Como eram as viagens nos tempos bíblicos
As viagens nos tempos bíblicos eram feitas na maioria das vezes por terra, com muitas dificuldades. Eram muito diferentes de hoje e por isso precisava-se de esforços e determinação. Mas, aos poucos foram melhorando os meios para se viajar.
Apesar disso, sempre havia alguém disposto a correr o risco, a enfrentar as dificuldades e as despesas necessárias.
AS VIAGENS NOS TEMPOS BÍBLICOS
Nessa época, o povo não achava o tempo tão escasso quanto hoje. E eles não viam problema algum, por exemplo, em tirar um mês de folga para ir apreciar as maravilhas do mundo. Ou então defender um caso perante as autoridades romanas.
É claro que nem todo mundo podia viajar muito. Muitas pessoas nunca se afastaram de sua cidade natal mais que uns 160 quilômetros, mas a maioria viajava.
A própria obrigação de fazer as romarias a Jerusalém significava que todos teriam forçosamente que se deslocar até lá, periodicamente. Essa mobilidade tinha profundas implicações sociais.
As viagens nos tempos bíblicos, possibilitavam boa circulação de ideias novas entre o povo de Israel.
Os judeus olhavam com desconfiança o mundo lá fora, mas a verdade é que não podiam ignorá-lo.
Todos tinham parentes ou amigos que já haviam visitado cidades distantes, presenciado as práticas religiosas dos pagãos, e conhecido os sistemas de valores de outros povos. Então não podiam limitar-se a considerar apenas as meras tradições judaicas.
Em alguns casos, esses contatos com o exterior tinham ameaçado seriamente sua maneira de pensar. Mas também ampliara suas oportunidades.
O EVANGELHO NAS VIAGENS DOS TEMPOS BÍBLICOS
Apesar de algumas dificuldades próprias da época, era possível viajar bem, e isso constituiu uma bênção para a nascente igreja cristã.
A mensagem do evangelho chegou ao mundo num momento certo. Porque, pôde ser rapidamente levada aos quatro cantos da terra.
Aliás, uma das acusações feitas contra os apóstolos foi a de que eles haviam “transtornado o mundo” (At 17,6).
Em pouco tempo, a igreja corajosamente comunicava as boas-novas a outros povos, até os mais distantes pontos turísticos então conhecidos.
Os romanos tinham implantado um excelente sistema de transportes, e os cristãos tiraram o melhor proveito dele.
ESTRADAS E CAMINHOS NOS TEMPOS BÍBLICOS
Para que as viagens nos tempos bíblicos se tornassem uma prática comum, era essencial que houvesse um bom sistema viário.
ESTRADAS CONSTRUÍDAS PELOS ROMANOS
A rede de estradas principais, construídas pelos romanos compreendia um total de mais de 80.000 km, mais cerca de 38.000 km de estradas secundarias.
E as estradas romanas não eram planas e niveladas, mas tinham um piso sólido, sendo pavimentadas com uma boa camada de pedras.
A ESTRUTURA DAS ESTRADAS
A estrutura dessas estradas era muito bem feita.
Primeiro fazia se a terraplenagem seguida de uma boa camada de areia e cimento, e por cima eram colocadas pedras. Depois vinha outra camada de brita com cimento. Por cima colocavam-se uma camada final de lajes de pedra ou blocos.
Para prevenir erosões, faziam-se valetas dos dois lados da estrada.
Essas estradas eram bem construídas e resistentes que algumas delas estão em uso até hoje. Uma delas é a Via Ápia, que liga Roma a Cápua.
Ela é chamada de “rainha das estradas”, feita 300 anos antes do cristianismo.
Tempos depois muitos cristãos iriam viajar por ela para ouvir Paulo (At 28.15).
Ela existe até hoje, sua construção se deu durante o reinado de diversos imperadores, e ela tem cerca de 6m de largura e 580 km de extensão.
Essas estradas tão bem construídas, não apenas propiciavam acesso a pontos distantes com certa rapidez, mas ainda ofereciam a facilidade de se viajar com segurança mesmo com mau tempo.
E os cursos de água também não eram obstáculos para os construtores, pois possuíam bons conhecimentos de engenharia e construíram excelentes pontes.
OS TIPOS DE ESTRADAS
Mas havia também caminhos mais antigos que eram menos transitados. Porque, eram trilhas que tinham sido ampliadas pelo uso constante.
