Como eram as habitações nos tempos bíblicos

Como eram as habitações nos tempos bíblicos? Como eram as moradias e as casas das pessoas nos tempos bíblicos?

Conhecer os costumes e cultura, nos ajudam entender melhor a bíblia. A Palavra de Deus veio em lugares e tempos específicos, e para pessoas especificas. Por isso, só quando nos colocamos no lugar dessas pessoas e compreendemos o que Deus estava dizendo a elas, é então que as palavras terão pleno significado para nós.

E conhecer alguns costumes importantes das pessoas como as suas habitações, clareia muito nosso entendimento a respeito da bíblia.

Isso porque muitos textos estão relacionados às habitações. Portanto, vamos conhecer como eram as casas, as moradias, e as habitações nos tempos bíblicos.

CARACTERÍSTICAS DAS HABITAÇÕES DA TERRA SANTA

CASAS NOS TEMPOS BÍBLICOS
modelo casas tempos bíblicos

As habitações na Terra Santa possuem duas características. A Primeira, é que elas têm uma forma e estilo típicos.

Tendem a ser quadradas, com o teto plano e escada externa, sendo no geral construídas de blocos de calcário branco.

Isso se tornou o padrão por causa do clima, disponibilidade dos materiais de construção e uma necessidade original de preservar o espaço.

A segunda característica é de conservar o antigo com o relativamente novo.

Para que os visitantes de hoje possam ver habitações do tipo usado por Abraão ao lado de edifícios modernos.

As casas eram de formas e tamanhos variados, pois a diferença entre a classe rica e a pobre era bem sensível.

Não havia um modelo que se pudesse apontar como sendo o de uma casa típica da Palestina, mas as dos cidadãos de posses medianas tinham algumas características em comum.

Na maioria dos casos, a estrutura delas era simples e bem pequena.

A maior parte das atividades diárias dos israelitas era ao ar-livre, então a casa para eles era apenas um abrigo, um local para se fazer as refeições e dormir.

COMO ERAM AS CASAS NO TEMPO DE JESUS

No tempo de Cristo, as casas comuns eram constituídas de apenas um cômodo, com pouquíssimo mobiliário, e quase nenhum adorno. Muitas delas mediam cerca de 3,5 metros quadrados. Tinham somente duas ou três janelas, e o assoalho era de terra batida.

Todas as moradias, até mesmo as mais pobres, tinham uma escada externa que dava acesso ao telhado, que era plano. Grande parte das reuniões de família e atividades sociais eram realizadas no telhado ou quintal. Muitas vezes eles até dormiam no telhado, sob o céu estrelado, principalmente nos meses quentes do verão.

Quando queriam um pouco mais de privacidade, erguiam ali uma barraca ou um quartinho.

COMO SE DIVIDIDIAM AS TERRAS NOS TEMPOS BÍBLICOS

DIVISÃO DA TERRA NOS TEMPOS BIBLICOS-HISTÓRIA DOS HEBREUS - HABITAÇÕES
divisão das terras

As habitações nos tempos bíblicos eram muito importantes para os Israelitas. Eles valorizavam muito suas terras. Porque haviam conseguido por meio de conquistas. Cada tribo e família considerava a sua herança ou porção como vinda de Deus.

A maneira como a terra foi dividida acha-se descrita na segunda metade do livro de Josué. Ali ele relata que cada região foi dividida e distribuída por sortes.

E se você não sabe o que é uma sorte, era uma espécie de disco de dois lados que acreditavam estar sob o controle de Deus quando atirado.

Então, os resultados da sorte serviam para descobrir a vontade do Senhor.

Um provérbio expressa isso: “A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda a sua disposição” (Pv 16.33).

Davi pôde agradecer a Deus porque as divisas haviam caído em lugares prazerosos para ele: “coube-me uma formosa herança (Salmos 16:6).

Quando determinadas, as heranças eram marcadas por uma pilha de pedras, uma característica natural sobre as habitações ou uma marca na terra arada. O marco não podia mais ser removido. Isso seria alterar o presente de Deus (Dt 19:14).

Pela mesma razão, vender a própria herança, era um ato de desonrar a Deus. Foi por essa razão que Nabote recusou vender sua vinha ao rei Acabe (1 Reis 21:3).

