Dons e Fruto do Espírito: Compreendendo a Diferença Essencial

No texto de hoje vamos falar sobre o Fruto do Espírito e algumas considerações sobre o tema.

Muitos confundem alguns aspectos do Fruto do Espírito com os Dons do Espírito. No entanto, os dons espirituais representam a capacitação e o poder do Espírito na vida do cristão, são como ferramentas que Deus nos dá conforme Lhe apraz para que cumpramos nosso papel no Reino. Já o fruto do Espírito expressa o caráter de Cristo em nós.

Os dois são muito importantes e se complementam. Porém, ambos são o resultado de uma vida regada pelo Espírito Santo.

A DIFERENÇA ENTRE DONS E FRUTO DO ESPÍRITO

FRUTO DO ESPÍRITODONS DO ESPÍRITO
Define o que um discípulo éDefine o que um discípulo faz
São atitudesSão aptidões
São usados para o Relacionamento com Deus e com os homensSão usados para as tarefas e propósitos que temos a realizar
O Fruto do Espírito x Os dons do Espírito

Quando estamos cheios do Espírito Santo de Deus, o fruto surgirá de modo natural. Você não vê uma árvore gemendo para dar fruto. Quando você menos espera, lá estão os frutos. Eles nascem naturalmente de acordo com sua espécie, pois o fruto também tem a função de revelar a identidade da árvore.

O fruto do Espírito é o resultado automático de algo que começa sem ser visto ou percebido, porém cultivado. (Mt 7.17,18) A qualidade do fruto revelará quem de fato somos. Comprova nossa condição espiritual. Já os dons espirituais são diferentes, eles servem para nos capacitar, a fim de realizarmos a obra de Deus.

Os dons do Espírito Santo estão para nós, mas não são nossos. Sempre dependeremos do Espírito Santo para manifestá-los. Os “Dons” são dados, e o “Fruto” é desenvolvido. Os dons sãos distintos, o fruto é indivisível. Em suma, os dons identificam o que fazemos, o fruto mostra quem somos.

O FRUTO EM NÓS

Como todo fruto, O Fruto do Espírito é único e possui várias características. Os dons são plural, mas o fruto é singular, é único. São a expressão do caráter e da vida de Jesus em nós. Assim, o Fruto do Espírito possui nove características, a saber:

AMOR

Esse amor que é aquele descrito por Paulo em 1 Coríntios 13, um amor incondicional, sacrificial, de entrega, de dependência do Pai. Esse amor nos leva a obedecer aos ensinamentos de Cristo. Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos (Mt 22:36-40). É o amor que vem do termo grego “ágape” e expressa o amor de Deus (Jo 3:16).

Se a Bíblia afirma que Deus é amor (1Jo 4:7,8), logo podemos afirmar que quem está cheio de Deus, estará cheio do amor!

ALEGRIA (Ne 8.10)

Todo ser humano almeja a verdadeira alegria. Busca em tantos meios, mas a verdadeira alegria só Jesus pode dar. Nós cristãos podemos ter momentos de angústias, de tristezas, de lutas, mas retornamos ao nosso estado normal que no geral somos alegres, independentes das circunstâncias. Como disse o apóstolo Pedro: “alegria indizível” (1Pe 1.8), só quem sente sabe.

Essa alegria é a expressão da nossa satisfação em sermos livres. Gratidão pela obra de Jesus em nós, e Ele mesmo disse que essa alegria jamais nos seria tirada (Jo 16:22). A única coisa que pode roubar a alegria do cristão é o pecado (Sl 51:12), Davi perdeu a alegria da salvação após ter caído em pecado.

PAZ (Jo 14.27)

Assim como a alegria, esta paz também não é circunstancial, por isso excede o entendimento (Fp 4.7). É a paz que Cristo nos dá. A paz é o resultado de uma vida de retidão, que pode encostar a cabeça no travesseiro e ter uma noite de descanso sem nenhum peso. A bíblia também nos chama a manter e produzir ambientes de paz no meio em que estamos (Mt 5:9).

