Gerações na Bíblia: o Significado e a Importância Histórica das Gerações
As gerações são definidas por diferentes períodos culturais e sociais. A Geração X, composta por aqueles nascidos entre 1965 e 1980, sucede os Baby Boomers. Já a Geração Z, também conhecida como “Zoomers”, é composta por indivíduos nascidos entre o final dos anos 1990 e 2010, que cresceram com o mundo digital desde muito cedo.
E o que vem a seguir? A Geração Alpha, ou Gen Alpha, engloba os nascidos na década de 2010 até meados de 2020, sendo a primeira geração a nascer completamente no século XXI.
Contudo, as gerações não são determinadas pela duração de suas vidas, mas sim pela cultura e pelas normas sociais vigentes, como a era pré-digital, por exemplo.
A seguir, veremos neste estudo bíblico sobre as gerações, descobriremos o que é uma geração na Bíblia, quantos anos dura uma geração, aonde a Bíblia fala sobre gerações e porque elas são tão importantes biblicamentes.
O que é uma geração na Bíblia?
Na Bíblia, o termo “geração” é frequentemente usado para se referir a um grupo de pessoas que obedecem a um período de tempo específico ou uma conexão genealógica. É uma maneira de descrever a sucessão de pessoas ao longo do tempo e a transmissão de valores, tradições e fé de uma geração para outra.
A Bíblia destaca a importância de cada geração cumprir seu propósito e viver de acordo com os mandamentos de Deus. Além disso, a Bíblia também se refere à “geração” como um período de tempo ou uma época significativa na história, como a “geração de Jesus” ou a “geração perversa”.
Quantos anos dura uma geração na Bíblia?
Na Bíblia, uma geração dura aproximadamente trinta anos, com base na ideia de que uma geração é responsável por dar origem à próxima. No entanto, em certos contextos bíblicos, o termo “geração” pode referir-se a um período mais longo ou a um grupo de pessoas que abrange um tempo mais considerável.
O primeiro registro do uso do termo “geração” na Bíblia é encontrado em Gênesis 2:4, onde está relacionado à história.
De acordo com o Dicionário Bíblico de Easton, os hebreus parecem ter calculado o tempo com base nas gerações. Por exemplo, no tempo de Abraão, uma geração era considerada como sendo de cem anos.
Isso pode ser observado em Gênesis 15:16, onde “na quarta geração” é equivalente a quatrocentos anos (Êxodo 12:40). Além disso, em Deuteronômio 1:35 e 2:14, uma geração é definida como um período de trinta e oito anos.
Essas referências bíblicas mostram como o conceito de geração pode variar de acordo com o contexto e o tempo, podendo abranger diferentes intervalos de tempo em diferentes épocas e culturas.
Aonde a Bíblia fala sobre gerações?
A Bíblia aborda o tema das gerações em várias passagens, totalizando em média 119 ocorrências do termo. Além disso, em sua forma singular, o termo “geração” aparece em noventa e três ocasiões. Essas referências enriquecem o conceito e podem ser encontradas em diferentes contextos, à seguir veremos algumas passagens bíblicas que citam as gerações:
Em Gênesis 5:1 e 37:2, encontramos menções às “gerações de Adão” e “gerações de Jacó”, que se referem ao registro histórico de seus descendentes.
Já em Gênesis 7:1, a geração é comparada à idade ou período.
O Salmo 49:19 utiliza a expressão “à geração de seus pais” para se referir ao lugar dos mortos, ou seja, aqueles que já estão sepultados.
No Salmo 73:15, “a geração de seus filhos” se refere à geração atual de pessoas, representando a linhagem contemporânea.
Isaías 53:8 menciona “quanto à Sua geração” ao falar de Jesus, indicando que Seu povo futuro será tão numeroso que será incontável.
Mateus 1:17 utiliza a expressão “as gerações de…”, que mostra a progressão de pessoas pertencentes à mesma linhagem.
Em Mateus 24:34, encontramos a frase “esta geração”, que se refere às pessoas vivas na época de Cristo.
Por fim, 1 Pedro 2:9 utiliza a expressão “uma geração eleita”, indicando que essa é uma geração especial.
O que é uma geração incrédula?
Uma “geração incrédula” se refere a um grupo de pessoas que, coletivamente, demonstra uma falta de fé ou crença em Deus ou em princípios espirituais.
Na Bíblia, esse termo é usado para descrever uma geração que se afasta dos caminhos de Deus, que rejeita Suas verdades e Seu plano de salvação.
Uma geração incrédula geralmente é caracterizada por uma atitude de desobediência, rebelião e falta de temor a Deus.
Contudo, a Bíblia nos exorta a compartilhar o Evangelho com essa geração e a orar para que seus corações sejam transformados pela graça e pelo poder de Deus.
Qual a importância das gerações na história bíblica?
As gerações tiveram um papel significativo nas culturas bíblicas por várias razões. Através da genealogia, Deus estabeleceu uma importante promessa no Proto-Evangelho em Gênesis 3:15, que culminaria na vinda de Jesus Cristo.
Após a Queda de Adão e Eva, o pecado gerou um rompimento no relacionamento entre Deus e a humanidade, gerando assim uma inimizade. Era necessário uma intervenção de Deus para restaurar esse relacionamento.
Assim, todas as gerações que viveram desde Adão acabaram sendo divididas em dois grupos: a semente da mulher, que seria o esmagador da cabeça de Satanás (o Messias), e o semente da serpente, que representa aqueles que se opõem a Cristo.
