Como era a medicina nos tempos bíblicos

Como era a medicina nos tempos bíblicos? Nesse artigo vamos entender como eram as práticas medicinais naqueles tempos.

O povo de Israel acreditava que um único Deus era responsável pela saúde e pela doença. Assim, os médicos hebreus tinham como função principal supervisionar as regras de higiene social.

O vasto conhecimento anatômico desse povo veio da dissecação de animais sacrificados.

A medicina da Palestina era constituída por médicos altamente capacitados, mas também de magos e charlatães.

O doente que precisasse de assistência poderia receber desde um atendimento excelente até uma poção mágica ou até mesmo um veneno. É por isso que o povo do Novo Testamento tinha as mais diversas opiniões sobre os médicos.

Mas, antes de saber como era a medicina e as práticas medicinais nos tempos bíblicos, precisamos saber como eram as enfermidades.

O ALTO ÍNDICE DE ENFERMIDADES NOS TEMPOS BÍBLICOS

Quem desejasse praticar a medicina, teria muitas oportunidades para isso, pois doentes não faltavam.

Vemos Jesus constantemente assediado por uma multidão de paralíticos, aleijados, cegos, enfermos, pessoas com distúrbios mentais ou outros problemas sérios. Muitas dessas enfermidades eram incuráveis e altamente contagiosas.

Sempre que Jesus chegava a uma cidade, o povo do lugar lhe trazia os familiares e amigos doentes (Mc 6.56).

Era o grito de socorro de uma população que padecia de graves sofrimentos físicos (Mt 8.16; Mc 1.34; 6.13; Lc 4.40).

A medicina era limitada, e portanto, não conseguia acompanhar o constante aumento das doenças.

CEGUEIRA

LIÇÕES DA VIDA DE BARTIMEU

O ministério de cura é apreciado em qualquer era, mas o foi principalmente no primeiro século, pois era grande o número de enfermos. A cegueira, por exemplo, é mencionada 60 vezes na Bíblia.

Recentemente, Unger viajou por aquele território e comentou que era difícil ver uma pessoa pobre que não tivesse problemas em pelo menos uma das vistas.

E Parrot relata ter visto uma situação estranha em Jerusalém era comum verem-se dois cegos caminhando juntos, um dirigindo o outro.

Eram os ulemás, que usavam uma faixa branca na cabeça, para se identificarem. E caminhavam por toda a cidade ajudando um ao outro.

Embora fosse fato que pudessem cair “no barranco” (Mt 15.14), isso raramente acontecia.

Se já havia essa prática no tempo de Jesus, podemos deduzir que ele estava se referindo aos ulemás, quando fez sua conhecida crítica aos fariseus.

A LEPRA

Uma doença recebe peculiar atenção: a lepra. Tanto é assim que o diagnóstico é confiado ao sacerdote.

“Tumor, pústula ou erupção” na qual “os pelos se tornaram brancos e a parte afetada aparece mais afundada que o resto da pele” (Levítico, 13: 2,3), outros, de probabilidade.

E, então, era exigindo, neste caso, um novo exame, após isolamento de sete dias.

O diagnóstico da lepra pelo sacerdote do Templo não era exatamente um procedimento médico, mas uma inspeção sanitária.

Nenhum tratamento, mesmo tentativo, era instituído. O objetivo era rotular o paciente como “puro” ou “impuro”.

OS MÉDICOS NOS TEMPOS BÍBLICOS

Quanto a médicos, aparecem raramente. A primeira menção ocorre em Gênesis 50:1-3, mas aí se trata tão somente do embalsamento do patriarca Jacó.

Em Jeremias há uma metafórica, e desanimada, alusão aos médicos.

E no muito citado caso do rei Asa, portador de uma séria enfermidade dos pés, o paciente morre por ter consultado médicos ao invés de recorrer ao Senhor (2 Crônicas 16:12).

O STATUS DO MÉDICO

Algumas pessoas apreciavam os médicos e tinham grande respeito por eles. Outras, porém, achavam que eram os piores criminosos da terra.

Por isso, os rabis criaram provérbios a respeito dessa classe. Um desses provérbios era o seguinte:

“Todos os médicos, até os melhores, mereciam o geena (inferno)”. Outro dizia: “Não more numa cidade governada por um médico”.

Jesus citou um provérbio muito popular, também relacionado com a classe médica. Disse que provavelmente as pessoas lhe diriam: “Médico, cura-te a ti mesmo” (Lc 4.23).

