Sangar: História e Lições do Juiz que libertou Israel com uma aguilhada de bois
Vivemos em um tempo de grandes desafios, mas muitas vezes, com poucos recursos para vencer as adversidades. Se você se sente nesta situação, conheça Sangar, o juiz que libertou Israel com uma aguilhada de bois.
Quem foi Sangar, juiz que libertou Israel com uma aguilhada de bois
Esse foi o terceiro juiz de Israel e era filho de Anate, sucedendo a Eúde. Seu nome aparece no livro bíblico de Juízes 3:31, no Antigo Testamento.
Depois dele foi Sangar, filho de Anate, que feriu a seiscentos homens dos filisteus com uma aguilhada de bois; e também ele libertou a Israel.
Juízes 3:31
Ele viveu durante um período turbulento da história de Israel, quando o povo estava sendo oprimido pelos inimigos.
Para entender melhor, os relatos bíblicos, precisamos conhecer qual o contexto os fatos aconteceram. Por exemplo, nesse tempo, Israel vivia em um ciclo contínuo de desobediência do povo, seguido por opressão, arrependimento e libertação divina.
Essa informação nos ajuda a entender tanto os problemas que eles enfrentaram como os motivos que os provocaram.
Qual o significado do nome Sangar e aguilhada de bois?
Devido à derivação incerta do nome Shamgar שמגר, é difícil compreender o significa esse nome. Encontramos várias interpretações como “piercing”, “espigão”,“espada”, “gracioso e copeiro”.
No entanto, seja qual for o significado, este homem tinha uma natureza destemida, e agiu corajosamente livrando o povo da opressão inimiga por sua ação.
Quanto à aguilhada de bois, trata-se de uma vara pontiaguda que os agricultores utilizavam para controlar e direcionar o gado.
O fato de Sangar utilizar esse objeto incomum como uma arma, demonstra sua habilidade e determinação em enfrentar os inimigos de Israel.
Embora o tempo exato de sua liderança não apareça na Bíblia, acredita-se que ele foi juiz por um curto período. O que ele fez aparece em apenas três versículos no livro de Juízes (Juízes 3:31), indicando que seu papel como juiz e libertador foi transitório, mas impactante.
Como Sangar libertou Israel
O registro bíblico menciona que ele “feriu seiscentos homens dos filisteus com uma aguilhada de bois”. (Jz 3:31)
Os filisteus eram um povo inimigo que oprimia Israel na época. E ele corajosamente, liderou um ataque surpresa contra eles, causando grande derrota ao matar uma quantidade significativa de seus guerreiros.
Assim, a sua ousadia e confiança em Deus levaram à libertação temporária de Israel da opressão filistéia.
O que ele fez durante seu período como juiz de Israel?
Sangar, assim como outros juízes, desempenhou o papel de libertador e salvador de Israel. O livro de Juízes, nos capítulos 3:1-2, revela o propósito extraordinário de Deus durante essa fase da história de Israel.
“Estas são as nações que o Senhor deixou para testar Israel por meio delas, todos os israelitas que não tinham experimentado nenhuma das guerras em Canaã. Isso foi feito para que as gerações dos israelitas pudessem aprender a guerrear, aqueles que antes não tinham essa experiência.”
Juizes 3:1-2
Essa passagem destaca a intenção de Deus de ensinar e provar a nação por meio desses desafios, mas eles não foram bem-sucedidos nisso.
Embora a Bíblia não forneça detalhes sobre quantos adversários Sangar derrotou, é registrado que ele “matou 600 filisteus com uma aguilhada e também libertou Israel” (Jz 3:31).
A aguilhada era uma vara robusta com cerca de 2,5 a 3 metros de comprimento e 15 centímetros de diâmetro. Uma extremidade possuía uma ponta de metal para guiar bois, enquanto a outra tinha uma lâmina plana e curva para limpar arados.