Eva inicialmente acreditava que Caim seria o cumprimento dessa promessa divina em Gênesis 3:15, mas logo ficou claro que ele não era. O conflito cósmico contínuo quando Caim matou seu irmão Abel. No entanto, Deus deu a Eva outro filho, Sete, cujas gerações levariam ao cumprimento da promessa do Messias.
As gerações descendentes de Caim se destacaram em fantasias e habilidades humanas, como construção, música e metalurgia (Gênesis 4:17-22). Entretanto, Deus não é mencionado nessas passagens, e a corrupção acabou os marcando, como evidenciado pela introdução da poligamia através de Caim e o orgulho de Lameque por ter cometido um assassinato.
Na linhagem de Sete, por outro lado, ocorreu um movimento em direção a Deus. Com a geração de Enos, as pessoas conseguiram a invocar o nome do Senhor (Gênesis 4:26). Um exemplo notável dessa linhagem é Enoque, que “andava com Deus” e foi levado por Ele (Gênesis 5:22-24). A esperança brotava dessa geração.
Ao longo das gerações que precederam o nascimento de Jesus, tradições ricas, tanto orais quanto escritas em pergaminhos, transmitiram as histórias geracionais.
Desde Adão até Noé, Abraão, Jacó, Moisés e Davi, cada geração aprofundou seu conhecimento sobre Deus, Sua criação e Seu propósito ao mover-se através de Seu povo.
Os judeus valorizam as profecias do Antigo Testamento e colecionam registros detalhados de suas genealogias familiares. Eles se identificam como o povo escolhido de Deus através de sua história, conectando-se às listas de gerações registradas na Bíblia.
A linhagem sacerdotal levítica é de extrema importância para eles, e eles seguem as genealogias para verificar a dignidade de alguém para esse papel distinto. Descobrir um judeu descendente de Davi (ou de outros reis) também é de grande importância.
Os judeus buscavam (e ainda buscam) o Prometido – o Messias. Eles esperavam que sua geração testemunhasse a vinda de um salvador guerreiro que libertaria Israel da opressão romana e estabeleceria um reino judeu.
No entanto, como os cristãos sabem, Jesus veio como um homem, sendo plenamente Deus e plenamente homem, para nos salvar dos nossos pecados e testemunhar a Verdade.
Qual é o legado bíblico das gerações cristãs ao longo dos séculos?
Desde os primeiros seguidores de Jesus em Antioquia, o legado bíblico tem sido transmitido pelos cristãos ao longo das gerações. O Antigo Testamento e as profecias reveladas em Cristo tiveram um papel fundamental na formação da fé cristã.
Os primeiros cristãos utilizaram o Antigo Testamento como suas Escrituras, complementando seu conhecimento sobre o Senhor Jesus Cristo por meio dos Evangelhos e das epístolas.
Durante o primeiro século, enquanto o Novo Testamento estava sendo escrito, as gerações de cristãos viveram como seguidores de Cristo. Através dos relatos dos primeiros discípulos e das igrejas, podemos seguir os exemplos e mandamentos dos apóstolos, aprendendo como nos comportar como crentes.
Considerando que uma geração abrange aproximadamente vinte anos, testemunhamos aproximadamente 116 gerações desde o tempo em que Jesus caminhou na terra. Embora o mal continue existindo até que o Senhor retorne e estabeleça Seu reino na terra, a terra e todos os seus habitantes estão sujeitos a Jesus Cristo e sob o Seu domínio.
Essa herança bíblica tem sido transmitida através das gerações, permitindo que os cristãos enfrentem as consequências da Queda e compartilhem o amor de Cristo com as próximas gerações.
O papel das gerações cristãs na evangelização
Nas nossas igrejas, encontramos a presença de diferentes gerações. Avós, pais e netos criaram a alegria da comunidade cristã, frequentando cultos juntos. Além de aprender sobre as gerações anteriores e seus sucessos e fracassos no reino, também podemos ensinar aos membros de nossa própria família.
A passagem em Hebreus 12:1-2 destaca a importância da passagem geracional. Somos exortados a correr nossa corrida com perseverança, olhando para aqueles que partiram antes de nós e perseveraram na fé. Fixar nossos olhos em Jesus, o fundador e consumador de nossa fé, nos fortalecer para seguir seu exemplo de renúncia e fé, pois Ele suportou a cruz, desprezando a vergonha, e agora está assentado à direita do trono de Deus.
Cada membro de uma geração, independentemente da idade, possui um papel valioso no serviço ao Senhor Jesus. Cada geração tem indivíduos com dons dados por Deus que podem ser usados para ensinar, praticar hospitalidade, demonstrar misericórdia e muito mais. No entanto, a oração não é exclusiva de uma determinada geração. Ela é um legado geracional essencial, cujo poder é fortalecido pelo Espírito Santo para cumprir os propósitos de Deus.
Além disso, a pregação do Evangelho é um legado crucial a ser transmitido às gerações futuras. O apóstolo Paulo expressou a importância dessa tarefa ao afirmar: “Ai de mim se eu não pregar o evangelho” (1 Coríntios 9:16).
Compartilhar o Evangelho é o maior ato de amor que podemos demonstrar aos incrédulos, e isso nos enche de orgulho em Cristo e no poder que Ele possui.
Considerando tudo isso, talvez devêssemos nos chamar de “Gen J” – a Geração de Jesus – a única geração que é eterna, unindo o legado bíblico e o chamado para transmitir a fé às futuras gerações.
muito bom