Atos 12:1-24 Explicação e 7 Lições da libertação de Pedro da prisão

A história da libertação de Pedro da prisão em Atos dos apóstolos 12:1-24 nos mostra a ação sobrenatural de Deus em resposta às orações da igreja.
Quando Pedro foi preso por ordem do rei Herodes, ele estava sob rigorosa vigilância, sendo guardado por quatro grupos de quatro soldados. Apesar das situações adversárias, Deus enviou um anjo para libertá-lo.
Embora não conseguimos saber se era o arcanjo Miguel que tirou a Pedro da prisão, o que nos chama atenção é o milagre extraordinário que acontece quando a igreja ora.
Pedro, que já foi um dos apóstolos mais destacados na missão da igreja primitiva, viveu uma experiência de libertação milagrosa, ensinando algumas lições valiosas à igreja de Cristo Jesus, sobre a perseverança na oração e do cuidado de Deus em tempos de perseguição.
Sendo assim, à seguir veremos algumas dessas lições extraídas de Atos 12.
1. Satánas sempre vai usar um de seus adeptos para perseguir a igreja de Cristo
“E POR aquele mesmo tempo o rei Herodes estendeu as mãos sobre alguns da igreja, para os maltratar; e matou à espada Tiago, irmão de João.” (Atos 12:1-2)
Herodes Agripa I era neto de Herodes, o Grande, aquele que tentou a matança dos inocentes em Belém (Mateus 2:16). Seu pai, Aristóbulo, foi assassinado por ordem do próprio Herodes, o Grande, o que fez com que Agripa crescesse sob proteção em Roma.
Ele tinha boas relações com os imperadores romanos e conseguiu governar uma grande extensão de terras, incluindo a Judéia e a Galiléia.
Agripa I era politicamente astuto e buscava o favor dos judeus, especialmente da elite religiosa.
Para agradá-los, ele iniciou uma perseguição contra os cristãos, os quais eram vistos como uma ameaça à estabilidade religiosa e à política do judaísmo tradicional.
Herodes Agripa I “estendeu as mãos sobre alguns da igreja, para os maltratar” e chegou ao ponto de mandar matar Tiago, irmão de João, um dos apóstolos de Cristo.
Tiago foi morto à espada, tornando-se o primeiro dos doze apóstolos a ser martirizado.
Essa perseguição não foi um ato isolado. Satanás sempre tentou impedir o avanço da Igreja usando governantes e líderes poderosos. Herodes, ao ordenar a morte de Tiago e prender Pedro logo em seguida, declarou ser um instrumento do inimigo para tentar silenciar a mensagem do Evangelho.
Dessa forma, cumprimos-se as palavras de nosso Salvador sobre ele, conforme Mateus 20:23:
“De fato, bebereis do meu cálice e sereis batizados com o batismo com que eu sou batizado.”
2. O desejo em agradar homens, os faz se tornar presa fácil para sátanas
“E, vendo que isso agradara aos judeus, continuou, mandando prender também a Pedro. E eram os dias dos ázimos. E, havendo-o prendido, o encerrou na prisão, entregando-o a quatro quaternos de soldados, para que o guardassem, querendo apresentá-lo ao povo depois da páscoa.” (Atos 12:3-4)
Percebendo que isso agradava aos judeus — cujo favor ele buscava conquistar de todas as formas — Herodes decidiu prender também a Pedro, que era amplamente conhecido pelos milagres realizados em Jerusalém.
Segundo o historiador Flávio Josefo, esse Herodes era um grande defensor da lei mosaica, e se esforçava para agradar os judeus, assim como seu avô, Herodes, procurava conquistar os estrangeiros.
Naquele período, acontecia a Festa dos Pães Asmos, quando judeus de várias regiões se reuniam em Jerusalém para celebrar a Páscoa.
Herodes, então, mandou prender Pedro e, para garantir sua custódia, entregou-o a quatro grupos de soldados (quatérnios), totalizando dezesseis guardas, que se revezavam para vigiá-lo continuamente.
A segurança era rigorosa: dois soldados ficavam acorrentados a Pedro, enquanto outros dois montavam guarda diante da cela.
Herodes pretendia apresentá-lo ao povo somente após a Páscoa — ou melhor, depois da festa completa, como indica a expressão grega metá tò Páscha.
