Quem foi Naamá, esposa de Salomão, mãe de Roboão?

Embora a menção de Naamá na Bíblia seja breve, o impacto deixado por sua família em Israel é significativo. O que podemos aprender sobre Naamá e sua família? De que maneira o casamento dela com Salomão influenciou as gerações futuras? Então, vamos examinar mais detalhadamente essas figuras bíblicas e o legado que deixaram.

Quem foi Naamá na Bíblia e o que sabemos sobre ela?

Naamá, na narrativa bíblica, foi a esposa de Salomão e pertencia ao povo amonita, que não era estimado pelos israelitas. Os amonitas, juntamente com os moabitas, contrataram Balaão para amaldiçoar Israel. Os descendentes desses povos enfrentaram restrições, sendo proibidos de entrar na assembleia do Senhor até a décima geração.

A história registra que, após a transgressão dos israelitas ao adorarem ídolos, Deus permitiu que Elgon, rei de Moabe, prevalecesse sobre Israel. Elgon, aliado aos amonitas e amalequitas, atacou e conquistou a Cidade das Palmeiras.

O nome “Naamá” carrega o significado de “a bela”. Matthew Henry observa que o casamento de Salomão com Naamá, uma amonita, foi notável, considerando a baixa estima dos israelitas por esse povo. Ele sugere que Salomão pode ter sido motivado pela paixão ao tomar essa decisão. No entanto, esse casamento teve consequências negativas não apenas para Salomão, mas também para as gerações subsequentes.

O pai de Naamá provavelmente era Shobi, conhecido por sua generosidade ao fornecer roupas de cama e comida para o povo de Davi durante sua jornada pelo deserto. Embora Davi possa ter procurado expressar gratidão ao casar sua filha com alguém de sua família, o resultado foi um jugo desigual entre Salomão e Naamá.

Mas, quantas esposas Salomão teve?

Salomão teve uma esposa legítima, filha do Faraó, como mencionado em 1 Reis 3:1. No entanto, ele se envolveu romanticamente com muitas outras mulheres estrangeiras, incluindo Naamá.

O relato bíblico indica que ele teve um total de 1.000 esposas, compreendendo mulheres de status real e concubinas. Conforme registrado em 1 Reis 11:3, Salomão possuía 700 esposas de origem real e 300 concubinas.

Infelizmente, essas relações levaram Salomão a se afastar da adoração do Único Deus Verdadeiro, conforme sua mãe o havia alertado sobre o potencial desvio causado por mulheres estrangeiras.

As esposas estrangeiras de Salomão pertenciam a diversas nações, como os moabitas, amonitas, edomitas, sidônios e hititas. A influência dessas mulheres levou Salomão a abandonar a adoração exclusiva a Deus, levando-o a participar de tradições pagãs e até a construir altares para deuses estrangeiros.

Esse comportamento ia contra a instrução de Deuteronômio 17:17, que aconselhava os reis a não tomarem muitas esposas para que seus corações não se desviassem. Tanto Salomão quanto seu pai, Davi, que também teve várias esposas, foram exemplos de reis que quebraram essa regra, sugerindo que a prática poligâmica contribuiu para desvios morais em suas vidas.

O que aconteceu com o filho de Naamá, Roboão?

O filho de Naamá, Roboão, assumiu o trono aos 41 anos, após a morte de seu pai, Salomão. O início de seu reinado foi marcado por desafios, principalmente a presença de Jeroboão, que retornou do exílio. Antes da morte de Salomão, o profeta Aías havia predito que Jeroboão se tornaria rei de Israel. Insatisfeito com a profecia, Salomão tentou assassinar Jeroboão, forçando-o a se esconder.

Após a morte de Salomão, Jeroboão emergiu, e o reino unido de Judá e Israel começou a enfrentar turbulências. Jeroboão liderou Judá, ao sul, enquanto Roboão liderou Israel, ao norte. Jeroboão, representando o povo, pediu a Roboão que aliviasse a carga de trabalho pesada imposta por Salomão.