LONGANIMIDADE

Longanimidade, no original grego, seria o mesmo que perseverança, paciência. Um amor incansável, tardio para irar-se ou para o desespero. É o oposto da raiva, a paciência em face da ofensa. Um longo ânimo é como uma paciência de elástico! A longanimidade tem a ver com as pessoas, é fundamental na condução dos nossos relacionamentos. (Ef 4.2)

BENIGNIDADE

Benignidade denota, não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor. Até mesmo porque

benignidade é exatamente o antônimo de malignidade. É o amor que suporta. Pensar bem a respeito do outro. Vivemos em um mundo em que a benignidade é rara, pois as pessoas se digladiam constantemente.

Precisamos olhar para as pessoas com esperança, como Deus olha para nós! Deus nos conhece bem, e ainda assim tem pensamentos de paz a nosso respeito (Jr 29:11). Isso é benignidade! A bíblia diz que a benignidade de Deus nos atraiu para perto Dele (Jr 31:3), assim também aquele que é benigno vai sempre atrair outras pessoas para perto de si. (Ef 4.32)

BONDADE 

Se a benignidade é a disposição em fazer o bem, a bondade é a prática do bem, o amor em

ação. É ser uma bênção para os outros. (Rm 15.14) e alcançar o favor de Deus (Pv 12.2). É uma vida de generosidade que não retém, mas que tem um coração doador.

Se antes fazíamos o mal, agora Cristo nos capacita para sermos bons cidadãos. Jesus ensinava as pessoas, mas também as alimentava, como vemos na multiplicação dos pães e peixes (Jo 6:1-15).

FÉ/FIDELIDADE

As palavras fé e fidelidade têm a mesma raiz. Fé não é apenas crer e confiar. É também ser

fiel e honesto, pois Deus é fiel (1Co 1.9). Através desta virtude o discípulo se mantém fiel ao Senhor em quaisquer circunstâncias. Descobrimos se temos essa qualidade quando somos desafiados à infidelidade. É o amor em sua fidelidade a Deus (1Pe 1.6,7).

MANSIDÃO 

Mansidão é agir sempre com serenidade e brandura diante de situações irritantes, perturbadoras e desagradáveis. Antes éramos agressivos e nos irritávamos com qualquer coisa que nos contrariava. Muitos pensam que mansidão é sinal de fraqueza, no entanto é uma evidência de força, uma força controlada pela sabedoria.

A palavra mansidão em uma de suas raízes significa “olhar de continuidade”. O manso é aquele que se mantém firme olhando para o Senhor independente das circunstâncias. É uma capacitação para se preservar em meio à aflição. Jesus falou para aprendermos a mansidão com Ele (Mt 11.28,29).

Ele se conservou manso diante de seu traidor (1Pe 2.21-23), e curou a orelha do servo do sumo sacerdote que fazia parte dos que tinham ido prendê-lo (Lc 22.51). Mansidão é o amor disciplinado, submisso a Deus em qualquer situação.

DOMÍNIO PRÓPRIO

O domínio próprio atua como um freio contra as paixões da carne quando somos tentados com velhas paixões e coisas ilícitas (1Co 10.13; 2Pe 2.9). Nossa natureza pecaminosa deseja pecar, mas reconhecemos que a vontade de Deus é mais importante que tudo (Mt 10.37-39).

É o domínio próprio que nos aperfeiçoa em santidade, por isso precisamos cultivá-lo (1Co 6.12; 9.25). O domínio próprio é o nosso coração sendo treinado em nossos pensamentos, palavras e atos para que cumpra a vontade de Deus.

Em suma, o fruto do Espírito revela o caráter de Cristo em nós. Os dons do Espírito são ferramentas que ganhamos para realizarmos a obra. Os “Dons” são dados, e o “Fruto” é desenvolvido. Os dons sãos distintos, o fruto é indivisível. Os dons identificam o que fazemos, o fruto do espírito mostra quem somos.

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Giovanni Bruno

Formado em Comunicação pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), acadêmico de Teologia, pela FATIPI, e pós-graduando em Docência no Ensino Superior, pela UniCesumar e autor do livro “O Carpinteiro de Betel”.

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Um Comentário

  1. A PAZ DO SENHOR JESUS.
    QUERO DEIXAR AQUI OS MEUS AGRADECIMENTOS A TODOS QUE PARTICIPAM DA PUBLICAÇÃO DESTES TEMAS BÍBLICOS.
    SAIBAM QUE TEM SIDO DE MUITO PROVEITO PARA MIM E ABENÇOADOR.

    GRATIDÃO SEMPRE.

    ABRAÇO EM CRISTO.

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