Trata-se de uma atitude negativa de quem se volta para o médico e lhe diz que se seu medicamento é bom, ele deve aplicá-lo primeiro a si mesmo.

Outra menção negativa da classe médica no Novo Testamento é a que encontramos em Marcos 5.26.

Ali temos a história de uma mulher que padecia de uma hemorragia havia doze anos, e os médicos não tinham conseguido a curar.

Diz a Bíblia que ela havia sofrido muito à mão de vários deles, os quais, além de não curá-la, ainda haviam levado todo o seu dinheiro.

O evangelista Lucas, que também era médico, relata o mesmo fato, mas omite essa aparente crítica à classe médica.

como eram os médicos nos tempos bíblicos

OS HONORÁRIOS DOS MÉDICOS

Essa questão sobre o pagamento dos médicos sempre foi delicada. Os autores do Talmude manifestam sentimentos contraditórios acerca do assunto.

De um lado, condenam esses profissionais por cobrarem excessivamente. Mas, por outro, aconselham o povo a não se utilizar dos serviços dos médicos que cobrassem muito pouco.

AS ESCOLAS DE MEDICINA NOS TEMPOS BÍBLICOS

Lucas é o médico mais conhecido do Novo Testamento (Cl 4.14). Contudo, nada sabemos sobre os estudos que fez, nem sobre como praticava a medicina.

Temos conhecimento de que viajava com o apóstolo Paulo. Provavelmente como missionário médico, cuidando dos outros missionários que com eles seguiam, bem como dos enfermos que encontrassem.

Naquela época já havia diversas escolas de medicina. E é possível que Lucas tenha recebido formação acadêmica.

Alguns estudiosos das Escrituras afirmam que o vocabulário que emprega tanto no seu Evangelho como no livro de Atos revela que estudou essa ciência.

ESCOLAS DE MEDICINA DO EGITO

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A mais famosa escola de medicina dos tempos bíblicos, era a de Alexandria, no Egito, fundada no ano 300 A. C.

Seus professores estavam em condições de dar instruções específicas a respeito de diversas enfermidades.

Muitos dos conhecimentos ali divulgados chegaram até Israel bem como a outros países.

A medicina praticada no Egito era mesclada de superstições e crenças populares. Contudo, muitos desses remédios são utilizados até hoje. Isso, por serem bastante práticos.

O “Papiro Médico Edwin Smith” contém muitas informações sobre os conhecimentos médicos dos antigos egípcios.

medicina nos tempos bíblicos

Esse documento cita quarenta e oito tipos de lesões, e indica os tratamentos recomendados para dez males em que se suspeitava ter havido lesões cerebrais etc.

Usava-se molde de gesso adesivo para tratar as fraturas. Alguns dos esqueletos encontrados em escavações arqueológicas mostram fraturas muito bem consolidadas.

Um remédio indicado como laxativo era o óleo de rícino.

Havia medicamentos também à base de plantas, que eram empregados no tratamento de diversas enfermidades.

Já àquela época existiam especialistas em determinados males. Às vezes esses doutores iam a outros lugares do mundo conhecido para ministrar aulas ou mesmo simplesmente para exercer a medicina.

O conhecimento médico dos antigos egípcios era bem evoluído naquela época. Embora se comparado à medicina moderna seja considerado extremamente primitivo. Mas foi essa escola que lançou os fundamentos da medicina atual.

ESCOLAS DE MEDICINA NA PALESTINA

Na Palestina exigia-se uma licença especial para o exercício da profissão. É provável, porém, que muitos médicos ignorassem essa exigência.

Em todas as cidades deveria haver algum tipo de clínico. Em Israel, muitos rabis desempenhavam também esse ofício.

Tal prática tinha suas raízes no fato de que os sacerdotes do Antigo Testamento eram encarregados de cuidar da saúde do povo.

Naquela ocasião, deveria haver um médico permanentemente no templo para tratar dos sacerdotes.

Como estes tinham que estar descalços ao exercer sua função, eram susceptíveis a diversas doenças.

O contato com o frio piso de pedra do santuário e os constantes banhos acabavam por mirar-lhes a saúde. Uma doença muito comum entre eles era a desinteria.

Na época de Cristo havia muitos especialistas em Jerusalém e nos seus arredores.

Sabe-se que havia ali clínicos gerais, psiquiatras, dentistas, ginecologistas e obstetras.