HABITANTES DAS CAVERNAS NOS TEMPOS BÍBLICOS

cavernas nos tempos biblicos
cavernas dos tempos bíblicos

Nos tempos bíblicos, a maioria das pessoas já haviam deixado as habitações das cavernas, mas sempre houve pessoas morando nelas.

Ló morou numa caverna depois de ter fugido de Sodoma (Gênesis 19:30).

Vemos também que os edomitas fizeram e ampliaram cavernas na face rochosa de Petra para moradia e negócios públicos.

Obadias vai se referir aos edomitas como os que habitavam nas fendas das rochas (Obadias 1:3).

Havia cavernas sob as casas de Nazaré que eram contemporâneas de Jesus e, é provável que Ele viveu numa caverna de pastor.

Se usavam também as cavernas como esconderijo (Js 10:16 ; 1 Sm 22:1).

E isso foi um motivo de os filisteus zombarem dos israelitas pelo fato de abrirem buracos no chão para se esconderem (1 Sm 14:11).

Nos tempos bíblicos as pessoas viviam em assentamentos, e com suprimento de água.

Adotavam uma forma seminômade de vida, morando em tendas e se movendo com suas manadas de oásis para oásis, onde colheitas podiam ser cultivadas.

AS HABITAÇÕES NAS AREIAS

HABITANTES DA AREIA NOS TEMPOS BÍBLICOS-HISTÓRIA DOS HEBREUS - HABITAÇÕES
habitantes da areia

Abraão deixou a cidade de Ur, na Caldéia, e se tornou um “habitante das areias” pela fé. Pois, cria que Deus daria no futuro uma terra permanente aos seus descendentes (Hebreus 11:9). O estilo de vida do moderno beduíno, certamente é semelhante ao de Abraão.

A história dos hebreus em tendas se tornou uma metáfora importante. Porque, quando os profetas chamavam um povo materialista de volta a Deus, eles o faziam lembrar-se do tempo passado no deserto:

“Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim”.

Isaías 46:9

Quando João fala sobre Jesus, dizendo que o Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1:14), a palavra que ele usa é “viveu numa tenda” ou “acampou” entre nós.

Isso significava então, que Jesus veio armar sua tenda entre nós, mas logo iria, ou seja, sua passagem aqui na terra seria temporária.

Paulo usa a mesma natureza temporária da tenda para descrever as nossas vidas, porque, ele disse que desfaria. (2 Co 5:1,4).

COMO ERAM AS HABITAÇÕES NAS TENDAS

TENDA NOS TEMPOS BÍBLICOSHISTÓRIA DOS HEBREUS - HABITAÇÕES-
habitantes das tendas

E como eram as habitações nas tendas nos tempos bíblicos? Veremos então, a seguir:

A tenda, assim como as cavernas foram as primeiras habitações dos tempos bíblicos.

Essa tenda do habitante do deserto se fazia com um pedaço comprido de couro de cabra, com cerca de 1,52 m ou 1,82 m de largura.

O couro era colocado sobre várias estacas, a fim de prover uma cobertura alongada, como um toldo.

habitações nos tempos bíblicos - tendas
modelo de tendas

As duas extremidades ficavam presas ao solo com pregos especiais, para que sustentasse o peso do couro (Juízes 4:21).

No livro Cantares de Salomão é mencionada a cor preta ou escura da tenda (Cânticos 1:5).

As tiras de apoio eram feitas num tear preso no chão e retalhos eram acrescentados pelo mesmo método, como grandes remendos cerzidos.

As cortinas verticais se faziam com coberturas usadas do teto ou de outros materiais coloridos. E elas serviam de “frente” e “fundo” para a tenda e da mesma forma, para as divisões internas.

AS PARTES DA TENDA

Uma área com um “fundo” e duas cortinas divisórias formava uma varanda aberta. Nesse local, se recebiam as visitas (Gênesis 18:1,2). Neste lugar, as conversas podiam ser ouvidas por outras pessoas por trás das cortinas. (Gn 18:9-15).

Para ampliar o tamanho da tenda era simples de se fazer. Bastava tecer um pedaço extra para a cobertura original e arranjar mais uma cortina. Esse ato era como metáfora se referindo a expansão dos judeus (Is 54:2).

O toldo não era impermeável até que as primeiras chuvas fizessem o tecido encolher. Tapetes eram colocados no chão e os pertences da família.