Essas, em mau tempo, tornavam-se intransitáveis, e em certas ocasiões, mesmo com bom tempo, eram bastante difíceis.
Havia estradas bem planas, de fácil percurso, mas outras possuíam buracos profundos, feitos pelas rodas de carruagens, ou pela passagem de animais.
ESTRADAS FAMOSAS (VIAGENS NOS TEMPOS BÍBLICOS)
Em Israel, havia duas estradas principais, pelas quais se podia deslocar com relativa rapidez, na direção norte-sul.
Uma delas era a “estrada real” (Nm 20.17), que ia de Damasco até o Golfo de Aqaba.
Ela deve ter pelo menos 4.000 anos de construída, pois os hebreus viajaram por ela, conduzidos por Moisés, em demanda da terra de Canaã (Nm 21.22).
A outra grande artéria da região era a Via Maris, que ia de Megido, seguindo pela costa do Mediterrâneo, até o Egito.
Outra estrada famosa era a de Jericó para Jerusalém. Ela é mencionada em diversos relatos bíblicos. E a mais conhecida é a parábola do bom samaritano (Lc 10.25-37).
Era uma estradinha pequena, bastante sinuosa, pela qual Jesus viajou muitas vezes, conhecendo bem sua fama de abrigar muitos salteadores.
Alguns a denominavam “estrada vermelha e sangrenta”. Os romanos colocaram soldados ao longo dela.
Muitos chamavam essa nova fé de “o caminho”, seguindo a afirmação de Cristo de que ele era “o caminho” (Jo 14,6).
Esse termo é encontrado diversas vezes em Atos (19.9,23; 22,4; 24.14,22;16.17 e 18.25).
Parece que os cristãos primitivos entendiam a vida como uma jornada, e Jesus como o caminho pelo qual se viajava neste mundo.
ROTAS MARÍTIMAS
Nos tempos bíblicos, o cidadão comum podia fazer longas viagens pelas diversas rotas aquáticas, de maior ou menor percurso.
Os navegadores enfrentavam há vários séculos, os ventos fortes que varriam o Mediterrâneo. E quando faltava o vento, precisavam usar o remo.
A melhor época para se fazer uma viagem marítima era o verão. Mas mesmo nesses períodos poderia haver surpresas desagradáveis.
Viajar no inverno era perigoso e, uma tripulação só se arriscava a sair nessa época se houvesse um motivo muito forte.
O relato da viagem de Paulo pelo Mediterrâneo, a caminho de Roma, é bastante ousado. Foi uma travessia tumultuada (At 27,28).
Essa experiência vivida pelo apóstolo mostra bem os perigos a que muitas vezes estavam expostos aqueles que viajavam por mar.
Outro relato bíblico conhecido, que também focaliza uma desastrosa viagem marítima, é o do teimoso profeta Jonas.
Fugindo ao chamado de Deus, Jonas embarcara em Jope num navio que seguia para Társis (Jn 1.3). Jope é hoje a cidade de Jafa, que fica ao sul de Tel- Avive.
Ainda não se sabe ao certo a localização de Társis, embora saibamos que era um porto do Mediterrâneo. Pôde ter sido um local bem distante, como a Itália, ou até mesmo a Espanha. Pelo modo como Jonas agiu, tem-se a impressão de que Társis era bem distante.
Como se sabe, a viagem dele teve um desfecho aparentemente desastroso, já que tiveram de jogá-lo ao mar depois de lançarem fora toda carga para evitar que o navio fosse destruído na tempestade. Mas Deus salvou o profeta, para realizar seus propósitos.
A ESTRUTURA DAS EMBARCAÇÕES
Sendo a mão de obra escrava abundante e barata, era muito comum os navios terem estrutura para comportar inúmeros remadores. As maiores embarcações chegavam a utilizar os serviços de quarenta a cinquenta deles.
A paz romana teve um papel muito importante na navegação marítima. Sob o domínio romano, principalmente no governo de Augusto, os piratas eram perseguidos, capturados e mortos.
Isso garantia uma viagem mais segura, facilitando muito o deslocamento dos cristãos primitivos para a propagação do evangelho.
Temos a impressão de que os israelitas de modo geral não se sentiam muito atraídos para o mar.
