Como curar e combater os ensinamentos do evangelho da prosperidade

O Evangelho da Prosperidade é um ensino baseado em riqueza material, onde a fé invisível tem como recompensa as bênçãos financeiras terrenas e/ou a saúde física. Apelidaram justamente o movimento como a religião “Nomeie e reivindique”. 

O Evangelho da Prosperidade, como conhecemos, começou nos avivamentos de cura de meados dos anos 1900. Mas suas raízes vem ainda mais atrás, no movimento chamado “Novo Pensamento” no final do século XIX.

Ao combinar facetas de “auto-ajuda” e psicologia moderna, os líderes religiosos começaram a ensinar aos crentes que eles têm o “direito” espiritual de receberem curas de doenças ou alcançarem riquezas pessoais por meio da oração. 

Essa tendência deu origem ao movimento de Telê evangelismo que abriu um público maior para esses professores venderem promessas vazias de prosperidade a partir da indiferença da dívida ou da pobreza.

Hoje, esse falso evangelho ainda tem presença e muitos seguidores. Muitos cristãos crentes, no entanto, perderam sua verdadeira fé na igreja e nas finanças por causa dos ensinamentos do Evangelho da Prosperidade. 

Sua confiança espiritual se desgastou quando as promessas vazias não se cumpriram enquanto aqueles por trás do púlpito desfrutavam de ganhos financeiros inesperados. 

Assim, ficamos com a pergunta: “como curamos um contingente de nossa igreja e uma parcela da sociedade profundamente feridas pelo Evangelho da Prosperidade?” 

Antiga Aliança vs. Nova Aliança

A fim de curar dessa “libertação” enganosa, devemos entender as promessas e distinções de Deus da Antiga Aliança dada a Moisés no Monte Sinai e daquelas dadas pela nova aliança através do cumprimento final da lei sob Jesus Cristo. 

Sob a aliança mosaica, o povo de Deus recebeu promessas de bênçãos de herança de terras e sustento pacífico por sua obediência e adesão à lei. 

Êxodo 19:5 detalhou:

“Agora, se você me obedecer plenamente e guardar minha aliança, então de todas as nações você será minha propriedade preciosa”. 

Em Levítico 26, Deus especificou as bênçãos da obediência sob a aliança mosaica. 

Tais promessas incluem “chuvas em sua estação”, “terra produtora”, “árvores frutíferas”, “terras pacíficas livres de animais perigosos”, “reprodução frutífera”, sucesso contra todos os inimigos nesta determinada terra e Deus “morada entre vocês”.

Esses direitos de “prosperidade” dependiam unicamente da obediência. Observe que sua obediência apenas prometia essas bênçãos terrenas. 

Mas, a salvação não era e não é baseada na obediência. A fé era necessária para a libertação celestial mesmo sob a antiga aliança mosaica.  

Nós, no entanto, vivemos sob uma nova e melhor aliança seguindo o cumprimento perfeito da lei por Jesus Cristo. 

Em Hebreus 8:7-12, explica o escritor, “pois se aquele primeiro pacto tivesse sido impecável, haveria ocasião de procurar um segundo”. 

Sob esse novo convênio, o Senhor declarou que “poria minhas leis em suas mentes e as escreveria em seus corações, e eu serei seu Deus e eles serão meu povo. Pois serei misericordioso para com as suas iniquidades e não me lembrarei mais dos seus pecados”. 

Assim, não temos promessa de bênçãos terrenas, herança mundana ou qualquer coisa material. Nossas heranças são eternas e as coisas do mundo têm uma data de validade e a restrição de localidade “neste mundo”. 

As promessas de Deus são para seu povo ter maior comunhão e um relacionamento mais próximo com Ele.

Nas provações, podemos conhecer melhor a Deus

Os crentes terão que passar por alguns testes, provações e vales enquanto vivemos e ministramos nesta era da igreja. 

Em 1 Pedro 5:10, o apóstolo escreveu: “e o Deus de toda a graça, que os chamou para a sua glória eterna em Cristo, depois de um pouco de sofrimento, ele mesmo os restaurará e os tornará fortes, firmes e inabaláveis.” 

Dê forte ênfase à pregação da “glória eterna em Cristo depois de ter sofrido um pouco”. Jesus advertiu Seus potenciais discípulos em Mateus 8:20, “as raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”. 

