O Concílio de Nicéia e a Definição da Doutrina da Trindade
Você já ouviu falar sobre o Concílio de Nicéia? Não? Então fique tranquilo porque no texto de hoje vamos falar justamente disso e entender as principais características dessa reunião, que definiu a doutrina da trindade.
De acordo com informações históricas, a Igreja Católica realizou o Concílio de Nicéia; considerado o primeiro concílio ecumênico.
O Concílio foi conclamado pelo Imperador Flavius Valerius Constantino (285-337 d.C) e ocorreu durante 36 dias, em 325 d.C.
A reunião, que foi realizada no palácio imperial de Nicéia da Bitínia, localizada na Turquia, contou com 320 bispos, além de inúmeras outras autoridades religiosas.
Embora o Concílio tenha grande importância religiosa, muitos historiadores enxergam que Constantino tinha pretensões políticas para seu império com a reunião. Tal pretensão dizia respeito em unificar o império em torno da religião e tradição cristã e, assim, manter a ordem em seu reino.
Qual foi o objetivo do Concílio de Nicéia?
O principal objetivo do Concílio de Nicéia foi reunir alguns representantes da Igreja para debaterem sobre as heresias que feriam as doutrinas do cristianismo.
Por isso, as autoridades cristãs definiriam argumentos contrários as falsas doutrinas que estavam sendo propagadas de forma desordenada.
A definição da Doutrina da Trindade
Um dos grandes feitos do Concílio de Nicéia foi a definição da Doutrina da Trindade. Esse debate trouxe clareza quanto a divindade de Deus Pai, Cristo Filho e Espírito Santo.
Isso se fez necessário pois, uma das heresias que estava sendo difundida era de que Jesus era uma criação de Deus e estava subordinado à Ele. Isso levou muitas pessoas a enxergarem Cristo não como Deus, mas como alguém abaixo de seu Pai.
Essa heresia fazia parte do arianismo, que surgiu nessa época e foi adotado como religião do imperador romano Caio Flávio Constância (250-306).
O arianismo foi uma “vertente cristã” criada por Ário (256-336), que fazia parte da igreja de Alexandria. Essa heresia foi adotada por diversas autoridades políticas e influências, como o bispo Eusébio de Cesaréia (265-339).
No Concílio de Nicéia, o bispo Alexandre de Alexandria discordou publicamente da “nova religião” criada por Ário e defendeu a divindade de Cristo e sua majestade.
Dessa forma, a Igreja estabeleceu a doutrina da trindade com ênfase na declaração que Jesus Cristo é Deus e tem toda a plenitude do Pai. Além disso afirmava que tanto Deus Pai, como Cristo Filho e Espírito Santo são um só Deus e detém a mesma posição e relevância no aspecto divino.
Polêmica histórica sobre a doutrina da trindade por conta do Concílio de Nicéia
Muitos historiadores não cristãos criticam a doutrina da Trindade por duas razões:
Primeiro, pois é um termo que não aparece na Bíblia e, segundo, porque o imperador Constantino conclamou o Concílio de Nicéia e, como já dito, tinha pretensões políticas com a reunião.
Isto levou tal doutrina para um lugar polêmico pois afirmam que a Trindade foi resultado das divagações e imposições do Imperador Constantino.
No entanto, a história cristã deixa clara – com inúmeros escritos dos pais da Igreja – que o debate sobre a Trindade já acontecia diversos anos antes do Concílio e que, embora Constantino tenha conclamado o Concílio de Nicéia, ele não participou dos debates teológicos e definições que a reunião estabeleceu.
Por isso, podemos descartar com facilidade tal polêmica e perceber que a doutrina da Trindade tem, com certeza, dimensão teológica fundamentada. Embora se saiba que a intenção do imperador Constantino não fora religiosa e sim, política, isso não significa que o Concílio de Nicéia perca sua legitimidade histórico-teológica.
Vale ressaltar que a doutrina da trindade foi minuciosamente explanada anos depois, em outros concílios. Porém, essa reunião foi extremamente importante para se opor ao arianismo e outras heresias que reduziam a divindade de Jesus Cristo.
O Concílio de Nicéia e o cálculo da data da Páscoa
Ainda que a principal definição do Concílio de Nicéia tenha sido o estabelecimento da trindade, que ficou conhecido posteriormente como credo de Nicéia, ele também definiu que a data para comemoração da Páscoa seria o primeiro domingo depois da primeira lua cheia da primavera.
Isso aconteceu pois havia grande discórdia na Igreja sobre a data de morte e ressurreição de Jesus.
Em suma, o Concílio de Nicéia foi muito importante como método de se opor a heresias e definir a doutrina da Trindade e a divindade de Cristo.
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