Apesar da pesca do mar da Galileia ser uma atividade bastante comum, mas, ao que parece, procuravam evitar o Mediterrâneo. Contudo tinham necessidade de utilizar o transporte marítimo para a importação e exportação de mercadorias.
Aparentemente, na maioria dos casos, eles não se importavam de despachar seus artigos e produtos nos navios gregos ou romanos.
O TEMPO DAS VIAGENS MARÍTIMAS
O tempo de duração de uma viagem marítima variava bastante.
Como tudo estava dependia das velas, do trabalho e condições do tempo, os horários não eram previsíveis.
Às vezes alguém podia fazer uma travessia rápida de Alexandria a Roma, levando apenas dez dias. A volta, porém, poderia demorar sessenta.
O TRANSPORTE DE CARGAS
O principal propósito da navegação comercial era o transporte de cargas.
A maioria dos navios eram planejados para transportar cargas.
E só se levava passageiros quando se precisava de uma renda extra. Mas, de modo geral, o passageiro tinha que cuidar de suas necessidades, levando o próprio alimento.
OS PORTOS (VIAGENS NOS TEMPOS BÍBLICOS)
Com o desenvolvimento da indústria náutica, fazia-se necessária a existência de bons portos em torno do Mediterrâneo.
E assim muitos dos já existentes foram fortificados para resistir melhor às intempéries, e outros foram sendo construídos.
A IDOLATRIA DOS MARINHEIROS
Os marinheiros gentios acreditavam que existiam determinados deuses que os protegiam e cuidavam deles.
Para os romanos, os mais conhecidos eram os irmãos Castor e Polux. Em algumas versões bíblicas, aparecem como “os gêmeos” (At 28.11).
Aquele povo cria que esses deuses estavam sempre atentos, nas estrelas, protegendo a todos que se achassem em perigo.
Ao ver centelhas de eletricidade no alto dos mastros durante as tempestades, consideravam-nas um sinal da presença desses irmãos para prestar-lhes socorro.
Muitos criam piamente nesses deuses. No Império Romano havia inúmeros templos dedicados aos dois.
E para melhor obter o favor deles, alguns esculpiam sua figura na proa do navio.
TEMPO E DISTÂNCIA
O tempo que se gastava para ir de um lugar para outro variava muito, dependendo de vários fatores: Do meio de transporte, das condições meteorológicas e da constituição do viajante. Havia ainda uma outra variável, a segurança nas estradas.
Nos dias de Cristo, porém, sob o governo romano, isso já não influía muito. Quem viajava a pé, provavelmente, fazia uma média de 25 a 30 quilômetros por dia.
A distância de Jerusalém a Jerico era de 25 quilômetros, mas a estrada que liga as duas cidades é muito estreita e sinuosa.
De Jerusalém ao mar da Galileia são mais ou menos 130 quilômetros.
De Belém à Galileia a distância é de um pouco mais de 130 Km.
Portanto, durante toda a sua vida, Jesus não viajou uma distância mais longe. A não ser quando foi ao Egito, na época em que ainda era criancinha.
Mas Paulo chegou a viajar bastante, tendo inclusive atravessado o Mediterrâneo.
O TRANSPORTE EM LOMBO DE ANIMAL
A maioria dos que viajavam naqueles tempos fazia-o em carroças, carruagens ou em lombo de animal. O grau de conforto e a docilidade do animal variava muito de um para outro.
CAMELO
Vez por outra, as viagens eram feitas em camelos, chamados “o navio do deserto”.
O grande valor desse animal residia em sua capacidade de transportar cargas pesadas.
Poderíamos comparar o camelo aos nossos caminhões hoje.
Existem registros de que eles conseguiam viajar até 40 km por dia com uma carga de quinhentos quilos.
JUMENTOS
Os jumentos são animais leves, mas muito resistentes.
Na bíblia, encontramos muitos relatos de uso desse animal. Dentre os quais encontramos, principalmente, o da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mc 11.1-11).
Por serem animais dispostos e fáceis de cuidar, os jumentos eram usados em viagens.
Nos dias de Jesus, os jumentos eram muito procurados pelo povo comum. Mas, no início da história de Israel constituíam a montaria dos ricos.
CAVALOS
Os romanos utilizavam muito o cavalo principalmente o aparelhamento de seus exércitos.
Os cavalos eram caros para o povo comprar, e, por isso, eram mais utilizados pelas autoridades.
