2 Timóteo 1:7 Explicação “Deus não nos deu espírito de temor, mas de poder”

2 Timóteo 1:7 ACF (Almeida Corrigida Fiel)

“Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação.”

Traduções Bíblicas de 2 Timóteo 1:7 (Versões)

2 Timóteo 1:7 MSG (A Mensagem)

“Deus não quer que sejamos tímidos com seus dons, mas que sejamos ousados, amorosos e sensatos.”

2 Timóteo 1:7 ARA (Almeida Revista Atualizada)

“Porque Deus não nos deu o espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação.”

2 Timóteo 1:7 NTLH (Nova Tradução da Linguagem de Hoje)

“Pois o Espírito que Deus nos deu não nos torna medrosos; pelo contrário, o Espírito nos enche de poder e de amor e nos torna prudentes.”

2 Timóteo 1:7 KJF (King James Fiel)

“Deus não nos deu o espírito de medo, mas de poder, e de amor, e de uma mente sã.”

Explicação e comentário de 2 Timóteo 1:7

O versículo de 2 Timóteo 1:7 na sua essência, traz uma profunda reflexão sobre como devemos lidar com o medo e a timidez, especialmente no contexto de proclamar o evangelho e viver a fé em meio a desafios.

A palavra “medo” no grego original, “deilia” (διλία), significa covardia ou timidez. Paulo estava lembrando Timóteo, e por extensão todos os crentes, que um espírito de covardia não vem de Deus.

Esse tipo de timidez pode surgir diante de ameaças ou perigos, reais ou imaginários, e pode paralisar alguém ao ponto de impedir que ela realize o “ide” de Jesus.

Um exemplo disso é quando uma pessoa deixa de pregar ou testemunhar o evangelho por medo das consequências, como rejeição, perseguição ou ridicularização.

No entanto, Paulo está afirmando que o Espírito que Deus nos dá é completamente diferente. Em vez de timidez, Deus nos concede “poder, amor e equilíbrio”. O poder mencionado aqui é a capacitação divina para realizar a obra de Deus, mesmo diante de oposição.

Em Atos 4:29, a igreja primitiva orava por ousadia:

“Agora, Senhor, considera as ameaças deles e capacita os teus servos para falarem a tua palavra com toda a ousadia.”

Essa ousadia é exatamente o oposto da covardia e é a postura que devemos ter.

O “amor” que Deus nos dá reflete a essência do caráter divino. Enquanto o medo pode nos levar a nos proteger ou nos afastar dos outros, o amor nos impulsiona a servir e a colocar as necessidades dos outros acima das nossas, como Jesus ensinou.

O amor verdadeiro, como descrito em 1 João 4:18, lança fora todo o medo.

Por fim, “equilíbrio” ou “autocontrole” refere-se à capacidade de manter uma mente calma e focada em Deus, mesmo em meio às provações. Essa qualidade nos capacita a lidar com situações difíceis, mantendo o controle sobre o medo e a ansiedade.

Quando o Espírito Santo está em nós, ele nos dá essa paz interior, que “excede todo entendimento” e guarda nossos corações e mentes em Cristo Jesus (Filipenses 4:7).

Contexto e objetivo de 2 Timóteo 1:7

2 Timóteo 1:7 explicação

A segunda carta a Timóteo, incluindo o versículo 7 de 2 Timóteo 1, foi escrita pelo apóstolo Paulo. Um dos maiores líderes da igreja primitiva e missionário dedicado, escreveu essa carta enquanto estava preso em Roma, ciente de que sua vida terrena estava chegando ao fim.

Tendo em vista que esse é um contexto de grande importância, pois esta é a última carta escrita por Paulo, o que confere um tom de despedida e urgência.

O destinatário dessa carta é Timóteo, um jovem pastor que era discípulo e protegido de Paulo. Timóteo liderava a igreja em Éfeso e enfrentava grandes desafios, tanto internos (dentro da própria congregação) quanto externos (perseguições e falsos ensinamentos).

