Quem eram os escribas na Bíblia e o que faziam

Os escribas eram aqueles que copiavam, interpretavam e ensinavam a lei para o povo apartir do período Exílico.

Os escribas eram quem registravam e copiavam documentos, registros históricos, informação comercial e as Escrituras.

No Novo Testamento, os escribas também eram professores da lei judaica

QUEM ERAM OS ESCRIBAS NA BÍBLIA?

Desde o tempo de Esdras o escriba é um entendido nas coisas da Lei.

Por isso é também chamado doutor da Lei ou rabi.

Com o fim do período dos profetas, cabia sobretudo a eles o ensino e interpretação da Lei ao povo.

Por isso, os escribas tornaram-se os líderes espirituais da nação. Era então necessário longos estudos para a pessoa se tornar escriba. E isso, pelos 40 anos, com o rito da imposição das mãos.

COMO FOI O SURGIMENTO DOS ESCRIBAS?

A Torá era a proteção de Israel e nela estava sua esperança.

Era, portanto, essencial analisar todos os seus ensinos fazendo dela o verdadeiro alimento espiritual do Povo Escolhido.

Foi assim que passou a existir a classe dos escribas, ainda durante o exílio na Babilônia.

Portanto, tratava-se de uma classe que veio a ter um crescimento notável.

QUAL ERA AS FUNÇÕES DOS ESCRIBAS?

tradução da bíblia

Os escribas eram também encarregados de recitar os mandamentos de Deus.

Foram eles que, sob Esdras e depois Ezequias e Josias, empreenderam a imensa tarefa de organização das Sagradas Escrituras.

Que resultou no Antigo Testamento, como o conhecemos agora.

A IMPORTÂNCIA DO ESCRIBA

Os escribas eram os “conhecedores da Lei”.

Esdras, que descendia de sacerdotes, é um exemplo típico de um escriba. Pelo seu desenvolvimento, seu modo de pensar e estilo de vida. A Bíblia, além disso, não lhes dá outro nome senão o de escriba.

A NECESSIDADE DE SE TER UM ESCRIBA

O povo escolhido havia se tornado uma comunidade inteiramente religiosa. E, por isso, os que tinham profundo conhecimento de teologia ganharam grande importância.

A INFLUÊNCIA DO ESCRIBA

Eles tinham tido êxito em penetrar no Sinédrio, e então, lá tinham grande influência.

Nos dias de Jesus os escribas tinham alcançado um certo “poder”.

A implantação de sinagogas deu a eles uma grande vantagem sobre os sacerdotes.

Os escribas mais eminentes recebiam o título de doutor da Lei.

E, por isso, quem se dirigiam a eles os chamavam de rabinos, ou mestres.

Os escribas de primeira classe ensinavam naquelas escolas procuradas pela nata dos jovens.

E alguns deles os rabinos Hillel, Shammai e Gamalíel, por exemplo, atraíam multidões de alunos.

Como a lei era uma matéria essencialmente religiosa, eles tinham de ser consultados sempre que surgia uma questão de justiça.

ESCRIBAS NO PERÍODO PRÉ-EXÍLICO

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A habilidade de ler e escrever não era muito disseminada no Israel antigo.

E secretários profissionais se faziam necessários em vários aspectos da vida pública.

Esta parece ser a noção bíblica antiga do termo escriba e não tem conotação religiosa particular.

Entre as atividades dos escribas, estavam:

Manter as contas ou transcrever informação legal (Jr 32.12), dados militares (2 Cr 26.11), outros documentos públicos (Jz 8.14; Is 50.1), ou correspondência pessoal (Jr 36.18).

Esses secretários eram essenciais para a administração real.

E há menção frequente do escrevente-chefe que também agia como:

  • Um arquivista da corte (1 Rs 4.3; 2 Cr 24.11);
  • Conselheiro (2 Sm 8.16,17; 2 Rs 18.18; 22.12; 1 Cr 27.32; Is 36.3);
  • Encarregado dos tesouros (2 Rs 22.3,4).

Os secretários ou escribas também eram associados ao sacerdócio.

E serviam como registradores dos assuntos do templo (1 Cr 24.6; 2 Cr 34.13- 15).

ESCRIBAS NOS TEMPOS PÓS-EXÍLICOS

O termo escriba passou a ser associado com aqueles que estudavam e interpretavam a Torá.

Eles eram capazes de preservar de um modo bem cuidado a Lei de Moisés.

E a interpretavam de modo a atender as necessidades nos tempos pós-exílicos.

Nesse período inicial, o próprio Esdras aparece como o escriba, conhecedor dos mandamentos e decretos do Senhor (Ed 7.11).

O escriba é retratado como aquele que é capaz de desvendar os significados escondidos dos textos.

Isso por causa de seu dedicado estudo.

E, desse modo, então, agir como juiz e conselheiro para os negócios do povo.

Pois, em uma sociedade governada pela Torá, o escriba é digno de admiração pelas gerações subsequentes.

TREINAMENTO E STATUS

O treinamento na lei começava na tenra idade sob a supervisão de um professor (rabino).

Esse dava instrução em todos os assuntos pertinentes à lei e sua interpretação para as necessidades presentes.

Porque a lei escrita de Moisés não poderia possivelmente falar diretamente às condições no período pós-exílio.