Os anciãos aconselharam Roboão a atender ao pedido, mas os pares sugeriram o oposto, aconselhando-o a tornar a carga ainda mais pesada. Infelizmente, Roboão seguiu o conselho dos seus pares, resultando na perda de metade do seu reino.

Durante o reinado de Roboão, Judá afastou-se dos caminhos do Senhor, provocando a ira divina. A construção de santuários e a adoração de ídolos foram práticas que violaram diretamente os mandamentos de Deus.

A fraqueza espiritual de Judá levou à queda de Jerusalém diante do rei do Egito, Sisaque, no quinto ano do reinado de Roboão. O saque incluiu tesouros do templo e do palácio, incluindo os preciosos escudos de ouro de Salomão.

Para compensar a perda, Roboão mandou fazer escudos de bronze e entrou em conflito contínuo com Jeroboão. Roboão governou por 17 anos, e seu filho, Abias, sucedeu-o por mais três anos, deixando para trás um legado desastroso de desobediência e decadência.

Que Lições podemos aprender com a Família de Naamá

Que Lições podemos aprender com a Família de Naamá

1. O Pecado é uma Ladeira Escorregadia

Identificar o momento exato em que Salomão e Roboão se afastaram de Deus é desafiador. O pecado muitas vezes se manifesta gradualmente, como uma pequena indiscrição que leva a outras, criando uma ladeira escorregadia.

Salomão pode ter vacilado ao ignorar a sabedoria bíblica, tomando muitas esposas, ou ao construir altares para deuses falsos.

O pecado, uma vez iniciado, pode levar a profundidades inesperadas. Deus, no entanto, oferece renovação, como visto no exemplo de Davi.

Roboão, infelizmente, não buscou esse renascimento, deixando um legado trágico para as gerações futuras.

2. Nossas Ações Afetam as Gerações Futuras

Algumas decisões transcendem nossas vidas individuais. Por exemplo, o casamento de Salomão com Naamá e outras mulheres estrangeiras introduziu tradições pagãs na família. Além disso, os altares construídos por Salomão para deuses estrangeiros influenciaram seu filho.

Essas escolhas reverberaram pelo reino, afetando inúmeras pessoas. Nossa natureza relacional significa que não vivemos isolados; nossas ações têm impactos duradouros.

Portanto, a transmissão de tradições, boas ou ruins, ocorre de uma geração para outra, moldando o curso da história.

3. A Importância das Companhias e Conselhos

Uma das decisões cruciais de Roboão foi rejeitar o conselho dos anciãos, optando por seguir os conselhos de seus pares. A escolha de nossas companhias é vital.

Embora seja válido interagir com pessoas de diferentes crenças, devemos ter cautela ao escolher de quem recebemos conselhos.

O que anda com os sábios ficará sábio, mas o companheiro dos tolos será destruído.

Provérbios 13:20

Provérbios 13:20 destaca a influência daqueles com quem nos associamos. Roboão poderia ter deixado um legado diferente se tivesse dado ouvidos aos mais velhos em vez de seguir os conselhos de seus pares.

4. Deus é Deus de Restauração

A história da família de Naamá é marcada por tragédias, mas isso não precisa definir nossas próprias histórias.

Não importa onde estamos ou as circunstâncias familiares, Deus é o Deus da Restauração. Como Davi expressa na Mensagem (2 Samuel 22:25), Deus tem o poder de reescrever o texto de nossas vidas quando abrimos nossos corações a Ele.

E me retribuiu o SENHOR conforme a minha justiça, conforme a minha pureza diante dos seus olhos.

2 Samuel 22:25

Quando nos voltamos para Deus, histórias trágicas podem ser transformadas em legados de beleza e graça.

André Lourenço

Bacharel e professor de Teologia, Graduado em Gestão da Qualidade e Pós Graduado em Psicologia nas Organizações, André possui mais de 17 anos de experiência na pregação e ensino da Bíblia. É autor de cursos de Homilética e Hermenêutica. Já escreveu centenas de estudos bíblicos e ministra na EBD. Se considera um eterno aprendiz e apaixonado por Compartilhar a Palavra de Deus!

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