Alimentos, utensílios de cozinha, recipientes para água etc, eram guardados junto às estacas da tenda.

O ACESSO À TENDA

HABITAÇÕES NOS TEMPOS BIBLICOS- ENTRADA DA TENDA
réplica tenda

O único homem que podia entrar na tenda era o pai da família, mas os outros homens ficavam na varanda.

A entrada de um estrangeiro nos aposentos das mulheres era motivo de punição com morte.

Na bíblia, vemos que Sísera pagou com a vida por ter entrado na tenda de Jael, embora ela tivesse feito o convite (Jz 4.18,21).

As tendas nos tempos bíblicos não eram sempre primitivas e simples, mas também luxuosas.

Quando os reis usavam tendas para viajar com o exército, elas deveriam ser então, luxuosas.

Da mesma forma, como a tenda que Davi fez para guardar a Arca da Aliança em Jerusalém (1 Cr 16.1).

Os ismaelitas tinham uma espécie de ordem entre as tendas (Gn 25.16), e durante as peregrinações entre Egito e Canaã havia uma ordem estrita para que fossem armadas (Nm 2).

O costume beduíno era, portanto, colocar uma lança de pé junto à porta do líder (1 Samuel 26.7).

Mais tarde, quando os israelitas não viviam mais em tendas, mas em casas, passaram a comemorar a festa anual dos Tabernáculos.

As famílias passavam os feriados em “barracas” especiais, feitas de galhos, porque as fazia lembrar da época em que moravam em tendas e peregrinavam no deserto.

PAULO, O FABRICANTE DE TENDAS

No tempo do Novo Testamento, alguns grupos de pastores nômades e guardadores de gado ainda habitavam em barracas no campo.

As tendas eram usadas também em festejos e ocasiões especiais. Contudo a maior parte da população habitava em casas.

Obviamente a demanda era bem razoável, já que Paulo, Áquila e Priscila viviam do ofício de fazer tendas (At 18.3).

O objetivo era naturalmente suplementarem sua renda, enquanto o apóstolo pregava o evangelho.

O sentido exato do vocábulo que aqui é traduzido como “fazer tendas” é um tanto obscuro. Ao pé da letra significa “trabalhar com couro”.

É possível, então, que o trabalho do apóstolo não se limitasse apenas a fazer tendas.

Ele era originário de Tarso da Cilicia, região famosa por sua produção de cílícium, um tecido feito com pelo de cabra.

Talvez ele não fosse exatamente um curtidor, que trabalhasse com o couro ou fabricasse o tecido, mas, sim, um artesão, que utilizava esses materiais.

Se ele fosse um curtidor significaria que estava constantemente impuro, pois teria que tocar cadáveres de animais. Portanto, é mais provável que ele trabalhasse com cilícium.

Na passagem em que o apóstolo trata do seu célebre espinho na carne que não fora removido, ele emprega a metáfora da tenda, quando afirma que a graça de Deus lhe basta.

Ele diz que mais se gloriará nas suas fraquezas para que o poder de Cristo o cubra como uma tenda “em mim habite”, (2 Co 12,9).

Ele podia estar-se referindo a uma tenda comum ou ao Tabernáculo dos antigos hebreus, mas isso não importa.

O fato é que o conceito de tenda estava presente em sua mente.

Nos momentos difíceis, ele se lembrava de que Deus podia cobri-lo com sua tenda, e essa verdade era um conforto para ele.

Na tradução da Bíblia para nossa língua, a metáfora não aparece, mas no grego está bem clara.

Outros escritores neotestamentários também lançaram mão da figura da tenda para descrever a esperança do crente na vida futura.

O autor da carta aos hebreus, por exemplo, apresenta Jesus Cristo como o sumo sacerdote que está assentado à destra de Deus, no tabernáculo, ou tenda, “que o Senhor erigiu” (Hebreus 8.2).

João fala que aquele que se assenta no trono “estenderá sobre eles (o seu povo) o seu tabernáculo” (Ap 7.15).

Na mente do judeu, a palavra “tabernáculo” tinha conotação de proteção, conforto e esperança.

É por essa razão que a ideia de tenda, na Bíblia, muitas vezes é associada à presença de Deus.