Ele não fez promessas de conforto terreno, mas, ao contrário, informou-os que teriam menos conforto do que qualquer outra pessoa.

Lemos imediatamente após este aviso, Mateus deu o relato dos discípulos entrando em um barco com Jesus. No versículo 24, lemos: “Eis que se levantou no mar uma grande tempestade, de modo que o navio se cobriu de ondas, mas ele dormia”. 

Os discípulos ficaram com medo da morte e acordaram Jesus que os questionou sobre sua fé. Ele então “repreendeu os ventos e o mar” criando uma “grande calmaria”. 

Os discípulos imediatamente se maravilharam: “que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem!” 

Não podemos deixar de notar que Jesus estava fisicamente presente com um grupo de seus discípulos fiéis, mas teve que suportar uma grande tempestade. 

Os discípulos só puderam conheceram o pleno poder de Jesus quando enfrentaram dificuldades.

É na presença da tempestade e da turbulência que podemos ver a plenitude e o poder de Sua glória. Somos curados pela visão de Sua glória em uma época de nossa dor.

O problema não está na prosperidade, mas sim em como ela nos afeta

Devemos aceitar que Jesus pagou por nossa prosperidade na cruz quando Ele morreu por nossos pecados. 

Sabemos de Isaías 53:5, que “pelas suas pisaduras fomos sarados” como o profeta predisse da tortura de Cristo. 

Assim, tudo o que temos é por e através dele e, consequentemente, tudo o que temos pertence a ele, incluindo a cura, conforme mencionado pelo profeta. 

João em seu evangelho em 15:20 lembrou as palavras de Jesus dizendo-lhes: “O servo não é maior do que o seu senhor. Se me perseguiram, também perseguirão vocês”. 

Por que nós, como servos, deveríamos ter uma vida terrena mais próspera do que nosso Salvador que morreu nesta Terra? 

Jesus ensinou sobre as dificuldades de ter fé suficiente para aqueles que possuem riquezas terrenas.

Marcos 10:25 nos lembra que “é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus”. 

Os ensinamentos de Jesus não dizem que não teremos e não devemos ter prosperidade terrena. Ele diz que as riquezas provavelmente serão um grande obstáculo espiritual. 

Considere a história de Ananias e Safira. Em Atos 5, o casal vendeu uma propriedade. Ananias reteve parte do dinheiro para si enquanto sua esposa Safira permitiu que se colocasse apenas uma parte aos pés dos apóstolos. 

Pedro no versículo 3 o confrontou e disse: “Ananias, como é que Satanás encheu seu coração de tal maneira que você mentiu ao Espírito Santo? e guardaste para ti parte do dinheiro que recebeste pela terra?” 

Tanto Ananias quanto Safira perderam a vida por causa de sua ganância e desobediência ao reter enganosamente o que receberam de Deus. 

Possuir as riquezas não levou à sua morte. Foi o fato de que eles permitiram que sua posse afetasse sua obediência fiel.  

As coisas deste mundo não se comparam às que Deus tem preparado

A fim de nos curarmos dos ensinamentos do Evangelho da Prosperidade, devemos estar totalmente convencidos e apreciar as bênçãos da nova aliança sob a qual vivemos. Esta apreciação só se reconhecerá plenamente através do sofrimento em Seu nome. 

Considere o crescimento de cada um dos apóstolos e discípulos. Cada um tornou-se encorajado em seus ensinamentos e mais forte em suas crenças após grande sofrimento, aparentemente fracasso ou perseguição. 

Essa nova capacitação veio não das riquezas e prosperidade terrenas, mas de sua direção e capacitação da presença de Jesus.

Paulo foi capaz de se gabar de Seu Salvador seguindo seus sofrimentos e seu abandono do mundo. 

Quanto mais Paulo perdia, mais ele era capaz de ver a glória de Deus e dar-Lhe o devido louvor. 1 Pedro 4:16 diz: “Mas, se alguém sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus neste assunto”. 

Paulo deixou uma vida de riqueza, conforto e aceitação mundana para seguir a Cristo, como fizeram muitos dos primeiros apóstolos e discípulos. 

Ele escreveu em Filipenses 3:8, “além disso, considero tudo uma perda, por causa da excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas”. 