Havia também muitos magos e praticantes do ocultismo que alegavam realizar curas.

CIRURGIA

Os médicos contavam com diversos tipos de instrumentos cirúrgicos dentre os quais facas, bisturis, pinças, serras e grampos, que lhes possibilitavam vários tipos de intervenção cirúrgica.

Os médicos judeus chegavam a fazer remoção de cataratas.

Veja algumas cirurgias que faziam parte da medicina nos tempos bíblicos.

CIRURGIAS NA CABEÇA

Efetuaram inclusive cirurgias no cérebro. Faziam pequenas aberturas quadradas no crânio pelo processo de trepanação, e ali operavam.

Arqueólogos encontraram esqueletos de indivíduos que sofreram esse tipo de cirurgia.

Em que se constatou que o osso do crânio estava perfeitamente colado, o que nos leva a crer que o paciente sobreviveu ao tratamento. Há outros, porém, que o osso não colou. Supõe-se, então, que nesses casos a cirurgia fracassou.

Em alguns dos esqueletos encontrados, o crânio apresenta mais de um orifício, o que indica que os médicos fizeram mais de uma tentativa nesses pacientes.

Já se descobriram também ossos com inserção de placas de metal.

Para anestesiar o paciente davam-lhe soníferos, provavelmente drogas à base de ópio. Em seguida, raspava-se o cabelo no local a ser operado.

A pele era cortada e o crânio aberto com uma pequena serra. Essa operação era feita em doentes que se queixavam de fortes pressões no interior da cabeça.

CIRURGIAS NAS PERNAS

O uso de pernas postiças demonstra que eram feitas amputações.

Contudo alguns rabis proibiam que o portador fizesse uso dela no sábado, talvez porque a ideia de “carregar” a prótese constituísse uma forma de trabalho.

Existem evidências também de que se fizeram cirurgias para a remoção de rins.

PESQUISAS E EXPERIMENTOS

Além de tratamentos, os médicos e cirurgiões mais sérios efetuavam também pesquisas e experimentos.

Esses homens eram geralmente pessoas de grande visão.

Um deles foi Mar Samuel, um médico de muitos recursos, que chegou a criar um método para examinar o próprio estômago.

Parte dos conhecimentos médicos era obtivam-se por meio da observação direta.

Além de receber os ensinamentos da forma tradicional, eles dissecavam cadáveres humanos e faziam experimentos em animais.

A CIRCUNCISÃO

Quando se fala na medicina nos tempos bíblicos, não tem como não mencionar a cirurgia mais comum em Israel, a cincuncisão.

Todos os meninos, ao completar oito dias de vida, fazia-se essa operação, que consistia na remoção do prepúcio.

COMO ERA FEITO A CIRURGIA

No Antigo Testamento, essa cirurgia era feita com uma faca de pedra, que apesar de dar ideia de um objeto grosseiro, na verdade podia ser um instrumento de corte afiadíssimo.

Nos tempos de Jesus se usavam facas de metal.

O COSTUME DA CIRCUNCISÃO

circuncisão-operação medicinal

Em obediência a esse costume, Jesus também foi circuncidado (Lc 1.59; 2.2)

E a criança tinha que ser circuncidada mesmo que o oitavo dia de vida caísse num sábado.

Até hoje, os judeus e alguns gentios ainda praticam a circuncisão.

Do ponto de vista médico é necessário que se espere até ao oitavo dia de vida para a operação.

Só por volta do oitavo dia é que o fígado já está produzindo vitamina K em quantidade suficiente para que ocorra a coagulação do sangue.

Será que os antigos judeus sabiam disso? (Gn 17.12.).

Eles aprenderam isso por experiência, por revelação divina, ou o dia da circuncisão foi determinado ao acaso?

Se um gentio resolvesse tornar-se judeu, tinha que ser circuncidado. Assim ele pensava seriamente antes de dar esse passo.

O EXEMPLO DE TIMÓTEO

Essa questão teve um papel importante na vida de Timóteo (At 16.3). O pai dele era grego e a mãe judia.

Devido a uma objeção do pai, ele não fora circuncidado quando criança.

Então, o apóstolo Paulo, que desejava levá-lo consigo em uma viagem missionária, circuncidou seu jovem companheiro.

Dessa maneira evitariam que os judeus se recusassem a ouvir sua pregação, alegando que ele era incircunciso e “meio” judeu apenas.

