Efésios 6:12 Significado de “nossa luta não é contra carne e sangue”
Efésios 6:12 – ACF (Almeida Corrigida Fiel)
“Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.”
Traduções Bíblicas de Efésios 6:12
Efésios 6:12 – NAA (Nova Almeida Atualizada)
“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais.”
Efésios 6:12 – NVI (Nova Versão Internacional)
“Pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais.”
E Efésios 6:12 – NTLH (Nova Tradução Linguagem de Hoje)
Pois nós não estamos lutando contra seres humanos, mas contra as forças espirituais do mal que vivem nas alturas, isto é, os governos, as autoridades e os poderes que dominam completamente este mundo de escuridão.
Explicação e Comentário de Efésios 6:12
Nossa luta sempre parecerá ser contra carne e sangue. Não são as pessoas que ficam no nosso caminho? Não somos nós mesmos nosso pior inimigo? Talvez haja alguma verdade nisso, mas a realidade final é que estamos em uma batalha espiritual que podemos lutar com armas espirituais.
Por um tempo, Satanás tem uma medida de autoridade para causar danos. Satanás, um inimigo derrotado (Cl 2:15) ainda está agindo. Jesus deixou a Igreja para continuar a saquear sua casa até o fim dos tempos.
Embora não podemos ficar pensando em satanás e demônios, não podemos negar sua existência. Mas o mais fraco dos cristãos tem o suficiente do poder de Deus e autoridade sobre todo demônio do inferno e não deve ter medo. O maligno, na verdade impotente contra a igreja (Mt 16:18) tem uma arma principal que ele usa com mais eficácia: o poder da mentira para enganar.
Interpretação de Efésios 6:12, as partes chave do versículo
#1 “Pois…”
Paulo disse que precisamos “ser fortes no poder do Senhor e revestir-se de toda a armadura de Deus” (Ef 6:10-11).
#2 “…nossa luta…”
Certamente Paulo está falando da perseguição da Igreja e especialmente de seus ministros como ele. Mas nossa luta inclui qualquer coisa que consideremos uma provação: nosso pecado, particularmente orgulho, ódio, ganância ou luxúria, ou os caminhos ímpios do mundo, maus tratos com outras pessoas, doenças físicas e morte.
#3 “…não é contra carne e carne e sangue”
Sob e por trás de todas as manifestações físicas de luta está uma realidade espiritual. Um problema com outra pessoa é realmente um problema espiritual. Um problema com os efeitos de um mundo caído, especialmente quando se trata de hostilidade ao evangelho ou ao modo de vida de Deus, não é verdadeiramente uma luta contra as manifestações de carne e sangue desses problemas.
#4 “mas contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.”
Em vez disso, todas as trevas e lutas têm uma fonte, Satanás e sua misteriosa hierarquia de principados demoníacos que tiveram a chance de causar problemas nesta escuridão presente. Até a própria morte se enquadra nessa categoria. Será finalmente extinta pela segunda vinda de Cristo e o julgamento final. Porque nossa batalha é espiritual, as armas espirituais da oração, piedade e a verdade revelada pelo Espírito Santo e a Palavra de Deus são nossa defesa contra ela.
Comentários sobre o que Significa Efésios 6:12
Comentário de Wiersbe (Contexto)
Mais cedo ou mais tarde, todo cristão percebe que sua vida com Cristo é um campo de batalha e não um parque de diversões, e que, se não contar com a ajuda do Senhor, o inimigo que tem diante de si é muito mais forte do que ele.
É apropriado Paulo usar uma imagem militar para ilustrar o conflito do cristão com Satanás. Ele próprio encontrava-se acorrentado a um soldado romano (Ef 6:20), e, por certo, seus leitores estavam acostumados com os soldados e seus equipamentos de guerra. Na verdade, Paulo demonstra uma predileção por ilustrações militares (2 Co 10:4; 1 Tm 6:12; 2 Tm 2:3; 4:7).
Como cristãos, enfrentamos três inimigos: o mundo, a carne e o diabo (Ef 2:1-3).
“O mundo” refere-se ao sistema ao nosso redor que se opõe a Deus e satisfaz “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1 Jo 2:15-17). “Uma sociedade sem Deus” – essa é uma definição simples, mas precisa, do que vem a ser “o mundo”.
“A carne” é a velha natureza que herdamos de Adão, uma natureza que se opõe a Deus e que não é capaz de fazer qualquer coisa espiritual para agradar a Deus.
