Quem foi a Sulamita na bíblia e o que podemos aprender com a amada de Salomão?

Da inspiração lírica do rei Salomão surgiu uma mulher jovem, linda e sensual. Muitos detalhes a seu respeito foram revelados, mas não o seu nome; ela é, simplesmente, chamada de sulamita.

A sulamita, também conhecida como a donzela sulamita, é uma figura central no Cântico dos Cânticos, descrita como a noiva de Salomão. Sua identidade exata permanece um mistério, embora existam diversas teorias sobre quem ela poderia ser.

Uma delas é que a sulamita poderia ter sido a filha do rei do Egito, com quem Salomão se casou (1 reis 3:1). A outra teoria, que estudiosos acreditam é que a sulamita poderia ser a jovem Abisague, aquela que cuidou do rei Davi em sua velhice.

Localizada a Sudeste do mar da Galiléia, nos planaltos férteis de solo de aluvião, a Cidade de Sulém ou Suném era, provavelmente, onde morava a amada do rei. Seu conhecimento e afeição por plantas e animais coloriam suas declarações; seu coração pulsava no ritmo do mundo natural onde havia passado a juventude.

Lembrando a infância, a sulamita falou sobre os irmãos, que a incumbiram de trabalhar nos campos. O fato de mencionar a casa da mãe e de não citar o pai, provavelmente, indique que o pai havia morrido, o que, de acordo com a tradicional prática israelita, havia colocado a jovem sob autoridade dos irmãos.

Sua pele mais morena talvez a afastasse das outras mulheres da corte. Apesar de que era óbvio que ela era linda de rosto e de corpo.

O encontro da Sulamita com Salomão

As famílias do Antigo Oriente Próximo, como sinal da moralidade da família, guardavam a castidade das mulheres solteiras com rigor. Além do mais, a Torá falava especificamente sobre o assunto (Dt 22:13-30). Em linguagem poética, a Sulamita é chamada de “muro” e de “porta”. Essa linguagem figurada descrevia sua virgindade, um “muro” que os irmãos protegiam, uma “porta” por trás da qual a escondiam.

“Temos uma irmã pequena, que ainda não tem seios; que faremos a esta nossa irmã, no dia em que dela se falar? Se ela for um muro, edificaremos sobre ela um palácio de prata; e, se ela for uma porta, cercá-la-emos com tábuas de cedro.”

Cântico 8:8-9

Como, aparentemente, o rei Salomão possuía um palácio de verão no Líbano (Ct 8:11), ele pode tê-la visto a caminho de sua propriedade. Ele registrou seu profundo amor por ela numa série de cânticos com delicada linguagem no trato de sentimentos pessoais e eróticos, sendo honrados com sua inclusão no cânon das Sagradas Escrituras.

A sulamita amou e recebeu muito amor, onde cada fibra do seu ser reverberou com um amor receptivo e apaixonado. Ela se encheu de júbilo com o compromisso que o marido demonstrou.

“Levou-me à casa do banquete, e o seu estandarte sobre mim era o amor.”

Cântico 2:4

Ela se extasiou com o desejo que despertou nele, sentindo segura com o voto de compromisso permanente do marido.

“Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, com veementes labaredas. As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente o desprezariam.”

Cântico 8:6-7

Na imagem da sulamita com seu noivo, Deus retrata o êxtase da felicidade nupcial, encontrada através de um relacionamento monogâmico e permanente.

Significado de Sulamita

Há uma interpretação que o título “Sulamita” (que significa “pacífica”) é simplesmente o nome de casada da noiva, sendo a forma feminina de Salomão (“pacífico”), e que recebeu esse título somente após seu casamento com o rei.

O que era o jardim da Sulamita no livro de cântares?

“Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada.”

Cânticos 4:12

O jardim da Sulamita era, provavelmente, um local fechado e protegido, cheio de beleza e de sombra. Como a água era escassa, os proprietários fechavam as fontes com argila, que endurecia ao sol e servia de proteção para o abastecimento da água.

As duas metáforas sugerem acesso restrito, e a figura de linguagem significa que a noiva era virgem. A sulamita, realmente, havia se guardado para seu amado, dando testemunho do seu compromisso de fidelidade ao parceiro e à intimidade exclusiva de ambos.

Embora Salomão, mais tarde, violasse esse compromisso, os propósitos de Deus para o casamento não foram alterados.

O que podemos aprender com a amada de Salomão, a sulamita?

sulamita no livro de cântares

A Sulamita, protagonista no livro dos Cântico dos Cânticos de Salomão, oferece várias lições valiosas que podemos aplicar em nossas vidas.

Primeiramente, ela nos ensina sobre a importância da autoestima e da aceitação pessoal. Mesmo sendo uma camponesa de pele escura, ela não se envergonha de sua aparência e compreende que sua beleza vem de sua autenticidade e do trabalho árduo nos vinhedos. Em Cântico dos Cânticos 1:6, ela explica sua pele escura às filhas de Jerusalém sem pedir desculpas, destacando a importância de aceitar quem somos.

Além disso, a Sulamita demonstra ter um forte autocontrole. Ao longo do livro, ela resiste às pressões externas para se apressar em suas decisões amorosas, repetindo em várias ocasiões a necessidade de não despertar o amor antes do tempo adequado. Sua determinação em proteger sua pureza é descrita metaforicamente como ser uma “muralha” com “torres”, significando sua preparação e consciência.

A visão da Sulamita sobre o relacionamento sexual também é notável. Ela mantém o devido respeito pelo relacionamento íntimo, antecipando-o com alegria, mas preservando-o para o momento apropriado. Isso é exemplificado pela sua capacidade de controlar seus desejos até o casamento, quando então se entrega totalmente e com alegria ao seu amado.

Finalmente, a Sulamita ensina sobre a importância de uma autoimagem saudável. Sua autoconfiança e a forma como vê sua própria beleza a ajudam a manter sua pureza e a escolher sabiamente em quem investir seu amor.

Indiara Lourenço

Com mais de 20 anos atuando na Pregação e Ensino, Indiara possui experiência em ministério infantil, jovem e feminino. Estudante de Teologia e ministra aulas na EBD. Mãe, esposa e serva que ama fazer a obra de Deus. Contagia a todos com sua alegria e inspira com palavras motivadoras, deixando um impacto positivo por onde passa.

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