O que os cristãos devem saber sobre as novas seitas islâmicas?

O Cristianismo enfrenta seu principal oponente global no Islã, a segunda maior religião do mundo, contando aproximadamente dois bilhões de seguidores. Apesar de sua significância, muitos cristãos não têm conhecimento sobre o Islã.

Quem foi Maomé?

Maomé (c. 570-632), o fundador do Islã, deixou um impacto histórico tão significativo. Em apenas 22 anos, Maomé revolucionou a cultura árabe e deu início a um movimento que transformaria o curso da história.

Maomé nasceu em Meca, um centro comercial na Arábia famoso pela Caaba, ele enfrentou a orfandade em tenra idade, sendo cuidado primeiramente pelo avô e depois pelo tio.

Através do comércio da família, teve exposição ao judaísmo e possivelmente ao cristianismo, embora não tenha tido contato direto com igrejas ou a Bíblia. Aos 25 anos, casou-se com Khadijah, uma viúva mais velha e rica.

Em uma noite de oração por volta de 610, Maomé teve uma visão celestial que o ordenou a “Recitar!”. Inicialmente temeroso de estar possuído, foi convencido por Khadijah de que a visão vinha de Deus. Encorajado, começou a receber revelações que o inspiravam a “recitar” as palavras de Allah.

Sua mensagem evoluiu para um monoteísmo completo com elementos distintamente árabes e mequenses. No início, permitiu a devoção às “filhas de Alá“, mas posteriormente rejeitou esses versos em favor de uma doutrina monoteísta pura.

Meca, cujo prestígio estava ligado aos deuses da Caaba, rejeitou Maomé, levando-o a fugir para Yathrib (Madinat al-Rasul ou Medina). Inicialmente, ele buscou apoio da comunidade judaica, mas foi rejeitado, resultando na expulsão e, posteriormente, no massacre de uma comunidade judaica.

Em 630 d.C., Maomé liderou um exército de Medina a Meca. Ele conquistou a cidade e unificou a península antes de sua morte em 632. A fuga para Yathrib, conhecida como Hégira, marca o início do calendário muçulmano como o evento mais sagrado do Islamismo.

As afirmações de Maomé

As afirmações de Maomé

Maomé afirma ser o último e maior profeta, mas não oferece nenhuma evidência para respaldar isso. São apenas experiências místicas, embora pessoais, carecem de evidências. A principal evidência que os muçulmanos apresentam, é a beleza literária do Alcorão, que, segundo eles, é uma prova do chamado de Maomé. No entanto, a excelência poética, embora reconhecida por muitos, não prova uma revelação de Deus.

Ao contrário da Bíblia, o Alcorão não apresenta evidências objetivas, como profecias cumpridas ou milagres. Embora reconhecido como uma obra-prima árabe e um livro influente, isso não o faz uma revelação divina. A falta de base objetiva levanta, portanto, dúvidas sobre a aceitação da afirmação de Maomé como profeta.

Apesar disso, não se pode dizer que Maomé fosse um enganador deliberado. Tudo indica que possuía sinceridade e piedade, influenciando a civilização com sua pregação apaixonada sobre um Deus todo-poderoso e misericordioso.

Vale ressaltar que a essência da mensagem de Maomé tem raízes na revelação de Deus aos judeus no Antigo Testamento. Embora suas palavras não sejam consideradas revelações de Deus em si mesmas.

Islã e Jesus

O Islã reconhece Jesus como o maior dos profetas após Maomé, mas nega sua divindade, rejeitando a Trindade e a Encarnação. Maomé também contesta a crucificação e ressurreição de Jesus. Ele alega que os romanos crucificaram por engano outra pessoa, possivelmente Judas Iscariotes, e que Jesus foi levado ao Paraíso sem morrer.

Essas afirmações carecem de apoio factual e lógico. Pois líderes judeus e relatos independentes afirmam a morte de Jesus na cruz. Historiadores, independentemente de suas crenças, concordam amplamente com a crucificação de Jesus.

A rejeição da morte por crucificação não faz sentido, pois os discípulos de Jesus testemunharam sua morte e enterro. Se Jesus não tivesse morrido, por que seus seguidores proclamariam sua morte, a forma mais vergonhosa de morrer na época?