COMO ERAM AS CASAS DE TIJOLOS

CASA DE TIJOLOS NOS TEMPOS BÍBLICOS-HISTÓRIA DOS HEBREUS - HABITAÇÕES
casa de tijolos

As habitações dos tempos bíblicos também foram evoluindo com o passar dos tempos.

Portanto, a partir de um certo período, as habitações das pessoas já não eram mais em tendas, mas em casas de tijolos.

Quando os israelitas seminômades guiados por Josué conquistaram as cidades e povoados cana nitas, a arquitetura doméstica havia então progredido muito em relação aos abrigos usados quando os habitantes das cavernas passaram a viver ao ar livre.

As casas deixaram então, de ser construídas com tijolos de barro, na forma de colmeia, onde o piso ficava em nível mais baixo do que o chão do lado de fora, e passaram para o tipo de aposento retangular típico até nossos dias.

As casas foram inicialmente feitas com tijolos de barro seco ao sol. Mas, a tecnologia avançou até ser possível queimar os tijolos em um forno. E, mais tarde, casas fabricadas de pedras brutas e alvenaria passaram a ser construídas.

Posteriormente o reino unido sob Salomão é que pedra trabalhadas foram usadas na construção doméstica na história dos hebreus

Isso pôde ser feito porque, da disponibilidade de ferramentas de ferro para dar acabamento à pedra.

Mas na maioria do país na região de pedra calcária, a pedra era branca, sendo assim materiais usados nas habitações dos tempos bíblicos.

COMO ERAM AS CONSTRUÇÕES DAS CASAS

CASA NOS TEMPOS BÍBLICOS-HISTÓRIA DOS HEBREUS - HABITAÇÕES
interior da casa dos tempos bíblicos

As casas eram consideradas um dom de Deus, por isso, as habitações eram muito valorizadas nos tempos bíblicos. Pois, quando ela começava a ser construída havia um ato de dedicação (Dt 20.5).

CARACTERÍSTICA DAS CASAS

A casa básica para os membros mais pobres da comunidade que morava no campo era um aposento único, de cerca de três metros quadrados.

AS PAREDES DAS CASAS

CASAS da bíblia
casas da bíblia
réplica casa tempos bíblicos

As paredes eram grossas construídas de barro seco, pedras brutas e cascalhos ou então de tijolos.

Eram lisas, sem adornos. A lei proibia que os israelitas usassem figuras na decoração.

Qualquer desenho que tivesse semelhança com pessoas ou animais era considerado uma imagem de ídolo, e, portanto, estritamente proibido.

Contudo, mais recentemente descobriu-se uma sinagoga que ostentava paredes belamente trabalhadas, o que revela haver exceções para essa regra.

Para fabricarem esses tijolos, eles cavavam um buraco no chão, e nele jogavam água e palha picada.

Em seguida amassavam esses elementos misturando-os à terra com os pés.

Depois colocavam essa massa em fôrmas de madeira retangulares ou quadradas, e os punham ao sol para secar.

Uma vez secos, os tijolos estavam prontos para usar.

Ao fazer tijolos para os palácios e moradias mais ricas, os oleiros estampavam neles motivos decorativos e depois os coziam em fornos especiais.

A argamassa empregada para assentar os tijolos, era o barro também. Contudo as pessoas de posses utilizavam uma mistura de areia e cal, ou até de gesso.

Outros materiais empregados eram o betume e o piche (Gn 11.3). Depois de prontas, as paredes eram caiadas.

De um modo geral, aquela gente tinha muito trabalho para conservá-las sempre em bom estado, pois sendo feitas de material pouco resistente, sofriam desgaste ao vento e à chuva.

A cobra mencionada em Amós 5.19 poderia ter entrado na casa por uma fresta na argamassa.

Apesar de essas construções serem tão frágeis muitas delas resistiram durante séculos.

Os fatores que contribuíram para sua longa duração foram um alicerce sólido e tijolos de boa fabricação. Em algumas delas, o alicerce era de tijolos “cozidos” em fornos.

Havia também nichos (cavidades na parede) para guardar alimentos e utensílios.

paredes das casas nos tempos bíblicos

AS JANELAS DAS CASAS

Na maioria das casas havia poucas janelas. E, eram localizadas no alto, para favorecer bem a ventilação, já que o verão nessas regiões é muito quente. Eles não colocavam vidraças, embora já existisse o material.

