Jesus deve carregar Sua cruz sozinho?

Esboço de pregação expositiva em Marcos 15:15-26 com o tema: Jesus deve carregar Sua cruz sozinho?

Tema: Jesus deve carregar Sua cruz sozinho?

Texto desta pregação: Marcos 15:15-26

Introdução:

Nestes versículos, temos detalhes angustiantes que cercaram a morte de nosso Senhor Jesus Cristo. Vislumbramos a dor e a agonia que Ele suportou naquela noite e dia, sacrificando-se pelos pecados da humanidade.

Ao ler esse relato, nossos corações se comovem com a magnitude do que Ele fez por nós naquele dia. No entanto, muitas vezes negligenciamos os pequenos detalhes que dão vida a essa história.

No versículo 21, encontramos o registro de um homem chamado Simão, o Cireneu. Sua breve aparição nos Evangelhos de Mateus e Lucas é notável. Surgindo rapidamente e desaparecendo da mesma forma, Simão Cireneu nos ensina uma lição preciosa sobre o amor de Deus e sobre a resposta humana ao Salvador.

Ele fez por nosso Redentor algo que até os mesmos discípulos mais próximos foram incapazes de fazer. Simão aliviou o sofrimento do Senhor durante uma das horas mais sombrias do Seu ministério terreno.

Até Pedro, em sua ousadia, afirmou: “Senhor, estou pronto para ir contigo, tanto para a prisão como para a morte” (Lucas 22:33). Contudo, quando a hora de acompanhar Jesus até a morte chegou, Pedro, assim como os outros discípulos, o abandonou e fugiu (Marcos 14:50).

Vamos dedicar alguns minutos nesta noite para examinar minuciosamente o relato de Simão, o Cireneu, e nos questionar: “Deve Jesus carregar Sua cruz sozinho?

Convido você a refletir se estamos dispostos a carregar a cruz atrás de nosso Salvador, assim como Simão fez. Então, vamos explorar essa história em seus detalhes esta noite.

Em primeiro lugar…

I. VEMOS NOSSO SALVADOR CONDENADO

A. Seu Crime

Conforme o versículo 26, Jesus foi acusado de afirmar ser o Rei dos Judeus. No entanto, na realidade, Ele estava no caminho da cruz como parte do plano divino de Seu Pai (Apocalipse 13:8).

Do ponto de vista humano, Jesus foi condenado por ser piedoso e por ensinar a verdade sobre adorar e servir a Deus. Seu único “crime” foi amar os pecadores e mostrar-lhes o caminho para Deus.

B. Sua Condenação

Os versículos 15-20 detalham o abuso que nosso Senhor sofreu nas mãos dos soldados de Pilatos. Ele foi açoitado, cuspido, golpeado com as mãos, coroado de espinhos, vestido com um manto escarlate, zombado e atingido na cabeça com uma vara.

Notavelmente, Jesus suportou tudo isso sem proferir uma palavra, conforme predito em Isaías 53:7.

(Ilustração: É vital registrar que Jesus suportou essas aflições porque não desejava que nós fôssemos para o Inferno. Ele suportou o pior que a humanidade poderia infligir, movido por um amor que supera a própria vida. Essa é uma demonstração gloriosa do amor divino pelos pecadores – Romanos 5:8; João 15:13.)

C. Sua Crucificação

Após uma noite de tratamento brutal, Jesus foi levado para ser crucificado, conforme descrito nos versículos 22-25. A brutalidade da morte na cruz, reservada aos escravos mais desprezados, é difícil para as mentes modernas compreenderem.

O cidadão romano não poderia ser crucificado, a menos que fosse decretado diretamente por César. Assim, vemos Jesus Cristo, que dedicou sua vida ao serviço, que “não cometeu pecado”, sendo condenado a morrer a morte dos mais vilipendiados e odiados.

(Ilustração: A morte de Jesus, central nesta passagem, indescritivelmente horrível – Seu rosto desfigurado, pregos nas mãos e pés, agonia dos nervos contra o ferro, espasmos dilacerando Suas costas, ruptura da cabeça pelos espinhos, empurrando pregos nos pés, sede, vergonha da nudez, solidão na morte. Essa imagem é um testemunho do amor extraordinário de Jesus, que aconteceu essa morte por amor a nós.)