E o interessante é que essa prática tão simples acabou-se tornando um problema sério na igreja primitiva.

Alguns levantaram a ideia de que, para um gentio tornar-se cristão, tinha que ser judeu.

E para ser judeu tinha que ser circuncidado. Mas o concílio de Jerusalém deliberou que os gentios não precisavam observar as leis judaicas (At 15.19).

A SANGRIA

Uma lamentável tradição da antiguidade que durou até por volta do ano 1800 A. D. foi a prática da sangria.

Dois métodos eram os mais usados.

  • Primeiro, colocavam-se sanguessugas no corpo do paciente para que lhe chupassem o sangue.
  • O outro consistia em fazer-se um corte em algum ponto do corpo e aplicar lhe uma ventosa para sugar o sangue.

Mas, se o médico exagerasse no tratamento, isso poderia ocasionar a morte do paciente.

Fazia-se a sangria porque se acreditava que a enfermidade estava no sangue. Retirando uma parte dele, os médicos esperavam inibir o avanço da doença.

Eles recomendavam que todas as pessoas com menos de 40 anos se submetessem a uma sangria de 30 em 30 dias.

Embora essa prática fosse meio brutal indicava que eles possuíam um avançado conceito sobre a origem das enfermidades.

Sabiam que a causa eram problemas internos e, não por influências externas, sobrenaturais.

RECEITAS E MEDICAMENTOS

Se uma pessoa fosse ao médico queixando-se de sintomas diversos, inclusive uma inexplicada perda de peso, era bem provável que ele recomendasse leite de cabra. Era um alimento muito consumido no primeiro século. Pois cria-se que fosse muito saudável.

Para as doenças mais comuns, havia diversos medicamentos.

Embora ainda não se tivesse criado a aspirina, eles usavam certos remédios com a mesma frequência com que nós tomamos comprimidos.

Veja como os alimentos eram importantes na medicina dos tempos bíblicos.

OS ALIMENTOS NA MEDICINA DOS TEMPOS BÍBLICOS

como era o mel nas alimentações e refeiçoes dos tempos bíblicos

Alguns médicos receitavam um mingau de cevada misturada a outros ingredientes para o tratamento de alguns males orgânicos.

Os médicos também recomendavam algumas verduras e legumes para tratamento de certas doenças.

Na antiguidade, eles achavam que a folha da mandrágora possuía poderes afrodisíacos, ou era uma espécie de poção do amor (Gn 30.14).

O MEL NA MEDICINA NOS TEMPOS BÍBLICOS

Um produto que muita gente considerava um bom tônico era o mel (Pv 16.24).

Eles o utilizavam não apenas para dores de garganta, mas também para tratar feridas, colocando-o diretamente sobre o ferimento (e há quem ainda faça isso hoje em dia).

Acreditava-se que o mel absorvia água das bactérias e dessa forma as destruía.

Para uma simples dor de estômago, havia inúmeros remédios estranhos como alecrim, hissopo, arruda, erva de bicho, e alguns tipos de palmeiras.

Quem estivesse sofrendo de irregularidade nos batimentos cardíacos poderia ter que ingerir um bom copo de cevada com leite coalhado.

Os medicamentos tinham procedências das mais variadas.

Enquanto um poderia ter uma fórmula confiável outro já podia estar relacionado com processos de magia.

Um método usado para tratar as febres, por exemplo, era:

Sete lascas de sete palmeiras, sete raspas de madeira de sete pranchas, sete pregos de sete pontes, sete punhados de cinza de sete fogões e sete pelos de sete cachorros velhos.

Colocava-se tudo num saquinho e pendurava ao pescoço do paciente por um barbante branco.

Não sabemos se a sogra do apóstolo Pedro teria tentado se curar por esse processo mágico (Mt 8.14,15).

Algumas pessoas se curavam, mas outras, não.

O próprio apóstolo Paulo, um crente de grande fé, talvez sofresse de uma enfermidade da qual não conseguia curar-se (2 Co 12.7-9).

Trófimo também esteve tão enfermo certa vez que não pôde viajar com Paulo (2 Tm 4.20), e Epafrodito esteve tão mal que quase morreu (Fp 2.25-27).

A cura divina existia de fato, mas isso não impedia que ainda houvesse doenças, enfermidades e sofrimento.