Paulo, como mentor espiritual de Timóteo, escreve com o objetivo de encorajá-lo a permanecer firme na fé e a liderar com coragem e ousadia.

Especificamente em 2 Timóteo 1:7, Paulo aborda uma luta pessoal de Timóteo: o medo ou a timidez. Aparentemente, Timóteo possuía uma personalidade mais reservada, e isso o fazia se sentir intimidado em algumas situações.

Paulo o lembra que o espírito de medo não vem de Deus, mas sim o espírito de “ousadia, amor e equilíbrio”. O objetivo de Paulo aqui é motivar Timóteo a não se deixar dominar pela timidez, mas a pregar o evangelho com ousadia e confiança, mesmo diante das adversidades e da oposição.

Explicação das partes chaves de 2 Timóteo 1:7

Deus não nos deu espírito de temor mas de ousadia

“Pois Deus não nos deu o espírito de medo”

Aqui, Paulo afirma claramente que o temor e a covardia não vêm de Deus. O espírito de medo mencionado implica um sentimento de timidez ou covardia, o que pode levar à paralisia diante de desafios ou oposições.

Este tipo de medo não se refere a um simples temor humano, mas a uma atitude que nos faz recuar do nosso chamado, especialmente no contexto de proclamar a verdade do Evangelho.

Paulo exorta Timóteo a resistir a esse espírito pusilânime, que traz desânimo, dúvida e afasta os crentes da obra de Deus, como a pregação e a oposição a falsos ensinamentos. Esse tipo de medo é uma armadilha, que impede a ação e enfraquece a fé.

“Mas de poder”

Em contraste com o medo, Paulo lembra a Timóteo que o Espírito que Deus nos deu é um Espírito de poder. Esse poder, como mencionado em Lucas 24:49, é o “poder do alto”, vindo do Espírito Santo.

Com o objetivo de capacitar os crentes a suportarem provações, resistirem às tentações e realizarem a obra de Deus sem nenhum temor.

Esse poder fortalece as mentes e os corações dos servos de Cristo para enfrentarem perseguições, resistirem às mentiras do inimigo e defenderem a verdade do Evangelho.

O Espírito de poder nos dá a força para superar o medo e avançar com confiança na missão que Deus nos confiou.

“E de amor”

O Espírito de Deus se caracteriza pelo amor, que se direciona primeiramente a Deus e a Cristo, mas também à Igreja e à humanidade.

O amor, sendo fruto do Espírito Santo, nos capacita a agir sem egoísmo, buscando não o nosso próprio bem-estar ou glória, mas o bem das almas e a glória de Deus.

Sabendo que o amor nos move a continuar a obra de Deus, mesmo diante da adversidade, e nos mantém firmes diante daqueles que se opõem ao Evangelho.

A paixão pelas coisas de Deus e a compaixão pelas almas perdidas inflamam esse amor, enfraquecendo o medo e a covardia.

“E de moderação”

Por fim, Paulo menciona o “espírito de moderação” ou “mente sã”. Isso significa um espírito de autocontrole, equilíbrio e sabedoria. Pois uma mente sã reflete a capacidade de pensar e agir com prudência, mantendo a sobriedade e o equilíbrio, especialmente nas questões da fé.

Pessoas com essa qualidade demonstram moderação em suas atitudes e pureza em sua conduta, resistem às tentações e evitam influências de falsos ensinamentos.

Uma mente equilibrada não se deixa levar pelo pânico ou pelo desespero, mas age com calma e discernimento, sempre confiando na sabedoria de Deus.

Comentários teológicos sobre o significado de 2 Timóteo 1:7

significado de 2 Timóteo 1:7

Comentário conciso de Matthew Henry sobre 2 Timóteo 1:7

Deus não nos deu o espírito de medo, mas o espírito de poder, coragem e resolução para enfrentar dificuldades e perigos. Também nos concedeu o espírito de amor, que nos sustentará através da oposição, e o espírito de uma mente sã, que traz quietude e equilíbrio.