O TRANSPORTE COMERCIAL
Sempre havia necessidade de se transportar grande quantidade de carga de um local para outro.
Com percursos bastante longos, tanto com objetivos comerciais, como para projetos de construção. Como no caso do templo de Salomão.
Assim que as caravanas de animais carregados de mercadorias, e navios com cargas volumosas circulavam de um lugar para outro.
Os israelitas exportavam principalmente produtos agrícolas.
E importavam os que não produziam, como ouro, prata, marfim, madeira ferro, mármore, especiarias, tecidos, seda, pérolas e bronze (Ap 18.11-13).
OS DESLOCAMENTOS MILITARES
Como acontece hoje, naquela época era comum viajar-se muito a serviço do exército. Foi dessa maneira que alguns conheceram boa parte do mundo.
Pelo relato do Antigo Testamento, vemos que exércitos como os do Egito, Babilônia, Pérsia e Israel bem como de outros países se deslocavam frequentemente.
Nos dias de Cristo, havia grupos do exército romano ocupando todo o território do império.
Assim aqueles centuriões e os soldados serviam que sob seu comando estavam sempre tomando contato com culturas diferentes da deles, e levando a esses povos a sua própria.
Além disso, os romanos possuíam uma frota razoavelmente numerosa, que navegava por todo o império.
O IMPÉRIO ROMANO
Uma grande contribuição para a facilidade nas viagens nos tempos bíblicos, foi a paz relativa garantida pelo Império Romano.
Seus exércitos não poderiam erradicar totalmente a ameaça de piratas e assaltantes, mas conseguiram eliminar os elementos mais perigosos.
E praticamente acabaram com o perigo de invasões estrangeiras que interferiam com o comércio.
Mas a verdade é que a presença dos exércitos romanos, se representava segurança, implicava também em intimidação.
O imperador romano que mais fez pela paz foi César Augusto (27 A. C.—14 A. D.). Ele acabou com as guerras, e impôs a paz ao império.
Foi uma situação muito oportuna para o cristianismo, que estava para surgir, e que encontrou estradas desimpedidas e facilidade de comunicação, e assim a mensagem do evangelho pôde disseminar-se rapidamente.
A INDÚSTRIA DO TURISMO
É possível que ao pensar nas condições de viagem do primeiro século as consideremos muito primitivas.
Mas, era surpreendente o número de indivíduos que viajavam apenas por prazer.
Havia mapas, semelhantes aos nossos guias turísticos, dando indicações sobre as distâncias entre uma cidade e outra, sobre a localização de hospedarias, e quais os serviços com que o viajante poderia contar.
E eles não se limitavam a visitar apenas os pontos turísticos de sua região.
Era possível ir-se à África, Espanha, Egito, Alemanha, Escandinávia, e até à China.
MOTIVOS DE VIAGENS
Além das viagens de negócios e turismo, e de deslocamentos provocados por guerras, existiam ainda várias outras razões para se viajar de navio ou pelas estradas da época.
PARA VISITAR PARENTES
Devido ao aumento das mudanças e de interesses comerciais distantes, muitas pessoas se afastavam do seu núcleo familiar original.
Então, em certas ocasiões, voltavam à sua região para rever entes queridos.
ROMARIAS RELIGIOSAS
Os israelitas, e principalmente os judeus, sempre iam adorar no templo em Jerusalém, e ali celebrar suas festas religiosas.
Houve ocasiões de chegarem à cidade até 25.000 peregrinos de uma só vez, para as celebrações.
No relato sobre o dia de Pentecostes, há menção de judeus que tinham vindo do Morte da África, da Ásia Menor, bem como de Roma e dos países árabes (At 2.9,10).
Em outras religiões também se realizavam peregrinações aos lugares sagrados.
COMPETIÇÕES ESPORTIVAS
As competições esportivas tinham-se tornado muito populares.
E, por isso, tanto os atletas como os espectadores se dispunham a viajar grandes distâncias para participar e assistir.
O grande número de viajantes que iam para a cidade de Corinto era em parte pela atração aos jogos da cidade.
Alguns atletas estavam sempre se deslocando de um local para outro para participar de jogos.
E, assim durante a temporada de esportes viajavam bastante.
ESTUDOS
Algumas cidades eram famosas pelos grandes centros de conhecimento.