Preferiam utilizar um gradeamento de madeira trabalhada com belos desenhos, para controlar a entrada da luz. À noite, quando fazia frio, fechavam as persianas. É provável que as janelas fossem bem sujas de fuligem, já que funcionavam como chaminés.

Nas casas construídas sobre a muralha da cidade, as janelas podiam servir como meio de fuga (2 Co 11.33).

Contudo, era um perigo alguém se sentar numa delas para ouvir um longo sermão, se pegasse no sono (At 20.9).

A única janela era pequena e alta, algumas vezes com uma treliça de madeira (Pv 7.6) para que protegesse dos intrusos.

No inverno, a treliça podia ser coberta com uma pele ou alguma espécie de cortina para que protegesse do frio.

Em vista das paredes serem mal construídas, podiam então, abrigavam vários tipos de vida animal (Am 5.19).

A principal entrada de luz era através da porta única aberta, que era fechada com uma barra de madeira à noite.

Mas, durante a noite, uma lamparina de azeite, fornecia a iluminação.

Era então, colocada numa saliência da parede, numa alcova, ou em alguma forma de utensílio (Mt 5.15).

O ASSOALHO DA CASA

Na maioria das casas, o assoalho era de cerâmica ou de terra batida, em algumas utilizava-se barro endurecido ou argamassa.

As pessoas mais ricas às vezes faziam pisos de pedra calcária, que era mais fácil manter e limpar.

Era muito importante que a base do terreno onde se construía fosse firme e estável (Mt 7.24-27).

Naquelas regiões, havia sempre a ameaça de fortes terremotos, bem como de tempestades súbitas, pesadas, que causavam erosões nas bases.

Se ao construir a casa o proprietário fosse descuidado e a edificasse num terreno instável como areia, por exemplo, as consequências poderiam ser desastrosas.

Sempre que possível faziam-se fundações profundas, em busca de uma camada de argila dura ou de rocha.

As casas mais antigas que se deterioravam com o tempo iam sendo derrubadas, para se construírem outras.

Mas em muitos casos utilizavam-se os mesmos alicerces da casa demolida.

O assoalho era dividido em duas partes, ou seja, havia uma diferença entre elas.

A área mais perto da porta era feita de terra nivelada e batida.

Mas no fundo do aposento havia uma plataforma mais alta de pedra, que era usada para as atividades familiares, como comer, sentar-se e dormir.

As condições do chão e a falta de luz tornariam certamente difícil encontrar uma moeda perdida, por isso precisa varrer o chão e acender a candeia para achá-la (Lc 15.8).

Fogo para aquecer o ambiente e para cozinhar era às vezes aceso no chão e a fumaça tinha de procurar sua própria saída.

O TETO DAS CASAS

TETO DA CASA TEMPOS BÍBLICOS-HISTÓRIA DOS HEBREUS - HABITAÇÕES
construção da casa

As habitações nos tempos bíblicos possuíam casas com partes importantes e muito usadas, como por exemplo, o teto.

O teto era construído colocando gravetos sobre vigas de sicômoro e unindo tudo com barro.

É difícil imaginar que nos dias bíblicos o país fosse coberto de florestas e permanecesse assim até as depredações dos romanos e dos turcos.

Um rolo pesado era mantido no teto para que fosse compactado o material depois da chuva.

Os telhados não eram à prova d’água e tinham, portanto, duas características, vazamentos e uma cor verde.

O período de novembro a março (a estação chuvosa) era uma época fria e difícil, por isso Provérbios 19.13 se refere ao pingar contínuo da água (27.15).

Dessa forma, os telhados eram verdes por causa das sementes que brotavam no barro (naturalmente e as dos grãos postos para secar).

Isso é mencionado em 2 Reis 19.26, Salmos 129.6 e Isaías 37.27.

CASA DOS TEMPOS BÍBLICOS pequena
CASA DOS TEMPOS BÍBLICOS SIMPLES
modelo casa dos tempos bíblicos

Mas o teto plano tinha certas vantagens.

Podia ser usado como um ponto de observação (Is 22.1; Mt 10.27), como um lugar fresco e silencioso adequado para a adoração (Sf 1.5; At 10.9).

Para secar e guardar as colheitas (Js 2.6), e para dormir numa noite quente de verão.

