5 coisas que o cristão deve e não deve fazer nas redes sociais

Equipe Redação BPÚltima Atualização 17 de junho de 2023

coisas que o cristão deve e não deve fazer nas redes sociais

Há alguns anos, um grupo de amigos cristãos optou por abandonar o Facebook em favor de uma das plataformas de mídia social mais conservadoras. Eles sentiram que o ambiente havia se tornado hostil demais para os cristãos e desejavam se afastar dos valores mundanos que eram amplamente exibidos e celebrados na plataforma.

Embora eu compreendesse o ponto de vista deles, não concordei completamente com sua avaliação. É verdade que o Facebook e a maioria das outras plataformas de mídia social muitas vezes suprimem e ridicularizam a expressão dos valores cristãos. Essas plataformas abertamente apoiam e encorajam valores e comportamentos que contradizem os princípios de Deus. No entanto, decidi permanecer no Facebook.

Por que os cristãos devem ter presença nas redes sociais

As mesmas razões que levaram alguns dos meus amigos a deixar o Facebook foram exatamente as razões pelas quais optei por permanecer. Assim como o restante do mundo, as redes sociais são um lugar sombrio que precisa da luz de Jesus.

As redes sociais não vão desaparecer tão cedo.

Seu uso, tanto em número de usuários quanto no tempo gasto diariamente, continua a aumentar a cada ano. De acordo com um relatório de 2022 da Hootsuite, 75% da população mundial com 13 anos ou mais utiliza as redes sociais. Esse número chega a 75% na América do Norte. Além disso, a presença nas redes sociais alcança impressionantes 93% daqueles que utilizam a internet.

As redes sociais não apenas estão firmemente enraizadas na cultura, mas também têm o poder de moldá-la.

Qualquer lugar onde as pessoas passem tanto tempo inevitavelmente influenciará seus corações e mentes. O mesmo estudo da Hootsuite forneceu estatísticas sobre a quantidade de tempo que as pessoas gastam nas redes sociais diariamente. Globalmente, os usuários passam em média 2 horas e 28 minutos por dia nas redes sociais. A média diária para os americanos é ligeiramente menor, com 2 horas e 11 minutos.

É importante observar que essas médias são ligeiramente superiores para mulheres em comparação aos homens, e aumentam à medida que a faixa etária diminui. Por exemplo, mulheres entre 16 e 24 anos passam em média 3 horas e 10 minutos por dia nas redes sociais.

Surpreendentemente, o cristão médio nos Estados Unidos gasta pelo menos o dobro de tempo nas redes sociais todos os dias em comparação com o tempo dedicado à oração e à leitura da Bíblia. Além disso, gastamos quase a mesma quantidade de tempo nos conectando nas redes sociais todos os dias do que passamos na igreja durante toda a semana.

É importante ressaltar que as redes sociais em si não são intrinsecamente más.

Elas são ferramentas neutras que podem ser usadas para o bem ou para o mal. Quando usadas corretamente, as redes sociais podem se tornar poderosas ferramentas de evangelismo e discipulado. Infelizmente, não é apenas o mundo secular que usa as redes sociais como arma. Às vezes, os cristãos, mesmo sem perceber, acabam usando as redes sociais de maneiras que prejudicam os outros e desonram o nome de Cristo.

Em resposta à pergunta “Os cristãos deveriam estar nas redes sociais?”, Paul Tripp destacou a natureza neutra das redes sociais e seu potencial tanto para o bem quanto para o mal. Ele comparou as redes sociais a uma chave de fenda, afirmando:

“Com uma chave de fenda, você pode construir coisas bonitas, coisas mecânicas maravilhosas, mas também pode ferir alguém no rosto com ela. É apenas uma ferramenta, e as redes sociais são uma ferramenta que pode ser usada para um bem enorme.”

Portanto, talvez a pergunta que devamos nos fazer não seja “Os cristãos devem estar nas redes sociais?”, mas sim “Como os cristãos devem agir nas redes sociais?“.

Princípios bíblicos para interagir nas redes sociais

Tenho observado uma ampla variedade de formas como os cristãos interagem com a cultura secular nas redes sociais. Por exemplo, em 2015, quando a Suprema Corte (EUA) legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todos os 50 estados, muitos cristãos adicionaram o arco-íris às suas fotos de perfil nas redes sociais.

Seja por falta de conhecimento das Escrituras ou por uma tentativa equivocada de ser solidário ou relativo, esses crentes acabaram publicamente alinhando-se com um comportamento contrário às escrituras.

Por outro lado, também vi cristãos publicando diatribes dogmáticas contra certos comportamentos ou eventos que nossa cultura não apenas aceita, mas até celebra. Recentemente, um cristão no Instagram expressou veementemente sua oposição à campanha publicitária da Bud Light que apresentava um porta-voz transgênero. Como esperado, sua postagem gerou uma discussão acalorada nos comentários.