Apesar das discordâncias sobre a divindade de Jesus e sua morte, Maomé aceita outros aspectos das crenças cristãs sobre ele, incluindo o nascimento virginal, milagres, ascensão ao céu e retorno futuro. Os muçulmanos veem Jesus como um profeta judeu para seu povo, enquanto Maomé é considerado um profeta maior.

Entretanto, Jesus comissionou seus discípulos a levar o evangelho a todas as nações, indicando um alcance global desde o início do cristianismo. Atualmente, Jesus é seguido por pessoas de diversos grupos étnicos, enquanto a evidência não sustenta a alegação de que Maomé é superior como um profeta local. Pelo contrário, a influência global de Jesus é evidente em sua aceitação em várias religiões, incluindo o Islã.

Seitas Muçulmanas

Seitas Muçulmanas

O Islã, no Ocidente, é conhecido não apenas através de sua forma tradicional, mas também por meio de várias seitas que oferecem perspectivas distintas da fé muçulmana.

1. Os sufis, rejeitando formalismo e materialismo nos impérios muçulmanos medievais, optaram por um estilo de vida simples e uma busca mística de Alá. O interesse ocidental no misticismo no século XX impulsionou o crescimento rápido do Sufismo na Europa e nos Estados Unidos.

2. Os Sikhs, buscando integrar elementos do Hinduísmo com a tradição Sufi, são conhecidos por sua filosofia marcial e trajes únicos. Originários da Índia, têm presença significativa no Reino Unido e nos Estados Unidos, resultado de uma história marcada por perseguições muçulmanas no século XVII.

3. A Fé Mundial Bahá’í, fundada por Bahá’u’lláh, um muçulmano persa, propaga a ideia de que ele é o último de uma série de profetas, incluindo Maomé. Perseguidos pelas autoridades muçulmanas, os bahá’ís encontraram refúgio na América, onde prosperaram.

4. A Nação do Islã, sob a liderança de Louis Farrakhan desde a década de 1970, reinterpreta o Islã como uma fé para afro-americanos oprimidos. Inicialmente buscando uma nação negra separada nos EUA, a mensagem evoluiu para enfatizar a independência econômica em vez da política. Apesar de abordar temas importantes, a retórica anti-semita muitas vezes obscurece a mensagem de autoconfiança e responsabilidade pessoal. Essas seitas muçulmanas proporcionam uma visão diversificada e multifacetada do Islã no cenário global.

O Cristianismo enfrenta um desafio significativo representado pelo Islã, que se destaca como a religião preeminente em muitas regiões do Sul Global, atraindo aqueles que se sentem marginalizados pelos europeus e americanos brancos. Diante desse cenário, é crucial que os cristãos respondam de maneira informada e equilibrada.

Desafios Islâmicos para os Cristãos

1. Reconhecimento do Valor Islâmico: Os cristãos devem reconhecer que o Islã possui coisas boas. É bem melhor do que o paganismo que prevalecia na Arábia antes de Maomé. As contribuições culturais da civilização islâmica também merecem apreciação.

2. Responsabilidade do Ocidente: Como cristãos, devemos reconhecer as contribuições do Ocidente para os conflitos com o mundo islâmico, incluindo o papel do anti-semitismo na criação de Israel. Embora a história de conquistas islâmicas seja um fator, é essencial admitir honestamente a parcela de responsabilidade nos conflitos atuais.

3. Apoio à Paz no Oriente Médio: Os cristãos devem apoiar esforços para promover a paz entre muçulmanos e judeus na região, fomentando a compreensão e aceitação mútua.

4. Evangelização com Respeito: Por fim, os cristãos devem continuar os esforços na evangelização dos muçulmanos. Mas, isso deve ser com respeito, enquanto os cristãos simultaneamente trabalham para compreender e aceitar as diferenças. Isso demanda uma compreensão justa do Islã e a habilidade de explicar e defender as afirmações da verdade cristã de maneira precisa. O diálogo construtivo é fundamental nesse processo.

Leitura adicional: Islamismo: O que você precisa saber sobre o Islã e o seu Alcorão

Equipe Redação BP

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