O uso do espaço no telhado era tão grande que uma lei exigia a construção de um parapeito ao redor dele, para que as pessoas não caíssem (Dt 22.8).

Quando tais casas eram construídas na cidade, elas eram literalmente unidas umas às outras (Is 5.8), as brechas entre elas formavam então, as ruas.

Era então possível passar de teto para teto, por cima das casas, um meio de fuga mencionado por Jesus em Mateus 24.17.

OS QUINTAIS DAS CASAS

O quintal era a parte da moradia que as famílias mais apreciavam. O tamanho e a maneira dependiam, logicamente, das condições financeiras dos moradores.

Às vezes, nos casos de moradias grandes, a construção era em forma de U, ocupando três lados do pátio, que então ficava no centro.

Mas a maioria das casas era de um aposento, com um quintal pequeno.

Quase todas as famílias judias utilizavam bastante o quintal, fazendo dele um centro de atividades.

Algumas colocavam nele um calçamento de ladrilhos, e o decoravam com folhagens, flores, e até árvores. Às vezes havia também um poço para recolher água da chuva.

Apesar de que a água utilizada pela família tinha que ser buscada num rio ou fonte próxima.

Algumas das pessoas ricas já contavam com um sistema de água encanada. E nas cidades grandes, como Jerusalém e Cesareia, havia esgotos também. O extenso sistema de esgotos de Cesareia deve ser creditado à engenharia dos romanos.

HORTAS E JARDINS

Raras eram as casas que possuíam hortas e jardins.

Havia apenas o cultivo de algumas folhagens.

A plantação de hortaliças para suprir a cidade de verduras era feita em terrenos nos arredores, do lado de fora dos muros, em extensas hortas, das quais um exemplo é o jardim onde está situado o túmulo de Jesus (Jo 20.15).

O local onde Cristo foi traído, por exemplo, é uma plantação de oliveiras, fora das muralhas da cidade, próximo ao ribeiro Cedrom (Jo 18.1).

Obviamente, esse jardim era cercado por um muro de pedras.

Os judeus geralmente preparavam as refeições no quintal. As festas também eram realizadas ali.

Nessas ocasiões, os familiares e amigos cantavam e dançavam alegremente ao som de seus instrumentos musicais, enquanto saboreavam alguma coisa.

A ILUMINAÇÃO DAS CASAS

ILUMINAÇÃO TEMPOS BÍBLICOSHISTÓRIA DOS HEBREUS - HABITAÇÕES-
iluminação das casas

Outro elemento importante que fazia parte das habitações nos tempos bíblicos é a iluminação.

A iluminação das casas era provida pela lamparina de azeite. Essa lamparina, consistia originalmente de um pires de louça de barro aberto, contendo óleo de oliva.

Parte do pires era “apertada” na fabricação, a fim de receber um pavio de linho. Tais lamparinas apresentavam naturalmente problemas, porque, as vezes o óleo era derramado acidentalmente.

Recipientes fechados foram então feitos com dois orifícios, um para o pavio e o outro para colocar o azeite. Quando o azeite começava a acabar, o pavio não iluminava mais. Então, a lamparina precisava ser enchida novamente (Mt 25.8).

iluminação das casas na bíblia
lamparinas

Mais tarde, lamparinas decoradas e esmaltadas foram feitas com cabos e vários pavios, a fim de iluminar melhor o ambiente e quanto mais alta a lamparina, tanto melhor a iluminação.

As lâmpadas começaram então a ser colocadas numa saliência da parede, penduradas no teto, ou postas num simples apoio (um galho grosso de árvore fixado no chão de terra).

lamparina acesa na casa
lamparina acesa na casa

Se nada estivesse disponível, colocavam-se a lamparina ou candeia numa medida de cereais virada de cabeça para baixo ou até no próprio chão.

O AQUECIMENTO DAS CASAS

AQUECIMENTO NOS TEMPOS BÍBLICOS-HISTÓRIA DOS HEBREUS - HABITAÇÕES

Um item fundamental para as habitações nos tempos bíblicos é o aquecimento das casas.

E o fogo servia para cozinhar como também para aquecer.