Paulo teve que aconselhar Timóteo a que recorresse a remédios caseiros (1 Tm 5.23).

AZEITE E VINHO

O azeite e vinho foram alimentos que também tiveram sua importância na medicina nos tempos bíblicos.

Os remédios caseiros mais populares eram azeite e vinho, empregados no tratamento de inúmeras moléstias.

O “bom samaritano” talvez não tivesse conhecimento de medicina, mas sua preocupação com o homem assaltado, foi aplicar óleo e vinho nos ferimentos (Lc 10.34).

Algumas vezes, eles misturavam os dois elementos. Em outras, aplicavam-nos separadamente.

Embora o óleo tivesse um significado mais cerimonial do que medicinal, o fato é que constitui um dos elementos de cura descrito por Tiago em 5.14.

Os discípulos de Jesus realizaram curas milagrosas nas quais fizeram uso da unção com óleo (Mc 6.13).

Outra finalidade do óleo era aliviar o cansaço de viajantes fatigados.

Certa vez, Jesus teria gostado que lhe tivessem ungido a cabeça com óleo, pois estava cansado (Lc 7.46).

Alguns óleos e perfumes podiam atingir preços altíssimos, dependendo das essências (Mt 26.9).

O vinho era também usado na medicina dos tempos bíblicos. É possível que, em muitos casos, as pessoas os tomassem quando não sabiam mais o que fazer.

Quando alguém sentia um mal-estar indefinido talvez experimentasse tomar vinho na esperança de melhorar o ânimo.

Se alguém desmaiava, davam-lhe a bebida para restaurar a disposição.

Mas se, por outro lado, uma pessoa se mostrava perturbada ou nervosa, davam-lhe a bebida para que relaxasse.

Nos funerais, os parentes do morto costumavam beber dez copos de vinho.

O próprio Paulo recomendou esse remédio caseiro a Timóteo (1 Tm 5.23).

A prática de indicar o vinho para dores no estômago provavelmente estava relacionada com o costume de se misturar essa bebida à água para destruir as bactérias e micro-organismos.

CUIDADOS COM OS DENTES

Os palestinos comiam figos, tâmaras, mel e outros alimentos doces que prejudicavam os dentes. Por isso, tinham muitas cáries, e era comum terem dentes postiços.

O grande trabalho dos dentistas era curar as dores de dentes.

Os produtos mais usados para isso era o alho e a raiz de parietária.

Eles costumavam também esfregar sal ou fermento nas gengivas para tentar aliviar as dores.

Aqueles que não cuidassem dos seus dentes acabavam perdendo-os sendo obrigados a utilizar dentes postiços feitos de madeira, ouro ou prata.

MÉDICOS RESPEITADOS

Alguns médicos chegaram a conquistar o respeito e a afeição do povo. Lucas, por exemplo, era chamado de “o médico amado” (Cl 4.14).

Alguns dos antigos chamavam os médicos de “anjos de Deus”. Pelo fato de serem estudados, muitos eram convocados para testemunhas em tribunais, no julgamento de criminosos.

Se necessário, eram chamados também para presenciar execuções e verificar se estavam sendo feitas da maneira correta.

Toda essa competência aumenta ainda mais a credibilidade do Evangelho de Lucas.

FARMÁCIAS

Quando uma pessoa não queria ir ao médico, para não ter de pagar os altos honorários que cobravam, dirigia-se diretamente ao farmacêutico ou boticário.

O comércio deles era muito semelhante às farmácias de hoje.

Ali eles preparavam e vendiam suas ervas medicinais, mas também fabricavam perfumes e grande variedade de cosméticos.

Trabalhavam ainda com restauradores capilares, maquilagem para os olhos e tintura de cabelo.

Nem todos os medicamentos eram fornecidos pela ciência médica pura, pois muitas das crenças dos judeus não passavam de superstição.

Se uma pessoa tinha calos, por exemplo, aconselhavam-na a colocar uma moeda sob a sola do pé, com o objetivo de aliviar a dor.

Uma forma de curar hemorragias era sentar-se numa encruzilhada, com um vidro na mão.

Então, alguém viria por trás da pessoa e tentaria dar-lhe um susto.

É difícil saber quanto custava um tratamento desses.

Se isso não desse certo, outro medicamento “miraculoso” era um grão de cevada encontrado no meio do esterco de uma mula branca.

Esse foi o estudo sobre a medicina nos tempos bíblicos.

Equipe Redação BP

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