Mas, por meio de sua morte e ressurreição, Cristo venceu o mundo (Jo 16:33; Gl 6:14), a carne (Rm 6:1-6; Gl 2:20) e o diabo (Ef 1:19-23).
Nos últimos versículos de sua carta, Paulo trata de quatro verdades que, ao serem compreendidas e aplicadas por seus leitores, permitirão que vivam de modo vitorioso.
- O inimigo (Efésios 6:10-12)
- O equipamento (Efésios 6:13-17)
- A energia (Efésios 6:18-20)
- O encorajamento (Efésios 6:21-24)
Comentário de Beacon (Estudo)
Efésios 6:12 – À primeira vista, o pensamento de guerra é inadequado nesta epístola. Até agora o apóstolo falou sobre coisas que eliminam divergências e produzem unidade e paz. A bênção do evangelho é que ele acaba com a hostilidade entre os homens e os une numa comunidade de paz (2:14-22). Cristo é quem trouxe a paz por meio da cruz.
Na seção há pouco analisada (5:22 – 6:9), o principal objetivo do apóstolo é dar fim à rivalidade e promover o desenvolvimento cristão nas relações domésticas dentro da comunidade cristã primitiva. Segundo comenta Erdman: “Se fôssemos suprimir em qualquer um dos seus escritos paulinos a referência à guerra espiritual, a escolha natural seria a Epístola aos Efésios”.
Entretanto, essa mudança repentina do ambiente tranquilo da comunidade cristã para um campo de batalha, onde as forças do mal atacam os cristãos de forma violenta, não acontece sem motivo.
Esta mudança súbita de cena tem sua explicação. O apóstolo está lidando “com o invisível tanto quanto com o perceptível”. As forças que ameaçam os cristãos ao prosseguirem pelo caminho da vida originam-se não só do contexto humano, mas também das hostes sobrenaturais da maldade.
Os cristãos vivem tanto no mundo espiritual quanto no mundo natural, o que significa que podem ser atacados por forças malignas. A inocência e a força humanas não são suficientes para enfrentar esses poderes.
O povo de Deus precisa de recursos divinos para vencer esta luta. As instruções do apóstolo têm o propósito de garantir ao cristão a vitória na batalha.
Beacon explica o versículo Efésios 6:12
O inimigo a ser derrotado é o diabo e todos os seus exércitos de forças demoníacas do universo. Paulo deixa claro que a guerra cristã não é contra forças humanas, porque ele diz que não temos que lutar contra carne e sangue (12).
Caso se tratasse disso a força humana seria suficiente. Pelo fato de forças espirituais más estarem dispostas em ordem de batalha contra o crente, só os recursos divinos e espirituais podem resistir a elas.
Paulo diz que nos armamos contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas… contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais. Há vários postos na hierarquia dos exércitos de Satanás, mas é quase impossível distingui-los. Basta dizer que, pouco importando quão estável seja a vida dos filhos de Deus, eles nunca estão livres dos ataques sutis de Satanás por agências da estrutura de poder maligno. A paráfrase de Phillips do versículo 12 expressa adequadamente o pensamento: “Nossa luta […] é contra organizações e poderes espirituais. Enfrentamos o poder invisível que controla este mundo escuro, e agentes espirituais do próprio quartel-general do mal”.
O apóstolo acreditava no caráter pessoal dos poderes do mal no universo. Acreditava também que estas forças eram organizadas. Mackay escreve: “Eis algo bastante diferente do poder da hereditariedade, algo mais cruel e aterrador que as forças judiciais e dialéticas que atuam na história, por meio das quais a história, por vezes, engana a lógica do homem e, por vezes, leva à destruição o seu orgulho titânico”. E acrescenta que Paulo não estava pensando “nos poderes demoníacos da história contemporânea [os governos ditatoriais e comunismo anti-religioso] que se arrogam a si o status e atributos da deidade”.
Mackay afirma que se Paulo estivesse vivendo hoje, “ele ainda insistiria no caráter pessoal do mal sobrenatural”. O inimigo pessoal do crente não é onipotente, onisciente ou onipresente, mas é organizado por todo o mundo para o propósito único de derrotar o povo de Deus.