Embora a morte de Jesus seja central, a passagem também apresenta Simão. Então, vemos…

II. VEMOS SIMÃO CIRENEU, COMPELIDO

A. Seu Perfil – Pouco sabemos sobre Simão, o homem de Cirene. As informações limitadas indicam que ele era natural de Cirene, localizado na África. Sua presença em Jerusalém durante a Páscoa sugere que possivelmente era um prosélito judeu, provavelmente viajante com sua família.

Esse homem africano, de cor provável, veio para adorar e oferecer um Cordeiro Pascal, mas agora se encontra diante do verdadeiro Cordeiro de Deus.

B. Sua Seleção

O relato menciona Simão sendo “obrigado” a carregar a cruz do Senhor. Essa palavra implica “pressionado para serviço público”.

Os soldados romanos tinham a capacidade de recrutar civis para tarefas específicas, com a lei romana cumprindo exigência sob ameaça de morte. Jesus alude a essa prática em Mateus 5:41.

C. Sua Vergonha

Uma razão possível pela qual os soldados escolheram Simão para esse serviço pode ter sido a cor de sua pele. Carregar a cruz de um homem condenado foi considerado um ato extremamente degradante.

Os soldados evitariam essa tarefa, especialmente na véspera da Páscoa, preferindo não selecionar alguém obviamente judeu. Para Simão, tocar a cruz significou o final da Páscoa; cerimonialmente tornou-se impuro.

A palavra “obrigar” sugere força, possivelmente sob a ameaça de morte, levando esse africano a carregar a cruz. Independentemente das circunstâncias, desde o momento em que Simão tocou na cruz, ele foi um homem marcado.

Em terceiro lugar…

III. VEMOS UM PECADOR CONVERTIDO

A. A Providência Divina

Não foi mero acaso que Simão e sua família estivessem em Jerusalém naquele momento específico. Acredito que foram as exceções divinas que permitiram que o caminho deles se cruzasse com o do Senhor Jesus Cristo.

Embora não compreenda totalmente os Caminhos do Senhor, sei que Ele tem o poder de atrair pessoas que precisam de salvação.

Lembra-se da mulher junto ao poço (João 4:4-29)? E do eunuco etíope (Atos 8:26-39)? Deus usou este evento para trazer a salvação a Simão, unindo um buscador a Salvador!

(Ilustração: Reflita sobre como a exceções divinas operou em sua vida para guiá-lo até Jesus. Não foi por acaso que você foi até Ele; foi a graça de Deus!)

B. O Poder de Deus

Marcos menciona Alexandre e Rufo, nomes que provavelmente eram conhecidos pelos cristãos aos quais ele escreveu. Paulo, ao encerrar sua carta aos Romanos, menciona Rufo e a mãe de Rufo, relatando um relacionamento significativo ao ponto de Paulo considerá-los como parte de sua própria família (Romanos 16:13).

Algo profundo aconteceu no coração de Simão e de sua família enquanto testemunhavam a morte do Senhor no Calvário naquele dia. Independentemente do que tenha acontecido, Deus usou esse evento para transformar Simão e sua família de maneira permanente. Uma poderosa demonstração da graça de Deus!

(Ilustração: Nós, que não testemunhamos fisicamente a crucificação de Jesus e não fomos obrigados a carregar Sua cruz naquele dia, encontramos um momento em que, como Simão, ficamos cara a cara com o Senhor Jesus Cristo. Podemos não ter visto Sua morte, mas sabíamos que precisávamos do que Ele tinha para oferecer. Quando depositamos nossa fé Nele, fomos transformados, assim como Simão e sua família. Que impacto Jesus faz em vidas nossas!)

Conclusão:

Ao ponderarmos sobre esses pensamentos nesta noite, permita-me fazer uma pergunta crucial: Você experimentou a salvação? Sua confiança está exclusivamente em Jesus para sua redenção? Assim como Simão, você está carregando a cruz do Senhor, seguindo-O ao longo da vida, enfrentando com alegria a vergonha e o opróbrio associados ao Seu grandioso Nome?

Se você está perdido, há uma oportunidade de salvação nesta noite. Se já estiver salvo, mas permitido que elementos de influência ao Senhor invadam sua vida, há a possibilidade de ser purificado agora.

Seja completamente sincero, consigo mesmo: você está realmente carregando a cruz ou simplesmente deslizando pela vida, sem um compromisso sério e de coração com Jesus? Independentemente da sua necessidade, convença-o a buscar a Jesus e resolva isso de uma vez por todas.

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Equipe Redação BP

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