Usava-se combustíveis naturais, tais como:

  • Esterco seco de animal (Ez 4:15);
  • Gravetos, erva seca (Mt 6:30);
  • Arbustos espinhosos (2 Sm 23:7, ls 10:17);
  • E carvão (Jo 21:9);

O fogo podia ser feito fora de casa, numa depressão no chão de terra ou então colocado em algum tipo de recipiente de cerâmica.

aquecimento das casas dos dias bíblicos
aquecimento das casas dos dias bíblicos

As casas melhores eram providas de chaminé (Os 13.3), mas na maioria dos casos a fumaça escurecia o teto e sufocava as pessoas dentro de casa.

O fogo era aceso com pederneira ou então por fricção.

Um dos combustíveis mais importantes nas habitações dos tempos bíblicos, era a madeira da giesta (piaçaba) branca.

Porque suas brasas ficam quentes durante longo tempo e até as cinzas aparentemente frias podem ser facilmente abanadas até chamejarem novamente.

O aquecimento é importante na região montanhosa, porque os invernos são frios e úmidos e às vezes neva.

ÁGUA E SUA IMPORTÂNCIA

HISTÓRIA DOS HEBREUS - HABITAÇÕES
poço de água

A água tinha também uma grande importância para o povo, pois era algo essencial nas habitações dos tempos bíblicos.

Pois tinha de ser geralmente colhida no poço local, e em vista disso ser tão difícil, todos sonhavam com um tempo em que pudessem ter sua própria cisterna.

Essa cisterna, era um buraco cortado na rocha e impermeabilizado com gesso, de modo que a água pudesse ser guardada e extraída de sua própria fonte.

Senaqueribe prometeu que se os israelitas de Jerusalém se rendessem, ele lhes daria esse símbolo de status (2 Rs 18.31).

poço de agua das casas dos tempos bíblicos
poço de água tempos bíblicos

Quando a cisterna secava, no final do verão, ela servia de esconderijo.

Você pode ver isto em 2 Samuel 17:18,19.

Não havia recursos sanitários nas casas simples dos camponeses.

Embora sistemas avançados de drenagem e esgoto já existiam em cidade construídas mais tarde, tais como Cesaréia e no terreno do templo em Jerusalém.

Mas havia um certo cuidado com Leis sanitárias. Foram cuidadosamente estabelecidas na Tora.

Por exemplo, foi estipulado que os excrementos deviam ser queimados em tempos de guerra, Dt 23.13, e leis suplementares foram introduzidas no judaísmo, que mantinham a saúde básica.

Não era possível, por exemplo, construir estábulos sob moradias humanas.

CASAS RICAS DOS TEMPOS BÍBLICOS

CASAS RICAS NOS TEMPOS DA BÍBLICOS-
modelo casa rica

Nas habitações dos tempos bíblicos, a diferença entre as casas dos ricos e dos pobres estava em alguns detalhes, como por exemplo, um pátio.

No nível mais baixo isso era simplesmente um cercado acrescentado à casa.

Mas o pátio fazia então, diferenças imediatas.

Os animais podiam então, ser mantidos fora de casa.

A comida era feita num canto e não havia problemas de segurança quanto ao acesso ao teto, porque a escada para ele ficaria dentro do pátio.

As janelas podiam abrir-se para ele a fim de entrar mais luz, a porta do cercado podia ser mantida sempre fechada.

As pessoas mais ricas construíam dois ou três aposentos ao redor do pátio, e às vezes até um segundo andar (2 Rs 4.10).

Era uma casa afastada e ao mesmo tempo aberta para o céu, uma volta à experiência seminômade da época de Abraão.

Pilares suportavam as vigas do teto da casa, a fim de aumentar então o tamanho do aposento.

Os pilares eram construídos paralelos às paredes dos prédios, a fim de construir colunatas ou varandas caso desejado.

A VARANDA DA CASA

VARANDA DA CASA NOS TEMPOS BÍBLICOS-
varanda da casa

Uma casa rica parecia pouco convidativa do lado de fora, porque a entrada era feita por uma única porta de cedro fechada e geralmente guardada por um porteiro.

A fechadura era colocada do lado de dentro do portão, de modo que era necessário enfiar o braço por um orifício na porta a fim de colocar a chave (Ne 3.3).

A chave era um meio de levantar os ganchos que mantinham a barra de madeira no lugar, por isso era bem grande (Is 22.22).

