A Aliança Adâmica: Entenda o pacto divino com a humanidade
O que significa a Aliança Adâmica, como este pacto divino com o ser humano interfere na nossa relação com Deus?
A Bíblia relata diversas alianças que Deus fez com seu povo ao longo dos séculos, cada uma delas, trazendo consigo propósitos e promessas especiais.
Para compreendermos melhor esse conceito, vamos analisar como era esse relacionamento e porque fazer um pacto era importante para os israelitas.
Sobre a Aliança Adâmica e seu objetivo
A Aliança Adâmica tem suas raízes no livro de Gênesis, nos primeiros capítulos da Bíblia. (Gênesis 3:16-19)
É neste contexto que encontramos a criação de Adão e Eva, os primeiros seres humanos que Deus criou à sua imagem e semelhança. Ele colocou Adão e Eva no jardim do Éden, dando-lhes liberdade e responsabilidade para desfrutar da criação e se relacionar com Ele.
No entanto, juntamente com essa liberdade, havia uma condição: a obediência. Na verdade, ele instruiu Adão e Eva a não comerem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.
Essa proibição, portanto, não era facultativa, mas uma maneira de testar a obediência e a fé deles. Infelizmente, o primeiro casal da terra falharam nesse teste e desobedeceram a Deus, desencadeando as consequências do pecado no mundo.
A primeira manifestação da misericórdia de Deus
Apesar da desobediência, Deus não abandonou a humanidade, pois imediatamente estabeleceu a Aliança Adâmica, prometendo redenção e salvação.
Em Gênesis 3:15, Ele diz a serpente, que representava Satanás: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”.
Nessa promessa, Deus antecipou a vinda de Jesus Cristo, o descendente da mulher, que derrotaria o mal e traria a salvação para a humanidade.
Além disso, essa aliança estabeleceu a necessidade de um sacrifício pelo pecado. Conhecemos essa informação porque após a queda, eles ficaram cientes de sua nudez e tentaram se esconder do Senhor. (GN 3:10)
No entanto, Deus, em sua misericórdia, providenciou vestimentas de pele de animais para cobri-los. (Gn 3:21)
Essa passagem demonstra que o pecado deixa o ser humano sem condições de se relacionar com Ele. Daí, a necessidade de arrependimento e oferta de sacrifícios para cobrir o pecado.
Observe que as roupas deles foram feitas da pele de um animal. Portanto, houve um sacrifício de sangue para a remissão dos pecados, mesmo que não houvesse uma cerimônia.
No entanto, esse ato de Deus prefigura o sacrifício supremo de Jesus na cruz, que ofereceria sua vida como um resgate pelos pecados da humanidade.
O homem passa a necessitar de arrependimento e fé
Outro ponto importante que a Aliança Adâmica trouxe, foi o estabelecimento da necessidade de arrependimento e fé.
Adão e Eva, ao serem confrontados por Deus, não se mostraram arrependidos e responsáveis pelo seu pecado. Pelo contrário, eles jogaram a culpa um no outro. Adão, culpou Eva, e ela culpou a serpente. (Gn 3: 12,13)
A falta de reconhecer os próprios erros, levou o homem a necessitar de refletir sobre seus próprios erros, se arrepender para se confessar diante de Deus.
A partir desse momento, a fé em Deus e a busca pela reconciliação com Ele tornaram-se essenciais para a restauração do relacionamento humano com o divino.
Portanto, o arrependimento e fé são fundamentais em toda a jornada espiritual e são aplicáveis até os dias de hoje. Assim, a Aliança Adâmica, apesar de existir há milênios, ainda é relevante para nós, pois necessitamos continuamente de nos arrependermos de nossos pecados.
A Aliança Adâmica nos lembra que somos todos filhos do pecado
Esse pacto tem implicações importantes para a nossa vida diária, pois nos ensina a importância da obediência a Deus e de viver uma vida consagrada a Ele.
Além disso, nos lembra que somos todos filhos do pecado, ou seja, carregamos a condição pecaminosa de Adão e Eva. Por esse motivo, o Senhor nos convida diariamente a viver em obediência, não como um fardo pesado, mas trilhando nosso caminho com o nosso Criador.
Devemos, por isso, assumir a responsabilidade pelos nossos erros com rogos, orações e arrependimento para, assim, levantarmos a imagem de Deus em nós.
Consideremos, portanto, que a obediência não é um fardo pesado, mas um caminho para a bênção e a comunhão com o nosso Criador. (Mt 11:30)
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