O Espírito Santo não é o autor de uma disposição tímida ou covarde, nem de medos escravizantes.

É provável que suportemos bem as aflições quando contamos com a força e o poder de Deus para nos capacitar a enfrentá-las. Como é comum em Paulo, ao mencionar Cristo e sua redenção, ele os amplia, pois estava tão cheio daquilo que representa toda a nossa salvação, que isso deveria ser nosso maior desejo.

O chamado do evangelho é um chamado santo, que nos torna santos. A salvação é um presente gratuito, dado a nós antes da fundação do mundo, conforme o propósito de Deus desde toda a eternidade, em Cristo Jesus.

Todos os dons que recebemos de Deus vêm através de Cristo, pois Ele é a única fonte de graça.

Diante da clara perspectiva de felicidade eterna pela fé Nele, que é a Ressurreição e a Vida, devemos ser diligentes em assegurar nossa salvação. Aqueles que se apegam ao evangelho não precisam se envergonhar, pois essa causa os sustentará. No entanto, aqueles que se opõem a ela se envergonharão.

O apóstolo Paulo confiou sua vida, sua alma e seus interesses eternos ao Senhor Jesus, pois ninguém mais poderia libertar e proteger sua alma através das provações da vida e da morte.

Notas de Barnes sobre a Bíblia (Estudo)

Pois Deus não nos deu o espírito de medo, mas um espírito ousado e servil. Essa afirmação foi feita para encorajar Timóteo, que, por sua natureza, era provavelmente modesto e desconfiado.

#Mas de poder: Deus nos concede poder para enfrentar inimigos e perigos, para suportar provações e para triunfar em perseguições. A natureza do evangelho inspira a mente com santa coragem.

“E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.” (Lucas 24:49)

#E do amor: Refere-se ao amor a Deus e às almas dos homens. Essa tendência, também, “lança fora o medo” (1 João 4:18) e torna a mente ousada e constante. Nada faz mais para inspirar coragem e tornar um homem destemido diante do perigo, ou pronto para suportar privações e perseguições, do que o amor.

O amor à pátria, à esposa, aos filhos e ao lar torna os mais tímidos em ousados quando são atacados. Da mesma forma, o amor de Cristo e a preocupação por um mundo moribundo conferem à alma, a força necessária para grandes empreendimentos e a sustentam nas mais profundas tristezas.

#E de mente sã: A palavra grega denota alguém com uma mente sóbria, um homem de prudência e discrição. O estado mencionado aqui é aquele em que a mente está bem equilibrada e sob influências corretas, percebendo as coisas em suas proporções e relações justas. Não febril ou excitada, mas mantém tudo em seu devido lugar.

Foi esse estado de espírito que Timóteo foi exortado a cultivar, e que Paulo considerava tão necessário para o desempenho dos deveres de seu ofício. Esse equilíbrio mental é tão necessário para o ministro da religião hoje quanto era naquela época.

Comentário de Matthew Poole

Pois Deus não nos deu o espírito de medo“, neste contexto, “medo” se refere à covardia ou à pobreza de espírito, em oposição à fortaleza santa que é adequada aos ministros. Isso, ele diz, não é um dos dons do Espírito Santo e não procede de Deus.

Mas de poder, se referindo à coragem e à fortaleza cristã, que nos capacitam a enfrentar os maiores perigos e dificuldades, sem nos desviarmos do dever devido ao temor das ameaças que enfrentamos na execução dele.

E de amor: refere-se ao amor a Deus e às almas de seu povo, um amor tão forte que nos constrange a estar dispostos a dar nossas vidas por Cristo, por Sua igreja e por Seu povo.

A palavra grega “sófronismos” é traduzida como “mente sã”; outros a traduzem como “sobriedade” ou “uma mente calma e tranquila”. Uma mente sã, no sentido comum, é essencial para um julgamento sólido na fé e é necessária para um ministro do evangelho.