O porteiro se sentava então numa varanda por trás do portão e esperava até reconhecer a voz da pessoa que queria entrar.

Rode tomou o lugar do porteiro e esperou até reconhecer a voz de Pedro, mas não pôde abrir a porta até contar aos outros quem era (At 12.13,14).

Quando Jesus disse que estava à porta da igreja de Laodicéia e batia, isso deveria significar então que se tratava de uma igreja rica (Ap 3.20).

COMO ERA A MOBÍLIA DAS CASAS

MOBÍLIA
utensílios usados na casa

Enquanto os remediados conseguiam adquirir uma cama, mesa e cadeiras (2 Rs 4.10), os ricos tinham camas empilhadas de travesseiros (1 Sm 19.15,16; Pv 7.16,17).

Mesas de jantar eram encontradas nas casas dos ricos, pois os mobiliários faziam parte nas habitações dos tempos bíblicos.

Quando Jesus celebrou a Páscoa com os discípulos a cena pode ter sido muito diferente da do quadro de Leonardo da Vinci, a ‘Última Ceia”.

Se a casa fosse de uma pessoa rica, é possível que tivessem mesmo utilizado uma mesa.

Mas, nesse caso, teria sido um móvel mais baixo, e eles teriam deitado em esteiras ou almofadas, e não se sentado em cadeiras.

É muito pouco provável também que todos se sentassem de um lado da mesa.

Nos tempos bíblicos, as pessoas faziam as refeições reclinadas.

Quando não estavam comendo, sentavam-se no chão, à moda oriental.

Banquinhos para descansar os pés e cadeiras com espaldar (1 Rs 10.18,19) eram providos.

Nas habitações dos tempos bíblicos, a iluminação era feita por grandes candelabros, o qual então, iluminava o ambiente.

Não havia um limite real para as facilidades existentes nos palácios daqueles dias, mas havia menos pessoas ricas do que hoje.

Então, essas são as características das habitações nos tempos bíblicos, das casas e moradias.

A HOSPITALIDADE

Sempre que chegava uma visita a uma casa judaica era recebida com muita atenção.

A hospitalidade era um dos traços marcantes da sociedade judaica, e tornou-se também uma característica dos cristãos primitivos.

Isso não quer dizer que não houvesse indivíduos mal-educados e até insociáveis, mas a atitude mais comum entre eles era de franca generosidade.

Jesus ensinou que devíamos abrir nossa casa aos pobres e aleijados (Lc 14.13).

O lar de um judeu era um lugar acolhedor, onde tudo era compartilhado com outros.

Apesar de haver sempre aqueles que tinham intuito de se aproveitar dessa liberalidade, o fato é que, a hospitalidade ocupa uma posição importante, tanto na fé judaica como no ensino de Cristo.

Se um forasteiro, um desconhecido, chegasse à porta de uma casa, era recebido como amigo.

Ali lhe davam alimento, abrigo e até roupas, se necessário.

O termo grego que expressa o sentido de hospitalidade, significa “aquele que ama os forasteiros” (Rm 12.13; Tt 1.8; 1 Pe 4.9).

A quebra dos princípios da boa hospitalidade era considerada uma prática pagã (Lc 16.19-25).

Os cristãos primitivos herdaram esse mesmo tipo de atitude, que se achava tão arraigada neles que na Bíblia há três livros pequenos que tratam do assunto: Filemom e 2 e 3 João.

Uma das principais regras da boa hospitalidade determinava que, quando alguém recebesse uma visita, deveria lavar os pés.

Ha casa dos mais ricos, havia sempre um escravo a postos para realizar a tarefa; nas famílias mais simples, isso era feito pela esposa do anfitrião.

Jesus usou essa prática para ensinar-nos uma lição de profundo significado espiritual (Jo 13.3-16).

O apóstolo Faulo atribuiu grande importância às viúvas que tinham prestado esse serviço (1 Tm 5.10).

Os judeus tinham o costume de tirar os sapatos, ao entrarem numa casa.

Esse gesto, além de evitar que se trouxesse poeira para dentro, era uma preparação para o lava-pés (Lc 7.38,44).

Tratava- se de uma tradição judaica que vinha desde os tempos antigos.

Essas foram as informações sobre como eram as habitações nos tempos bíblicos.

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Equipe Redação BP

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