Lucas 5:36-39 Explicação da parábola do vinho novo em odres velhos

Jesus, frequentemente, utilizava parábolas e exemplos do cotidiano para transmitir ensinamentos espirituais profundos, e o vinho novo em odres velhos é um desses exemplos.

Em Lucas 5:36-39 também em Marcos 2:22 e em Mateus 9:16-17, vemos que Ele foi questionado sobre o jejum e, em resposta, apresentou uma analogia aparentemente simples, mas de grande significado.

Sendo assim, vamos aprender o que realmente significa essa parábola e juntos descobrir a verdade bíblica por trás do remendo novo em roupas velhas e do vinho novo em odres velhos.

Lucas 5:36-39 – ACR (Almeida Corrigida e Revisada)

“E disse-lhes também uma parábola: Ninguém tira um pedaço de uma roupa nova para a coser em roupa velha, pois romperá a nova e o remendo não condiz com a velha. E ninguém deita vinho novo em odres velhos; de outra sorte o vinho novo romperá os odres, e entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão; Mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos, e ambos juntamente se conservarão. E ninguém tendo bebido o velho quer logo o novo, porque diz: Melhor é o velho.”

Marcos 2:22 – ACR (Almeida Corrigida e Revisada)

“E ninguém deita vinho novo em odres velhos; doutra sorte, o vinho novo rompe os odres e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; o vinho novo deve ser deitado em odres novos.”

Mateus 9:16-17 – ACR (Almeida Corrigida e Revisada)

“Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha, porque semelhante remendo rompe a roupa, e faz-se maior a rotura. Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam.”

Contexto da parábola do vinho novo em odres velhos

O contexto histórico e cultural em que Jesus contou a parábola dos odres em Lucas 5:36-39 reflete o confronto entre os ensinamentos inovadores de Jesus e o sistema religioso rígido dos fariseus e escribas.

Naquela época, os fariseus eram os principais líderes religiosos de Israel, conhecidos por sua conformidade específica com a Lei de Moisés e as tradições orais.

Embora fossem zelosos na observância das regras religiosas, muitos tinham corações soberbos e se tornaram orgulhosos e legalistas. Eles se viam como os defensores da pureza da Lei, mas muitas vezes não caíram no erro de priorizar práticas exteriores em detrimento da verdadeira espiritualidade interior.

Os fariseus frequentemente criticavam Jesus, pois suas ações e ensinamentos que desafiavam as normas determinadas. Jesus não apenas curava no sábado, mas também se associava com publicanos e pecadores, o que era considerado inaceitável pela classe religiosa da época.

Além disso, Jesus e seus discípulos não seguiram as práticas de jejum tradicionais, o que levantou ainda mais questionamentos sobre sua observância da Lei.

Quando os fariseus perguntaram por que seus discípulos jejuavam, mas os discípulos de Jesus não, a resposta de Jesus revelou uma verdade espiritual mais profunda: a presença do “noivo”, ou seja, a presença de Jesus, tornava o jejum desnecessário naquele momento.

Ele estava demonstrando que a prática religiosa sem entendimento do propósito divino era vazia.

Naquela cultura, o jejum era um sinal de devoção, mas Jesus queria ensinar que estar com Ele — o próprio Salvador — era mais importante do que qualquer ritual religioso.

Foi nesse contexto em que Jesus ilustra a comparação dos odres e do vinho novo: os ensinamentos de Jesus eram como “vinho novo”, cheios de vida, frescor e poder, que não podiam ser contidos pelos “odres velhos”, ou seja, pelos corações rígidos dos líderes religiosos , que estavam presos às tradições antigas.

O que significa a parábola do vinho novo em odres velhos?

Na parábola de Jesus, o “vinho novo” significa Seus ensinamentos frescos e poderosos, enquanto os “odres velhos” simbolizam as mentes e corações rígidos dos líderes religiosos da época, presos às tradições e ensinamentos antigos.

Jesus sugere que aqueles que estavam presos ao velho sistema religioso não poderiam receber Suas novas doutrinas.

Para ele, os “odres novos” eram aqueles que, sem preconceitos ou tradições enraizadas, estariam prontos para receber Seus ensinamentos de forma pura e transmiti-los sem alterações.

Assim, a imagem de “vinho novo em odres novos” nos mostra, de fato, a necessidade de um renovo para recebermos a mensagem de Jesus.

O que é odre segundo a Bíblia?

Na Bíblia, “odres” eram recipientes de couro, geralmente feitos de peles de cabra, usados ​​para armazenar líquidos, como vinho ou água.

Esses odres, comuns na região da Síria e Palestina, eram flexíveis e práticos, principalmente para o transporte de vinho. Porém, com o tempo, os odres envelheciam e se tornavam frágeis, especialmente se já foram usados ​​para armazenar vinho fermentado.

Um odre velho, devido ao desgaste, poderia romper-se, se enchido com vinho novo, que continua a fermentar e gerar gases, exigindo espaço no recipiente.

Então, usando esse objeto tão usado naquela época, que Jesus lhes contou essa parábola em Lucas 5:37-38.

O que Jesus quis dizer sobre colocar vinho novo em odres velhos?

Se o vinho novo for colocado em odres velhos e quebradiços, a pressão do gás fará com que eles se rompam, e tanto a bebida quanto os odres serão desperdiçados.