Onde houvesse um filósofo, um grupo de mestres, ou uma escola famosa, para lá iam estudantes, vindos de locais distantes.
Atenas e Tarso, por exemplo, eram famosas pela cultura. Outro centro intelectual famoso era a grande biblioteca de Alexandria.
A busca pelo conhecimento era considerada honrosa. E, por isso, bastante incentivada.
TRATAMENTO MÉDICO
Algumas cidades tinham a fama de oferecer cura para certas enfermidades, o que atraía para elas milhares de enfermos.
Em alguns casos, essa fama se devia ao fato de residir ali um médico famoso.
Em outros, como o de Cafarnaum, dizia-se que suas fontes de águas quentes proporcionavam curas verdadeiramente milagrosas.
VIAGENS DE NEGÓCIOS
O mundo dos negócios tinha um colorido internacional.
Enquanto alguns trabalhadores, artesãos e executivos nunca saíam de sua cidade, outros estavam sempre atravessando fronteiras com o objetivo de aumentar sua fortuna ou fama.
Nos dias de Salomão, por exemplo vieram pedreiros de Tiro para edificar o templo (1 Rs 5.18).
Nos dias de Cristo, estava aumentando muito a demanda no setor de construções.
A construção de santuários, templos e outros edifícios de grande porte às vezes exigiam artífices de outros lugares. E, portanto, poderiam permanecer longos períodos no local do trabalho.
O SISTEMA POSTAL
O sistema postal surgiu das dificuldades naturais de se controlar um vasto império e da necessidade de se estimular o comércio.
O primeiro sistema postal que sabemos, foi criado por Dario I, rei da Pérsia (522-486 A. C.). E durante muitos séculos houve apenas o correio governamental que atendia só ao governo.
O povo não utilizava esse serviço ou então só o fazia em pequena escala. Mas sempre havia viajantes que se dispunham a levar consigo as cartas de amigos, e desse modo havia uma boa circulação de correspondência.
As cartas escritas pelos apóstolos às igrejas e a indivíduos circularam até com certa facilidade. Além daqueles que regularmente faziam esse serviço, podia-se contar também com os muitos cristãos que estavam sempre nas estradas. Ou navegando pelos mares, devido à intensa atividade missionária.
E os romanos, assim como os persas, também criaram seu sistema de correios montados, que iam de uma estação para outra.
Muitas dessas estações eram utilizadas também, como pousadas.
Mas sua principal finalidade era servir como ponto de almoço, e de troca de animais para os correios.
HOSPEDARIAS
O povo de Israel era conhecido por serem hospitaleiros.
Era muito comum os viajantes se hospedarem em casas de amigos, parentes e até mesmo de desconhecidos.
As hospedarias forneciam refeições e abrigo por uma noite por um determinado preço. Grande parte delas oferecia hospedagem mesmo. Mas havia também as que tinham prostitutas.
Tal situação era muito comum nos dias de Cristo, principalmente nas hospedagens romanas.
OS TIPOS DE HOSPEDAGENS
Os tamanhos das pousadas poderiam variar. Algumas eram simples acomodações, como um cômodo construído junto a uma casa. E outras eram imensos como Khan, ou caravançarás.
Os maiores, ofereciam todo tipo de serviço aos viajantes, como nossos modernos hotéis à beira das estradas.
Muitos ficavam localizados nos cruzamentos das vias mais transitadas. E, além de cama, banho, alimentação e outros serviços para os viajantes, dispunham também de um lugar para o cuidado dos animais.
Geralmente as caravanas mais numerosas paravam nesses abrigos para passarem a noite ali.
Mas podia acontecer também de uma hospedaria, em vez de ser um lugar de abrigo e descanso, na verdade ser um bordel ou até mesmo um covil de ladrões.
Não se sabe ao certo que tipo de hospedaria era a de Belém onde José e Maria procuraram abrigo (Lc 2.7).
Quanto à estalagem da estrada de Jericó a que o bom samaritano se dirigiu, é possível que fosse uma construção grande, já que estava localizada numa via muito transitada (Lc 10.34,35).
Hoje existe um hotel nessa estrada chamado “Khan Hathrur” que, segundo a tradição se acha localizado no mesmo lugar dá hospedaria citada nesse relato.
Esse foi, portanto, o estudo sobre as viagens nos tempos bíblicos. Espero ter ajudado!