A interpretação oral e a aplicação da lei para satisfazer tais necessidades atuais eram uma contribuição significativa feita pelos escribas.

Tal lei oral promulgada por eles foi considerada igual à lei escrita e obrigatória para aqueles que desejavam agradar a Deus (Mc 7.6-13).

Esta função importante, no coração da vida judaica, representa a participação dos escribas no Sinédrio.

O Sinédrio queria tornar as decisões judiciais em conformidade com a lei.

E por isso, precisava da presença daqueles mais conhecedores sobre os detalhes da Torá.

Os escribas tinham o respeito da comunidade judaica.

Como instrutores autoritários da lei tanto no templo como nas sinagogas da Judeia, Galileia e membros do Sinédrio.

VESTIMENTAS DOS ESCRIBAS

Eles vestiam túnicas especiais assim como em Marcos 12.38 que diz:

“E, ensinando-os, dizia-lhes: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes compridas, e das saudações nas praças”.

Com franjas memoriais nas bordas inferiores e filactérios pendurados nos braços, veja Mateus 23.5 que diz:

“E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes”.

Com essas roupas suas presenças eram notadas provocando a reação das pessoas comuns que se curvavam quando eles passavam.

As pessoas se dirigiam a eles com respeito como rabinos ou mestres. Veja Mateus 23.7:

“E as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi.”

Os escribas também eram culpados de ignorar as questões mais importantes da lei: Justiça, misericórdia e fé. Veja Mateus 23.23,24:

23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas. 24 Condutores cegos! que coais um mosquito e engolis um camelo.”

Eles afirmavam serem descendentes dos profetas.

Mas, Jesus, afirmou que os escribas teriam matado os profetas se eles tivessem vivido em seu tempo:

29 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos, 30 E dizeis: Se existíssemos no tempo de nossos pais, nunca nos associaríamos com eles para derramar o sangue dos profetas” (Mateus 23:29-10).

Portanto, não é uma surpresa percebermos que os escribas estivessem ansiosos para se livrar de Jesus assim como no texto abaixo:

“E DALI a dois dias era a páscoa, e a festa dos pães ázimos; e os principais dos sacerdotes e os escribas buscavam como o prenderiam com dolo, e o matariam.” (Marcos 14:1).

OS ESCRIBAS NOS TEMPOS DE JESUS

Sinagoga dos tempos de Jesus

Os escribas surgem no ministério de Jesus como aqueles preocupados com a prudência da observância legal.

Lucas se refere aos escribas como advogados.

E assim descreviam sua função principal como intérpretes da lei judaica em um modo a transmitir à sua audiência gentia.

Os escribas eram membros críticos da audiência de Jesus. Eles o acusaram de violar a lei em inúmeras ocasiões:

  • Ao perdoar pecados (Mt 9.1-3; Lc 5.17-26);
  • Ao quebrar a noção da observância do sábado pelo trabalho (Lc 6.1,2);
  • Ao curar (Lc 6.1-11);
  • Em não seguir suas reconhecidas lavagens cerimoniais (Mc 7.2-5);
  • Em ignorar sua prática de se misturar com os impuros e párias da sociedade judaica (Mc 2.16,17; Lc 15.1,2).

AS DIVERGÊNCIAS COM JESUS

Embora haja evidência de que a minoria dos escribas aceitasse Jesus (Mt 8.19; 13.52; Mc 12.32; Jo 3.1,2).

Mas, suas primeiras atitudes eram a de rivalidade.

Isso acontecia em parte por causa da expressão de fidelidade para com a Lei Mosaica que Jesus tinha e à sua abertura para com os excluídos.

Havia também a crescente popularidade de Jesus entre o povo.

Então isso significava uma ameaça à autoridade dos escribas (Mt 7.29) e à segurança da cidade (Mt 21.15; Mc 11.18).

Certamente outro fator importante que contribuiu para a oposição a Jesus era a exposição de sua hipocrisia e corrupção.

Ao repreender os escribas e fariseus, Jesus abertamente os acusava de atender à aprovação popular (Mt 23.5-7; Mc 12.38,39; Lc 11.43).

Embora aparentassem ser corretos e santos, eles eram profundamente corruptos (Mt 23.25-28; Lc 11.39-41).

Jesus também atacou o princípio da lei oral ensinada por eles, que exigiam que o povo os seguisse.

Jesus acusou a lei moral de ser um “pesado fardo” que eles próprios não se importavam em seguir (Mt 23.2-4,13-22; Lc 11.46).

No tempo de Jesus eram famosas as escolas de escribas dirigidas por Hillel e Chammai.

ESCRIBAS E FARISEUS

quem eram os fariseus

Escriba se diz respeito a profissão e fariseu ao partido religioso.

Nem todos escribas eram fariseus e nem todo fariseu era escriba.

Mas, sempre estavam juntos. Ou seja, eram “farinha do mesmo saco”.

Quem são os escribas de hoje?

Hoje em dia, não há uma classe específica que corresponda exatamente aos escribas da época bíblica. No entanto, podemos encontrar equivalentes em termos de estudiosos, acadêmicos e especialistas em teologia, estudos bíblicos e ciências religiosas. Esses indivíduos dedicam-se ao estudo, interpretação e ensino das escrituras religiosas, incluindo a Bíblia, e desempenham um papel importante na compreensão e transmissão para as gerações atuais.

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