Seu plano não era apenas manter Pedro preso, mas torná-lo um espetáculo público e, ao final da celebração, ordená-lo à morte, da mesma forma como Jesus havia sido exposto no primeiro dia dos Pães Asmos.
Pois, em qualquer festival religioso, os judeus tinham preconceito contra julgar ou condenar alguém à morte.
Apesar de sua obediência aos rituais religiosos, os judeus queriam participar de atos de extrema crueldade contra os servos de Deus.
3. O poder da igreja que ora
“Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus.” (Atos 12:5)
Essa oração não foi realizada apenas em uma única reunião conjunta, mas em diversos grupos reunidos em diferentes lugares ou até mesmo por líderes da igreja em um local específico.
Eles se revezavam continuamente, mantendo uma corrente de oração ininterrupta por vários dias.
É provável que Pedro tenha sido preso no início da Páscoa e libertado ao final da celebração.
Contudo, durante todo esse período, a igreja se manteve unida em súplicas, com irmãos alternando-se ao longo da semana para manter a intercessão constante.
Hoje, em uma geração fria e pouco dedicada à oração, talvez seja difícil compreender a intensidade com que esses primeiros cristãos buscavam a Deus.
No entanto, se a igreja chegasse a enfrentar uma perseguição tão severa quanto à promovida por Herodes, os fiéis de Cristo aprenderiam, na prática, o que significa orar com fervor e clamor genuíno da alma.
4. Aquele que confia no Senhor, descansa em paz
“E quando Herodes estava para o fazer comparecer, nessa mesma noite estava Pedro dormindo entre dois soldados, ligado com duas cadeias, e os guardas diante da porta guardavam a prisão.” (Atos 12:6)
Herodes pretendia trazer Pedro diante do povo na manhã seguinte, para condená-lo à morte conforme a escolha da multidão.
Naquela mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados, sem medo da morte. Sua confiança na causa de Cristo lhe dava paz, e nada perturbava sua mente. Mesmo na prisão e cercado por guardas, Deus concedia a ele, Seu amado, um sono tranquilo.
Duas correntes o mantinham presas, uma de cada lado, ligadas aos soldados que o vigiavam.
A corrente da mão direita estava presa à mão esquerda de um dos soldados, enquanto a da mão esquerda se conectava à mão direita do outro.
Essa vigilância reforçada visava impedir qualquer tentativa de fuga. Além disso, os guardas postados diante da porta vigiavam a prisão, garantindo que ninguém entrasse ou saísse sem permissão.
5. A obra do Senhor sempre vai ser perfeita
“E eis que sobreveio o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro na ilharga, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos as cadeias. E disse-lhe o anjo: Cinge-te, e ata as tuas alparcas. E ele assim o fez. Disse-lhe mais: Lança às costas a tua capa, e segue-me. E, saindo, o seguia. E não sabia que era real o que estava sendo feito pelo anjo, mas cuidava que via alguma visão. E, quando passaram a primeira e segunda guardas, chegaram à porta de ferro, que dá para a cidade, a qual se lhes abriu por si mesma; e, tendo saído, percorreram uma rua, e logo o anjo se apartou dele. E Pedro, tornando a si, disse: Agora sei verdadeiramente que o Senhor enviou o seu anjo, e me livrou da mão de Herodes, e de tudo o que o povo dos judeus esperava.” (Atos 12:7-11)
Deus intervém no momento certo, quando tudo parece ter chegado ao limite. Pedro confiou que o Senhor encerraria aquela prova da maneira que traria mais glória ao Seu nome.
Quem recebe a liberdade espiritual deve seguir o seu Libertador, assim como os israelitas ao deixarem a escravidão no Egito. Eles desconheciam o destino exato, mas sabiam em quem confiar.
Quando Deus decide salvar Seu povo, nenhum obstáculo permanece intransponível; até mesmo os ferrolhos de ferro se abrem sem resistência.
A libertação de Pedro simboliza a redenção em Cristo, que não apenas anuncia a liberdade aos cativos, mas também os conduz para fora da prisão.
Após recuperar a lucidez, Pedro conheceu as maravilhas que Deus havia realizado em sua vida.
Da mesma forma, aqueles que são libertos da escravidão espiritual nem sempre compreendem de imediato a obra divina em seu interior.
