Quem eram os Saduceus e no que eles acreditavam?

Os Saduceus eram pessoas da alta sociedade membros de famílias sacerdotais na última fase do período do segundo Templo.

Para os saduceus, só os primeiros cinco livros do Antigo Testamento tinham autoridade divina.

Eles não focavam muito nas regras dos fariseus e acreditavam que podiam incorporar ideais gregos no judaísmo. 

Os saduceus não se davam bem com os fariseus.

Embora diversos fariseus influentes fossem membros do Sinédrio.

ORIGEM DO NOME SADUCEUS

A derivação desse nome é muito debatida, não havendo ainda certeza a respeito.

A opinião mais provável é aquela que faz o nome derivar-se do nome próprio Zadoque. Portanto, saduceu seria o equivalente a zadoquita. 

Esse Zadoque era descendente de Aarão. Foi um dos principais sacerdotes na época de Davi (II Sm 8:17; 15:24). E também o sumo sacerdote durante o tempo de Salomão (I Rs 1:32; 2:35).

A linhagem sacerdotal iniciada por Zadoque prosseguiu até o exílio babilônico, tendo sido reconstituída após o exílio, na pessoa de Josué, filho de Jeozadaque (Ag 1:1).

Mas, essa linhagem chegou ao fim quando o inescrupuloso Antíoco IV Epifânio instalou Menelau como sumo sacerdote, em 171 A.C.

O SURGIMENTO DOS SADUCEUS

Esse grupo surgiu a partir da experiência dos macabeus.

Foi um grupo que nasceu em meio à turbulência da guerra, já com um firme controle de muitos aspectos da vida judaica.

Eles controlavam o templo, o coração da religião dos judeus.

E como guardiães dele exerciam forte controle sobre as práticas religiosas.

Nos dias de Cristo, porém, as sinagogas já ocupavam um lugar importante na vida do povo.

Eles controlavam também o cargo de sumo sacerdote, que tinham conseguido por meio de manobras corruptas.

E mantiveram esse controle durante vários anos, pelo poder do dinheiro.

Enão, com o cargo de sumo sacerdote, obtiveram o monopólio da liderança do sinédrio, que também era o poder governante.

A DOUTRINA DOS SADUCEUS

Os componentes desse grupo se apegavam a interpretações bíblicas bem rigorosas.

Por isso chegavam a contestar trechos do Antigo Testamento por não terem sido escritos por Moisés.

Rejeitavam algumas doutrinas que eram amplamente aceitas pelo povo.

Eles negavam por exemplo, a possibilidade de Deus se interessar pela vida do homem.

Negavam a doutrina da ressurreição física (Mt 22.23; Mc 12.18; Lc 20.27). Isso porque não era citada nos livros de Moisés.

E tinham o mesmo ponto de vista com relação à eternidade da alma. Porque eles criam que ela morria juntamente com o corpo.

Em decorrência, não acreditavam na existência de seres espirituais, a não ser de Deus.

Para eles, os anjos eram apenas expressões poéticas ou produto da imaginação humana.

Com essas doutrinas, eles tendiam para uma postura deísta.

Viam Deus como um grande criador, que transmitiu suas leis aos homens e não tem interesse na vida deles, a não ser que obedeçam.

Portanto, os saduceus rejeitavam todas as afirmações de Jesus era o filho de Deus.

Como Deus pouco se preocupava com a terra, não mandaria seu Filho para cá.

O ÂMBITO DE SUA INFLUÊNCIA

A maioria dos componentes dos saduceus era procedente da mais alta classe social.

Embora não sendo em grande número, exerciam um controle bem amplo.

Seu dirigente era sempre um elemento dos meios sacerdotais, de origem aristocrática.

Ao que parece, eles conseguiam jogar com três ingredientes: poder, corrupção e tradição judaica, o que lhes dava os meios para continuar na liderança.

Com a queda de Jerusalém em 70 A. D., o partido dos saduceus ruiu também, mas os fariseus ainda continuaram a exercer alguma influência entre os judeus.

A CORRUPÇÃO DOS SADUCEUS

Os saduceus não apreciariam muito o rótulo de corruptos.

Acreditavam que estavam apenas fazendo frente à realidade política do país pelo emprego da arma mais eficaz, o dinheiro.

Era muito difícil um sumo sacerdote ficar no cargo por muito tempo.

Do início do reinado de Herodes até a queda de Jerusalém (108 anos), o cargo foi ocupado por 28 sacerdotes, com uma média de menos de quatro anos para cada um.

Durante o domínio dos gregos muitas vezes eles tiveram que subornar as autoridades para manter o cargo de sumo sacerdote.

No caso de Herodes, não sabemos com exatidão quais eram os pré-requisitos para isso, mas sabe-se que o indicado só conseguia a posição se ele fosse de utilidade para o rei.

O CONFLITO COM JESUS

Era inevitável um conflito entre Jesus e os saduceus. Pois, não havia quase nada em comum entre eles.

Caifás não poderia aceitar nenhum dos ensinamentos de Jesus.

De modo geral, o sumo sacerdote não dava muita atenção às alegações dos profetas e messias.

Também não se preocupava com os milagres realizados.

É bem provável que já tivesse visto demonstrações semelhantes de ocorrências sobrenaturais.

O ponto crucial do conflito entre eles eram as multidões que seguiam a Jesus.

Se elas se transformassem numa ameaça para o governo de Roma, este poderia usar de força para reprimi-las.

E não seria muito difícil a situação sair fora de controle, o que poderia provocar uma matança de judeus em massa.

E os temores de Caifás não eram totalmente infundados.

Alguns anos depois, em 70 A. D., o governo romano de fato esmagou Israel, e dispersou o restante da população.

Mas o atrito entre os saduceus e Jesus explodiu de vez quando o Senhor ressuscitou Lázaro (Jo 11.48).

Foi então que Caifás planejou a morte de Jesus (Jo 11.49,50).

Contudo o plano dele não deu certo.

Após a crucificação e ressurreição de Jesus, seus seguidores aumentaram ainda mais, para a frustração do sumo sacerdote (At 5.14-17).

E a ressurreição de Jesus era uma doutrina que os saduceus rejeitavam e lhes causou os maiores transtornos.

OS SADUCEUS E OS APÓSTOLOS

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Os saduceus também foram abalados pela pregação dos apóstolos, nos dias iniciais da Igreja.

O livro de Atos mostra-nos que eles detiveram Pedro e João. Porquanto ressentiam-se por ensinarem e anunciarem em Jesus a ressurreição dentre os mortos (At 4:1). 

Não muito tempo depois, os saduceus tomaram-se de inveja, devido aos grandes prodígios operados pelos apóstolos, e os lançaram na prisão (At 5:17). 

Josefo implica os saduceus na morte de Tiago, meio irmão de Jesus (Atos 12:1,2).

A referência final aos saduceus ocorre no livro de Atos (23:6), por ocasião do julgamento de Paulo pelo Sinédrio.

Foi durante esse julgamento que Paulo conseguiu fazer fariseus e saduceus entrarem em choque e debate, o que pôs fim à reunião.

Equipe Redação BP

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5 Comentários

  1. paz e graça queridos irmãos, louvamos a Deus pelos ricos conteúdos espirituais que vocês tem me enviado. Muito obrigado Deus abençoe todos.

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