discrepância tem gerado dúvidas e perguntas ao longo dos anos, então vamos explorar as possíveis explicações para isso.

A tradução dos setenta

A Septuaginta é uma das mais antigas traduções da Bíblia, do hebraico para o grego. Ela recebeu esse nome porque, segundo a tradição, quem traduziu foram cerca de setenta judeus. Essa tradução era amplamente usada no tempo de Jesus e dos apóstolos. Na Septuaginta, o número de pessoas que foram para o Egito é de 75, e não 70 como no texto hebraico.

A inclusão dos netos de José

Uma possível explicação para a diferença entre os números é que a Septuaginta inclui os netos de José. José era o filho preferido de Jacó, vendido pelos seus irmãos como escravo para o Egito, onde se tornou um governante importante. Ele se casou com Asenate, filha de um sacerdote egípcio, e teve dois filhos, Manassés e Efraim (Gênesis 41:50-52).

É possível que a Septuaginta tenha contado Manassés e Efraim, além dos 12 filhos de Jacó, como parte dos 75 que foram para o Egito.

A interpretação dos textos

A interpretação de que os textos de Gênesis e Deuteronômio se referem apenas aos homens da família de Jacó é uma possibilidade levantada por estudiosos da Bíblia. Essa interpretação se baseia no fato de que, na cultura antiga, era comum contar apenas os homens adultos ao se referir ao número de pessoas em uma família ou grupo.

Além disso, a diferença de cinco pessoas entre os números de Gênesis e Deuteronômio (70) e Atos 7:14 (75) pode se explicar pelo fato de que o texto de Atos inclui mulheres e crianças na contagem. É possível que essas cinco pessoas adicionais fossem esposas ou filhas dos filhos de Jacó, não contadas nos textos anteriores.

Essa interpretação também é suportada pela análise da palavra hebraica “nefesh” usada nos textos de Gênesis e Deuteronômio para se referir às 70 pessoas que foram para o Egito. Essa palavra pode significar “pessoa”, “alma” ou “indivíduo”, e pode se usar tanto para homens quanto para mulheres. No entanto, é importante lembrar que a interpretação dos textos bíblicos pode variar de acordo com as diferentes perspectivas e tradições de interpretação.

Conclusão

Embora a diferença entre os números de pessoas que foram para o Egito possa gerar dúvidas e perguntas, é importante lembrar que a mensagem principal da Bíblia não se concentra em números, mas em Deus e sua relação com a humanidade. Independentemente de serem 70 ou 75, o importante é que Jacó e sua família foram para o Egito e que Deus cumpriu suas promessas a eles.

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