Jonathan Edwards: 5 Lições da história do grande avivalista

No decorrer da história, encontramos indivíduos cujas vidas e ensinamentos transcendem os limites do tempo, deixando um legado que inspira gerações posteriores. Um desses homens notáveis foi Jonathan Edwards, um pregador, teólogo e avivalista do século XVIII, cujo impacto na história religiosa da América ainda ecoa até os dias atuais.

Se quer aprender mais da vida desse homem usado por Deus, então fica comigo até o fim deste estudo que será benção em sua vida!

Quem foi Jonathan Edwards?

Jonathan Edwards (1703-1758) foi um pregador, teólogo e avivalista americano do século XVIII, conhecido por seu papel significativo no Grande Despertamento, um movimento religioso de avivamento que impactou profundamente as colônias americanas.

Nascido em East Windsor, Connecticut, em 5 de outubro de 1703, ele foi criado em um ambiente de fé cristã fervorosa, com seus pais sendo modelos de piedade e devoção.

Desde sua juventude, Edwards demonstrou uma sede intensa por Deus e um profundo interesse pela Palavra de Deus.

Jonathan Edwards teve a honra de nascer em um lar marcado por uma profunda devoção ao serviço religioso. Seu pai era um amado pastor dedicado a uma única igreja por sessenta e quatro anos, enquanto sua piedosa mãe era filha de um pregador que liderou uma comunidade de fé por mais de cinquenta anos. Essa atmosfera de comprometimento e fé permeou a infância de Edwards, moldando-o desde cedo para uma vida de serviço ao Senhor.

As sementes plantadas nesse ambiente familiar fértil germinaram em um homem cuja dedicação à busca de Deus e à propagação do Evangelho se tornariam uma chama inextinguível no cenário do Grande Despertamento.

Sua educação esmerada o levou ao Yale College, onde aprofundou seus estudos teológicos e bíblicos.

Aos vinte e quatro anos, ele se casou com Sara Pierrepont, uma mulher piedosa e intelectualmente talentosa que se tornou sua fiel companheira no ministério. Juntos, eles criaram uma família de onze filhos e estiveram envolvidos no avanço do reino de Deus em seu contexto histórico.

Jonathan Edwards: 5 Lições da história do grande avivalista

A vida de Jonathan Edwards é repleta de lições inspiradoras para os cristãos de todas as épocas. Suas contribuições teológicas e sua influência no avivamento são marcos na história religiosa da América. Vamos explorar cinco lições que podemos aprender com esse notável pregador e teólogo:

1. A busca fervorosa por Deus

Desde sua juventude, Jonathan Edwards ansiava por uma relação profunda e íntima com Deus. Sua sede pelo conhecimento das verdades espirituais e sua dedicação em estudar a Bíblia diariamente refletiam seu compromisso em conhecer a Deus de todo o coração, alma e entendimento. Veja uma de suas palavras sobre o assunto:

“A primeira experiência, de que me lembro, de sentir no íntimo a delícia de Deus e das coisas divinas, foi ao ler as palavras de 1 Timóteo 1.7: ‘Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível; ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém’. Sentia a presença de Deus até arder o coração e abrasar a alma de tal maneira, que não sei descrevê-la… Gostava de passar o tempo olhando para a lua e, de dia, a contemplar as nuvens e os céus. Passava muito tempo observando a glória de Deus, revelada na natureza e cantando as minhas contemplações do Criador e Redentor… Antes me sentia demasiado assombrado ao ver os relâmpagos e ouvir o troar do trovão. Porém, mais tarde, eu me regozijava ao ouvir a majestosa e terrível voz de Deus na trovoada. Antes de completar treze anos, iniciei meu curso em Yale College, onde, no segundo ano, li atentamente a famosa obra de Locke: Ensaio sobre o entendimento humano. Vejo, em minhas próprias palavras acerca dessa obra, o grande desenvolvimento intelectual do jovem: ‘Achei mais gozo nisso do que o mais ávido avarento, em ajuntar grandes quantidades de ouro e prata de tesouros recém-adquiridos’.”

Essa busca incessante por Deus nos ensina a importância de nutrir uma espiritualidade genuína, fundamentada na Palavra de Deus.

2. O poder da oração e consagração

Edwards valorizava a oração como um meio essencial de comunicação com Deus. Sua vida de oração fervorosa e dedicada ao serviço divino refletia seu desejo de entregar-se totalmente ao Senhor. Ele escreveu em seu diário sobre a consagração de sua vida a Deus, lutando contra as tentações do mundo e perseverando na batalha contra o pecado.

A respeito de sua consagração, aos vinte anos de idade, Edwards registrou:

“Dediquei-me solenemente a Deus e o fiz por escrito, entregando a mim mesmo e tudo o que me pertencia ao Senhor, para não ser mais meu em qualquer sentido, para não me comportar como quem tivesse direitos de forma alguma… travando, assim, uma batalha com o mundo, a carne e Satanás até o fim da vida.”

Não podemos ter vitórias sem oração. Por isso, essa lição nos lembra da importância de manter uma vida de oração constante e uma consagração sincera ao serviço do Senhor.

3. Ênfase no novo nascimento e salvação pela fé

Uma das doutrinas centrais ensinadas por Edwards era a importância do novo nascimento, uma experiência genuína e transformadora que ocorre quando uma pessoa se converte a Cristo. Ele enfatizou a necessidade de uma fé viva em Deus, salientando que somente pela fé em Cristo e Sua obra redentora somos salvos da condenação eterna.

