Por que Jesus disse “os últimos serão os primeiros”?
O que significa os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros? Por que Jesus disse isto?
Para responder a essa pergunta, vamos estudar um pouquinho mais.
Onde Jesus disse que “os últimos serão os primeiros”?
As palavras “os últimos serão os primeiros” estão nos 3 evangelhos sinóticos. Vamos analisar cada um com seu contexto.
1. Em Lucas 13:30
Enquanto Jesus e os discípulos iam para Jerusalém antes da entrada triunfal de Cristo, uma pessoa não identificada na multidão fez uma pergunta, em resposta ao ensino de Cristo:
“Senhor, são poucos os que se salvam?” (Lucas 13:23)
Jesus respondeu: “Esforcem-se para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo que muitos tentarão entrar e não poderão.” (Lucas 13:24)
“E eis que os últimos serão os primeiros; e os primeiros serão os últimos.” (Lucas 13:30).
Muitos comentários concordam que nessa troca, Jesus, no entanto, aponta os direitos e privilégios que Israel tinha desfrutado como o povo escolhido de Deus. Sabendo que eles O rejeitariam, Jesus então profetizou a adoção de gentios crentes no reino de Deus.
Imagine que você amou Jesus o suficiente para desistir de suas aspirações de carreira e reputação. Não apenas isso, mas você viajou com Ele de cidade em cidade por três anos, testemunhando curas, milagres e verdade inigualáveis, ministradas com amor.
Seu mundo vira de cabeça para baixo quando Jesus começa a falar da Sua morte. Pois, isso parece implausível, afinal, ele chamou Lázaro da tumba.
No caminho para Cafarnaum, você sente o calor da raiva e do ciúme te consumindo, quando outro discípulo menciona, que ele é mais adequado para a obra de Deus do que você.
Mais tarde naquele dia, Jesus pergunta à eles:
“Sobre o que vocês estavam discutindo na estrada?” (Marcos 9:33)
Descansando a mão em seu ombro, as palavras de Cristo afirmam:
“Quem quiser ser o primeiro seja o último e o servo de todos” (Marcos 9:35).
A interação acima ilustra o peso que Jesus colocou na servidão. A palavra grega diakonos, traduzida como servo, também é interpretada como diácono ou ministro. Literalmente, significa “levantar poeira” como se estivesse com pressa para atender a uma necessidade.
Se amarmos os outros como a nós mesmos, escolheremos deliberadamente uma vida de diakonos, correndo para atender às suas necessidades.
2. Em Marcos 10:31
Enquanto as pessoas encontram perdas se seguirem a Jesus, Ele nos promete ganhos abundantes.
29 E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, 30 Que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no século futuro a vida eterna. 31 Porém muitos primeiros serão derradeiros, e muitos derradeiros serão primeiros.
(Marcos 10:29-31)
Desde seu nascimento até sua morte, Jesus fez e disse coisas que desafiaram as pessoas. Muitas vezes, ele os ofendeu. Algumas pessoas enfrentam a dolorosa escolha de desistir de um relacionamento com um pai ou irmão amado, para seguir a Jesus. No entanto, Jesus oferece uma vida de bênçãos para aqueles que o seguem.
Jesus, contudo deixou claro. Que Ele não era e nunca seria popular no mundo, e as pessoas que o amam muitas vezes enfrentarão essa impopularidade, até mesmo perseguição.
Dos discípulos, apenas um não foi martirizado. A perseguição aos cristãos em todo o mundo disparou ultimamente, com “mil cristãos a mais… mortos por sua fé no ano passado do que no ano anterior”.
No entanto, Cristo também oferece a alegria inimaginável de uma eternidade na presença de Deus.
Outras passagens bíblicas também confirmam que nossas dificuldades serão insignificantes em comparação com a glória que há de vir (Apocalipse 21:4, Romanos 8:18, 1 Pedro 1:6-7).
3. Em Mateus 19:30
Mateus, também contando a história registrada em Marcos 10, registra mais algumas palavras.
27 Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos? 28 E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. 29 E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna. 30 Porém, muitos primeiros serão os derradeiros, e muitos derradeiros serão os primeiros.
(Mateus 19:27, 28-30)
Embora Rei dos reis, Jesus viveu como um comerciante e morreu uma morte vergonhosa na cruz. Ele cumpriu mais de 300 profecias do Antigo Testamento, pronunciou seu governo final sobre as nações e o julgamento de Israel.
Novamente, lemos que “os primeiros serão os últimos, e muitos que são os últimos serão os primeiros”.
O que podemos aprender ao saber que o primeiro será o último?
Várias lições estão incluídas no princípio de Jesus de que os primeiros serão os últimos.
1. Cristo vê as pessoas através de lentes diferentes das do mundo.
Status, riqueza, beleza e intelecto atraem a atenção do mundo. Na economia do Senhor, a humildade e o amor pelos outros são muito mais valiosos do que a posição de alguém.
2. A vida cristã contradiz as normas culturais.
Modelar nossas vidas depois de Jesus significa amar os outros mais do que amamos a nós mesmos. Não “procuramos o número um” ou esperamos que “o que vai, volta”. Em vez disso, os cristãos escolhem uma vida de “os primeiros serão os últimos” por causa do sacrifício do Senhor por nós e sua obra transformadora em e através de nós.
3. O convite para seguir Jesus convida a enfrentar desafios e bênçãos.
Cristo falou claramente sobre a porta estreita, indicando assim que o caminho é difícil. Aqueles que acessam o portão, ou porta que é Cristo, abundarão nas misericórdias eternas de Deus.
Estamos envolvidos em um desafio. Viver com intenção. Amar os outros quando os espectadores balançam a cabeça com desânimo. Quando abraçamos uma vida em que “o último será o primeiro e o primeiro será o último”, as bênçãos derramam-se como lágrimas dos olhos daqueles a quem ajudamos, as pessoas começam a fazer perguntas sobre o Deus a quem servimos e as prioridades passam a se encaixar.