Então, qual postura é a mais bíblica?

Embora a Bíblia não mencione diretamente as redes sociais, Deus nos oferece muitos princípios espirituais atemporais que podemos aplicar.

Um princípio fundamental é que a responsabilidade de um cristão para com o mundo difere de nossa responsabilidade para com outros cristãos. Enquanto Deus nos ordena a ajudar uns aos outros a viver uma vida santa que agrada a Ele (1 Coríntios 5:1-8), nossa principal diretriz em relação ao mundo perdido é apresentá-los a Jesus. Os princípios bíblicos a seguir estabelecem a base para algumas coisas que devemos e não devemos fazer nas redes sociais.

Devemos chamar o mundo perdido para se reconciliar com Jesus (1 Coríntios 2:1-5, Mateus 28:19-20, 2 Coríntios 5:18-21). Não é tarefa do cristão julgar o comportamento dos incrédulos (1 Coríntios 5:12-13). Os incrédulos fecharão os ouvidos à condenação de seu comportamento. Sem a presença do Espírito Santo, isso pode parecer tolo (1 Coríntios 2:14).

Embora Deus nos chame a não nos conformarmos com o mundo, Ele não nos chama para nos isolarmos dele (Romanos 12:2, 1 Coríntios 5:9-10, João 17:15-18). A comunicação e as conversas do cristão com os não-cristãos devem sempre ser cheias de graça, sabedoria, gentileza, respeito e atrativas (Efésios 4:29, Colossenses 4:2-6, 1 Pedro 3:15-16).

5 coisas que o cristão deve evitar nas redes sociais

1. Evite apoiar ou incentivar comportamentos ímpios (Efésios 5:6-11) – Antes de se alinhar com eventos atuais ou tendências, conheça o que a Palavra de Deus ensina sobre tópicos polêmicos da nossa cultura.

2. Não condene de forma precipitada o comportamento amplamente aceito ou celebrado pela cultura (Atos 19:37) – Evite fazer “batalhas culturais” nas redes sociais. Como as mídias sociais são frequentadas por cristãos e não-cristãos, é melhor ser cauteloso e não fechar as portas para a mensagem de Jesus. Os cristãos podem e devem buscar mudanças na vida real, mas é importante evitar polarizações nas mídias sociais.

3. Evite postar conteúdo que possa iniciar discussões acaloradas (2 Timóteo 2:23-24) – Pense nas possíveis consequências antes de fazer uma postagem. Evite temas políticos e outros assuntos inflamáveis. Não provoque ou alienar os outros.

4. Não fale negativamente sobre a igreja ou outros cristãos (1 Coríntios 6:1-6) – Evite expor conflitos internos ou discutir problemas da igreja publicamente. Essas conversas devem ser tratadas no contexto apropriado, dentro da comunidade da igreja.

5. Seja cuidadoso com o que compartilha e evite ser monótono – Embora não seja um princípio bíblico direto, é uma questão de bom senso e cortesia. Evite postagens enigmáticas ou vagas, como “Por favor, ore por mim! Algo terrível aconteceu!” ou “Este é o pior dia da minha vida”. Forneça informações básicas ou ligue para um amigo próximo. Não transforme a fé em curtidas ou compartilhamentos, como testes do tipo: “Se você ama Jesus, você irá…” Evite marcar pessoas em massa ou enviar grandes mensagens em grupo sem permissão. Respeite a privacidade e a vontade dos outros nas redes sociais.

5 coisas que o cristão deve fazer nas redes sociais

1. Modele um estilo de vida piedoso (1 Pedro 2:11-12) – Viva de acordo com os princípios cristãos nas redes sociais, demonstrando amor, bondade, paciência e humildade em suas interações.

2. Reserve conversas potencialmente divisivas para a vida real (Colossenses 4:5-6) – Evite debates acalorados e discussões polêmicas nas mídias sociais. Tenha conversas difíceis ou controversas em um ambiente mais adequado, como o diálogo pessoal ou em grupos específicos.

3. Observe as regras das plataformas de mídia social (Romanos 13:1-7) – Cumpra as diretrizes e políticas das redes sociais em que você participa. Respeite as regras estabelecidas pelas plataformas e evite qualquer comportamento que possa resultar em violação dos termos de uso.

4. Verifique a veracidade das informações antes de compartilhá-las (Colossenses 3:9) – Evite espalhar notícias falsas ou informações não verificadas. Verifique a fonte e a precisão das informações antes de compartilhá-las, a fim de evitar disseminar desinformação.

5. Tente agregar valor e encorajamento (Filipenses 2:2-4) – Procure maneiras de edificar e encorajar os outros nas mídias sociais. Compartilhe mensagens positivas, palavras de ânimo, inspiração e ajuda prática. Busque formas de fornecer orientação e suporte genuíno aos outros, buscando atender às suas necessidades.

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