Nos lugares celestiais é a quinta e última ocorrência desta expressão em Efésios (1:3; 1:20, “nos céus”; 2:6; 3:10, “nos céus”). Aqui significa o reino do conflito espiritual. O versículo em que ocorre mostra veementemente que os cristãos, mesmo com suas experiências pessoais gloriosas com Cristo e suas mais sublimes experiências de adoração e culto, não estão imunes aos ataques das hostes espirituais más
Comentário de Ellicott
Pois nós lutamos. – Que há uma luta, uma “batalha da vida”, deve se assumir; a questão é se é contra carne e sangue, ou contra um poder mais sobrenatural do mal.
Carne e sangue. – Ou melhor (como talvez também em Hebreus 2:14), sangue e carne. Assim, em João 1:13, “Não do sangue, nem da vontade da carne”. O sentido é claramente, como mostra a comparação de todas essas passagens, “mero poder humano”. Possivelmente a palavra “sangue” está aqui em primeiro lugar para evitar até mesmo uma confusão momentânea com a ideia de lutar contra “a carne” como um poder maligno dentro de nós mesmos. Em muitas passagens desta epístola, Paulo se deteve na oposição do cristão à vida pagã, e no dever de repreender e envergonhar as obras das trevas; mas aqui ele nos adverte que a luta não é uma luta com a “carne e sangue” de homens ímpios, mas uma guerra sem tréguas com os próprios poderes espirituais do mal.
Contra principados, contra potestades…
“Principados” e “poderes” descrevem simplesmente poderes angélicos, sejam do bem ou do mal. Mas nas cláusulas seguintes Paulo os define como poderes do mal, e parece indicar dois aspectos diferentes desse poder do mal. A frase original é impressionante e poderosa, “contra os governantes mundiais desta escuridão, contra os poderes espirituais da maldade nos lugares celestiais”.
Contra os príncipes das trevas. – Esta frase é simplesmente uma expressão poética da ideia transmitida pelo título “o príncipe deste mundo”, aplicado a Satanás em João 12:31; João 14:30; João 16:11. Pois “esta escuridão” é obviamente “as trevas deste mundo presente”, como um mundo ofuscado pelo pecado, e assim mantido, total ou parcialmente, da luz do Deus. O título “o príncipe deste mundo” foi aplicado pelos judeus a Satanás, especialmente em referência ao seu poder sobre os pagãos, como estando fora da segurança do pacto.
Maldade espiritual em lugares altos. – Os “poderes espirituais” não são princípios espirituais, mas “hostes espirituais” da maldade; e a frase “nos lugares celestiais”, correspondendo ao “poder do ar” em Efésios 2: 2, está obviamente em antítese às “trevas deste mundo”. O sentido, como em todos os outros casos, parece ser local. As hostes espirituais do mal estão descritas como lutando na região acima da terra. Mas o significado subjacente a essa figura certamente aponta para o poder do mal como diretamente espiritual, não agindo por meio de agentes físicos e humanos, mas atacando o espírito naquele aspecto superior, no qual contempla as coisas celestiais e ascende à comunhão com Deus. Como a ideia anterior corresponde à obra grosseira da tentação na alta montanha, também esta à tentação espiritual mais sutil no pináculo do templo.
Notas de Barnes sobre a Bíblia
Pois nós lutamos. – “A luta para nós”; ou, “Não há para nós uma luta de carne e sangue.” Sem dúvida, há aqui uma alusão aos antigos jogos da Grécia, uma parte dos exercícios em que consistia em luta livre; veja as notas em 1 Coríntios 9:25-27. A palavra grega usada aqui – πάλη palē – denota uma “luta”; e então uma luta, combate. Aqui se refere à luta ou combate que o cristão tem que manter – a guerra cristã.
Não contra carne e sangue. – Não com pessoas. O apóstolo não está dizendo que os cristãos não tinham inimigos humanos que se opunham a eles, pois enfrentavam frequentemente perseguições intensas. Também não está dizendo que não tinham lutas contra os desejos carnais e corruptos de sua natureza, o que era verdade para eles naquela época, assim como é agora. No entanto, ele enfatiza que a principal luta deles era contra os espíritos malignos invisíveis que buscavam destruí-los. Esses espíritos eram a fonte de todos os seus conflitos espirituais, e a guerra deveria ser travada contra eles.
Mas contra os principados. -Não há dúvida de que o apóstolo alude aqui a espíritos malignos. Como bons anjos, eles eram considerados divididos em fileiras e ordens, e deveriam estar sob o controle de um poderoso líder; veja as notas em Efésios 1:21. É provável que a alusão aqui seja às fileiras e ordens que eles sustentaram antes de sua queda, algo parecido com o que eles ainda podem manter. A palavra “principados” refere-se aos principais governantes, ou chefes.