Da mesma forma, uma nova vida no Espírito não poderia ser restrita dentro do velho sistema do judaísmo.

Jesus revelou que a antiga religião judaica estava ultrapassada e que precisava ser renovada (Hebreus 8:13). A maioria dos judeus preferia as tradições antigas e rejeitava as novas.

Somente em 70 dC, quando os romanos destruíram Jerusalém, arrasaram o templo, e dispersaram o povo. A prática do judaísmo, conforme estava descrita na Lei, chegou ao fim. Hoje, os judeus não têm sacerdócio, templo ou altar, e por isso não podem praticar sua religião da mesma forma que seus antepassados ​​(Oséias 3:4).

Jesus Cristo cumpriu os elementos da Lei cerimonial, de modo que os sacrifícios, sacerdotes e cerimônias já não são mais necessários.

O povo de Deus, agora, é composto de sacerdotes que oferecem sacrifícios espirituais ao Senhor (1 Pedro 2:5, 9). Jesus substituíu as tábuas da Lei pelo registro no coração humano, onde o Espírito de Deus inscreve Sua Palavra, tornando-nos semelhantes a Ele (2 Coríntios 3:1, 3, 18).

Contudo, Jesus continua a “fazer novas todas as coisas” (Apocalipse 21:5).

Como médico, oferece nova vida e saúde espiritual aos pecadores. Como noivo, traz novo amor e alegria. Ele também dá vestes de justiça e o vinho do Espírito (Efésios 5:18; ver também Atos 2:13).

Enfim, Jesus ao contar essa parábola do vinho novo em odres velhos queria dizer que a vida não é uma experiência de penúria, fome ou luto, mas sim um banquete.

Jesus Cristo é quem faz toda a diferença em nossas vidas e temos a oportunidade de viver em novidade de vida.

O que Jesus quis dizer sobre o remendo novo em roupas velhas?

Jesus não veio para reparar o que é velho, mas sim para trazer algo novo. Os fariseus reconheceram que o judaísmo não estava em sua melhor condição e, talvez, esperavam que Jesus colaborasse com eles para revitalizar uma antiga religião.

No entanto, Jesus mostrou a insensatez dessa expectativa ao fazer um contraste entre duas roupas, uma velha e outra nova.

Pois se cortarmos um pedaço de uma roupa nova para costurá-lo em uma roupa velha, ambos se tornarão inúteis. A nova fica com um buraco e a velha, com um remendo que não combina e que se rasgará quando lavar.

Nas Escrituras, as roupas normalmente representam o caráter e a conduta (Colossenses 3:8-17).

Isaías fala sobre o “manto de justiça” (Isaías 61:10; 2 Coríntios 5:21) e adverte contra confiar em boas obras para a salvação (Isaías 64:6).

A religião de muitos parece uma colcha de retalhos, composta por suas próprias tentativas, em vez de confiar em Cristo e receber, por sua graça, as vestes de salvação que Ele nos oferece.

4 Lições que aprendemos com a parábola de Jesus em Lucas 5:36-39

A parábola contada por Jesus em Lucas 5:36-39, sobre o remendo de pano novo em roupa velha e o vinho novo em outros velhos, traz lições valiosas sobre transformação espiritual e a incompatibilidade entre o velho e o novo. Aqui estão quatro lições que podemos aprender com essa passagem:

1. A Renovação Espiritual Exige Transformação Completa:

Assim como não se pode colocar vinho novo em odres velhos, ninguém consegue conter a nova vida que Jesus oferece em estruturas antigas. Isso simboliza a necessidade de uma mudança profunda e sincera no coração e na mente (Romanos 12:2). As práticas antigas ou atitudes rígidas não podem conter a novidade que Jesus traz.

2. O Reino de Deus Não se Adapta às Velhas Tradições:

Jesus veio para inaugurar uma nova aliança, e Sua mensagem não se encaixa nas tradições religiosas antigas. A mensagem de Cristo é viva e dinâmica, e aqueles que se apegam rigidamente às práticas antigas não conseguem abraçar completamente a novidade do evangelho.

3. Resistir ao Novo Podemos Nos Impedir de Experimentar o Melhor de Deus:

Assim como muitos preferem o “vinho velho”, a resistência à mudança pode nos impedir de experimentar as vitórias e a plenitude que Deus deseja nos dar. Uma mudança espiritual pode até vir repleta de desafios, mas é necessária para uma vivermos uma nova vida.

4. A Flexibilidade Espiritual é Essencial para o Crescimento:

O ensinamento de Jesus sobre os odres novos nos mostra a importância da flexibilidade e da abertura à mudança. Pessoas espiritualmente religiosas não conseguem crescer ou se expandir na fé, porque o novo de Deus requer corações prontos para se ajustar e se expandir com Sua obra contínua.

Explicação completa sobre vinho novo em odres velhos

Veja também:

Indiara Lourenço

Com mais de 20 anos atuando na Pregação e Ensino, Indiara possui experiência em ministério infantil, jovem e feminino. Estudante de Teologia e ministra aulas na EBD. Mãe, esposa e serva que ama fazer a obra de Deus. Contagia a todos com sua alegria e inspira com palavras motivadoras, deixando um impacto positivo por onde passa.

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