Ao eliminar esse número significativo de filisteus, Sangar desempenhou um papel crucial em libertar Israel da influência idólatra dos filisteus (Dt 7:1-4). Embora a ordem divina de expulsar as nações possa parecer insensível, ela se enquadra na perfeita justiça de Deus e na Sua estratégia para o cumprimento de Seus planos.
Os juízes eram instrumentos da justiça divina, e embora atuassem como líderes civis, também foram usados por Deus como defensores militares de Israel.
Juiz libertador
A palavra hebraica para “juiz”, shaphat, carrega o significado de “libertar” ou “governar“. Quando Deus instruiu Israel a conquistar e eliminar as nações que habitavam Canaã, eles não seguiram essa ordem completamente, permitindo a permanência de um remanescente.
Esse remanescente induziu os israelitas à adoração de Baal e ao casamento com mulheres de outras nações, fortalecendo ainda mais sua infidelidade ao Senhor (Juízes 3:6).
O capítulo 6 do livro de Juízes apresenta o Cântico de Débora, que era juíza na época de Sangar. Os versículos 6 e 7 relatam os eventos que ocorreram durante o período em que Sangar serviu como juiz:
“Nos dias de Sangar, filho de Anate, nos dias de Jael, as estradas ficaram desertas; os viajantes precisavam usar caminhos secundários. Os povoados em Israel foram abandonados; foram abandonados até eu, Débora, surgir como mãe em Israel.”
Sangar, de fato, atuou como um libertador de Israel de maneira singular, enquanto Débora colaborava com Baraque e 10.000 homens de Israel. Além disso, Sangar desempenhou um papel no cumprimento das Escrituras (Levítico 26:22, Isaías 33:8).
O período dos juízes chegou ao fim quando os israelitas se aproximaram de Samuel e exigiram um rei, imitando as nações vizinhas. É interessante notar que Samuel, e não Deus, nomeou seus próprios filhos como juízes de Israel, mas eles se corromperam através da aceitação de subornos e distorção da justiça (1 Samuel 8:1-3).
A conduta ímpia de seus filhos levou os anciãos de Israel a buscar um rei, e não mais juízes, para governá-los (1 Samuel 8:5). Mesmo com os alertas de Samuel, o povo preferiu rejeitar Deus e seguir seu próprio caminho (1 Samuel 8:10-22, especialmente o versículo 7).
O que aprendemos história de Sangar, juiz que libertou Israel com uma aguilhada de bois
Não precisamos de todos os detalhes para aprender algo sobre um personagem como Sangar, assim como não precisamos falar muito para que Deus nos atenda. (Mt 6:7)
É por isso, que neste único versículo extraímos lições valiosas para nossas vidas, porque para vencer ele teve:
1. Coragem e determinação: Esse relato nos ensina que, independentemente de nossas limitações ou das armas que temos à disposição, podemos fazer a diferença quando agimos com coragem e determinação.
2. Confiança em Deus: Sua história nos lembra da importância de confiar em Deus em todas as circunstâncias, mesmo quando estamos diante de desafios aparentemente insuperáveis.
3. Utilização de recursos disponíveis: Vemos que utilizou uma aguilhada de bois, um objeto comum em sua época, como uma arma improvável. Isso nos lembra da importância de sermos criativos e aproveitarmos os recursos disponíveis para enfrentar os desafios que encontramos em nossa vida.
4. Liderança corajosa: Percebemos também que ele só venceu porque assumiu a liderança Daí, liderou um ataque contra os filisteus, mostrando coragem e determinação.
Compreendemos assim, que devemos assumir a responsabilidade e liderança em situações difíceis, mesmo que pareçam além de nossas capacidades.
5. Libertação por meio da ação: Por fim, essa história nos ensina que a libertação muitas vezes requer ação. Ele não esperou passivamente pela libertação, mas agiu com coragem para trazer a libertação ao povo de Israel.
Isso nos mostra que, às vezes, precisamos ser agentes de mudança em nossas próprias vidas e na sociedade ao nosso redor.
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