A sobriedade é um dom do Espírito; é um termo amplo que significa a moderação e o controle de nossas paixões. O que parece ser indicado aqui é um governo e uma compostura de espírito que nos impeçam de falhar em cumprir nosso dever.

Assim, o termo “mente sã”, em oposição a uma mente fraca e doentia que vacila diante de todo perigo, expressa bem o sentido do apóstolo.

Comentário de Ellicot

Pois Deus não nos deu o espírito de medo, ou melhor, talvez o espírito de covardia — aquela covardia que se manifesta por uma timidez e encolhimento diante das dificuldades diárias que o cristão encontra na luta pelo reino de Deus (comp. João 14:27 e Apocalipse 21:8).

A expressão “não nos deu”, neste caso, refere-se ao momento em que Timóteo e o apóstolo Paulo foram admitidos no ministério. O Espírito Santo não é um Espírito que opera a covardia nos homens.

Contudo, essa referência é muito mais ampla do que meramente ao Espírito Santo conferido aos ministros do Senhor na ordenação. É um grave lembrete para os cristãos de todas as idades e graus que toda covardia, todo medo do perigo e todo recuo em cumprir o dever por receio do desagrado humano não procedem do Espírito de Deus.

Mas Deus nos deu um espírito de poder, de amor e de autocontrole. Em vez de traduzir a palavra grega como “uma mente sã”, seria melhor usar a expressão “autocontrole”.

O Espírito Santo opera, naqueles a quem é dado, poder ou força para lutar a luta de Deus. Esse poder não se limita a suportar pacientemente, mas também capacita a dar bons golpes por Cristo — como, por exemplo, a firmeza em resistir à tentação e a vontade forte que guia outros mais fracos ao longo do caminho estreito do amor.

2 Lições poderosas que 2 Timóteo 1:7 nos ensina

lições de 2 Timóteo 1:7

1. Não devemos permitir que o medo nos paralise no cumprimento do chamado de Deus

Paulo, ao escrever para Timóteo, reconhece sua natureza mais tímida, mas o lembra de que Deus não nos deu um espírito de covardia ou medo. Em vez disso, Ele nos deu poder, ousadia, amor e moderação.

O medo, especialmente quando enfrentamos desafios ou oposição, pode nos fazer recuar ou nos sentir impotentes. No entanto, essa não é a vontade de Deus para os seus servos.

Como Timóteo foi encorajado a pregar com ousadia, também somos chamados a avançar, mesmo diante de perseguições ou dificuldades.

O espírito de Deus em nós nos fortalece para cumprir Sua vontade, dando-nos coragem para testemunhar a fé em Jesus.

2. O poder de Deus nos liberta da escravidão do medo

Paulo ensina que o espírito que recebemos de Deus é de poder, amor e moderação. O medo, por outro lado, nos aprisiona, nos mantendo estagnados e distantes do propósito de Deus.

Muitas vezes, o medo de fracassar, de ser rejeitado ou de enfrentar críticas nos impede de compartilhar o evangelho e de viver com ousadia. No entanto, o poder de Deus que habita em nós nos liberta dessa escravidão.

O amor perfeito de Deus expulsa o medo (1 João 4:18), e a moderação (ou autocontrole) nos ajuda a manter a calma, mesmo diante das adversidades. Ao confiarmos no Espírito Santo, superamos a timidez e nos tornamos mais eficazes no serviço ao Reino de Deus.

Portanto, sempre que sentir medo ou hesitação, ore e peça que o Espírito Santo o encha de poder, amor e sabedoria. Com o poder de Deus, somos capazes de superar o medo e nos libertar para viver plenamente de acordo com o propósito que Ele tem para nossas vidas.

Indiara Lourenço

Com mais de 20 anos atuando na Pregação e Ensino, Indiara possui experiência em ministério infantil, jovem e feminino. Estudante de Teologia e ministra aulas na EBD. Mãe, esposa e serva que ama fazer a obra de Deus. Contagia a todos com sua alegria e inspira com palavras motivadoras, deixando um impacto positivo por onde passa.

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