Ele “os considera lixo, para que ganhasse a Cristo”. Foi através de seus sofrimentos que Deus usou para estabelecer as bases para seus ensinamentos e testemunho resultante para nós hoje.

Cuidado com o pode te fazer mal

As bênçãos e maldições dos confortos carnais não estão isoladas sob o “novo pacto”. Considere as grandes riquezas e paz dadas ao rei Salomão durante seu reinado sobre Israel. 

Ele começou valorizando a proximidade com o Senhor, mas à medida que suas riquezas cresciam, seu desejo por mais fama e riqueza levou ao acúmulo de esposas estrangeiras. 

Os reis subsequentes de Israel e Judá, com exceção de um punhado, seguiram esse molde ganancioso e, consequentemente, hipotecaram sua paz com Deus pela busca da prosperidade terrena. 

Observe, no entanto, a vida de Jeremias que, como muitos dos profetas, abandonou toda estatura e conforto para transmitir a mensagem de Deus. Aparentemente, ninguém ouviu as mensagens de Jeremias, exceto aqueles que desejavam provocar sua perseguição.

Em Jeremias 20:1-2, vemos que o sacerdote Pasur o colocou no tronco. Além disso, o condenaram à morte em Jeremias 26:11. 

Em Jeremias 38:6, o lançaram em uma cisterna com apenas lama e sem água com a esperança de que morreria. Como consequência, Jeremias ficou ainda mais encorajado ao seu chamado. 

Em Jeremias 20:9, ele escreveu:

“Mas se eu disser: Não mencionarei a sua palavra, nem falarei mais em seu nome, a sua palavra está no meu coração como um fogo, um fogo encerrado nos meus ossos. Estou cansado de segurá-lo; na verdade, não posso.”

Nas provações, Deus revela sua Glória

Podemos ser curados da Doutrina da Prosperidade pela percepção da capacidade de Paulo de glorificar a Cristo em seus sofrimentos. 

A Bíblia está vazia de cristãos que louvavam fiel e continuamente a presença e o poder de Jesus, seja na carne ou no espírito, depois de receber as riquezas mundanas. 

Somente aqueles que sofreram pobreza espiritual e física e se apoiaram na força e poder de Cristo foram capazes de apreciar Sua glória. 

Alguns foram curados, outros não, mas a todos foi concedida uma visão de Sua glória que sofreu por Sua causa.

Em 1 Pedro 4:12-13, nos é dito para não ficarmos surpresos ou desanimados com essas provações quando elas vêm para nos testar. 

Em vez disso, devemos nos regozijar ao “compartilhar os sofrimentos de Cristo” porque é quando “Ele revela sua glória”. 

Foi quando Estêvão estava à beira de sua morte, que ele “cheio do Espírito Santo, olhou para o céu e viu a glória de Deus, e Jesus em pé à direita de Deus”. 

Quando ele estava em seu estado físico mais fraco, Estevão viu esta manifestação e chegou à compreensão da glória de Deus.

A Verdadeira Prosperidade nos cura

Nós, que depositamos nossa fé e confiança em Jesus Cristo para todas as nossas necessidades, somos testemunhas de uma verdadeira doutrina de prosperidade. 

Ao ministrar este verdadeiro evangelho, podemos ser curados de qualquer doutrina religiosa que promova promessas infundadas de prosperidade terrena. 

Somos prósperos porque somos filhos do Rei. João 1:12 nos diz “a todos os que o receberam, aos que creram em seu nome, ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus”. Somos ricos porque somos habitados pelo Espírito Santo.

Paulo em Efésios 1:13 escreveu: “e também vós fostes incluídos em Cristo quando ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da salvação” e “tendo crido, fostes marcados nele com um selo, o Espírito Santo prometido”. 

Mais importante, ganhamos grandes riquezas porque Deus nos perdoou de todos os nossos pecados. 

Em Colossenses 2:13, Paulo escreveu “quando vocês estavam mortos em seus pecados e na incircuncisão de sua natureza pecaminosa, Deus os vivificou com Cristo” e “nos perdoou todos os nossos pecados”. 

Além disso, temos a esperança na promessa de vida eterna e morada com nosso Salvador e Pai Celestial. 1 João 2:25 nos diz: “E isto é o que Ele nos prometeu: a vida eterna”.

Equipe Redação BP

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