Muitos possuem a graça, mas ainda não percebem suas evidências.
6. O poder da oração é tão extraordinário que causa espanto
“E, considerando ele nisto, foi à casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam. E, batendo Pedro à porta do pátio, uma menina chamada Rode saiu a escutar; E, conhecendo a voz de Pedro, de gozo não abriu a porta, mas, correndo para dentro, anunciou que Pedro estava à porta. E disseram-lhe: Estás fora de ti. Mas ela afirmava que assim era. E diziam: É o seu anjo. Mas Pedro perseverava em bater e, quando abriram, viram-no, e se espantaram. E acenando-lhes ele com a mão para que se calassem, contou-lhes como o Senhor o tirara da prisão, e disse: Anunciai isto a Tiago e aos irmãos. E, saindo, partiu para outro lugar. E, sendo já dia, houve não pouco alvoroço entre os soldados sobre o que seria feito de Pedro. E, quando Herodes o procurou e o não achou, feita inquirição aos guardas, mandou-os justiçar. E, partindo da Judéia para Cesaréia, ficou ali.” (Atos 12:12-19)
Esses cristãos perseveraram até o fim, derramando seus clamores com intensidade e insistência, e, como ensina Tiago 5:16, a oração eficaz do justo pode muito em seus efeitos.
Embora Deus tenha o controle absoluto, Ele nos concede espaço para agir com prudência, sem que isso anule Suas exceções.
A sinceridade desses irmãos na intercessão por Pedro reflete a importância de persistir na oração.
Quem espera pela misericórdia do grande e terrível Deus deve continuar suplicando sem desanimar. No entanto, é comum que aquilo que mais desejamos seja também o que mais relutamos em acreditar quando finalmente acontecer.
A fé em Cristo não cancela a necessidade de buscar segurança por meios legítimos.
Em tempos de perseguição, Deus se torna o refúgio dos crentes, um esconderijo inacessível ao mundo.
Aqueles que perseguem os servos do Senhor não estão isentos de perigo, pois a ira de Deus pesa sobre todos que se envolvem nesse tipo de opressão.
Muitas vezes, os próprios perseguidores acabam enfrentando o juízo que desejavam ser importantes para a justiça.
7. As portas do inferno não prevaleceram contra a igreja de Cristo Jesus
“E ele estava irritado com os de Tiro e de Sidom; mas estes, vindo de comum acordo ter com ele, e obtendo a amizade de Blasto, que era o camarista do rei, pediam paz; porquanto o seu país se abastecia do país do rei. E num dia designado, vestindo Herodes as vestes reais, estava assentado no tribunal e lhes fez uma prática. E o povo exclamava: Voz de Deus, e não de homem. E no mesmo instante feriu-o o anjo do Senhor, porque não deu glória a Deus e, comido de bichos, expirou. E a palavra de Deus crescia e se multiplicava.” (Atos 12:20- 24)
O orgulho e a vaidade aceleram a queda daqueles que se exaltam, e Herodes não escapou desse destino. Deus, zeloso por Sua glória, sempre será exaltado, independentemente da vontade humana.
O corpo humano carrega em si os sentimentos de sua própria destruição e, ao menor sinal da palavra de Deus, pode ser reduzido a nada.
O povo de Tiro e Sidom entendeu a necessidade de buscar a reconciliação, com Deus, um exemplo claro para todos.
Nossos pecados nos afastaram do Senhor, mas dependemos d’Ele para tudo: vida, respiração e existência.
Humilhar-se diante de Deus é primordial, pois, por meio do Mediador, encontramos reconciliação e livramento da ira divina.
A palavra de Deus continua a crescer e avançar, desbravando as fronteiras. As perseguições cessaram por um tempo, e, apesar das inúmeras tentativas de destruí-la, a igreja floresceu ainda mais.
A libertação de Pedro da prisão e a morte de Herodes, o qual foi comido de bicho por não dar glória a Deus, fortalecem a nossa fé.
Nos fazendo crer verdadeiramente que as portas do inferno jamais prevalecerão contra a igreja de Cristo (Mateus 16:18).
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Graças a Deus por este site abençoado.
Amém, muito obrigada pelas palavras… Deus continue abençoando sua vida!