O próprio Jesus alertou Nicodemos sobre nascer de novo. Portanto, essa ênfase na salvação pela fé nos recorda do papel vital da graça e da fé na vida cristã.

4. A importância do avivamento espiritual

O marco inicial do Grande Despertamento foi provocado por uma série de sermões ministrados por Edwards sobre a doutrina da justificação pela fé. Essas poderosas pregações sensibilizaram os ouvintes para a veracidade das Escrituras, que afirmam que toda boca ficará fechada no dia do juízo, e que “não há nada que, por um momento sequer, possa evitar que o pecador caia no Inferno, a não ser o beneplácito de Deus.”

Seus sermões poderosos e mensagens impactantes despertaram consciências e levaram muitas pessoas a um compromisso mais profundo com Deus.

Essas vitórias, contra o reino das trevas, foram conquistadas de joelhos. Edwards jamais abandonou, nem deixou de gozar os privilégios das orações, hábito que cultivava desde a meninice. Permaneceu fiel em frequentar os lugares solitários na floresta, onde podia ter profunda comunhão com Deus.

Um exemplo notável disso foi sua experiência aos trinta e quatro anos, quando adentrou a floresta, buscando um lugar tranquilo. Lá, prostrado em terra, foi-lhe concedida uma visão preciosa da graça, amor e humilhação de Cristo como Mediador, e durante uma hora, ele foi vencido por uma torrente de lágrimas e pranto.

Sua ênfase na obra do Espírito Santo e na renovação espiritual nos ensina sobre a importância de buscar avivamento em nossas próprias vidas e comunidades.

5. O equilíbrio entre a fé intelectual e a devoção espiritual

Edwards era conhecido por sua mente brilhante e intelectualidade aguçada, mas também por sua profunda devoção e espiritualidade.

Ele encontrou um equilíbrio notável entre seu estudo diligente das Escrituras e sua busca fervorosa por Deus em oração e adoração.

Jonathan Edwards tinha o hábito de dedicar treze horas diárias ao estudo e à oração. Sua esposa também o acompanhava diariamente nas orações.

Após a última refeição, ele deixava todas as ocupações de lado para passar uma hora com a família em momentos de comunhão.

Essa lição é relevante para nós hoje, lembrando-nos de que a fé intelectual e a devoção espiritual não precisam estar em conflito.

Elas podem andar de mãos dadas, enriquecendo nossa compreensão de Deus e nutrindo nossa comunhão com Ele.

Após aprender essas lições, agora vamos dar uma olhada no famoso sermão pregado por Edwards.

Pecadores nas mãos de um Deus irado

O célebre sermão de Edwards, intitulado “Pecadores nas mãos de um Deus irado”, merece destaque especial.

À medida que o povo adentrava a igreja para o culto, demonstrava um espírito leviano e, até mesmo, desrespeitoso diante dos cinco pregadores presentes.

Entre eles, estava Jonathan Edwards, um homem de estatura imponente, com cerca de dois metros de altura, e seu corpo, magro, evidenciava o hábito de jejuar e orar.

Sem realizar quaisquer gestos, ele permanecia encostado em um braço da tribuna, segurando o manuscrito em sua outra mão e falando em uma voz monótona.

Ao discursar sobre o texto bíblico de Deuteronômio 32.35: “Ao tempo em que resvalar o seu pé”, Edwards explicou que nada poderia evitar, por um momento sequer, que os pecadores caíssem no Inferno, a não ser a própria vontade de Deus.

De acordo com suas palavras, Deus estava mais irado com alguns dos ouvintes do que com muitas pessoas já condenadas ao Inferno.

O pecado, segundo ele, era como um fogo encerrado dentro do pecador, pronto para transformá-los em fornalhas de fogo e enxofre, e apenas a vontade indignada de Deus os impedia de uma morte imediata.

Em sua pregação, Edwards aplicou o texto de forma contundente ao auditório, ressaltando que o Inferno estava diante deles com a boca aberta.

Não havia nada no qual pudessem se apoiar ou se segurar. Entre eles e o Inferno, existia apenas uma fina camada atmosférica.

Edwards alertou que alguns deles, que aparentemente estavam sentados calmamente nos bancos, poderiam passar para o Inferno antes mesmo da manhã seguinte.

O impacto do sermão de Jonathan Edwards

O impacto desse sermão foi imenso, como se Deus tivesse arrancado um véu dos olhos da multidão, permitindo-lhes contemplar a realidade e o horror de sua situação espiritual.

Os gemidos dos homens e os gritos das mulheres ecoaram na igreja, e quase todos ficaram de pé, ou caídos no chão, como se um furacão tivesse varrido o local.

Durante a noite, a cidade de Enfield se assemelhava a uma fortaleza sitiada, com clamores de almas que, até então, confiavam em sua própria justiça, aguardando o momento em que o Cristo desceria dos céus com anjos e apóstolos ao seu lado e os túmulos entregariam os mortos que neles repousavam.

Em 1740, um dos maiores avivamentos dos tempos modernos teve início na Nova Inglaterra. No entanto, sua origem não se deu por meio de sermões célebres ou eloquência extraordinária, mas pela profunda convicção de Jonathan Edwards na obra direta do Espírito divino na alma humana.

Esse movimento, que começou em Northampton, estendeu-se por toda a região e além, tocando as colônias da América do Norte, Escócia e Inglaterra.

Mesmo em tempos de decadência, a Igreja de Cristo despertou e testemunhou a transformação de trinta a cinquenta mil almas, resgatadas do abismo espiritual em um período de dois a três anos.

Se gostou, então leia também: 43 Frases inspiradoras de Jonathan Edwards

Equipe Redação BP

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